Retalhos Da Lembrança
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Retalhos Da Lembrança - Miro Teixeira
MIRO TEIXEIRA
RETALHOS DA LEMBRANÇA
Brasília, 2024
© 2024, Miro Teixeira
algemiroteixeira@hotmail.com
Título: Retalhos da Lembrança
Edição do Autor - Algemiro Teixeira da Silva Filho
Composição/Editoração/Capa: prof. John Carth
Mágico – Assessoria em Publicações
1ªEdição do Autor: março, 2024
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS
APRESENTAÇÃO
(DIS)SINTONIA NO AMOR
CARLOS ALBERTO X MISTER FRANZ
EM BUSCA DE MIM MESMO
MEMORÁVEIS RECORDAÇÕES DO TEMPO EM QUE MEU MAIOR SONHO ERA PODER ME DEDICAR APENAS AO MEU ESTUDO, MAS NÃO ERA POSSÍVEL
MEMÓRIAS
MEUS MOMENTOS ESPECIAIS NO 4 DE JULHO, O DIA DA INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS EM NOVA IORQUE
NÃO FOI TÃO SIMPLES ASSIM, MAS É VERDADEIRO
O DURO INGRESSO NA VIDA MILITAR
O FANTASMA DE PAPA-CAÇA
O SER HUMANO E SUAS AÇÕES
O SOLDADO CRUZ
O SOLDADO ALFREDO
NORA
SE ALGUÉM TIVER QUE SOFRER, QUE NÃO SEJA EU
NEM TUDO É COMO PARECE
POR UM TRIZ
SE CONTAR, NINGUÉM ACREDITA
SÓ POR CAUSA DO CANTAR DO GALO
SÓ POR CAUSA DO CANTAR DO GALO, SEGUNDA PARTE
AGRADECIMENTOS
Um livro como esse que acabo de escrever, traz muito das minhas memórias de lugares, momentos e pessoas, algumas queridas e outras tanto mais, mesmo assim agradeço a todos que colaboraram de alguma forma para sua construção.
A minha esposa Leila, os meus filhos Leonardo, Eduardo e Ana Lívia, minha fiel revisora e companheira.
Ao meu amigo John que pacientemente me acompanha organizando os escritos e me ajudando a publicar, sem ele eu não me consideraria apto a tanto. Obrigado John Carth. Devo muito a você durante essa trajetória e espero que a de muitos outros.
A minha irmã Linda e minha sobrinha Janaína que mesmo que eu a ofereça a obra escrita, ela não aceita e faz questão de adquiri-lo quando lançado.
Aos meus queridos amigos que carinhosamente fazem ótimos comentários da obra que leram e fico lisonjeado.
APRESENTAÇÃO
As pessoas que me conhecem vão ter o prazer de conhecer de mim aspectos distintos em cada história contida nessa obra que muito me agradou escrever.
Retalhos da Lembrança não nasceu como um projeto de uma obra literária onde o valor intrínseco pressupõe um estilo ou até mesmo preparo na transposição desse sentimento para o papel; e sim de escrita de momentos vindo das nossas lembranças vividas ou não, mas que aflorando a qualquer hora, sem aviso, exigindo, pois, todo cuidado, atenção e às vezes pedindo prioridade para surgir.
As ideias quando chegam, não pedem licença, e muitas vezes nos tiram o sono nos fazendo escrever ininterruptamente.
Quase sempre nascem sozinhas sem rosto, fazendo de nós meros parteiros ao escrever.
Essas palavras, frases e viram histórias que saem de nós, mas não nos pertencem, e passo a passo vão se mostrando, criando expectativas, curiosidades, para nós mesmos das coisas há muito vividas, mas não esquecidas.
Quando elas surgem, são algo revelado do nosso íntimo para nós mesmos e precisam ser mostradas a todos, e nós, com carinho e sem pretensão, as alinhavamos aqui e ali, ponto a ponto, para então desnudá-las tentando dar as suas formas.
Todo aquele que traz um ser à vida, ama-o com profunda ternura, e com as palavras não é diferente.
Quem sabe explicar como surge o amor no coração de cada um de nós?
Isso talvez não saibamos, mas certamente procuramos por ele em quase tudo que fazermos.
Procuramos o amor e a felicidade, e então ela surge em todas as suas formas naquilo que fazemos, nos dando a resposta ao que procuramos, e então a vida passa ter mais cor, mais propósito nessa singela e breve existência na nossa passagem pela terra.
Esse é o primeiro livro escrito por mim depois da pandemia. Os outros quatro escrevi em uma situação limitada por essa terrível doença que infelizmente ceifou as vidas de tantas pessoas e inclusive eu tive que sobreviver a ela em um leito de hospital, receando não mais ter a chance de voltar a escrever devido a possibilidade de sucumbir a Covid 19, mas felizmente saiu tudo bem e estou de volta.
Espero que gostem dos contos e crônicas que trazem às vezes histórias engraçada, outras sérias e algumas relatando eventos dolorosos, mas que fez parte da existência de alguém, e quando não traz uma verossimilhança plausível como tal.
Miro Teixeira
"O leitor ideal será alguém interessado nas coisas do mundo, que está familiarizado com as formas consagradas, mas não as considera imutáveis. Esse leitor ainda tem que saber que o livro, para o seu autor, é uma coisa valiosa, essencial, e não uma brincadeira para ocupar algumas horas do dia.
Escrevo para os meus contemporâneos. Faço tudo que é possível para fazer com dignidade o meu trabalho, para enriquecer o leitor.
Escrevo também para quem detesta o meu trabalho, por uma razão ou outra, eu tenho que confessar que também escrevo para eles. Assim eles vão saber que não são o mundo inteiro e nem tudo é feito à sua imagem ou à imagem de qualquer pessoa que eles escolham.
E também escrevo para os que nunca vão me ler, mas espero que, algum dia, sejam tocados pelo meu trabalho, esperando que o alcance de um livro não esteja limitado ao ato da leitura, mas esteja expandido ao diálogo e outros significados. A gente, às vezes, não fala da influência de um autor que chegamos a ler? É possível. Acontece."
Osman Lins
(DIS)SINTONIA NO AMOR
- Venha!
Chamou ela com um ar imperioso.
Ele ergueu o olhar e ela disse:
- Venha para o quarto!
- Sim!
Respondeu ele como um cordeiro aceitando a condução do seu pastor.
Foi essa sua única palavra concordando com o que ela determinava.
Ele não tinha coragem de contrariá-la em pensamento, quem dirá agora.
Ele pegou o controle que estava jogado na poltrona e desligou a TV; levantando-se, e em seguida indo vagarosamente para o quarto.
-Ao se deitar ela disse em tom de uma queixa, contudo, ameaçadoramente incriminante; daquelas que depois de ser dita, qualquer coisa pode acontecer:
- Se eu não te chamar, você não toma atitude...
Refazendo-se do susto, ele tentou testar sua autoridade masculina, e disse:
- Seria melhor pararmos com essa conversa áspera para não quebrar o clima!
Nessa busca pela harmonia, não houve uma resposta positiva; ela estava em estado de guerra, pois já estava bastante irritada, e por isso não surtiu-lhe efeito suas palavras.
Sem nem mesmo ouvir o que ele dissera, ela continuou:
- Se eu não te chamar, você não se mexe e assim nada acontece.
- Uma indisposição digestiva está me matando!
Ao dizer isso, ele tenta justificar sua escassa frequência na cama para esse fim.
Ela, demonstrando não dar atenção ao seu lamento, se revira de um lado ao outro da cama, tateando como se estivesse à procura de algo.
E, sem mais nem menos, ela muda de assunto:
- Você pegou o meu travesseiro?
Com a ausência da luz, sem ter acesso a outro recurso por causa da escuridão que reinava ali, ele começou a apalpar o colchão em todas as direções na busca de encontrar o travesseiro que ela estava procurando, mas sem sucesso.
Cansado de buscar, sem se comunicar com ela, ele decide se levantar da cama e ir apanhar o seu próprio travesseiro, deixado sobre a poltrona da sala quando ele foi para o quarto.
Mas antes que ele completasse o seu movimento em direção à porta, ela disse:
- Ah!
- Achei o travesseiro!
- Ele estava debaixo do edredom!
Mas quando ela percebeu que ele estava se levantando da cama, ela perguntou em tom ameaçador:
- Aonde você vai?!
Ele responde meio acovardado:
- Eu ia na sala pegar o meu travesseiro para você, querida!
Sem dar importância a referência carinhosa do querida
, ela continua:
- Você não lembra que estou despida?
- Você ia sair do quarto me deixando estirada aqui na cama?!
Talvez para valorizar a atitude negativa dele, e com a intenção de aumentar o seu sentimento de culpa, ela disse:
- E se as crianças vissem a porta aberta e entrassem no quarto?
-Você pensou nisso?
O que eu deveria fazer