No Princípio As Flores Depois Os Espinhos
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Pré-visualização do livro
No Princípio As Flores Depois Os Espinhos - José Lopes De Castro
José Lopes de Castro
NO PRINCÍPIO AS FLORES, DEPOIS OS ESPINHOS
Revisão e Diagramação
Jorge Ribeiro Neto
Capa
Leonardo Salles (Nexmidia)
Edição independente
JOSÉ LOPES DE CASTRO
castrolux@hotmail.com
Instagram @castroluxcastro
Todos os direitos reservados
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Castro, José Lopes de
No princípio as flores, depois os espinhos [livro eletrônico] / José Lopes de Castro. -- Porto Velho, RO : Ed. do Autor, 2022.
ePub
ISBN 978-65-00-44234-2
1. Amor 2. Mulheres - Abuso 3. Relacionamento - Homem-mulher I. Título
22-109367 CDD-152.41
Índices para catálogo sistemático:
1. Relacionamento abusivo : Psicologia 152.41
(Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129)
À memória de minha mãe, que soube se dedicar aos filhos com conselhos e orações, e joelhos calejados. Nesse aspecto, é importante observar que a essência desta obra está nos ensinamentos passados por minha mãe e que fazem parte da minha vida. Ela gostava muito dos ditos populares, e um deles é a base de todo este trabalho: Não chove sem formar o tempo
, que traduzi para Não há tempestades sem prenúncio
. Isso significa dizer que nada acontece por acaso.
À minha amada esposa Dryka, presente de Deus, alguém com quem sempre sonhei, mas não acreditava que existia.
Aos meus filhos – Grace, Wanich e Ryan –, que me apoiaram neste projeto que se tornou um grande desafio.
E a todas as mulheres e aos homens que amam e valorizam suas mulheres, como amigas e companheiras na jornada da vida.
Sumário
Folha de rosto
Créditos
Dedicatórias
Apresentação
Introdução
Não chove sem formar o tempo
Os preconceitos de uma sociedade patriarcal
Cuidados que a mulher deve ter no início do relacionamento
O que fazer no primeiro encontro
É correto investigar a vida do seu pretendente?
Como identificar um possível agressor
O vitimismo
Amor e paixão
A serenidade do amor
A loucura da paixão
Um amor não se cura com outro
Acho que não sinto nada por ele
Quer conhecer melhor o seu pretendente? Faça uma viagem
O fim do relacionamento nem sempre significa o fim dos sentimentos
Qual o tipo de pessoa que pode mudar depois de uma separação?
Pessoas incapazes de reconhecer erros
A importância do diálogo
Escolha um homem que tenha defeitos
Homem sem projeto de vida
O homem que deseja que a mulher pague por um pecado que cometeu
A mulher que não acredita que encontrou o homem de sua vida
Nunca confunda o homem que lhe ama com o que lhe deseja fisicamente
Como reconhecer se o homem está disposto a uma vida a dois
Como enxergar as nuvens negras quando se está nas nuvens
Para melhor conhecer uma pessoa, observe-a em ambientes diferenciados
Não se constrói um abrigo durante a tempestade
Por que esse homem está sozinho? – uma pergunta bem interessante
Relacionamento com homem separado e que tem filhos
Como reconhecer um relacionamento que pode se transformar em tempestade
Como a pessoa que conheci trata os pais, parentes e amigos?
Quem são seus amigos e o que eles fazem?
Como reconhecer que o namorado não tem limite com a bebida
A bebida pode revelar o homem que a mulher não conhecia
O homem avarento e o homem generoso
O homem espiritualista
Como reconhecer um homem despreparado para administrar os problemas normais do dia a dia
Dizem que uma viagem pode fortalecer ou acabar com um relacionamento...
Como reconhecer um homem disfarçado de carinhoso
O homem controlador/doentio
A escala de Hare – a psicopatia e Robert Hare
A busca de um novo relacionamento
O ciúme doentio
Em que posição estou na vida do outro
A morte do diálogo
Como ‘desbrigar’
O homem que traz problemas para casa
Existe o homem perfeito?
Namoro virtual e sites de relacionamento
A mulher traída – resgatar ou não o relacionamento?
Iniciar namoro com homem casado
Relacionamento envenenado
Casamento fragilizado
Por que estou sozinha
A síndrome da mulher mandona
Os dez erros mais comuns no relacionamento
Fui traída. O que devo fazer?
Histórias de amor não correspondido
A química do amor: hormônios à flor da pele
O fim é o começo
Apresentação
Este livro retrata uma visão pessoal de experiências vividas e adquiridas ouvindo muitas mulheres, principalmente amigas, companheiras de trabalho, alunas e outras pessoas que atravessavam momentos difíceis, com relação aos mais variados problemas de relacionamentos amorosos.
Não estamos propondo um trabalho de cunho científico, baseado em estudos de caso ou coisa semelhante. Em alguns momentos, citamos algumas publicações, inclusive estudos científicos, os quais indicamos apenas como fontes de pesquisas relacionadas aos assuntos tratados.
O objetivo principal é estabelecer um cenário de reflexões para conscientização sobre os motivos que levam uma mulher a iniciar e prosseguir um relacionamento que desde o início se revela como algo fora de propósito, sem nenhguma chance de sucesso. Falo de relacionamentos tóxicos, abusivos e até mesmos perigosos, em que a vida da mulher está em risco.
Entre pensar em escrever algo específico para as mulheres e escrever, propriamente, foi um longo período. Destaco um fato que me impactou consideravelmente, sendo decisivo para a criação desta obra como um grito de alerta para muitas mulheres que, em busca do amor verdadeiro, acabam encontrando a morte.
Refiro-me ao emblemático episódio conhecido como Caso Eloá
. Tal tragédia, de repercussão mundial, está descrita em reportagem do portal Memória Globo¹, a qual trazemos ao conhecimento daqueles que porventura tenham esquecido ou não tomaram conhecimento do trágico acontecimento – que talvez pudesse ter sido evitado, caso a vítima tivesse identificado a personalidade doentia do assassino que ceifou sua vida.
Em 17 de outubro de 2008, após ser mantida por quase cinco dias em cárcere privado, a jovem Eloá, de 15 anos, foi morta pelo ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes.
Em 13 de outubro de 2008, por volta das 13h, Lindemberg Alves Fernandes, de 22 anos, inconformado com o fim do relacionamento, invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, onde a jovem estudava na companhia de três amigos – Nayara Rodrigues da Silva, Iago Vilera e Victor Campos. Após fazer ameaças, o sequestrador libertou os dois rapazes naquela mesma noite. No dia seguinte, Nayara chegou a deixar o local, mas, numa atitude inesperada, retornou ao cativeiro para ajudar nas negociações.
Durante cerca de 100 horas, o país acompanhou o drama das duas jovens que terminou de maneira trágica. O sequestro se arrastou até o início da noite de 17 de outubro, quando a polícia invadiu o apartamento. Acuado, Lindemberg disparou contra as meninas. Eloá morreu com um tiro na cabeça e outro na virilha. Nayara foi atingida no rosto, mas sobreviveu. O crime aconteceu em Santo André, no ABC paulista.
A ação da Polícia de São Paulo foi questionada. Enquanto o comandante da operação afirmava que invadira o local apenas após ouvir o primeiro disparo do sequestrador, imagens mostravam que Lindemberg só havia atirado depois da entrada dos policiais.
Em 16 de fevereiro de 2012, Lindemberg Alves foi condenado a 98 anos e dez meses de prisão pelos 12 crimes pelos quais foi julgado.
Esse fato me atingiu de forma muito contundente – tenho uma filha, e nunca desejaria que ela tivesse o dissabor de se envolver com uma pessoa do caráter do assassino da jovem mencionada. O problema é que ocorrências desse tipo são mais comuns do que parecem.
A maioria dos feminicídios sempre envolve a figura de um parceiro doentio, cuja ideia de posse não admite o fim de um relacionamento. Eles instalam todo tipo de aparatos tecnológicos para fiscalizar as condutas das mulheres. Em alguns casos isso acaba resultando em agressões e mortes. Logicamente, se a mulher imaginasse o que poderia acontecer, nunca teria iniciado tal relacionamento. Muitos casos também resultam em traumas psicológicos e sequelas físicas irreparáveis.
Não queremos, com isso, dizer que todo relacionamento conflituoso terminará em tragédia. Mas uma coisa é certa: todo relacionamento conflituoso deixa sequelas psicológicas que, na maioria das vezes, exigem tratamento profissional especializado.
1 https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/coberturas/caso-eloa/
Introdução
Ao longo da vida, tive contato com muitas mulheres que estavam desesperadas, em busca de respostas para seus problemas conjugais. Elas viviam entre a presença de sentimentos amorosos e a convicção de que não era mais possível continuar em um relacionamento doentio, tóxico e abusivo.
Muitas vezes eu questionava, perguntando a essas pessoas o que as levavam a prosseguir com um relacionamento que desde o início se demonstrava sem futuro, só dores e desilusões. Cansei de ouvir algo semelhante a O homem que presta não está escrito na testa. Se eu soubesse que ele seria assim, não teria começado a me relacionar com ele
.
Seria muito bom que homens e mulheres tivessem um currículo na testa, passando bem devagar, como um outdoor luminoso, com letras garrafais, para que a mulher ou o homem soubesse tudo que aconteceu na vida do pretendente e até o que poderia acontecer com ela, caso insistisse em prosseguir no relacionamento. Se isso fosse possível, digo da possibilidade de a mulher ver o currículo do homem escrito na em sua testa, ainda assim muitas mulheres pagariam para ver o resultado. Há, ainda, outra possibilidade: de o homem encontrar um meio de falsificar as informações desse currículo, e as coisas continuariam da mesma forma. Especulações à parte, na prática, tudo se resume a observações e à conhecida intuição feminina. O grande problema em tudo isso é que uma pessoa excessivamente emocional perde a capacidade intuitiva e de racionalização.
Prosseguindo, entre tantos motivos que me levaram a pensar em escrever este livro, tenho a acrescentar o que aconteceu em meus casamentos, desfeitos em razão de muitas atitudes erradas de minha parte. Por anos, quis culpar minhas ex-mulheres pelos fracassos nos matrimônios. Isso me trazia o alento de não ter de admitir que o problema, em sua maioria, estava em minha incapacidade de compreender as coisas mais simples de um relacionamento, além da falta de maturidade emocional para encará-lo como ele deve ser.
Um dia, refletindo melhor, pude descobrir que um jardim abandonado não floresce. Que relacionamento exige conexão, e quando não há conexão, ele murcha como uma flor jogada no chão.
Lembro-me da juventude, época em que tinha muitos contatos com muitas amigas, a começar pela minha mãe, minha grande amiga e mentora, exemplo de sabedoria. Depois, no ensino fundamental e médio, construí inúmeras amizades, com as quais aprendi muito sobre o universo feminino.
Quando nos propomos a falar sobre relacionamentos, temos de ter a consciência de que estamos ingressando num mundo complexo, com questões muito polêmicas. Cometem um grande erro os homens que desejam que a mulher pense como eles. Seria melhor não terem casado.
Ao longo de minha vida, tive contato com muitas pessoas cujas histórias de vidas muito me sensibilizaram, a ponto de não acreditar que alguém pudesse sobreviver a um ambiente tão tóxico, de agressões físicas e psicológicas – e até privação de alimentos. Em alguns casos, conversando, aconselhando e apoiando psicologicamente; em outros, até mesmo ajudando financeiramente, consegui libertar essas pessoas, e fiquei muito feliz ao vê-las de vida nova. Essas vivências foram muito importantes para que chegasse às seguintes conclusões: tudo é uma questão de escolha pessoal, e tudo acontece no início do relacionamento.
Muitas vezes fragilizada emocionalmente, devido a relacionamentos anteriores, a mulher acaba se convencendo de que o problema está nela. Assim, permanece num relacionamento tóxico, abusivo, por imaginar que ela é a culpada – e que, portanto, cabe a ela salvar o casamento. Nesse momento, a mulher não percebe que essa é mais uma estratégia de dominação.
Desde muito cedo, tive muitas amigas que me procuravam para aconselhamento. Mesmo sendo muito jovem, tinha imensa paciência para ouvi-las. Com isso, fiz muitas amizades. Nesses contatos pude perceber algo muito importante, que me fez refletir o quanto as jovens adolescentes, e até mesmo mulheres de mais idade, estão despreparadas para a vida emocional.
A sociedade, via de regra, é cruel com relação à mulher. Se ela busca as experiências práticas, é tida como vulgar. Acontece que, por mais absurdo que pareça, em pleno século 21 ainda encontramos homens que exigem casar com uma mulher virgem e que, mesmo assim, tenha muita experiência em termos de relações sexuais, o que é um absurdo. Ao se falar em jovens, essas serão as mulheres que no futuro certamente conviverão com os problemas de machismo numa sociedade que ainda apresenta muitos resquícios do sistema familiar patriarcal.
É muito comum ouvir mulheres dizendo que o marido, noivo ou namorado podem lhe trair desde que não as deixem saber e que façam tudo longe do seu conhecimento. Logicamente, essa é uma ideia extremamente machista e equivocada. Nunca veremos um homem admitir que a sua mulher tenha um caso desde que ele não veja ou não tome conhecimento.
Analisando todo o contexto, chegamos à conclusão de que tudo se resume a observações a serem feitas no início do relacionamento. Daí por que, neste trabalho, iremos focar exclusivamente em observações referentes àquilo que acontece no início