Ao Som Da Gaita
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Ao Som Da Gaita - Jordana Maria
AO SOM DA GAITA
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Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidênci a
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Publicado mediante acordo com todos os direitos reservados Título original
Ao Som da Gaita
Capa
Léo Pajeú Di agramação Léo Bargom Revisão
Léo Bargom Prefaciado r Léo Pajeú
Imagens e imagem da capa
Léo Pajeu e Léo Bargom (IA Canva)
Foto da autora
Jordana M aria
Maria, Jordana, 1961
Ao Som da Gaita – /Jordana Maria – 1.ª Ed. Brasília-DF , 2024 .
000p.
ISBN 000000000000
1 – Ao som da Gaita - Romance - Amor - Medo - Luz - Escuridão - Narrativa - Céu - Paraíso - Inferno - Vida - Jordana – Título. (2024 )
Todos os direitos desta edição reservado à Jordana M aria
Rua João Francisco Lopes Número 32 Bairro Centro – Japaraiba - MG
CEP 35.580- 000
Tel. (37)9828 3209
duartejordana1 95@gmail.com
AO SOM DA GAITA
Nem todos os livros, pelo seu atributo, são oportunos para serem proporcionados. Este é, seguramente, daqueles que não oferece-se, mas dedicando-o só tive em aspecto contrapesar um pouco das ocasiões que me apartei do convívio familia r concentrado neste infortúnio.
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ÍNDICE
PREFÁCIO 1 1
Capítulo I - O SOM DA GAITA 17
Capítulo II – ATITUDE OU DESESPERO 29 Capítulo III – O PRIMEIRO ENCONTRO 43 Capítulo IV – O VESTIDO 53
Capítulo V - O ENCONTRO NO CASAMENTO 65 Capítulo VI – A FUGA DA CINDERELA 83
Capítulo VII – DEPOIS DA TORMENTA 93 Capítulo VIII – UMDESEJO DE LIBERDADE 101 Capítulo IX – QUANDO UMANJO DIZ SIM 113 Capítulo X- UMCASAMENTO POR ENCOMEN DA 123
Capítulo XI – MISSÃO CUMPRIDA 131 Capítulo XII – ENFRENTANDO A DOR 141 Capítulo XIII – QUANDO OS ANJOS TOMAM ATITUDES 153
Capítulo XIV – QUANDO NASCE UM MONSTRO 161
Capítulo XV – A VIDA E O MISTÉRIO DO SOM DA GAITA 169
BIOGRAFIA 181
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P REFÁCIO
Em todas essas civilizações as mulheres estavam em uma situação
de inferioridade, mas algumas mais que outras. Na Colônia, no Império e até nos primórdios da República, a função jurídica da mulher era ser subserviente ao marido. Da mesma forma que era dono da fazenda e dos escravos, o homem era dono da mulher. Se ela não o obedecia, sofria as sanções.
As sanções eram pesadíssimas. Os arquivos paroquiais dos séculos 18 e 19 estão - repletos de relatos de senhoras que apanhavam com varas cravejadas de espinhos, que eram obrigadas a dormir ao relento, que ficavam proibidas de comer por vários dias e até que eram amarradas ao pé da cama enquanto o
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marido, no mesmo aposento, deitava-se com a am ante.
As esposas eram tão brutalizadas que os bispos, em certos casos, atendiam-lhes as súplicas e concediam a separação de corpos. Mais do que individual, a violência doméstica é um fenômeno histórico e social. O conceito de que o homem é superior, deve subjugar a mulher e não permitir que ela decida sobre a própria vida foi construído e solidificado ao longo dos séculos e se mantém até hoje, permeando toda a sociedade. Fatores como bebida, droga, ciúme e desemprego são meros estopins.
Depois que o patriarcado foi instaurado a mulher passou a ser vista como propriedade privada do homem, primeiro do pai depois de seu marido. Hoje, após vários avanços legais, as
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mulheres não são mais vistas pela lei como propriedade, mas dados sobre feminicídio e violência doméstica nos mostram que a visão da mulher enquanto posse ainda prevalece na nossa cultura.
Na sociedade patriarcal ele é o ato simbólico de tirar a mulher do grupo que ela nasceu para anexá-la ao grupo do marido, como se o homem comprasse
a esposa, assim como ele compra um escravo, para impor a ela os trabalhos domésticos e a criação dos filhos. A própria cerimônia do casamento na verdade é bem representativa desse fato, afinal o pai leva a filha, que está usando branco, a cor da virgindade, no altar para entregá-la
ao seu marido que vai ser o seu próximo dono.
Nessa nova configuração de família os filhos também passam a serem vistos como
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propriedade do homem e como pertencentes à família do pai, não da mãe. Isso porque eles são os herdeiros e é através deles que os bens e as propriedades serão mantidos na mesma família por gerações.
Como a mulher é tratada como propriedade, ela deve uma fidelidade eterna ao seu marido e o adultério feminino é muitas vezes punido com castigos, além de ser visto como algo completamente imoral. Por outro lado, o homem pode ter quantas mulheres quiser, afinal mesmo que em tese o casamento seja monogâmico, a sociedade aceita a traição masculina com naturalidade.
Como é sua propriedade, como o escr avo, o animal de carga, a coisa, é natural que o homem possa ter tantas mulheres quantas lhe apraza; somente razões de ordem econômica
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limitam a poligamia; o marido pode repudiar suas mulheres segundo seus caprichos, a sociedade não lhes outorga quase nenh uma garantia.
Em compensação, a mulher é adstrita a uma castidade rigorosa. Apesar dos tabus, as sociedades de direito materno autorizam uma grande licença de costumes; a castidade pré - nupcial é raramente exigida; e o adultério é encarado sem muita severi dade.
Quando, ao contrário, a mulher se torna a propriedade do homem, ele a quer virgem e dela exige, sob a ameaça dos mais graves castigos, uma fidelidade total
O invejável patamar de civilidade serve para confirmar que a violência contra a mulher é, sim, uma questão histórica e social. Na era dos vikings, mil anos atrás, enquanto os
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homens se lançavam ao mar, eram as mulheres que tinham a responsabilidade de manter a ilha funcionando. Elas jamais foram vistas como inferiores. Não por acaso, a Islândia foi, em 1980, o primeiro país do