O Último Profeta
De Larz Trent
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O Último Profeta - Larz Trent
O Último Profeta
Maomé: Vida e Legado
Por Larz Trent
Em verdade, temos vos enviado como testemunhas, arautos de boas novas e admoestadores, para que creiais em Allah e em Seu Mensageiro, e o honreis, e respeiteis e O glorifiqueis, de manhã e à tarde.
- Alcorão (Al-Fath, 48:8)
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Este livro é uma obra de ficção. Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor não sendo baseados em fatos reais.
Qualquer semelhança com acontecimentos ou pessoas, vivas ou não é mera coincidência.
Revisão
Virginia Moreira dos Santos
Projeto gráfico e diagramação
Arthur Mendes da Costa
Capa
Anderson Casagrande Neto
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Santos, Luiz Antonio dos
O Último Profeta / Luiz Antonio Dos Santos.
Ed. do Autor, 2023.
Índices para catálogo sistemático:
Religião
Prólogo
O envio, por parte de Allah, de Maomé como o último profeta está intrinsecamente ligado à revelação de conceitos como Paraíso (Jannah) e Inferno (Jahannam), que não eram amplamente estabelecidos na península arábica pré-islâmica. O profeta Maomé desempenhou um papel crucial na transmissão dessas crenças e na consolidação de uma cosmovisão islâmica unificada.
O conceito de Allah, ou Deus, já existia na península arábica pré-islâmica, mas a compreensão do destino da alma após a morte era variada e muitas vezes fragmentada. As tribos árabes tinham crenças diversas sobre a vida após a morte, com algumas delas aderindo à ideia de ressurreição e outras não. No entanto, não havia um sistema teológico unificado e claramente definido em relação ao Paraíso, ao Inferno, ao propósito da vida humana e à prestação divina de contas.
O papel de Maomé como o último profeta foi consolidar e unificar essas crenças e ensinamentos. Ele trouxe a mensagem divina, registrada no Alcorão, que forneceu diretrizes claras sobre a vida após a morte, a justiça divina, o Paraíso e o Inferno. O Alcorão é considerado a palavra literal de Allah e contém orientações detalhadas sobre como viver a vida de acordo com os princípios islâmicos e como preparar o destino da alma após a morte.
Maomé também desempenhou um papel importante na promoção da responsabilidade pessoal e na ênfase na importância do arrependimento e da misericórdia de Allah. Ele unificou a crença em um único Deus, em uma vida após a morte, e na prestação de contas no Dia do Juízo, proporcionando uma estrutura clara e coerente para a fé islâmica.
No Islã, a crença no destino da alma após a morte desempenha um papel fundamental na fé dos muçulmanos. Esta crença é central para entender a finalidade da vida de acordo com essa fé. Os muçulmanos acreditam que a vida na Terra é um teste de fé e ação, preparando-os para o que virá após a morte.
Essa crença no destino pós morte está intrinsecamente ligada à compreensão do Paraíso e do Inferno no Islã. É através do entendimento desses conceitos que os muçulmanos encontram motivação para viver de acordo com os princípios islâmicos, buscando recompensas no além e evitando punições.
Para compreender estes conceitos inicialmente é preciso entender o que é o Islã. O Islã é uma religião monoteísta global que se baseia na crença em um único Deus, Allah, e segue os ensinamentos revelados no Alcorão, o livro sagrado. Allah
é o termo em árabe para Deus, os seguidores do Islã, conhecidos como muçulmanos, aderem a uma série de princípios morais e éticos que incluem a adoração a Allah, a prática da caridade, a busca da justiça e a obediência aos mandamentos divinos contidos no Livro Sagrado. O Islã é uma fé que abrange todas as áreas da vida, desde questões espirituais até aspectos sociais e políticos, com foco central na submissão a Allah e na busca de retidão.
A vida na Terra, de acordo com a fé islâmica, é vista como um período de provação. Os muçulmanos acreditam que cada indivíduo é colocado neste mundo com um propósito definido: servir a Allah, o Deus Único. A finalidade da vida na Terra é, portanto, um elemento fundamental na compreensão do destino da alma após a morte. Durante essa vida, os seres humanos têm livre arbítrio para fazer escolhas morais, estas escolhas definem quem eles são e suas ações e intenções são avaliadas para estabelecer o destino de suas almas.
O Islã ensina que os seres humanos têm a responsabilidade de viver de acordo com os mandamentos de Allah e seguir o exemplo do profeta Muhammad (Maomé). Essa responsabilidade inclui a conduta ética, a prática da justiça, a busca da retidão e a obediência. Cada ação, escolha e intenção na vida cotidiana são consideradas parte desse teste, e os indivíduos são incentivados a agir de maneira justa, compassiva e moral.
Essa ênfase na responsabilidade humana reflete a crença de que os seres humanos têm livre arbítrio para fazer escolhas corretas ou não. A vida na Terra é, portanto, vista como uma oportunidade para demonstrar devoção a Allah e cumprir os propósitos divinos, agindo de acordo com os princípios islâmicos.
Nesse contexto, a vida na Terra não é apenas um estágio transitório, mas um teste que determina o destino da alma após a morte. A responsabilidade humana de viver de acordo com a vontade de Allah é a base sobre a qual a fé islâmica constrói o entendimento do julgamento no Dia do Juízo. Essa crença na responsabilidade pessoal influencia diretamente a forma como os muçulmanos percebem suas vidas e a importância de suas ações.
O Islã (submissão
ou rendição
em árabe) ensina que a vida na Terra é uma jornada temporária, e o destino final da alma humana é determinado no Dia do Juízo, conhecido como Yawm al-Qiyamah. Este é um evento de extrema importância na fé islâmica, no qual todas as almas serão ressuscitadas e comparecerão diante de Allah para prestar contas por suas ações.
O Dia do Juízo é uma crença fundamental que serve como lembrete constante para os muçulmanos de que todas as ações e intenções são observadas por Allah. É nesse dia que as ações e decisões tomadas durante a vida na Terra serão reveladas e examinadas. Não haverá segredos nem escape das consequências dos atos praticados. Neste dia, a justiça divina de Allah será aplicada de forma imparcial. Cada alma será recompensada ou punida de acordo com suas ações. Aqueles que viveram de acordo com os princípios islâmicos e praticaram a justiça, a compaixão e a obediência a Allah serão recompensados com a entrada no Paraíso (Jannah
(جنة
), enquanto aqueles que transgrediram os mandamentos divinos enfrentarão a possibilidade de punição no Inferno (Jahannam
(جهنم).
O Dia do Juízo é um momento de prestação de contas e justiça divina, ele é uma lembrança constante da responsabilidade individual e da importância das ações na vida terrena. Os muçulmanos veem esse dia como a culminação do teste que é a vida na Terra e como a recompensa ou punição para a maneira como escolheram viver suas vidas.
A crença no Dia do Juízo motiva os muçulmanos a viverem de acordo com os princípios islâmicos, buscando a recompensa eterna no Paraíso e evitando a punição eterna no Inferno. É um lembrete constante de que o destino da alma após a morte está intrinsecamente ligado às escolhas feitas durante a vida.
No Islã, o Paraíso, conhecido como Jannah, é um dos conceitos mais significativos no que diz respeito ao destino da alma após a morte. Jannah é o lugar de recompensa eterna e felicidade para os virtuosos que viveram de acordo com os princípios islâmicos e passaram no teste da vida na Terra. A descrição de Jannah nas escrituras islâmicas é cheia de imagens exuberantes e promessas de prazeres supremos. Este é o lugar onde os muçulmanos encontrarão recompensas que superam em muito as alegrias terrenas.
Os jardins de Jannah são descritos como locais de beleza incomparável, repletos de árvores frutíferas e vegetação exuberante. Os muçulmanos poderão desfrutar da sombra de suas árvores e das deliciosas frutas que produzem, também é um lugar de abundância, onde terão acesso a rios de leite, mel e até vinho semelhante ao sagra (سَقْرًا). Essas descrições simbólicas representam a generosidade de Allah.
Uma das características mais significativas de Jannah é a completa ausência de sofrimento, dor e tristeza, os muçulmanos viverão em um estado de felicidade eterna, onde não haverá preocupações nem aflições. Os virtuosos serão agraciados com moradias luxuosas em Jannah, onde poderão viver com conforto e luxo.
Aqueles que entrarem em Jannah podem ser reunidos com seus entes queridos e desfrutar da companhia uns dos outros. Além dos prazeres físicos, Jannah é também um lugar de paz espiritual e proximidade com Allah, ali os muçulmanos desfrutam da presença divina e da alegria espiritual.
Jannah é vista como a recompensa final para aqueles que viveram em retidão e obediência a Allah. Serve de incentivo para que os muçulmanos sigam os princípios islâmicos, busquem a justiça e a compaixão e cumpram sua responsabilidade de servir a Allah. A promessa de Jannah é um lembrete constante da generosidade e da misericórdia de Allah em recompensar aqueles que O servem de maneira sincera e virtuosa, é o destino da alma após a morte que todos os muçulmanos almejam alcançar.
Assim como o Paraíso (Jannah) é parte significativa da crença islâmica sobre o destino da alma após a morte, o Inferno, chamado Jahannam, desempenha um