No Limiar Da Inexistência

De Dirce Vieira Guesse

No Limiar da Inexistência marca a estreia literária da poetisa Dirce Vieira Guesse, revelando, aos 91 anos, uma obra que atravessa sete décadas de sua vida. Em uma jornada poética, ela compartilha sua perspectiva única sobre dores, amores, amarguras, solidão, alegrias, perdas e a passagem inexorável do tempo, simbolizado pelo vento constante que permeia suas poesias. As palavras de Dirce, ora doces, ora amargas, pintam um retrato vívido de sua vida e visão de mundo. Conhecer essa mulher de princípios sólidos e mestra das palavras é um privilégio agora ao alcance de todos. Ao ler suas poesias, você terá a oportunidade de admirar e compartilhar a essência de Dirce Vieira Guesse, uma artista das palavras como poucas. Deixe-se envolver por sua poesia e propague o legado desta notável mulher.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 21 de jan. de 2024

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NO LIMIAR DA INEXISTÊNCIA

POEMAS DE UMA VIDA

DIRCE VIEIRA GUESSE

2024

Todos os direitos reservados. Este livro ou qualquer parte dele não pode ser reproduzido ou usado de forma alguma sem autorização expressa, por escrito, do autor ou editor, exceto pelo uso de citações breves em uma resenha do livro.

Capa: Arquivo pessoal

Fotos do miolo: Arquivo pessoal da autora

Arte da capa e ilustrações do miolo: Andrea J Guesse

Foto pag.34,38 : Andrea Jardim Guesse

Revisão e digitação: Fernanda Guesse

Editora: Estante Fantástica

Primeira edição, 2024

ISBN 978-65-00-89273-4

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Obrigada Andrea, Paulo e Fernanda, filhos queridos, por realizar meu sonho de ver minhas palavras impressas em um livro.

Macaé,2024

Prefácio

Conhecer uma mulher como Dirce é privilégio para poucos. Uma mulher que registrou ao passar de 7 décadas, dores, amores, amarguras, solidão, alegrias, perdas e o tempo muito simbolizado pelo vento constante em suas ora doces, ora amargas poesias sobre sua vida e visão de mundo. Eu sabia que ela era mulher inteligente com palavras afiadas e memória quase inacreditável, apesar de só vir a conhecê-la intimamente, com ela já de cabelos brancos como as nuvens e o corpo atingido pela intratável doença de paget.

Dirce conversa, discute, briga e faz as pazes com o tempo que passa através do vento. Mineira nascida em 1932 na cidade de Cataguases que cresceu no início do século XX, movido ao crescente de indústrias e de fervilhante núcleo cultural com obras de Portinari, Djanira e arquitetura de Niemeyer sendo trazidas pelo trem que cortava a pequena cidade. Sua poesia começa muito jovem, mas o primórdio nunca leremos, um dia ela achou bobagem as palavras escritas na mocidade e jogou fora na lata do lixo da farmácia que trabalhava. Viveu sua vida como muitas mulheres, dedicada apenas a família, 4 irmãs, 4 filhos e ao marido até a viuvez precoce.

O seu ofício de poesia foi construído aos poucos como tijolinhos em uma construção demorada. Essa arte é como construir uma casa, adicionando pensamentos lentamente e cobrindo imperfeições com palavras bem escolhidas. Escrever, no entanto, não é uma ciência exata, mas uma arte fluida, como misturar água com ingredientes secos da argamassa. Exige habilidade para determinar a fluidez do texto, colocar palavras na ordem certa e observar detalhes que tornam a obra única. Finalmente, como rebocar uma parede, a escrita requer força para ser exposta ao mundo. Para ser avaliada, sentida, tocada por outros que lhe serão seus definitivos donos. Dirce como um excepcional mestre de obras das letras, construiu sua própria poesia com sensibilidade e um talento autodidata inegável.

Conhecer uma mulher como Dirce era privilégio para poucos. Agora, ao ler suas poesias você poderá admirá-la e conhecer uma faceta desta mulher de fiéis princípios e artista das palavras ímpar. Deixe-a célebre. Leve suas poesias para outros.

É o seu sonho como poetisa.

Andrea Jardim Guesse

Escritora e ilustradora

Não me conhecem

Caí na arapuca

Dos meus sonhos

Enfeitei demais

Romanceei a vida

Não fui compreendida

Nem entenderam

Fui desconhecida

Ninguém percebia

Minha revolta

A convivência tão fria

Foi caindo em minha volta

Uma a uma

A esperança

O companheirismo

A confiança

O amor

Sumiu sem dor

Apagou o fogo

Da paixão

Virou irmão

Só foi um fogo

Perdido, sem valor

Ainda sou desconhecida

Mirante, 14 de junho de 2006

Bolinha de Sabão

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Explode

Mas logo

Ela sobe

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A gente sopra

Bolinha de sabão

É como uma

A vida

                            E cai no chão