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Geração de Valor para o Acionista: uma aplicação dos métodos de medição de desempenho econômico – EVA®, MVA, SVA e CVA em empresa do setor plástico
Geração de Valor para o Acionista: uma aplicação dos métodos de medição de desempenho econômico – EVA®, MVA, SVA e CVA em empresa do setor plástico
Geração de Valor para o Acionista: uma aplicação dos métodos de medição de desempenho econômico – EVA®, MVA, SVA e CVA em empresa do setor plástico
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Geração de Valor para o Acionista: uma aplicação dos métodos de medição de desempenho econômico – EVA®, MVA, SVA e CVA em empresa do setor plástico

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Sobre este e-book

Os indicadores de desempenho, tais como ROA, ROI e ROE, utilizados para a tomada de decisões ao longo do tempo, podem levar os gestores de empresas a abandonarem alternativas de investimentos que poderiam gerar retornos superiores aos custos de se conseguir capital no mercado, por estes retornos serem, eventualmente, inferiores aos obtidos pelos investimentos já existentes.
Por outro lado, uma decisão pode ser tomada com a finalidade de se aceitar um projeto que venha a melhorar o retorno sobre os investimentos existentes, apesar do retorno previsto pelo projeto não ser suficiente para pagar todo o custo do capital necessário à sua implantação.
Para corrigir estas deficiências quanto às informações, é necessário utilizar-se de ferramentas alternativas que considerem o custo de oportunidade de todo o capital utilizado na empresa, para que se invista apenas em projetos que remunerem todo este capital e com isso sejam proporcionados maiores retornos aos acionistas.
Estas ferramentas procuram dar suporte às tomadas de decisões, tendo como principal foco a não utilização de informações meramente contábeis, deixando de lado os princípios e convenções que engessam a criatividade e, sobretudo, tomando ciência de que todo o capital posto à disposição de uma empresa tem que ser remunerado, seja ele de origem de terceiros ou de seus acionistas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de set. de 2021
ISBN9786525207360
Geração de Valor para o Acionista: uma aplicação dos métodos de medição de desempenho econômico – EVA®, MVA, SVA e CVA em empresa do setor plástico

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    Geração de Valor para o Acionista - José Kempner

    INTRODUÇÃO

    Nos últimos anos um sem-número de autores, dentre eles Rappaport (2001), Hendriksen e Breda (1999), Anthony e Govindarajan (2002), têm discutido sobre as deficiências das informações produzidas pelas demonstrações financeiras publicadas e disponibilizadas aos usuários ou partes interessadas no acompanhamento do desempenho de uma Organização. Estas discussões são feitas em forma de críticas aos produtores destas informações - os contadores ou contabilistas – com o fito de que estes se atêm somente à geração de informações obrigatórias ao cumprimento de exigências fiscais e ao atendimento das normas contábeis editadas pelos organismos reguladores da profissão.

    Estas críticas provêm normalmente de estudiosos das áreas de economia, administração e da própria área contábil, cujos pensamentos, historicamente, divergem em muitos pontos em relação à prática contábil. Este descontentamento acaba transpondo as portarias das empresas, fazendo com que seus administradores passem a cobrar informações mais úteis para suas tomadas de decisões. Em muitas destas empresas, por este e outros motivos, alguns administradores veem estes profissionais como um mal necessário.

    O que se tem na realidade são diferentes clientes demandando diferentes tipos de informações. As normas contábeis existem como forma de padronizar as informações produzidas aos usuários externos à empresa, tais como os detentores de ações da companhia adquiridas em bolsa de valores (os acionistas minoritários), os fornecedores, os clientes, as instituições financeiras, o governo, entre outros. Estas normas visam proteger esses usuários de possíveis manipulações de informações com vistas à obtenção de vantagens por alguns destes usuários. Porém, nem sempre as normas têm logrado êxito na proteção de seus usuários – vejamos os exemplos das empresas Enron, WorldCom, Xerox, Tyco, Parmalat, entre outros, que cometeram fraudes contábeis nas suas demonstrações financeiras.

    Como resultado, tem-se informações que nem sempre produzem os efeitos desejados aos principais interessados nos resultados da empresa, os acionistas majoritários, aqueles que empenharam suas economias no empreendimento, sujeitos a todos os riscos que o negócio proporciona.

    Os indicadores de desempenho, tais como ROA, ROI e ROE, utilizados para a tomada de decisões ao longo do tempo, podem levar os gestores de empresas a abandonarem alternativas de investimentos que poderiam gerar retornos superiores aos custos de se conseguir capital no mercado, por estes retornos serem, eventualmente, inferiores aos obtidos pelos investimentos já existentes.

    Por outro lado, uma decisão pode ser tomada com a finalidade de se aceitar um projeto que venha a melhorar o retorno sobre os investimentos existentes, apesar do retorno previsto pelo projeto não ser suficiente para pagar todo o custo do capital necessário à sua implantação.

    Para corrigir estas deficiências quanto às informações, é necessário utilizar-se de ferramentas alternativas que considerem o custo de oportunidade de todo o capital utilizado na empresa, para que se invista apenas em projetos que remunerem todo este capital e com isso sejam proporcionados maiores retornos aos acionistas.

    Estas ferramentas procuram dar suporte às tomadas de decisões, tendo como principal foco a não utilização de informações meramente contábeis, deixando de lado os princípios e convenções que engessam a criatividade e, sobretudo, tomando ciência de que todo o capital posto à disposição de uma empresa tem que ser remunerado, seja ele de origem de terceiros ou de seus acionistas.

    Outro ponto levantado neste livro é a questão dos financiamentos contraídos pela empresa em moeda estrangeira. Em épocas de grandes instabilidades econômicas as taxas de câmbio sofrem fortes oscilações, tanto para cima quanto para baixo, tornando difícil o trabalho de medir o desempenho nestas empresas. Para eliminar, ou ao menos minimizar, os efeitos destas anomalias, propõem-se utilizar taxas de câmbio alternativas às taxas oficiais publicadas pelo Banco Central do Brasil.

    Muitos são os indicadores utilizados para medir lucratividade e/ou rentabilidade nas empresas, dentre os quais, pode-se destacar: Lucro sobre as Vendas (ROS - Return on Sales), Lucro sobre o Ativo total (ROA - Return on Assets), Lucro sobre o Patrimônio Líquido (ROE - Return on Equity). Conforme Copeland, Koller e Murrin (2002, p. 58), Na vida real, os administradores vêm sendo bombardeados com conselhos sobre medidas de desempenho: TRS, DCF, lucro econômico, EVA®, CFROI, ROIC, EPS, margem de lucro e muitas outras. Porém, estes diferentes indicadores produzem diferentes resultados e os administradores se veem perdidos diante de tantos números que os levam a tomar decisões que nem sempre conduzem a empresa no caminho da maximização do valor para o acionista.

    O fato da não obrigatoriedade da contabilidade legal em computar o custo do capital dos acionistas (chamado de capital próprio) como redutor do resultado econômico, distorce o resultado obtido por um empreendimento, já que acaba considerando esta fonte de recursos como gratuita, sem ônus para a Organização. Isto traz como principais consequências a tomada de decisões errôneas pelos usuários das demonstrações contábeis e a impossibilidade de comparação de desempenhos econômicos entre empresas em razão das diferentes estruturas de capital (próprio e de terceiros).

    Outra grande dificuldade consiste na definição do custo do capital. Além do capital dos acionistas, que não possui uma forma objetiva para a sua definição, existe uma grande dificuldade em se medir o desempenho de empresas cujo capital de terceiros é atrelado preponderantemente a uma moeda estrangeira. Em países cuja economia não é estável, as taxas de câmbio podem oscilar de forma bastante acentuada, tanto para cima quanto para baixo, influenciando sobremaneira o custo do capital das empresas. São fatores externos, fora do controle da administração, que provocam grandes impactos no resultado da empresa, prejudicando o desempenho real das ações promovidas internamente.

    Este livro objetiva mostrar, por meio de um estudo de caso, como se pode decidir pela aprovação ou não do orçamento do ano seguinte, olhando para os resultados projetados do ponto de vista da geração de valor para o acionista. Procura-se mostrar que o orçamento ainda é a principal ferramenta que a empresa dispõe para planejar seus resultados de curto prazo, sendo o momento de sua elaboração a época ideal para buscar o comprometimento das pessoas, sem o qual, dificilmente é atingida sua meta principal, qual seja a remuneração de seus acionistas.

    Além do estudo de caso, faz-se uma análise comparativa de alguns dos métodos disponíveis na literatura mundial, que visam uma melhor identificação do valor criado por uma Organização, demonstrando sua superioridade em relação aos indicadores oriundos da relação entre o resultado contábil com valores extraídos do balanço patrimonial, tais como o valor do ativo total, do patrimônio líquido etc.

    Pretende-se apresentar uma solução alternativa à definição do custo do capital para empresas que financiam seus investimentos em moeda estrangeira e que se localizam em países sujeitos a fortes oscilações nas taxas cambiais.

    Procurou-se apresentar aqui uma análise comparativa crítica das principais ideias convergentes e divergentes de diversos estudiosos sobre o tema, no intuito de verificar quais as formas de apuração do resultado econômico que melhor representam a geração de valor para o acionista. Buscou-se também o maior embasamento teórico possível a respeito do tema em livros, teses, dissertações, artigos de revistas de negócios, jornais e Internet, elaborados por pessoas ligadas às diversas áreas do conhecimento, trazendo também a experiência profissional deste autor em seus longos anos de vivência na área de Controladoria de empresas e como professor universitário na área das ciências socioeconômicas.

    Este livro foi estruturado em três partes, além deste introdutório e da conclusão final, sendo uma parte bem fundamental, outra de comparações de métodos de apuração de resultado e uma terceira parte de aplicação, por intermédio de um estudo de caso, de conteúdos desenvolvidos ao longo do livro. Para cada uma das três partes é apresentada uma síntese a seguir:

    Parte I - Referenciais Teóricos

    Esta parte visa conceituar o termo valor, partindo de uma visão geral da palavra para focar sobre o retorno do investimento, que é a base fundamental para a realização deste livro. Também são descritas as diversas fontes de financiamento, tanto para capitais de terceiros, como para o capital dos acionistas. São trazidas metodologias para definição do custo destas fontes de capital, que na maioria das vezes são subjetivas, não ficando explícitas nas demonstrações financeiras.

    Parte II - Métodos de apuração de resultado utilizados como medidas de desempenho econômico nas empresas

    Nesta etapa faz-se primeiramente uma análise de alguns dos indicadores de desempenho que têm como base informações obtidas da demonstração de resultados, mostrando suas deficiências como medidas de lucratividade e/ou rentabilidade sobre os investimentos postos à disposição de uma empresa.

    Apresenta-se, como ponto principal nesta parte do livro, uma análise de alguns dos métodos que se apresentam como alternativas aos resultados obtidos da demonstração de resultados, na apuração do desempenho econômico das empresas.

    Parte III - Aplicando o conceito de valor para o acionista – estudo de caso da MLB Indústria de Plásticos

    Esta parte final do livro mostra como tomar decisões em uma empresa, focando a geração de valor para o acionista. É apresentada uma simulação de orçamento anual da empresa MLB Indústria de Plásticos para o exercício de 2004, na qual se procura mostrar os principais passos na elaboração desta importante ferramenta de trabalho, a definição das metas das diversas áreas da empresa, bem como a validação do orçamento após várias simulações, no qual a geração de riqueza aos acionistas se transforma na principal meta a ser atingida pela empresa.

    Para tanto, é utilizado o método do EVA®, Economic Value Added, método cujos conceitos a empresa já vem procurando disseminar há alguns anos, tendo em vista uma mudança de cultura das pessoas, mostrando-lhes que o principal indicador de sucesso de uma empresa é a satisfação de seus acionistas.

    Além de avaliar o resultado do ponto de vista do EVA®, são aplicados outros métodos de medição de desempenho econômico, como o MVA, o SVA e o CVA, que também se apresentam como alternativas ao indicador do lucro contábil.

    PARTE I - REFERENCIAIS TEÓRICOS

    CAPÍTULO 1. HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO DE VALOR

    1.1 O QUE É VALOR?

    Em um primeiro momento, pretende-se trazer uma conceituação de valor bem genérica, dando uma visão geral do que seja a palavra valor. Nesta visão geral, mostra-se que o valor pode ser entendido de diversas formas, por diversas pessoas. O que tem valor para uma pessoa, pode não ter nenhum significado para outra.

    Neste sentido, é apresentado como conceito inicial de valor o descrito por Tucker (1999, p. 3), extraído do dicionário Webster,

    Hoje, a palavra em vigor nos negócios é valor. O Webster’s New Dictionary a define como ‘um equivalente em dinheiro, justo ou apropriado, por alguma coisa à venda’. Se os produtos ou serviços de uma empresa atendem às necessidades de um comprador e este considera justo o preço pedido, pode-se dizer que o negócio produziu valor para o comprador, e sua ‘Proposição de Valor’ funciona para ele.

    No dicionário brasileiro, desenvolvido por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, também é lembrado por Csillag (1995, p. 61), no qual é descrito que valor é o equivalente justo em dinheiro, mercadoria etc., especialmente de coisa que pode ser comprada ou vendida.

    Para Basso (1991, p. 10), Valor é a menor quantidade de dinheiro necessária para obter um produto ou serviço que satisfaça precisamente uma função, no tempo e com a qualidade necessária, além de considerar os aspectos de apresentação, características e atributos desejados pelo consumidor. Em seu texto, Basso relata ainda que, para tornar mais clara a conceituação da palavra Valor, Aristóteles, 350 a.C., identificou os sete tipos de Valor, os quais são válidos até os dias de hoje: Valor Econômico, Valor Político, Valor Moral, Valor Estético, Valor Social, Valor Jurídico e Valor Religioso. Para ele, somente o Valor Econômico pode ser considerado objetivo, uma vez que é o único que pode ser mensurado quantitativamente, e o conceito precitado representa justamente este tipo de valor.

    Neiva (1999, p. 11) também entende que a palavra valor tem muitos significados, quando usada no sentido contábil, econômico, legal etc. Para o autor,

    alguns termos são usados para melhor explicitar o significado da palavra valor: valor atual, valor de livro, valor real, valor intrínseco, valor de liquidação, valor de mercado etc. ...O grau de utilidade de um bem, dentro da escala de preferência do consumidor, é que determina o valor. Tanto a utilidade dos bens como a preferência dos seres humanos pelos bens econômicos são fatores não claramente definidos.

    1.2 VALOR CONTÁBIL

    Para a contabilidade o termo valor se confunde, invariavelmente, com a palavra custo, já que ela está fundamentada em seus princípios básicos, nos quais a objetividade é o que impera. O princípio do custo histórico como base de valor é o fundamento para esta afirmação. Vê-se que os termos custo e valor estão aqui intimamente ligados.

    O custo, representado pelos valores de entrada na empresa, somente se aproxima do valor econômico no momento da aquisição dos ativos. Ativos de longo prazo perdem seu valor com o passar do tempo, por diversos fatores. Neste sentido, é importante trazer a opinião de Falcini (1995, p. 18),

    Apesar de esse custo ser perfeitamente conhecido, no momento da compra, momento no qual tal custo representa efetivamente seu valor econômico, à medida que o tempo passa, aquele custo vai se tornando cada vez mais irrelevante para a determinação do valor econômico do bem, em face não só da sua depreciação pelo uso, como também dos progressos tecnológicos, das condições variáveis de mercado e das variações no valor da moeda, entre outros.

    De acordo com Martins (2001, p. 22), Quando falamos em valor, obviamente, falamos em contabilidade e economia, em sua representação monetária. Ou seja, estamos atribuindo quantidade de moeda a algum ativo ou a alguma obrigação; consequentemente, a toda e qualquer receita ou despesa, ou então ganho ou perda.

    Para Boulton, Libert e Samek (2001) a obtenção de valor, e não a criação de valor, isso é, o valor captado sob a forma de lucros passados e atuais, ou de fluxos de caixa, é o que apoia a contabilidade tradicional e a maior parte dos atuais sistemas de informações gerenciais (incluindo a análise do valor econômico agregado - EVA®).

    Quando define valor contábil, Frezatti (2003, p. 28) coloca que Valor contábil é aquele apurado pela contabilidade pelos princípios, desenvolvido a partir do custo histórico, corrigido ou não.

    Portanto, de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade, valor é aquilo que pode ser mensurado e atribuído, em bases monetárias e de forma objetiva, ou seja, é necessário estar calcado em documentos que possam comprovar a existência deste.

    1.3 VALOR ECONÔMICO E O RETORNO DO INVESTIMENTO

    Basso (1991, p. 10), após descrever os sete valores conceituados por Aristóteles, define valor econômico da seguinte forma: o menor custo atribuído a um produto ou serviço, que deverá possuir a qualidade necessária para atingir a função desejada. Talvez este conceito fuja um pouco aos propósitos dos economistas, visto que o termo econômico soa aqui mais com o fito de mais barato. Entretanto, o autor classifica ainda o valor econômico em quatro subdivisões, quais sejam, o valor de uso, valor de estima, valor de custo e valor de troca. Analisando sobre estes prismas, vê-se que o termo valor econômico não se limita apenas ao valor de custo, mas também a outras características que fazem com que o conceito se aproxime daquele que se quer descrever aqui.

    Já Falcini (1995, p. 15), traz ótimos conceitos sobre valor econômico ao descrever que No campo econômico, valor pode ser entendido como a relação entre duas coisas, num determinado tempo e lugar, sendo essa relação expressa, geralmente, com preço monetário; assim, o valor é a relação e não uma mensuração. Falcini continua suas afirmações [...] o valor econômico de um bem pode ser entendido como uma estimativa da tendência de uma relação entre a utilidade, quer objetiva, quer subjetiva, proporcionada por esse bem e a sua valoração.

    Para melhor explicitar o conceito, Falcini descreve,

    Assim, uma avaliação econômica, ao contrário do que possa parecer, não é a fixação concreta de um preço ou valor específico para um bem, mas é uma estimativa de base, uma tentativa de estabelecer, dentro de uma faixa, um valor referencial de tendência, em torno do qual atuarão as forças de mercado; é um ponto de referência muito importante para a análise e compreensão das diversas forças que movimentam e motivam os indivíduos, em economias livres e eficientes, nas suas relações de troca.

    Conforme Rappaport (2001, p. 35) [...] o valor econômico de um investimento é o valor descontado dos fluxos de caixa previstos. Na sequência, o autor descreve que os cálculos de valor econômico incorporam a ideia de que cada unidade monetária de caixa recebida hoje vale mais do que uma unidade monetária a ser recebida no futuro, já que a unidade monetária que se tem em mãos hoje pode ser investida para obter um retorno dentro do período estipulado.

    Neste sentido, o valor econômico tem implícito em seu conceito que uma empresa só cria valor se o retorno sobre seu capital for maior do que o custo envolvido ou do que a taxa de ganho que os investidores poderiam auferir no caso de investirem em outros valores com o mesmo risco (OLIVEIRA; PEREZ JR; SILVA, 2002). Esta é, também, a essência do conceito de custo de oportunidade que será abordado mais adiante.

    Frezatti (2003), pergunta-nos que tipo de decisões uma empresa pode tomar para criar valor? Sua resposta é dada com a finalidade de mostrar que todas as decisões que proporcionem à empresa a sinalização ao mercado de potencial geração de fluxo de caixa futuro, criam valor.

    O conceito de Falcini descrito anteriormente parece-nos trazer o sentido mais apropriado de valor econômico, quando afirma tratar-se não do estabelecimento de um preço a alguma coisa, mas o de criar um ponto de referência para se entender o funcionamento das forças que movimentam e motivam os indivíduos, por isso, quando o assunto é avaliação, trabalha-se com muitas informações subjetivas, de difícil mensuração.

    1.3.1 VALOR DE UMA EMPRESA

    Quando se fala em retorno do investimento é importante que se tenha a clara definição do que significa a palavra investimento. De maneira

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