O Culto Do Cogumelo
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O Culto Do Cogumelo - Victor N. Campos
Nota do autor
Onde eu estava com a cabeça quando escrevi "O Culto do
Cogumelo"? Uma loucura em forma de texto, críticas camufladas de histórias e meus sentimentos sombrios escondidos em minhas visões filosóficas. Agradeço aos meus professores, que me incentivaram a escrever.
Prólogo
Sangue frio, sacam suas armas inúmeras vezes apontando para aqueles que pularam da corda e caíram em um abismo que julgam ser mal iluminado, enquanto outros se perguntam o que há embaixo da linha curiosamente. Alguns, surpreendentemente, sobreviveram à queda. O mundo conspira contra mim. Não deveria estar pensando nisso, meus pensamentos estão caminhando um por um dentro daqueles fios. As autoridades vão analisar minuciosamente quais ideias podem ficar, quais são as pecaminosas e ideologicamente rivais. Seja livre, mas da forma que eles querem, existe um limite de até onde vai sua liberdade, quando sua maneira de viver e suas teses atinge os detentores de poder.
A corrida entre duas nações que resultaram em conflitos e guerras movidas a ganância, interesses, experimentos mal elaborados que me causaram sequelas, aqui estou eu, de frente para um psicólogo. Consumiram recursos, utilizaram todo o seu dinheiro para testes sociais e equipamentos para a neurociência, com objetivo principal de estar à frente de nossos próprios conceitos para eliminá-los, ao invés de abordar problemas globais. Assim terminou em um grande sofrimento humano.
Estou sendo abduzido pela noite que não acaba, várias pessoas se deitam no chão, uns tapam os ouvidos devido ao barulho alto, tantas mulheres e homens em um lugar escuro, o caos acontece por causa de um golpe.
E eu sozinho navegando neste universo paralelo, confiando em pessoas mal intencionadas e tomando decisões erradas, onde vejo um menino que chamo de minha criança interior, sinto vontade de protegê-lo de todo o mal, estou surpreendido sobre o quão ele se parece o pequeno Astrid.
Eu sou Astrid, e não sei para onde vou, de qualquer maneira, não importa, não tenho nenhum lugar para voltar. O vazio inacabável me imerge profundamente. Em minha frente estão as grades da cela, basta sentir-me livre para atravessá-la com o poder da minha mente, aliás, com os efeitos exagerados do medicamento extraído do cogumelo. As minhas cicatrizes se restauram com lindos fungos vermelhos. Mas, temo o cogumelo escuro, digo, meus traumas que procriam no eu do pretérito, presente e passado. Espera aí! A sessão está acabando.
— Você passou a sessão toda escrevendo em seu diário. Já se passaram 40 minutos, e nós estamos olhando um para o outro sem pronunciar uma palavra. Seu ponto fraco é não se expressar através da fala, não sou capaz de adivinhar o que você sente. Escreva o que sente. — diz o psicólogo sincero.
Apenas entreguei meu caderno de anotações, então, ele abre na primeira página, e lê minuciosamente o nome do capítulo. O sol está nascendo. A vida é feita de capítulos, e este se chama o nascer do sol, pois cada dia traz consigo promessas de novos desafios cada vez que eu avancei nessas jornadas.
UM.
Diário e ponto de vista de Astrid
Nascer do sol
Aqueles que não estão aparentes, de qualquer maneira, estão sendo observados. A prisão tem sua arquitetura moldada em um formato de circunferência, no meio há uma torre, dentro tem uma cadeira virada para o lado oposto da minha ala e na lateral uma lanterna que movimenta iluminando para todos os lugares, eu não sabia ao certo quando estava numa posição de observação ou não. Questões sobre privacidade não são apontadas. Pouco se fala sobre o quão este lugar é frio, capaz de tornar alguém em um gelo, e as camas, todas bagunçadas, com seus lençóis rasgados, os enxovais sequer combinam, as paredes rabiscadas e sujas de sangue, essa prisão provavelmente foi criada por um depressivo.
De repente surgem pessoas aleatórias saindo de suas celas escuras estranhamente, afinal, um evento raro, nós não poderíamos nem sair para lazer. Ouço conversas paralelas e atenciosamente começo a prestar atenção no diálogo da outra cela.
— Por que essas pessoas estão fazendo uma fila? Para onde vão? — perguntou o presidiário da ala secundária para o policial.
— Não lhe interessa, seu porco imundo. — indagou o policial arrogante.
— É do meu interesse, eu tenho o direito de saber o que está havendo aqui! Porcos imundos são vocês que colocam nós em um sistema de prisão análogo à escravidão apenas porque discrepamos suas regras rigorosas! — exclamou o presidiário segurando as grades. — Vive la société consumériste!
— Você sempre se esquece daqueles que ousaram desafiar o poder da coroa. — disse o policial destrancando a cela, em seguida, caminha devagar até ele, inopinadamente pega-o pelo pescoço, tampa a boca dele com força olhando-o nos seus olhos âmbar profundamente. — A palavra livre-alvedrio
não faz parte do nosso vocabulário, lembre-se disso até o momento de seu decesso. — o policial tira algo do seu bolso esquerdo com as duas mãos.
Levanto-me curioso para ver o que estava acontecendo, pensei que fosse uma discussão asneira até me deparar com um policial destravando sua arma e apontando-a para o menino que aparentava ser muito mais novo que eu. Sinto muito. O que me surpreende não é o fato de que haviam leis na constituição federal que afirmavam ser crime atos considerados inexatos pelo Estado e obviamente te encaminha ao Gulag¹, eu sei disso, o que realmente me deixa abismado é que eu não sabia que a lei se aplicava em crianças também.
Vejo uma luz ofuscante a ponto de deixar meus olhos ardendo saindo daquela arma rapidamente, ao mesmo tempo escuto um barulho estrondoso vindo dela. As autoridades não se importam com a luz que emite da torre, pois o poder não é imposto sob eles. Oh, Deus, o que tu fizestes com o consciente deste ser puro e inocente? Tenho total conhecimento do que acabou de acontecer ali. Mais um tentou se rebelar contra a União Soviética.
— Fughamar é indubitável, — o policial indaga, em sua face demonstra nenhuma pena sobre o ocorrido, noto a frieza em seu olhar, e engole em seco — Tu és, Fughamar, o caminho, a verdade e a vida.
Ao passar exatos 2 minutos olhando assustado fixamente para aquele chão sujo de sangue, o policial abre a cela, amarra minhas mãos com uma corda de nylon, parado esperando eu sair, então, indica para eu me retirar.
— Seja mais ágil, eu não tenho o tempo todo. — murmurou o policial da pior forma que já foi proferida por um humano.
Não estou entendendo nada, prefiro nem questionar para onde vou.
Silenciosamente me retiro dali sem que ninguém note meu espanto. Não há liberdade de expressar meus sentimentos.
Passando pelo corredor mal iluminado com vários homens armados vestidos de preto me acompanhando, percebi que estavam me levando em destino à uma fila. A única possibilidade que eu consigo cogitar que vai acontecer é a de aplicarem cianureto de potássio na minha veia. Violei certos preceitos religiosos, terei que pagar de alguma forma por esse pecado. Queira eu ou não.
Ausento-me daquele lúgubre saguão, olho para o lado direito enquanto caminho, um laboratório adjacente. Havia um cientista e um rapaz de terno e sapato social altamente concentrados no que estavam fazendo, examinando um cadáver de uma criança morta de costas pendurada em uma corda. Agora, o defunto está com sinais de desvirginamento, desconforme de antes. De súbito, uma sensação de regressão no tempo, reminiscência de memórias traumáticas da minha infância que eu não me recordo de como eclodiu. Fui diagnosticado com agrafobia á um ano atrás, de acordo com o doutor, significa medo excessivo e persistente de abuso sexual. Essa cena transmite a ideia de que já estive preexistente vivenciado isso. Não há momento para lástimas.
Estamos indo em direção à saída da prisão. Hoje seria o dia de visitar os familiares, então imagino que estamos saindo para isso. Demora mais de 20 minutos para sair porque a prisão é subterrânea, por isso a chamamos de enxovia. Temos que ir de escada. Ao passar do lado de outra sala escuto uma conversa sem contexto vindo dela:
— Para aumentar mais o ego da URSS, que está com baixo nível tecnológico, nós planejamos um experimento social terapêutico que visa tratar abusadores sexuais.
— Antes de realizar a pesquisa, eles precisam de acompanhamento com psicólogo, são realizadas duas técnicas: a reestruturação cognitiva e o treinamento de empatia.
— Mas qual será a abordagem aplicada? Será eficaz?
— Utiliza-se a de base psicodinâmica que tem o propósito do paciente reconhecer suas emoções reprimidas que podem estar afetando seu estado atual para explicar como funciona e adapta a mente de um abusador. Os abusadores não saberão que durante o experimento estão sendo observados por psicanalistas e pela polícia de modo que insinua a sensação de não estar sendo visto. Mesmo que a margem de erro seja menor que 5, precisamos levar isso a frente. Por fim, iremos ganhar o título de primeiro avanço de tratamento psicológico para abusadores, não é maravilhoso?
— Quando acontecerá?
— Às 11:30 da noite e acabará às 05:00 da manhã.
O tom da conversa diminui a cada passo meu. Lembro-me que estamos em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, durante a disputa sociopolítica de poderes entre os dois países que ficaram com status de potência, a União Soviética e os Estados Unidos, causada pela rivalidade ideológica. Pelo meu entendimento, seja lá o que eles estavam fazendo, tinha o objetivo de ultrapassar a concorrência.
As novas entidades estão surgindo, a paixão da sociedade por tecnologia e pedaços de papéis simbólicos, o dinheiro. Há o complexo de se sentir onipotente como um deus, e no final, o orgulhoso e o egoísta se levarão à um local significativo, as pessoas se ajoelhando nos pés dos superiores enquanto realizam a maneira americana nada saudável de viver e são os mesmos ineptos que tentam parar conflitos, mas sempre resultam em machucados em suas peles ou em mortes.
Mais tentativas de revoluções acontecem para destruir o sonho americano. The american dream denial.
Meio-dia
Fomos levados para fora, há quanto tempo não sinto o ar livre, e alguns policiais nos colocaram na parte de trás de um carro, eram cinco pessoas para cada veículo. Não aguentei ficar um minuto sequer ali dentro, aquilo parecia uma gaiola e eu estava prestes a sair voando dali, se eu pudesse. Os homens que estavam comigo sempre faziam contato visual com suas feições ameaçadoras e seus olhares culminantes, se soltasse