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Brasil: 500 anos Diálogo e Esperança - Documentos da CNBB 65 - Digital
Brasil: 500 anos Diálogo e Esperança - Documentos da CNBB 65 - Digital
Brasil: 500 anos Diálogo e Esperança - Documentos da CNBB 65 - Digital
E-book139 páginas1 hora

Brasil: 500 anos Diálogo e Esperança - Documentos da CNBB 65 - Digital

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Sobre este e-book

O Documento da CNBB 65 é uma carta à sociedade brasileira e às comunidades em razão dos 500 anos da evangelização do Brasil. Trata-se de uma proposta de diálogo dos Bispos da Igreja Católica no Brasil com a sociedade e comunidades brasileiras sobre os cinco séculos da chegada do anúncio do Evangelho no Brasil.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de abr. de 2024
ISBN9786559753581
Brasil: 500 anos Diálogo e Esperança - Documentos da CNBB 65 - Digital

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    Brasil - Conferência Nacional dos Bipos do Brasil

    capa_doc65.jpg

    Brasil: 500 anos

    Diálogo e Esperança

    Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

    1ª edição – 2023

    Direção-Geral:

    Mons. Jamil Alves de Souza

    Autoria:

    Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

    Projeto gráfico, capa e diagramação:

    Henrique Billygran Santos de Jesus

    978-65-5975-358-1

    Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão da CNBB. Todos os direitos reservados ©

    Edições CNBB

    SAAN Quadra 3, Lotes 590/600

    Zona Industrial – Brasília-DF

    CEP: 70.632-350

    Fone: 0800 940 3019 / (61) 2193-3019

    E-mail: vendas@edicoescnbb.com.br

    www.edicoescnbb.com.br

    SUMÁRIO

    APRESENTAÇÃO

    BRASIL: 500 ANOS DIÁLOGO E ESPERANÇA

    Carta à sociedade brasileira e às nossas comunidades

    1. JESUS CRISTO, NOSSA ESPERANÇA

    2. RECORDANDO O PASSADO

    3. TOMANDO CONSCIÊNCIA DO PRESENTE

    4. CONSTRUINDO O FUTURO

    4.1. Assumir a responsabilidade com a comunidade e a sociedade

    4.2. Garantir condições mínimas de subsistência

    4.3. Promover a justa distribuição de renda

    4.4. Combater a corrupção e a impunidade

    4.5. Fortalecer a consciência ética

    4.6. Promover uma sociedade que respeite as diferenças

    4.7. Preservar o meio-ambiente

    5. A IGREJA A SERVIÇO DA ESPERANÇA

    5.1. Conversão e santidade

    5.2. Alegria da comunhão fraterna

    5.3. Solidariedade e zelo missionário

    APRESENTAÇÃO

    O presente documento é uma proposta de diálogo dos Bispos da Igreja Católica no Brasil com a sociedade brasileira e nossas comunidades presentes em todo o território nacional.

    Reunido em Porto Seguro, no Estado da Bahia, para agradecer a Deus pelos 500 anos de evangelização do Brasil e, ao mesmo tempo, realizar sua 38ª Assembléia Geral, o episcopado nacional refletiu, à luz da fé, sobre os cinco séculos da presença do Evangelho em terras brasileiras. Dessa reflexão surgiu a carta que ora colocamos nas mãos de todos os homens e mulheres de boa vontade de nossa pátria, no intuito de, juntos, lançarmos bases éticas sólidas para a construção de uma sociedade que dê oportunidades iguais a todos.

    Para a Igreja Católica, este ano se reveste também de um significado maior por causa da celebração do Jubileu dos dois mil anos da encarnação de Jesus Cristo em nossa história. É Cristo, portanto, o vértice desses dois eventos. Há 500 anos teve início no Brasil o anúncio do Evangelho, como a boa notícia trazida por Jesus de Nazaré, e essa missão não termina com o ano 2000. É tarefa permanente da Igreja continuar a evangelização iniciada por aqueles que nos precederam e aperfeiçoá-la.

    Que o Senhor Ressuscitado dê sua força a todos os que aceitarem este nosso diálogo e se dispuserem a trabalhar na construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna.

    Brasília – DF, 3 de maio de 2000

    D. Jayme Henrique Chemello

    Presidente da CNBB

    D. Raymundo Damasceno Assis

    Secretário Geral da CNBB

    BRASIL: 500 ANOS DIÁLOGO E ESPERANÇA

    Carta à sociedade brasileira e às nossas comunidades

    1. Para celebrar os 500 anos de evangelização no Brasil, nós, Bispos da Igreja Católica, reunimo-nos, de 26 de abril a 3 de maio de 2000, em Porto Seguro, Bahia, lugar onde, há cinco séculos, foi celebrada a Primeira Missa em nossa terra. Quisemos unir-nos a toda a Nação, participando de um evento que nos convoca para repensar nosso passado e tomar consciência dos desafios atuais e futuros.

    2. Nosso primeiro pensamento se eleva a Deus para agradecer o dom do Evangelho e os inúmeros benefícios que nos tem concedido ao longo dos cinco séculos.

    3. Desejamos acolher a oportunidade histórica, para partilhar nossa reflexão e nossa esperança com todos os cidadãos brasileiros que queiram fazê-lo, sem excluir ninguém. Este diálogo continua aquele intercâmbio com a sociedade civil que a Igreja manteve, não sem conflitos, ao longo desses 500 anos. Comprometemos-nos a manter o diálogo aberto à participação não apenas das comunidades cristãs, mas dos representantes dos diversos setores da sociedade.

    4. Neste momento, o diálogo na sociedade brasileira não é fácil, como ficou evidente nas próprias celebrações dos 500 anos. Esperamos contribuir para maior proximidade entre as diversas populações, culturas e religiões, entre o Estado e o povo, entre as elites e as massas, entre tradições e comportamentos do passado e as aspirações que emergem, principalmente na juventude.

    5. Nosso diálogo terá por tema um olhar sobre o passado, que nos permita reconhecer feridas e cicatrizes que ele deixou, para buscar caminhos de reconciliação e consenso no presente e discernir nossas responsabilidades e compromissos com o futuro.

    6. Para iluminar nossa reflexão, a fim de que não se limite à mera constatação dos fatos, mas suscite uma nova consciência e um empenho generoso na ação, sustentados pela esperança, tomamos como referência a pessoa, vida e mensagem de Jesus Cristo, razão de nossa fé. Cremos que Ele é Caminho, Verdade e Vida para o mundo todo. Dois mil anos após o seu nascimento, que a Igreja celebra com o grande Jubileu, Ele continua sendo a luz da humanidade.

    1. JESUS CRISTO, NOSSA ESPERANÇA

    7. A encarnação do Filho de Deus projeta nova luz sobre o modo pelo qual as criaturas devem estar a serviço do Criador. Agora é Deus que se coloca a serviço da humanidade. Por isso, serve a Deus quem serve aos irmãos, imitando Jesus que veio para servir, e não para ser servido (Mc 10,45)¹ e deu a própria vida para que todos tenham vida.

    8. Na pessoa de Jesus Cristo – Deus conosco –, manifesta-se o rosto autêntico do Mistério que envolve nossa vida. Jesus Cristo, concebido pela Virgem Maria por obra do Espírito Santo, nos traz uma imagem nova de Deus, ensinando-nos a chamá-lo de Pai. É o Deus que ama e acolhe homens e mulheres sem impor condições, considerando todos filhos e filhas. Acolhendo a todos, rompendo barreiras e discriminações sociais, Jesus Cristo revela um Deus apaixonado pelo ser humano.

    9. A pessoa humana, intimamente envolvida pelo amor de Deus e chamada para a felicidade eterna na comunhão trinitária, goza de dignidade própria e de valor único que jamais poderão ser esquecidos, instrumentalizados ou destruídos. Diante de Deus, todos gozam da mesma dignidade e merecem o mesmo respeito (cf. At 10,34)². Esse ideal cristão contribuiu decisivamente para a afirmação, na sociedade moderna, de realidades como a liberdade, a valorização da pessoa humana e a promoção de seus direitos.

    10. Jesus Cristo revela-nos ainda a verdade última do ser humano. A fé cristã confessa Jesus Cristo por fundamento da História, razão de ser da humanidade. Nele, toda a realidade criada tem sua fundamentação (Cl 1,17)³ e sua origem (Jo 1,3)⁴. O ser humano é criado à imagem de Deus, que se faz homem em Jesus Cristo, Novo Adão (Rm 5,14)⁵. Assim, Jesus Cristo não é apenas uma figura histórica importante do passado, mas constitui o modelo segundo o qual fomos criados. Desse modo, manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre sua altíssima vocação⁶.

    11. Jesus viveu totalmente para o Absoluto de Deus, que reconhecia como Pai, e viveu para seus semelhantes, sobretudo para os excluídos e sofridos, os pobres e os pecadores. Essa atitude, que caracterizou sua existência, nos revela o autenticamente humano. Quanto mais assumimos essa atitude, mais humanos somos. Quando dela nos afastamos, menos humanos nos tornamos. A história o comprova: seus períodos vergonhosos e violentos coincidem com o abandono da obediência a Deus e do respeito pelo semelhante.

    12. Renovemos, com alegria, nossa fé em Jesus Cristo. A cruz de Cristo e sua ressurreição constituem a verdadeira fonte de esperança para o mundo. Não foi dada às grandes interrogações humanas – o amor, o sofrimento, a vida e a morte... – nenhuma resposta melhor ou mais sábia que a de Jesus. Convidamos cada um a refletir. Jesus nos ensina que Deus é Pai e é amor; que nos ama muito mais do que podem amar-nos um pai e uma mãe; que ama sem condições e perdoa sempre; que o faz com todos sem exceção, começando pelos desprezados e pecadores; que o amor é a única lei da vida; que o serviço é a norma. É concebível alguém propor algo que vá além do que Jesus ensinou e viveu?

    13. A experiência da comunhão com Cristo, vivo no meio de nós, faz surgir a esperança de vencer a morte e conservar para sempre os laços criados pela comunhão de vida com os irmãos. Fundamento dessa esperança é o próprio Deus criador, que nos deu o dom da vida e que manifestou seu poder na ressurreição de Cristo. Nela, vemos realizada a aspiração humana da vitória da justiça sobre o mal, da afirmação da vida sobre a morte, da vitória de uma vida sacrificada por um ideal sobre o desperdício de uma existência sem sentido.

    14. As conseqüências da revelação de Deus realizada em Jesus Cristo não só marcaram profundamente a História da humanidade, mas principalmente determinam o critério básico com que a Igreja deve olhar para si mesma e para a sociedade. A Igreja, para ser fiel ao

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