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Escondendo O Rei Feérico
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Escondendo O Rei Feérico
E-book250 páginas3 horas

Escondendo O Rei Feérico

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Sobre este e-book

Recentemente descobri que sou o rei feérico que presumiam estar morto. Mas nem tudo são coroações e revoluções conforme eu esperava. O Conservatório Bramble's Edge Academy foi criado para ensinar os feéricos a controlarem e exercerem seu poder elemental. E eu só completei o primeiro dos três anos. Não tenho o poder de que preciso. Tenho mais poder do que esperava e nem a mais vaga ideia e como utilizá-lo. Que dirá ter a capacidade de eliminar os responsáveis pela morte dos meus pais antes que eles cheguem a mim. A notícia de que o rei voltou se espalha, e meus amigos lutam para manter a minha identidade em segredo. Os responsáveis pela destruição do mundo feérico começam a me pressionar ainda mais, deixando os meus entes queridos no fogo cruzado. Maurelle e Brokk acabam sendo atingidos. Gostando ou não, preciso correr riscos enormes se eu quiser salvar aqueles que são mais próximos de mim e ter uma chance de libertar o resto do reino. O relógio está correndo, e o tempo está chegando ao fim.
IdiomaPortuguês
EditoraTektime
Data de lançamento4 de jul. de 2022
ISBN9788835437291
Escondendo O Rei Feérico

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    Escondendo O Rei Feérico - Brenda Trim

    CAPÍTULO UM

    — Isso é nojento pra caramba —Sol resmungou, ao segurar uma sacola plástica da qual pingava uma gosma marrom.

    Ryker estremeceu e a bile subiu por sua garganta, deixando-o mais enjoado do que já estava. A atmosfera ao redor ficou violenta de repente e, em vez de afastar aquela catinga, manteve-a girando abaixo do nariz.

    Acessando seus poderes elementais, tentou se concentrar no vento que se afastava do seu corpo, mas tudo o que conseguiu foi deixá-lo um pouco mais forte. Os ventos rasgaram a sacola em suas mãos e as ondas aumentaram em volume, ameaçando afogar todos eles. Se não tomasse cuidado, acabaria causando um terremoto e, quem sabe, um incêndio.

    Balançando a cabeça, respirou fundo várias vezes e quase vomitou com o esforço. Em vez de tentar usar os elementos, ele os abafou. Tão forte quanto supostamente era, Ryker ainda não tinha controle sobre as habilidades.

    Concentrando-se na tarefa em mãos, ele perguntou:

    — Quem é o filho da puta que jogaria aquilo no mar? Não quero nem imaginar que merda é.

    — Os humanos não se importam com o que jogam fora. Não têm a mesma conexão com os elementos que a gente —Brokk adicionou, com um grunhido.

    Ele não estava errado. Poluição de qualquer tipo deixava os feéricos doentes e enfraquecia seus poderes. Essa era a razão para ele e os amigos estarem limpando o pequeno trecho da praia que os feéricos podiam visitar. Várias vezes ao ano, muitos moradores da Edge caminhavam até a beira da água armados com sacolas e luvas.

    Não era exatamente como Ryker imaginava passar as férias do conservatório, no entanto, ali estava ele. Achou difícil ficar quieto e não tomar uma atitude em prol do seu povo. Fazia poucas semanas que havia descoberto sua verdadeira identidade.

    Além disso, mal compreendia o verdadeiro significado de ele ser o rei dos feéricos. Era o único herdeiro vivo do trono de Mag Mell porque os pais convenceram uma serva a escapar com ele e a escondê-lo.

    A fêmea que, pela vida inteira, ele acreditou ser sua mãe era, na verdade, a criada da sua mãe verdadeira. Isso não a fazia menos sua mãe aos seus olhos. Não tinha como amá-la ainda mais pelo sacrifício que ela tinha feito pela família dele e por todo o reino. Se não fosse por ela, Mag Mell estaria perdida para sempre.

    Ele tinha passado várias semanas tentando mostrar o quanto a amava ao ajudá-la no trabalho. Esteve praticamente colado nela desde que as férias de final de ano tinham começado. Acabou se mostrando a melhor das decisões em mais de uma ocasião. Ela quase tinha sido roubada, mas Ryker estava lá para salvar ela e seu dinheiro ganho com muito esforço.

    Recusando-se a pensar no perigo que a mãe corria diariamente, ele se concentrou na tarefa e na conversa que estava rolando naquela hora. Se ficasse ainda mais obcecado por Galina, não seria capaz de voltar ao conservatório de Bramble’s Edge Academy dali a poucos dias, como ele deveria fazer.

    Não estava prestes a virar uma pilha de asas quebradas em seu segundo ano. Pode ter matado a maligna diretora no final do ano passado, mas não era estúpido o suficiente para acreditar que aquilo poria um fim à manipulação e aos problemas.

    O objetivo da escola de ajudar os feéricos a aprimorar seu controle sobre os elementos tinha sido desviada de seu propósito original, assim, puderam criar escravos que obedeciam aos humanos cegamente. O instinto de Ryker dizia que havia mais coisa ali, mas não fazia ideia do quanto mais. Independentemente disso, a corrupção estava presa em sua garganta como uma faca de dois gumes. Afinal de contas, o bisavô havia criado o conservatório para evitar que o caos e a catástrofe rebentassem quando os feéricos destreinados libertassem seus elementos sem querer.

    — E o conselho permitiu — Ryker interveio. — Precisamos fazer algo quanto a isso antes que percamos ainda mais do nosso reino.

    Daine, Brokk e Sol se viraram para ele, todos fazendo cara feia. A forma como esquadrinharam os arredores disse a Ryker que eles se preocupavam que alguém tivesse ouvido o que ele havia acabado de dizer. Sentinelas ladeavam a área onde a areia encontrava a trilha de pedra que levava até a Edge. Outro grupo estava perto do muro de tijolos que separava as praias de Furness. A horrível fachada escondia Dornwich completamente. Parecia que os humanos não queriam se lembrar de quem tinham roubado a terra.

    — Cuidado, irmão — Brokk avisou. No decorrer do último ano, Ryker tinha se aproximado tanto dos colegas de dormitório que os considerava dentre os poucos em que confiava. Pretendia nomeá-los como sua guarda real quando assumisse a coroa. Não tinha dúvida de que os amigos levariam o trabalho a sério. — Você não faz ideia de quem pode te ouvir aqui fora.

    — Como você aguenta essa merda? Estou tão cansado de ficar parado sabendo que posso fazer alguma coisa… — Ryker contra-atacou, em voz baixa.

    — Eu sei, mas a gente precisa. Lembra do que a sua mãe e a Shiloh disseram? Vamos limpar perto dos penhascos — Daine sugeriu. — Vai ser mais seguro lá.

    Concordando, o — quarteto fantástico — voltou a catar o lixo. Segurando o fôlego, Ryker pegou os restos do que parecia ter sido uma calça. A peça estava rasgada e manchada. Era impossível determinar a fonte das manchas, mas não havia dúvida de que garras ou lâminas tinham sido usadas para destruir a vestimenta.

    Enfiando tudo na sacola, continuou a juntar o lixo enquanto imaginava como tantos dejetos podiam se acumular em dois meses. Os feéricos nunca ficavam muito tempo sem limpar o lugar. Não podiam. A imundície os envenenava.

    Erguendo a cabeça, esquadrinhou a costa e viu crianças ajudando os pais. Até mesmo os idosos faziam a parte deles. A raiva o consumiu, e seus membros tremeram. A energia borbulhou no peito, dizendo a ele que tinha ativado o manto do rei de alguma forma.

    Quando sondou a área, ainda havia uma bolha em torno da energia, mas, agora, pressionava a barreira em busca de uma forma de se libertar. Não havia dúvida de que queria fazer algo para ajudar o povo que sofria.

    Podia ser loucura, mas Ryker via o manto como uma entidade distinta. A coisa estava no processo de se integrar a ele, e, com isso, vinha a certeza de que a prioridade e o propósito da coisa era o bem-estar de todos os feéricos.

    — Mas que porra…? — Brokk irrompeu, fazendo Ryker mover o olhar. Todo mundo que juntava o lixo estava indo em direção ao grupo deles.

    Testando uma teoria, Ryker deu vários passos para longe dos amigos. Seu queixo caiu quando o grupo mudou o rumo e começou a segui-lo. Sua mente explodiu com um milhão de pensamentos simultâneos.

    Concentrando-se no que era mais importante, Ryker olhou para os Executores e percebeu que estavam de olho nele. Não era o tipo de atenção de que precisava naquele momento. Sem se preocupar em tirar a luva suja, enfiou a mão no bolso e apertou o talismã, forçando-se a pensar em Maurelle.

    Em questão de segundos, os que vinham em sua direção pararam e, depois de olharem ao redor, voltaram à tarefa. Um suspiro de alívio deixou os seus lábios, e ele retirou a mão, deixando o amuleto no bolso.

    Indo em direção aos penhascos, Ryker permitiu que a mente vagasse para a fêmea sexy que consumia os seus sonhos e quase todas as horas acordado. Os olhos cinzentos e tempestuosos de Maurelle sempre escureciam quando ela estava excitada. Pensar nela normalmente levantava o seu ânimo – e outras coisas.

    Obrigando o pau a se comportar, Ryker se permitiu pensar mais um pouco na bunda empinada de Maurelle e nos seios perfeitos. Fazia muito tempo desde que ele a tinha beijado, que dirá fazer outra coisa. Sentia muito a falta dela, e ela era a única coisa pela qual ele ansiava quando pensava em voltar para o conservatório.

    O fio forte que unia ele e Maurelle pulsava quase o mesmo tanto que o manto. Era o que o mantinha são e de pés no chão. Além disso, dava a ele motivo para continuar escondido, pois Ryker não colocaria um único fio daquele cabelo rosa em perigo. Faria qualquer coisa para garantir a segurança dela.

    Uma olhada rápida aos amigos o lembrou do aviso que a Peridun tinha lhe dado umas semanas atrás. Como ela poderia ter pedido para que ele incorporasse esses machos no seu relacionamento com Maurelle? Levou dois dias para a raiva passar o suficiente para que pensasse direito na proclamação de Shineah de que ele precisaria abrir o relacionamento deles para os amigos.

    Odiava a ideia de compartilhar Maurelle, mas estava começando a ver a sabedoria por trás daquilo. E, se fosse sincero, o feérico estava intrigado.

    Shineah não lhe explicou por que ele precisava expandir o círculo íntimo, mas tinha a sensação de que era para manter Maurelle em segurança. Não estava claro se ele seria capaz de continuar escondendo quem e o que ele era. Para salvar Maurelle e os amigos do maio número de problemas, caso sua verdadeira identidade viesse à público, Ryker pensou em compartilhar a fêmea com os machos que o rodeavam naquele momento.

    Os feéricos eram criaturas apaixonadas que precisavam de intimidade. Ninguém na Edge julgava ou degradava os outros por se entregar ao sexo. Isso ficava por conta dos humanos, que viam os feéricos como seres nojentos sem nenhuma moral. Isso não podia estar mais longe da verdade. A intimidade era uma entrega natural às suas necessidades físicas.

    Não havia nada errado em dar e receber prazer com participantes dispostos. Não havia isso de estupro entre os feéricos. De novo, forçar os outros ao sexo só acontecia entre os humanos. Quando você não renega nem reprime as suas necessidades, elas não assumem e corrompem o seu comportamento, nem podem ser transformadas em algo cruel e monstruoso.

    Ryker não gostava muito da ideia de compartilhar Maurelle, mas, quando aquilo surgiu na sua cabeça, pareceu certo de alguma forma. Ninguém suspeitaria que o rei estaria disposto a compartilhar a sua fêmea com os outros. Fazer isso não só desviaria a atenção do fato de ele ser da realeza, mas protegeria aqueles de quem ele gostava.

    O sangue de Ryker aqueceu e o membro ficou rijo ao imaginar a boca de Maurelle se movendo no pau de Brook ou nos lábios de Sol. Não, não odiava a ideia deles seis juntos nem um pouco. Aquilo o abalava até a alma. Vinha se sentindo muito possessivo desde o minuto em que colocou os olhos naquela fêmea. Então o que havia mudado agora?

    O laço que compartilhava com ela, percebeu de repente. Sequer pôde considerá-lo antes, quando lutava contra toda a atração por ela. Havia uma batalha silenciosa entre querer Maurelle por perto e mantê-la à distância que consumia todo o seu foco. Quando ele enfim cedeu, passou muito tempo tentando compensar tê-la tratado tão mal.

    — Você não pode fazer essas merdas, Ryk — disse Sol, entre dentes.

    Balançando a cabeça para clarear os pensamos e acalmar o corpo, Ryker enfiou uma carcaça meio comida na sacola.

    — Não foi de propósito. Eu nem sei o que aconteceu.

    — A coisa que a Shineah te deu para esconder que você é o rei está falhando? — Brokk perguntou. Ryker inclinou a cabeça para o lado. O amigo não era o mais eloquente dos machos, mas era tão leal quanto os outros. Ryker confiava nele com a própria vida e, por conseguinte, a vida de todos os feéricos.

    A verdade era que nenhum deles entendia o que estava acontecendo. Na maioria dos dias que, nem se esforçavam para entender. Toda a energia deles era gasta para proteger e esconder a verdadeira identidade de Ryker enquanto agiam como se nada estivesse errado.

    — Não. Posso sentir o amuleto envolvendo o meu poder como uma bolha, mas, quando eu fico puto, essa coisa pressiona os meus limites — confessou Ryker.

    A risada de Daine pareceu forçada.

    — A Shineah precisa te dar umas ervas para você acalmar essa merda.

    — Vai se foder — Ryker retrucou com um sorriso antes de se abaixar e catar mais lixo.

    O barulho assustou o grupo, e eles viraram a cabeça de supetão. Esquadrinharam os penhascos enquanto Ryker sussurrava:

    — Vocês estão vendo alguma coisa?

    — Não == Sol murmurou baixinho.

    — Há cavernas lá? —Brook perguntou. a voz mais alta que a dos outros.

    Ryker nunca passava muito tempo na praia e, quando ia, ficava quase o tempo todo na água. Conectando-se com o seu elemento da terra, enviou apenas um fio de poder para tentar detectar qualquer abertura.

    Nunca tinha tentado fazer isso antes, e não tinha certeza de que era possível. Era o tipo de habilidade que os feéricos da sua idade precisavam que o conservatório ensinasse. Esse ano, aprenderia mais sobre as habilidades e as limitações dos seus elementos. Esse era outro motivo para ele voltar. Precisava muito desse conhecimento para se tornar um rei eficiente, mas não era isso que mais o motivava. Estar perto de Maurelle era.

    Quando a sensação de rocha sólida ecoou, depois de ele lançar o poder na face do penhasco, Ryker ficou aliviado. Continuou a lançar o poder elemental, parando ao encontrar uma área escondida que era oca.

    — Ali. — Ryker apontou para uma área a pouca distância.

    O grupo foi até ela para dar uma olhada. De início, Ryker pensou estar errado sobre aquilo ser uma caverna, até que chegaram à divisão. Havia uma abertura entre duas camadas de rocha, as quais tinham um ângulo tão fechado que a entrada ficava escondida.

    O frio escorreu pela coluna de Ryker ao se aproximar da caverna.

    — Talvez não devêssemos entrar — Daine deu o aviso quando Ryker avançou para dentro.

    Olhando para trás, deu de ombros.

    — Se houver algo aqui dentro não serão humanos nem executores. Como poderia ser perigoso? Talvez sejam parte da resistência que está escondida.

    Um dos amigos bufou quando Ryker entrou na caverna úmida e escura. O cheiro de bolor encontrou o seu nariz, mas nada tão ruim quanto os dejetos que estiveram catando por toda a manhã.

    Uma rápida olhada ao redor lhe disse que o espaço não era muito profundo e que estava vazio.

    — O que quer que tenha sido o barulho, não veio daqui. Você detectou mais alguma coisa? — Sol perguntou.

    Ryker se virou para ele e tropeçou quando algo duro o atingiu pelas costas. Parecia algum tipo de prancha. Um grito abandonou a sua garganta e, antes que acabasse na parede, ouviu gritos e carne atingindo carne.

    O ar soprou o seu pescoço, obrigando Ryker se esquivar antes de fazer outro movimento. Algo bateu na rocha acima dele. Pelos sons da colisão, parecia que o atacante tinha batido a prancha na parede. Choveram fragmentos de argila ao seu redor, e ele ergueu os braços para proteger a cabeça e o pescoço.

    Ficando de pé, Ryker se pegou frente a frente com um centauro irritado. A criatura metade homem, metade cavalo rosnou para ele e ergueu uma ripa de madeira quebrada acima da cabeça. Agachando-se em uma postura de luta, Ryker atacou a besta. O ombro atingiu logo abaixo do peito. O centauro empinou-se sobre as patas traseiras e escoiceou com as dianteiras.

    Um casco encontrou o peito de Ryker e algo se quebrou. Em um instante, respirar se tornou impossível. Arfando, esquivou-se de outro golpe e pegou a tábua que o centauro tinha deixado cair.

    Erguê-la fez com que agonia espiralasse em seu peito. . Ignorando o desconforto, Ryker brandiu a arma improvisada e atingiu a pata mais dianteira do centauro. Um estalo alto ecoou pela caverna antes que osso rompesse a pele grossa.

    O sangue jorrou e a besta caiu. Antes que Ryker pudesse finalizar o trabalho, mãos grandes e verdes pousaram em seus ombros e, no segundo seguinte, ele voava pelo ar. Bateu as asas para tentar diminuir o impacto, mas de nada adiantou. Estava indo rápido demais.

    Em um borrão de movimento, viu o trol vindo com tudo na sua direção. Quando atingiu o chão, Ryker pensou que tinha se preparado para a dor no peito, mas de jeito nenhum tinha se preparado para a agonia.

    Ficando de pé, passou um braço ao redor do peito e pegou a madeira com o outro. Pulando na direção do trol, ele usou as asas para manter o equilíbrio. A madeira se conectou com uma coxa do tamanho de um tronco de árvore e sacudiu todo o seu corpo.

    — Que merda vocês querem? — ele gritou para os feéricos que os atacavam. Brook lutava com um vampiro enquanto Daine se atracava com um barguest, o cão demoníaco, e Sol enfrentava outro centauro.

    Teriam essas criaturas saído dos túneis abaixo da Edge? Ano passado, os estudantes tinham sido mandados para lá como uma de suas provas. Maurelle quase morreu nos esgotos. Ryker tinha certeza de que o conselho usava os estudantes como uma forma de controlar a população lá de baixo, para que ela não saísse do controle.

    — Você nos convocou, rei feérico — o trol disse em uma voz que parecia cascalho.

    Ryker recuou e abaixou o braço que segurava a arma.

    — Do que, em nome dos deuses, você está falando? Eu não sou o rei. Ele e o herdeiro foram mortos há décadas.

    A luta parou com as perguntas. O trol olhou para os outros com o rosto franzido em clara confusão. O vampiro afundou as presas no pescoço de Brokk e recuou.

    Brokk gritou no instante em que foi mordido e conseguiu agarrar a cabeça do vampiro antes que a criatura rasgasse a sua garganta. Com uma torção forte, ele quebrou o pescoço do vampiro. Aquilo não mataria a criatura, mas a incapacitaria por um tempo.

    A ação fez Ryker entrar em movimento e saltar para cima do trol. Ergueu a mão e mirou no rosto da criatura. O impacto parou o seu movimento. Tanto ele quanto o trol caíram no chão. O peito pegou fogo quando um dos braços gigantes do trol pousou em seu corpo.

    Passos soaram altos na terra, dizendo a Ryker que alguém vinha em sua direção. Empurrando com toda a força, conseguiu mover o braço morto o bastante para rolar de debaixo do trol. A arma estava presa em uma órbita ocular.

    Precisando dela para se defender do centauro machucado que se aproximava mancando, Ryker subiu no peito

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