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Herdeiros Do Tempo
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E-book287 páginas3 horas

Herdeiros Do Tempo

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Sobre este e-book

Na guerra, só existem derrotados. Herdeiros do Tempo - Jornada, é a imersão em uma grande aventura através da jornada de resiliência de um grupo, deixado à mercê da morte após uma grande batalha. Uma busca em comum pode transformar rivalidade em lealdade. Sírius, Bahan, Nihal e Dara, são soldados rivais, abandonados à morte pelos seus próprios exércitos no campo de batalha e, recebem uma segunda chance do destino. Apesar das divergências, partem em uma jornada com um único objetivo: desvendar os segredos de uma antiga profecia com promessas de se tornarem imortais. Juntos, desbravarão desconhecidas terras do sul em busca de respostas que transcendem a própria existência humana.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de abr. de 2024
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    Herdeiros Do Tempo - João Paulo Coca

    João Paulo Coca

    2023

    2023. Todos os direitos reservados à João Paulo da Silva.

    1ª edição.

    Este livro é dedicado à você.

    E à sua jornada.

    Índice

    Mapas ................................. 5

    Capítulo 1 ........................... 9

    Capítulo 2 ......................... 15

    Capítulo 3 ......................... 23

    Capítulo 4 ......................... 29

    Capítulo 5 ......................... 36

    Capítulo 6 ......................... 44

    Capítulo 7 ......................... 51

    Capítulo 8 ......................... 62

    Capítulo 9 ......................... 70

    Capítulo 10 ....................... 77

    Capítulo 11 ....................... 85

    Capítulo 12 ....................... 92

    Capítulo 13 ....................... 99

    Capítulo 14 ..................... 105

    Capítulo 15 ..................... 112

    Capítulo 16 ..................... 123

    Capítulo 17 ..................... 132

    Capítulo 18 ..................... 141

    Capítulo 19 ..................... 153

    Capítulo 20 ..................... 162

    Capítulo 21 ..................... 105

    Capítulo 22 ..................... 174

    Capítulo 23 ..................... 184

    Capítulo 24 ..................... 196

    Capítulo 25 ..................... 203

    Capítulo 26 ..................... 214

    Capítulo 27 ..................... 221

    Capítulo 28 ..................... 227

    Capítulo 1

    Aos pés dos Gigantes Caídos

    ​Com extrema dificuldade, Sírius abriu os olhos. Pareciam estar sendo torrados à luz do sol, que brilhava intensamente por uma fresta. A sombra de uma cabeça cessou a tortura de suas pupilas quando se pôs à sua frente. Após alguns segundos, sua visão conseguiu identificar a silhueta de um homem com longos cabelos cinzentos, a pele já envelhecida pela idade e olhos penetrantes que o encaravam fixamente.

    A primeira coisa a passar por sua cabeça atordoada: seria aquele velho uma alucinação ou algum espírito de seus antepassados vindo lhe buscar? Os pensamentos se esvaíram rapidamente, e Sírius cerrou os olhos, como se entregasse seu corpo todo dolorido ao destino da morte.

    Na manhã seguinte, Sírius acordou com a mente mais tranquila e conseguiu perceber que sua visão anterior não tinha nada de espiritual. Percebeu que estava deitado em uma cama confortável. O leito arcaico, porém macio, parecia ser feito de um amontoado de folhas secas e coberto por um tipo de tecido grosso. Um cheiro agradável o fez erguer seu corpo quase instintivamente. Ao lado da cama, havia algumas frutas que Sírius jamais vira.              Assim que seus olhos encontraram uma espécie de machado feito de pedra afiada ao lado de sua cama, levantou-se com certa dificuldade para caminhar por aquele chão de terra amarelado, conseguindo alcançá-lo no momento em que uma porta de madeira velha rangeu ao ser aberta. Acompanhando atentamente a porta se abrindo, Sírius empunhou o machado, pronto para se defender de qualquer ataque, mesmo com dificuldade até para se manter de pé.

    ​Ouviu uma pequena gargalhada do velho que entrava pela porta, como se zombasse do rapaz. Após a reação inesperada de seu adversário, Sírius abaixou a arma e novamente se sentou na cama, esperando entender onde estava e quem era aquele ancião que acabara de entrar.

    ​— Quem é você? Onde estou? Onde está meu exército? — disse Sírius em uma chuva de perguntas contínuas.

    ​O idoso, que estava de costas, manteve-se em silêncio e continuou amassando algumas folhas em uma bancada de madeira velha abarrotada de ervas e inúmeros recipientes das mais diversas formas. Alguns segundos depois, resmungou alguma coisa, que Sírius não compreendeu, enquanto apontava com a mão de pele enrugada para o lado de fora da porta entreaberta.

    ​Sírius caminhou com dificuldade se movendo lentamente, arrastando a perna direita, ainda muito dolorida, e sustentando com a palma da mão um curativo afixado na altura de sua costela. Alguns sons de vozes formavam um burburinho do lado de fora da cabana, parecendo aumentar à medida em que ele avançava na direção da porta.

    ​Imediatamente, teve seus olhos cegados pelo sol, que aparentemente não via há alguns dias. Estendeu a mão esquerda sobre a testa como proteção da luz ofuscante e, à medida que suas pupilas se adequavam àquele dia ensolarado, os vultos começavam a ganhar a forma de um grupo de pessoas formando um semicírculo rindo e comemorando alguma situação que acontecia naquele instante.

    ​Aos poucos percebeu, que o grupo assistia a uma pequena confusão no meio do círculo. Sírius se aproximou do grupo e viu a cena que motivava os gritos do grupo de soldados. Uma mulher de cabelos extremamente negros empunhando uma afiada adaga contra o pescoço de um rapaz com rosto apavorado e o corpo recostado contra um tronco seco de árvore.

    ​Enquanto o grupo de homens incentivava a luta, como uma plateia vendo gladiadores, Sírius avançou com dificuldade até chegar ao meio do círculo e ordenar o fim da confusão.

    ​— Chega! Parem com isso! — ordenou ele sem sucesso.

    ​Sírius avançou mais um passo e colocou sua mão sobre o tecido fino cor de vinho que cobria o ombro da mulher. Antes que Sírius pudesse proferir alguma palavra novamente, ele também tinha uma adaga pontiaguda contra sua garganta.

    ​O movimento da mulher foi tão rápido, que Sírius apenas espalmou as mãos para frente como sinal de paz. Ficou hipnotizado pela jovem guerreira e sua trança negra que descia pelas costas. Um lenço escuro cobria a parte de baixo do seu rosto, expondo apenas os olhos, brilhantes como duas joias, seus olhos apresentando uma coloração incomum, um sendo verde como a folha de uma árvore em plena primavera e o outro de azul como o céu em um dia claro.

    ​Sírius se afastou lentamente com um passo atrás para se esquivar da lâmina que ameaçava seu pescoço. Manteve seu olhar fixo na lâmina enquanto alcançava uma distância segura.

    ​— Vamos conversar! — sugeriu Sírius, com a voz ainda fraca.

    ​A mulher o ignorou e retornou suas lâminas em direção ao homem de olhos arregalados à sua frente.

    ​— Me entregue! Agora! — ordenava ela com ferocidade na voz.

    ​— Entregue! Seja lá o que for! — disse uma voz extremamente grave em meio ao círculo de homens.

    ​Sírius viu surgir uma figura enorme à sua direita caminhando em direção à confusão.

    ​— Devolva a ela, Nihal! Agora! — ordenou com sua voz de trovão.

    ​O rapaz lentamente levou uma das mãos trêmulas ao bolso de seu casaco e retirou alguma coisa. Antes mesmo que se pudesse notar o motivo da confusão, a jovem mulher arrancou o objeto de sua mão e guardou em meio às suas vestes antes de partir para longe daquele tumulto.

    ​O silêncio pairou por alguns segundos enquanto o rapaz estirado no chão mantinha um sorriso sem graça e passava a mão pela garganta para conferir se estava tudo bem consigo.

    ​— Levante-se, seu... seu...! — disse o brutamonte com sua voz poderosa.

    ​Com um solavanco sem esforço, pôs o outro rapaz de pé, deu-lhe alguns tapinhas nas costas para limpar a poeira do casaco e depois o acertou com um simples soco no braço que o fez cambalear por quase um metro, enquanto os demais riam da situação.

    ​Sírius observara todo o desenrolar, ainda parado no mesmo local. Com certa dificuldade, começou a caminhar em direção a um dos troncos de árvores em torno de uma fogueira, onde alguma espécie de ave girava no graveto.

    ​— Sente-se! — disse de forma cortês o homem que girava a carne sendo assada. — Parece ter fome!

    ​Sírius agradeceu, acenando com a cabeça e emitindo apenas um gemido enquanto se dobrava com dificuldade para se aconchegar no tronco. Ainda com a mão na costela recém-suturada e umidificada com um tipo de pasta feita de ervas, ele se sentou e soltou um suspiro de alívio.

    ​Mesmo com o sol iluminando todo o céu, o clima frio ao pé da montanha ainda exigia uma fogueira acesa não só para assar a comida. Sírius esticou as mãos espalmadas em direção ao fogo em busca de aquecimento.

    As mãos bastante esfoladas chamaram a atenção do homem ao lado.

    ​— Não sei o que está pior, as mãos ou sua cara! — comentou aos risos olhando para o rosto de Sírius.

    ​— Ainda não vi minha cara, mas, pelo jeito, não está nada bem — concordou Sírius, afastando um pouco de seu cabelo negro sobre a testa para se enxergar em um pequeno reflexo em uma faca. O espelho improvisado não mostrava muito, mas conseguiu notar alguns arranhões espalhados pela face, além de um longo corte já suturado que nascia de sua sobrancelha e corria para o alto de sua testa.

    ​Sírius agradeceu pelo graveto com uma pequena ave atravessada. Após alguns dias sem comida, aquele pequeno pedaço de carne tostado ao fogo era como um banquete real.

    ​— Onde estamos? — perguntou enquanto arrancava um generoso pedaço de carne com os dentes.

    ​— Aos pés dos Gigantes Caídos, mas do lado errado! — respondeu o soldado ao lado.

    ​— Quer dizer que estamos em Gurun? — questionou, um pouco espantado.

    ​— Podemos dizer que é um terreno neutro. Estamos seguros.

    ​Sírius deu outra mordida na ave enquanto olhava para as gigantes montanhas que se estendiam à sua frente até alcançarem e se perderem em meio às nuvens.

    ​— Onde está o restante do exército? — questionou ao se tocar da pouca quantidade de soldados que circulava por aquele vale.

    ​— Devem estar voltando pra casa... Aqueles filhos da...! — murmurou o soldado com a feição enfurecida. — Deixaram a gente aqui para morrer depois da batalha.

    ​— Co... como assim? — gaguejou Sírius, ajeitando o corpo para tentar se levantar. — O que aconteceu? Há quanto tempo estamos aqui?

    ​— Estamos aqui há umas cinco noites cuidando dos feridos. Nós e eles... — Apontou a faca enferrujada em direção a um grupo do outro lado do vale. — Malditos araebes! — completou em tom decepcionado enquanto fatiava uma tira de carne.

    ​Sírius estava completamente confuso com as respostas do soldado. Levantou-se com dificuldade enquanto olhava em volta, tentando buscar respostas para tudo aquilo. Por que o exército havia recuado? Por que haviam lhe deixado para trás? E o maior questionamento: por que havia araebes, guruns e pavitis no acampamento, já que estavam lutando contra seu exército há poucos dias?

    ​Começou a caminhar pelo vale rapidamente em busca de algum conhecido. O curativo em sua costela começou a se umedecer com sangue fresco, sua cabeça começou a girar e suas pernas teimavam em se entrelaçar a cada passo dado. Após alguns metros caminhando atordoado, o corpo de Sírius não resistiu e tombou, fazendo levantar uma pequena nuvem de poeira quando se chocou com o chão de terra.

    ​Com gosto de terra temperando seus lábios, Sírius abriu os olhos lentamente e percebeu estar sendo carregado por dois soldados em direção à cabana do curandeiro. Entre idas e vindas de sua mente, ele se viu novamente deitado em meio a fumaças e ervas preparadas pelo velho. Após um gole em uma espécie de chá, seus olhos cerraram em uma bela noite de sono.

    Capítulo 2

    Laços entre os abandonados

    ​Como uma reprise de seu dia anterior, Sírius abriu os olhos tentando entender onde estava e se tudo aquilo não passava de um sonho estranho. Ao se levantar, sentiu uma leve dor na costela, apalpou o local da ferida e percebeu um curativo seco e a dor estando menos incômoda. Escutou algumas vozes exaltadas do lado de fora de seu leito e caminhou novamente em direção à porta para ver o que acontecia.

    ​Um bate-boca generalizado entre soldados argonianos. Desta vez, não havia brigas, apenas discussões acaloradas entre os homens que desejavam decidir seus destinos.

    ​Na última vez em que Sírius tentou apartar uma confusão, quase teve sua garganta cortada pela misteriosa araeb de olhos bicolores. Pensou melhor, e apenas se aconchegou em um canto afastado do grupo que esbravejava suas opiniões.

    ​— Calem-se! — ordenou uma voz rouca e um pouco cansada.

    ​O velho curandeiro se aproximava do vale arrastando alguns ramos verdes e alguns penduricalhos amarrados na cintura.

    ​— Vocês são todos homens sem valor! Deixados nas mãos do destino da morte — começou a falar o velho, parado no meio daqueles homens com quase o dobro de seu tamanho. Em meio a olhares odiosos, o velho continuou seu discurso. — Vocês, soldados de Argos — disse, apontando para o grande grupo que discutia —, seu grande Rei Mégalos sequer sabe de suas existências medíocres. — Após provocar um breve silêncio, aquele pequeno homem de corpo curvado e mal trajado arranhou a garganta e seguiu falando. — Vocês, argonianos, lutam pelo que? Por nada! Apenas pelo prazer de destruir cidades inteiras.

    ​— Levamos a civilização aos bárbaros! — gritou um homem truculento que estava agachado ao lado da fogueira.

    ​— Civilização! — resmungou o velho, caminhando em direção ao homem que se manteve agachado, olhando à altura de seus olhos. — Vocês não civilizam! Vocês tomam terras de povos simples, e quando não concordam com suas ordens, vocês os destroem! Isso é civilização? — questionou o velho, com a voz já mais poderosa. — Isso, sim, é barbárie! — completou ele, olhando para os homens ao redor. — O silêncio tomou conta do vale, que ressoava apenas o eco das palavras do velho. — Esqueçam suas antigas vidas! — continuou. — Vocês foram deixados para a morte por seus, ditos, companheiros.

    ​Alguns homens se entreolhavam, acenando lentamente as cabeças e concordando com as afirmações daquele homem frágil apoiado em um galho seco a servir como bengala.

    ​Aos poucos, Sírius começava a entender a situação. Ele também havia sido deixado para trás no campo de batalha, junto aos corpos já sem vida de seus compatriotas.

    ​— Ei, você não é um dos generais do Mégalos? — questionou uma voz poderosa próxima a Sírius. — Eu me lembro! Vi você cavalgando à frente do exército quando partimos de Argos.

    ​Evitando movimentos bruscos, Sírius virou o corpo devagar em direção ao som da voz que o questionava. Teve que erguer a cabeça para cima até o limite de seu pescoço para ver o rosto daquele homem. Antes de responder, Sírius pensou por alguns segundos, enquanto encarava aquele gigante, com sua volumosa barba alaranjada a cobrir parte do rosto e se estender pelo pescoço.

    ​— Não... — hesitou Sírius. — Bem... Não mais! — respondeu com um sorriso de consolação e um pouco de medo na voz.

    ​— Eu sabia! Eu disse para o meu irmão — comentou o grandalhão enquanto se abaixava com pouca delicadeza para se sentar ao lado de Sírius. — Meu irmão é aquele que tomou uma surra da mulher araebe — disse ele rindo enquanto acabava de acomodar as costas em um tronco.

    ​— Só ouço mentiras saindo dessa sua boca peluda! — retrucou uma voz que se aproximava dos dois. — Eu apenas não quis revidar ao ataque da donzela — finalizou com um leve sorriso irônico.

    ​Sírius percebeu a brincadeira entre os irmãos e apenas concordou com um sorriso que não o comprometesse.

    ​— Muito prazer, general! — disse o rapaz mais jovem fazendo uma pequena reverência. — Eu sou Nihal. Este ogro de cabeça careca é meu irmão, Baham.

    ​O gigante apenas acenou com a cabeça em um leve sorriso, perdido naquele emaranhado de pelos na face. Sírius respondeu aos irmãos também com um aceno leve.

    ​— Me chame apenas de Sírius! O general morreu naquele campo de batalha.

    ​— Como queira, Sírius! — concordou Nihal, afastando parte de suas vestes para se sentar no tronco onde o irmão se recostava. — Perdoe meu irmão pelos seus modos, ele tem a educação de um urso branco de Scythia — completou, oferecendo um pedaço de carne assada a Sírius.

    ​Sírius aceitou a gentileza do rapaz e alcançou um dos pedaços de carne.

    — Você me parece muito... refinado para um campo de batalha — comentou Sírius antes de arrancar uma lasca de carne com os dentes.

    ​— Bem, se for um elogio, aceito de bom grado! — disse simulando uma reverência e um sorriso largo. — Realmente, prefiro bailes, castelos, bebida e diversão. Infelizmente, não tive a sorte de vir de uma família afortunada, mas faço o que posso.

    ​— Roubando de mulheres indefesas? — brincou Baham.

    ​— Indefesa? Você viu o que aquela araebe fez? Quase arranca parte do meu belo rosto com aquela faca afiada — completou Nihal, aos risos.

    ​Sírius notou que, apesar das notáveis diferenças, os dois irmãos se davam muito bem. Aproveitou o momento de conversa com os conterrâneos para tentar entender o que acontecera nos últimos dias.

    ​— Como viemos parar aqui? O que aconteceu durante a batalha?

    ​— Do que você se lembra? — questionou Baham.

    ​— Lembro-me de avançarmos durante a noite para surpreendermos o acampamento inimigo ao amanhecer, mas...

    ​— Eles já estavam nos esperando... — completou Baham.

    ​— Isso mesmo! Ficamos cercados em um vale estreito, com araebes, guruns e pavitis por todos os lados — disse Sírius, buscando memórias.

    ​— Resistimos bem, mas acabou virando um massacre!

    ​— Você estava lá! — comentou Sírius, espantado. — Eu me lembro de você! Vi você derrubar três homens apenas com um golpe, com uma espécie de martelo gigante. Você usava uma proteção de ferro em um dos ombros.

    ​Baham soltou uma gargalhada ao se lembrar do golpe em questão.

    — Eu te disse! Você não acreditou em mim, Nihal. Três! — comentou enquanto movia os braços, imitando o movimento.

    ​— Pronto! Agora, serei obrigado a ouvir essa história pelo resto da vida.

    ​— Enfim, só me lembro disso — finalizou Sírius. — Depois disso, apenas borrões e muita dor.

    ​— Depois disso, uma nova tropa de araebes avançou sobre

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