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Fundamentos de Engenharia Econômica: viabilidade econômica de projetos de investimento
Fundamentos de Engenharia Econômica: viabilidade econômica de projetos de investimento
Fundamentos de Engenharia Econômica: viabilidade econômica de projetos de investimento
E-book252 páginas2 horas

Fundamentos de Engenharia Econômica: viabilidade econômica de projetos de investimento

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Sobre este e-book

O autor sentiu-se motivado a escrever o presente texto com o intuito de trazer a alunos de graduação e pós-graduação, em Engenharia de Produção, sua experiência acadêmica como professor dessa disciplina em conceituadas universidades públicas brasileiras e longa experiência profissional ao atuar em áreas de Planejamento Econômico e Estratégico em importantes empresas multinacionais como Mercedes-Benz e Embraer, participando de grandes e complexos projetos de investimento. O texto proposto de "Fundamentos de Engenharia Econômica", embora trabalhando com conceitos básicos de Matemática Financeira e Finanças, aborda complexas questões na análise econômica de investimentos como o binômio risco-retorno e o impacto de riscos técnicos e tecnológicos em projetos de investimento, questões raramente tratadas nos bons textos de Matemática Financeira e Engenharia Econômica, em língua portuguesa, no nosso país. A área de Engenharia de Produção também é responsável pela estimação, formulação e avaliação dos resultados econômicos de uma empresa ou projetos para definir alternativas de crescimento. Neste livro, utiliza-se um conjunto de conceitos econômicos e financeiros de modo a facilitar a comparação econômica entre alternativas de investimento. O autor espera, com este livro, dar uma contribuição ao estudo dessa importante área da engenharia.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de out. de 2023
ISBN9786525293783
Fundamentos de Engenharia Econômica: viabilidade econômica de projetos de investimento

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    Fundamentos de Engenharia Econômica - Antonio Henriques de Araújo Junior

    CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO À ENGENHARIA ECONÔMICA

    1.1 A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA ECONÔMICA PARA ENGENHEIROS E OUTROS PROFISSIONAIS

    Decisões tomadas por engenheiros, economistas, administradores e gestores de empresas refletem, normalmente, o resultado da escolha de uma ou mais alternativas em relação à uma outra. Decisões, muitas vezes, refletem uma escolha elaborada de como melhor investir os fundos de uma empresa.

    O capital das empresas é normalmente restrito e limitado, assim como o dinheiro de um indivíduo disponível para aplicações.

    Engenheiros desempenham papel importante nas decisões técnicas, de investimento de capital, estratégicas e operacionais.

    Os fatores considerados em uma tomada de decisão envolvem uma combinação de fatores econômicos e não econômicos.

    Fundamentalmente, a Engenharia Econômica envolve a formulação, estimativa, e avaliação dos resultados econômicos entre diferentes alternativas de investimento. A Engenharia Econômica também pode ser vista como um conjunto de técnicas econômicas e matemáticas que simplificam a comparação entre alternativas de investimento.

    A Engenharia Econômica pode ser definida como a aplicação de técnicas para a avaliação econômica de projetos e a escolha entre alternativas em projetos de engenharia. O papel da engenharia econômica é o de avaliar a adequação de um determinado projeto, estimando seu valor, e justificando-o do ponto de vista da engenharia e boa técnica.

    A Engenharia Econômica é principalmente motivada pelo trabalho que os engenheiros das mais diferentes áreas da engenharia fazem, na realização de análises e avaliações econômicas para chegar a uma conclusão como se deve trabalhar em projetos de qualquer natureza e porte.

    Em outras palavras, a Engenharia Econômica, está no centro da tomada de decisões, em qualquer tipo de organização, decisões essas que envolvem o fundamento da elaboração de fluxos de caixa, distribuição de entradas e saídas de recursos financeiros ao longo do tempo, captação e alocação de taxas de juros, entre outros temas.

    Este capítulo apresenta a terminologia e os conceitos básicos necessários a um engenheiro ou gestor econômico para combinar estes três elementos: organização, elaboração de informações e tomada de decisões econômicas.

    1.2 O PAPEL DA ENGENHARIA ECONÔMICA NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES

    Gestores precisam tomar decisões, muitas vezes, de natureza econômica. Neste sentido, as técnicas e modelos utilizados na Engenharia Econômica ajudam-nos nesta tomada de decisões.

    Uma vez que as decisões afetam o que ainda será feito, o horizonte temporal na Engenharia Econômica é voltado ao futuro e não para o presente. Portanto, os números e valores usados em uma análise na Engenharia Econômica envolvem três elementos essenciais: os fluxos de caixa, os tempos de ocorrência dos eventos econômicos e as taxas de juros.

    Assim, as estimativas sobre o futuro, podem ser bem diferentes do que está ocorrendo presentemente, principalmente por causa da mudança de eventos econômicos, sociais e políticos, não planejados e não previsíveis para eventos futuros. Ou com outras palavras, a natureza estocástica das estimativas, provavelmente, fará o valor observado no futuro, ser diferente das estimativas feitas no presente.

    Em estudos de Engenharia Econômica, são comumente realizadas análises de sensibilidade para se determinar como uma decisão econômica pode mudar com base em estimativas de variações de valores, especialmente em se tratando de valores que podem ter grandes variações, ou em termos estatísticos, grandes variâncias.

    Imaginemos uma situação na qual um engenheiro de desenvolvimento de produto espera incorrer em custos no desenvolvimento de um outro novo produto, que podem variar ± 20% de um custo total estimado em $ 500.000,00.

    As primeiras estimativas para os custos de desenvolvimento deste produto podem oscilar entre $400.000,00 e $ 600.000,00. Outras estimativas da incerteza do projeto podem ser avaliadas por meio de análise de sensibilidade que pode ser facilmente realizada, por meio de planilhas eletrônicas e apresentadas, tanto em forma de tabelas como de gráficos.

    A Engenharia Econômica, também pode ser utilizada para analisar resultados do passado, suas variâncias e a probabilidade com que eventos passados, mantidas constantes algumas premissas, possam vir a acontecer no futuro.

    Dados observados do passado podem ser avaliados para se determinar se os resultados atingiram ou não determinados critérios especificados como, por exemplo, uma taxa requerida para o retorno de determinado investimento.

    Por exemplo, suponha que há cinco anos, um fabricante aeronáutico brasileiro iniciou um projeto e há dois anos, a fabricação de uma nova aeronave.

    Após realizar os investimentos necessários, incorrer em custos e despesas e receber as receitas relativas às vendas das aeronaves, o presidente da empresa quer saber, com a ajuda da Engenharia Econômica, se o retorno real superou a taxa de atratividade especificada para este projeto.

    A partir da elaboração de um fluxo de caixa, contendo todas as entradas e saídas do projeto, é possível determinar o retorno efetivo deste projeto e compará-lo com o retorno esperado pelos acionistas.

    Existe um procedimento utilizado para o desenvolvimento e a seleção de alternativas, comumente referido como a abordagem de resolução de problemas ou o processo de tomada de decisões, cujas etapas estão detalhadas abaixo:

    1. compreender o problema, definindo os objetivos na resolução do problema.

    2. coletar as informações relevantes, relativas ao projeto em análise.

    3. definir as soluções alternativas viáveis, realizando estimativas realistas, confiáveis e viáveis.

    4. identificar os critérios adotados para tomada de decisões, usando um ou mais atributos.

    5. avaliar cada alternativa, utilizando a técnica da análise de sensibilidade para melhorar a seleção e a avaliação de alternativas.

    6. selecionar a melhor alternativa.

    7. implementar a solução.

    8. acompanhar os resultados.

    A Engenharia Econômica desempenha um papel importante em todas estas etapas, sendo particularmente importante nas etapas de 2 a 6. Nas etapas 2 e 3 são estabelecidas as alternativas a serem avaliadas e feitas estimativas técnicas e econômicas de cada uma delas.

    Na etapa 4, é requerida do analista a identificação dos atributos, que possibilite a seleção das alternativas, enquanto na etapa 5, são desenvolvidos modelos de análise econômica de modo a completar a avaliação, implementando-os através de uma análise de sensibilidade sobre a qual se baseia a decisão.

    Exemplo 1.1

    Os presidentes de duas grandes empresas de projetos mecânicos de engenharia precisam viajar, nacional e internacionalmente, com muita frequência. Em virtude do grande número de viagens profissionais que têm que realizar, na maioria das vezes, em parceria, decidiram avaliar a aquisição de uma aeronave a ser administrada, conjuntamente, pelas duas empresas. Discuta as questões econômicas que estes deveriam responder para avaliar as alternativas: 1) comprar uma aeronave, compartilhando-a (‘fractional ownership’) ou 2) continuar a voar numa aeronave comercial.

    Solução:

    Seguem algumas questões a serem respondidas para cada uma das alternativas, acima analisadas:

     qual é o custo anual de cada das alternativas?

     como serão pagos/financiados os eventuais investimentos para cada uma destas alternativas? (Necessário elaborar plano de financiamento/amortização).

     existem, para cada uma destas alternativas, vantagens fiscais?

     qual é o critério para selecionar uma alternativa? (Necessário definir critérios de seleção).

     qual é a taxa de retorno esperada para cada uma das alternativas? (Necessárias equações).

     o que acontece quando os presidentes voam mais, ou menos? (Fazer análise de sensibilidade).

    Para a resolução deste exercício, devemos assumir que o objetivo, do ponto de vista técnico, seja comum e que a melhor alternativa é aquela, que além de confiável, minimize os custos totais. Considere ainda que, nas etapas 2 e 3, em um estudo de Engenharia Econômica devem ser identificados e coletadas as informações relevantes do projeto em análise, bem como identificadas as soluções viáveis, através de estimativas realistas.

    Assim, por exemplo, na alternativa 1 (comprar uma aeronave), deve ser estimado o custo da aquisição, o melhor método de financiamento e taxas de juros, custos anuais de operação e manutenção da aeronave, possíveis aumentos nas receitas anuais de vendas e deduções no imposto de renda;

    Na alternativa 2 (utilizar uma aeronave comercial): os custos anuais de transporte, número estimado de viagens a realizar, receitas anuais de vendas, bem como outros dados relevantes devem ser estimados;

    Na etapa 4: devem ser identificados os critérios adotados para a escolha da alternativa, atribuindo a cada uma delas, uma medida objetiva de valor na seleção de alternativas. Algumas medidas usais de valores, utilizadas na matemática financeira e que veremos ao longo do texto do livro são: Valor Presente (VP) Valor Anual (VA), relação Benefício/Custo (B/C), Valor Futuro (VF), Taxa de Retorno (TR), Tempo de Retorno de Investimento (TRI), Valor Econômico Agregado (VEA) e Tempo de Retorno (TR).

    Na determinação da medida de valor a ser utilizada, deve ser considerada a premissa de que o dinheiro tem valor (diferente) no tempo. Deve ser considerado, ainda, que num estudo econômico existem muitos fatores de natureza não econômica tais como sociais, ambientais, legais e políticos. Por essa razão, o gestor econômico deve selecionar e adequar as informações, considerando tanto os fatores econômicos como os não econômicos para proceder às escolhas das alternativas.

    No exemplo 1.1, a análise econômica pode favorecer a alternativa 1 (compartilhamento da aeronave), mas em função de fatores não econômicos, uma ou ambas as empresas, devido a razões não econômicas podem, eventualmente, optar pela alternativa 2.

    Nas etapas 5 e 6: são avaliadas cada alternativa a partir do cálculo efetivo destas, da análise de sensibilidade e escolhida a melhor alternativa. E. finalmente na etapa 7, é implementada a solução selecionada, sendo realizado na etapa 8 o controle e monitoramento do projeto de investimento.

    1.3 O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO

    Em diferentes situações econômicas analisadas, as quantidades envolvidas de recursos financeiros são sempre relacionadas a um fator fundamental e não controlável: o tempo. Se tivéssemos a possibilidade de optar entre recebermos $ 1.000,00 hoje ou daqui a um ano escolheríamos, intuitivamente, recebê-lo agora, por diversas razões:

     existe risco em não o recebermos, daqui a um ano;

     se o aplicássemos, hoje, por menor que fosse a taxa de juros da aplicação, teríamos após um ano um valor monetário maior;

     compraríamos hoje, com esta mesma quantia, devido ao efeito da inflação (exceto, no raro e improvável caso de uma deflação) mais produtos e serviços.

    As quantias referidas a uma data somente podem ser transferidas à uma outra, desde que sejam considerados os juros envolvidos nestas transferências. De tal forma, que não podem ser somadas ou subtraídas quantias que não se refiram à esta mesma data ou como chamaremos neste texto, ao mesmo momento focal.

    Assim, a Matemática Financeira e a Engenharia Econômica preocupam-se com o valor do dinheiro no tempo, devendo ser obedecidas, as seguintes regras básicas:

     só podem ser somadas ou subtraídas quantias, numa mesma data ou momento focal.

     se valores monetários não coincidem em termos de data precisam ser, necessariamente, trazidos para uma data comum; só então, podem ser somados ou subtraídos.

    Embora esta afirmativa seja básica e simples, a maioria das pessoas esquece ou ignora estas regras. Ofertas divulgadas em jornais mostram uma abordagem equivocada desta questão.

    Por exemplo, uma TV digital é vendida à vista por R$1.500,00 ou em 10 prestações de R$180,00, acrescenta-se a seguinte informação ou desinformação: total a prazo R$1.800,00. O que se verifica é que, neste caso, somam-se os valores em datas diferentes, desrespeitando-se o princípio básico de que o dinheiro tem valor no tempo, induzindo-se ao cálculo equivocado dos juros.

    1.4 FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS

    A determinação das taxas de juros (v. Seção 1.5) pode ser tratada com uma abordagem macro e microeconômica.

    1.4.1 FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS: ABORDAGEM MACROECONÔMICA

    No estudo da macroeconomia é destacada a função do governo, de estabilizar e controlar os grandes agregados macroeconômicos. Dentro dessa função, o setor público influencia e determina os principais agregados econômicos como a taxa de juros, o crescimento econômico, o nível de preços, a taxa de desemprego e taxa de câmbio.

    Entretanto,

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