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Cortejando Um Semideus Arrogante
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Cortejando Um Semideus Arrogante
E-book167 páginas3 horas

Cortejando Um Semideus Arrogante

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Sobre este e-book

Um conde arrogante se apaixona por uma linda jovem... mas tem que competir pelo amor da moça contra um duque invejoso. Um romance histórico com uma pitada de sobrenatural!

Bryce Stirling, o Conde de Winterthorne, não quer de jeito nenhum viajar ao interior inglês para o casamento da prima, Ione, com o filho de um visconde. Mas, quando se abriga na estufa de Summerfield, fugindo dos convidados, pega-se cativado no mesmo instante pela linda mulher que escolheu o mesmo local para se esconder da família – e de um tristão persistente que a deseja para si. A senhorita Wendelin Harlow tem três irmãos mais velhos e superprotetores. Assim que o sedutor Lorde Shellington se interessa por ela no casamento, seus irmãos entram em ação, e Wendelin busca o conforto da estufa para evitar todos eles. Quando encontra o Conde de Winterthorne, deseja conhecer melhor o homem misterioso de quem sempre falam na alta sociedade – mas quase nunca é visto. Não demora para os dois imortais descobrirem que estão interessados pela mesma mulher, e Bryce, de alguma maneira, permite que o Lorde Shellington o convenca a participar de uma aposta pelo amor da senhorita Harlow. Quem ganhar, leva a mulher, mas o perdedor terá que abrir mão da imortalidade.
IdiomaPortuguês
EditoraTektime
Data de lançamento11 de set. de 2021
ISBN9788835430964
Cortejando Um Semideus Arrogante

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    Cortejando Um Semideus Arrogante - Rebekah Lewis

    Capítulo 1

    11 de agosto de 1817

    Bryce Stirling, o terceiro Conde de Winterthorne, cruzou os braços ao encarar, pela janela, o interior inglês em movimento. Summerfield ficava a apenas um dia de viagem de Londres, mas o problema não era essa.

    — Não sei por que temos que ir… — Ele se virou e encarou a muitíssimo velha tataravó com um olhar que intimidaria a maior parte das pessoas. A Duquesa de Ceres, no entanto, pareceu entediada com as reclamações do homem. Reclamações, arrependia-se Bryce, das quais ele não abria mão desde que tinha sido informado que a acompanharia ao casamento de pessoas que o neto sequer conhecia. Honestamente, não compreendia por qual razão estava sendo arrastado ao interior contra sua vontade.

    Claro, a tataravó não era uma velhinha frágil a quem ele tinha que agradar por dever ao laço familiar ou para ser educado. Não, a Duquesa de Ceres era ninguém menos do que a deusa Deméter, e, de acordo com a sociedade londrina, ela era tia dele. Isto, porque parecia ainda mais nova do que a mãe de Bryce, com a pele sem manchas, o cabelo ruivo e os olhos verdes brilhantes e atentos.

    — Por que você está dificultando tanto a situação? Ione é sua prima…

    — Prima de muitos graus — corrigiu-a o neto, ignorando o olhar que recebeu por não a deixar terminar a frase. — Eu não cresci com ela. Eu nunca sequer a conheci.

    — É raro alguém que sabe da sua origem passar mais do que alguns dias em Londres. Faria bem a você ter uma conhecida com quem conversar. Se ao menos você pudesse ir ao Olimpo… — Deméter franziu a testa. Esta era uma queixa comum. Fazia tempo que Zeus tinha fechado os portões para os forasteiros, incluindo para os membros do próprio panteão que não estavam presentes quando o cadeado mítico foi fechado. Sendo semideus, Bryce deveria poder fazer uma visitinha ao outro lar ancestral quando desbloqueasse os seus poderes divinos, mas, infelizmente… nunca teria essa chance. Não havia como sentir falta daquilo que nunca tinha vivido. Por alguma razão, a ideia de jamais visitar o Olimpo sequer o incomodava.

    — Não preciso conversar com ninguém sobre isso. — Por que precisaria? Ser um semideus tinha seus pontos positivos, mas não era como se a sua condição tivesse se tornado um fardo tão grande ao ponto de Bryce não a aguentar. Ainda era novo, tinha vinte e cinco anos e uma vida toda para aproveitar suas… habilidades.

    — As irmãs de Ione vão estar lá. Bem, pelo menos um punhado delas. Nem todas vão conseguir comparecer, já que têm outras obrigações.

    Em resposta a isso, Bryce bufou. Que tipo de obrigações uma sereia tinha?

    — Tenho certeza de que as ninfas do mar são uns amores, mas não tenho interesse em ser atormentado nem em ser afogado por uma delas. — Era o que elas faziam, afinal de contas. O fato de o Capitão Harlow estar se casando com uma ninfa que havia rejeitado aquela parte de seu ser era um acidente e nada mais. Desejava sorte ao homem.

    Deméter assentiu.

    — É o meu sangue correndo pelas suas veias que o deixa tão preocupado. Você quer ficar em terra, e o mar parece que está fora de questão para você. — Ela alisou a saia verde desbotada do vestido, que exibia rendas prateadas e bordados de contas. — Isso, e o medo de ser levado e enganado como aquele filho horrendo do…

    Ele ergueu a sobrancelha.

    Pigarreando, Deméter continuou, a voz mais calma:

    — O que eu quero dizer é que… o sofrimento de Perséfone se transformou em um estresse sem fim dentro da nossa linhagem. Talvez seja culpa minha, também. — Ela deu de ombros e encarou o teto, como se buscasse o perdão pela reação exagerada, há tantos séculos, quando os tios avós de Bryce, Perséfone e Hades, abalaram o panteão com seu casamento. Deméter nunca perdoou Hades. — Se ele não a tivesse enganado com aquela romã…

    Não querendo entrar naquele assunto outra vez – porque, quando ela começava a reclamar de Hades, a conversa podia se arrastar por dias –, Bryce voltou a focar nas ninfas do mar, com quem a tataravó queria arranjar um encontro para ele.

    — Respirar estaria fora de questão para mim caso eu sequer olhasse por tempo demais para uma dessas ninfas. — Sem mencionar que os poderes dele estavam enraizados na terra, e o homem não pretendia se afastar de sua fonte de poder.

    — Ah, que seja. Mas não significa que você não possa se divertir e conhecer a Ione e o Capitão Harlow. Você precisa de mais amigos em Londres, dos quais não tenha que esconder o seu verdadeiro eu. Como eu lhe disse, faria bem a você.

    Ela tinha razão, mas Bryce não precisava concordar. Teria preferido conhecê-los em Londres. Aparentemente, havia comparecido a um baile, há pouco tempo, onde tanto ele quanto Ione estiveram presentes, mas Deméter não achou prudente apresentá-los naquela ocasião – só os deuses sabem por qual razão. Poderia tê-lo poupado de uma viagem inoportuna de carruagem.

    Permaneceram em silêncio pelo resto do caminho, que não se alongou muito. Após ajudar Deméter a descer da carruagem, virou-se e encarou a Mansão Summerfield. Era peculiar, apesar de pertencer a um visconde. O Capitão Harlow, na maior parte do tempo, morava ali sozinho – de acordo com os rumores –, enquanto o visconde e a viscondessa, junto com os três filhos, preferiam a agitação e o burburinho de Londres. Os arbustos e os canteiros estavam bem cuidados, mas logo ficou aparente que, quem quer que fosse responsável pela propriedade não tinha muita imaginação se tratando de criar um jardim imponente e digno de receber visitas.

    — Devo insistir para que não se meta com a flora deles, Bryce. — A firmeza no tom de Deméter chamou-o de volta para a realidade. — Com certeza notarão, e nem todo mundo aqui sabe que existem olimpianos entre eles.

    — Bem, mas nem sempre consigo controlar a necessidade de usar magia. — O mau humor continuou a piorar. Odiava quando recebia broncas como se ainda fosse um garotinho. Era um homem agora. Seu poder de criar e controlar plantas era facilmente mantido em segredo quando em casa, em Winterthorne, com seu grande invernadouro e jardins, mas, na grande casa em Londres, o diminuto jardim e estufa não eram de grande ajuda. A terra o chamava para ser semeada e cuidada, e algumas flores cairiam muito bem em Summerfield, mesmo que não fosse ele o responsável por plantá-las.

    Os criados os levaram para dentro da mansão, então, foram rapidamente guiados ao outro lado, passaram pela porta dos fundos e deram de cara com um penhasco com vista para o Mar do Norte. Abaixo, um pedaço de floresta encobria a descida que acabava na praia, que, por enquanto, permanecia fora de vista, apesar do ar e da brisa marinhos. Pelo menos, havia um montão de árvores ali. Bryce emitiu um chiado baixinho, impaciente. Deméter o encarou de soslaio, furiosa, e ele fingiu não ter percebido. Em vez disso, focou nas pessoas ao redor.

    Um padre conversava com um cavalheiro mais velho, e Bryce o reconheceu rapidamente como o Visconde de Summerfield. Havia muitas mulheres se demorando por ali, com chapéus elaborados que cobriam o cabelo, mas o vislumbre de uma mecha toda violeta lhe chamou a atenção quando uma das moças prendeu o cacho solto sob o chapéu, escondendo-o. Ah, as ninfas do mar. Eram conhecidas por suas cores interessantes; muitas não conseguiam passar desapercebidas por conta disso.

    — Parece que nos atrasamos para a cerimônia. — Deméter apontou para a esquerda, onde uma mulher de cabelo dourado e pele beijada pelo sol sorria amavelmente para um homem de cabelo escuro, que segurava as duas mãos dela enquanto lhe dizia algo. Diversas ninfas os bajulavam, exibindo curiosidade – algumas até mesmo inveja, caso os seus biquinhos provassem algo. — Vou cumprimentá-las e as trarei aqui. Não saia do lugar.

    Como se Bryce tivesse algum outro lugar para ir… mas, logo que Deméter desapareceu na multidão de ninfas, o homem se mandou na direção oposta, lançando olhadelas ao redor e evitando as pessoas como podia.

    Quando ninguém mais parecia se importar com ele, agachou-se e passou pelos arbustos nos limites da mansão, logo, contornou-a e, então, piscou. Uma estufa se assomava no limite das árvores, escondida da parte da frente da casa por um muro de pedras e por um portão de ferro fundido. Com certeza, Deméter o acabaria encontrando ali, mas era um esconderijo que, por enquanto, daria para o gasto.

    Atravessou o terreno e alcançou a estufa. Em seguida, verificou se estava trancada, mas conseguiu abri-la sem dificuldade. Deu uma olhadinha sobre o ombro para garantir que não tinha sido seguido, esgueirou-se para dentro e fechou a porta. Soltando um suspiro aliviado, fechou os olhos e inalou o aroma suave e terroso das folhas e das flores fragrantes. Não se interessava nem um pouco em fazer amigos, e a pontinha dos dedos coçava com a vontade de usar a energia que não podia ser exibida na frente dos mortais.

    Quando abriu os olhos e se virou para analisar o que a estufa tinha a lhe oferecer, deu de cara com os olhos grandes e muito azuis de uma jovem de cabelo marrom-escuro, envolta por um vestido rosa desbotado, que combinava perfeitamente com o corar rosado de suas bochechas. Bryce perdeu o fôlego. Por que ficou surpreso em tê-la encontrado ali? Por que a sua beleza tinha feito as entranhas dele se remexerem de um jeito estranho? Uma situação interessante, sem dúvida.

    — Eu te conheço — disse ela, de repente, levantando-se da cadeira ao lado de uma mesa diminuta nos fundos da estufa. A mulher tinha estado podando folhas mortas de uma pequena lavanda do vaso logo em frente. — Conde de Winterthorne, acho. Mas não fomos devidamente apresentados.

    Ele assentiu, e um cacho louro de seu cabelo caiu sobre os olhos. Então, devolveu-o ao lugar.

    — Eu mesmo. E quem tenho o privilégio de encontrar nesta estufa sossegada à beira-mar? — Nossa, ele realmente tinha exagerado, não tinha? Estremeceria se ela não estivesse acompanhando todos os movimentos dele, como se tentando descobrir todos os seus segredos.

    — Senhorita Wendelin Harlow. — Ela fez uma mesura, e Bryce não soube dizer se estava sendo educada ou zombando-o. No entanto, agora que sabia quem ela era, o fato de aquela moça estar ali deixou tudo muito mais interessante.

    Apoiou as costas na porta e cruzou os braços, dando a ela o seu sorriso mais malandro.

    — E o que, conte-me, por favor, a irmã do noivo está fazendo escondida no dia do casamento dele?

    Ela piscou, pois claramente não estava esperando ser acusada de tal coisa, mesmo sendo verdade.

    — Ah… bem… — A moça sentou-se outra vez. — Meus irmãos são superprotetores. — Ela franziu a testa para a planta em sua frente, então, para a pilha de folhas mortas que ela mesma havia criado ao lado do vaso. — Eu estava caminhando ao redor da propriedade com o Duque de Shellington, e acho que ele tentou me roubar um beijo… — Ela corou e deu uma espiada em Bryce pelo canto do olho.

    O homem não achou que ela fosse revelar algo tão escandaloso, e o conde não sabia quem o Duque de Shelligton era. Nunca tinha ouvido falar nele, o que não fazia sentido. Se era um nobre – um duque ainda por cima –, com certeza deveria conhecê-lo. De repente, ficou irritado – porque não conseguia se lembrar do duque, obviamente, e por nenhuma outra razão –, mas assentiu para que ela continuasse.

    — Jonathan estava saindo da casa

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