Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

As Crônicas Do Universo
As Crônicas Do Universo
As Crônicas Do Universo
E-book137 páginas1 hora

As Crônicas Do Universo

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Em um mundo onde a vida se subsiste entre a Ordem e o Caos, são criados duas forças para enfim perdurar a realidade em harmonia. Os antigos as chamaram de: A Essência da Vida e a da Morte. Henry, um homem que já tinha um histórico com grandes aventuras em todo o continente e seu parceiro de aventuras Saravedro, seguindo uma antiga mitologia conseguem então localizar uma das chamadas essências, e para tomar posse de tal poder antigo, contratam um navio mercenário para os levarem nessa arriscada jornada para o que pode decidir o rumo de toda a história da criação.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de jul. de 2020
As Crônicas Do Universo

Relacionado a As Crônicas Do Universo

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de As Crônicas Do Universo

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    As Crônicas Do Universo - Giovanni G. Vicário

    Henry

    Sentado no fundo do salão de uma pequena taverna, estava um homem baixo, corcunda e com cabelos grisalhos. Seus olhos azuis eram vesgos, possuía uma enorme barba e carregava dois pergaminhos com entalhes da maior e mais respeitada biblioteca da sabedoria. O velho estava sentado em uma mesa redonda. A taverna, por sua vez, era escura e empoeirada, as janelas do estabelecimento eram opacas de tanta sujeira acumulada durante todos os seus anos de história, tornando impossível distinguir as pessoas que passavam do lado de fora. Os poucos sujeitos que estavam no local jaziam desacordados devido à bebedeira, e o único são era o barman, que estava limpando seus grandes copos de cerveja.

    Nesse instante, um jovem entra na taverna, trajado com roupas da Guarda Real de Montegur e com uma espada longa com entalhes de um tigre com asas de ave de rapina e presas de sabre, o brasão da Família Real. Sua feição estava séria, era calvo e tinha um cavanhaque, seu porte físico era de um lutador, seus olhos negros e vazios como uma noite sem estrelas e luar.

    O velho fica inquieto quando o homem começa a se aproximar dele. O recém-chegado se senta ao seu lado e começa a conversar baixo, como se até mesmo os bêbados do bar não pudessem ficar sabendo de quê se tratava o assunto.

    — Então, Saravedro... Trouxe os pergaminhos? — sussurrou o homem.

    — Claro que trouxe. Do contrário, não estaria aqui. Também arranjei uma tripulação para o seu suicídio ...  Escute, Henry, essa é a última vez que te ajudo, entendeu? — ele aumenta o tom de voz. — Já me arrisquei demais por essa sua ideologia louca de justiça! Gostaria muito de não te ajudar, porque foi exatamente o motivo que te deixei com aquele dragão e fugi com os pergaminhos. Então, me faça esse favor... pegue esses pergaminhos e vá direto para o Porto dos Anjos, para que eu possa não mais te ver nesse mundo — respondeu Saravedro, irritado por pensar que os dois já passaram por muitos desafios para acabarem em nada. Jogou os pergaminhos na mesa de maneira que eles acabaram saindo de seus laços e desenrolaram-se.

    De longe, o barman percebe o conflito e se prepara para pegar um martelo embaixo do balcão, prevenindo que algo aconteça com o seu bar. Henry pegou os pergaminhos e os leu, passando os olhos apenas para checar o conteúdo e lançando um olhar de reprovação para o velho.

    — Obrigado por todos os seus anos de serviço, mas acho que está certo, não preciso mais de sua ajuda — disse Henry, em um tom frio e intimidador, enquanto lentamente sacava sua espada.

    — Por favor, Henry! Depois de tudo que eu fiz... nã... — antes que Saravedro pudesse terminar a frase, Henry sacou sua espada e lhe cortou a garganta, um corte certeiro na artéria, fazendo manchar de sangue o chão e o teto, que estavam tão gastos quanto o idoso que ali morria.

    — Uma pena que você pensava tão pequeno assim — disse Henry, enquanto limpava sua espada com um pano que acabara de tirar de seu bolso — Poderia ter visto a raça humana retomar aquilo que lhe é de direito. Bom, não vou mais perder tempo com você. Vamos ver que tipo de tripulação você me arranjou — o Barman, que fora surpreendido por tal ato, decide ir para a cozinha nos fundos para que não acabe sobrando alguma briga para ele.

    Henry, então, sai da taverna e segue até o Porto dos Anjos. Chegando mais perto, consegue sentir o cheiro de peixe podre e água salgada, via todos aqueles corsários carregando e descarregando suas embarcações. Ao andar pelo cais, encontra um navio de médio porte, com velas negras e um casco de madeira de carvalho reforçada. Na popa, era possível enxergar um legível nome escrito numa placa de metal com detalhes em dourado: Quiet Runner.

    O navio, apesar de relativamente grande, era apenas de transporte e não possuía artilharia, embora o capitão e seus dois homens possuíssem armas. Ao chegar à ponte que levava ao navio, Henry anuncia:

    — Olá corsários, eu sou o Henry que tanto esperavam! Podemos partir — ao embarcar, encontra três corsários no convés principal.

    O que estava mais à frente era o capitão, e aparentava estar na flor da idade, com porte físico de um guerreiro, longos cabelos castanhos enrolados e um grande casaco coberto de joias. Ao seu lado, um homem alto e magro, vestido com panos e trapos, de cabelo longo e liso e um bigode que acompanhava seu cavanhaque. Mais atrás estava um enorme homem negro entre os seus trinta anos, extremamente forte e com luvas de pontas afiadas feitas de ferro, que estavam presas em seu bolso direito. Tinha diversas tatuagens de animais por todo o corpo, seu olhar vazio deixava qualquer um com um grande desconforto, diferentemente de qualquer outro que Henry já tivesse visto em toda a sua vida. Ele percebe que o capitão estava armado com sua cimitarra mais fina que o comum, mostrando ser alguém que ataca com a fúria e determinação, e outro com cavanhaque carregava em seu cinto, uma besta, carregada com flechas de prata, mostrando ser alguém que ataca à distância.

    — Olá Henry, me chamo Jackson, sou o capitão do Corredor Silencioso — eles apertam suas mãos.

    — E eu sou Elijah, o navegador e os olhos do Corredor Silencioso. Esse monstro com a gente é o Anderson, nosso... — aponta-o, com desgosto — nosso faz tudo.

    — Entendo. E quando poderemos sair? Tenho pressa — perguntou Henry, sempre mantendo a calma na voz.

    — Bom, estamos prontos. Só esperávamos o senhor e seu amigo Saravedro — responde Jack, sem saber que o velho já não pertencia a esse mundo.

    — Ele desistiu e não quer mais nos acompanhar, então vamos sem ele — disse Henry, um tanto quanto abalado com a pergunta de Jack. Desconfiados, todos foram para seus lugares para que pudessem iniciar a viagem. O capitão deu as ordens e então o navio ganhou vida e começou a velejar.

    Algumas horas depois, Henry chamou todos para uma mesa que estava atrás do manche. Ele abriu um mapa e apontou para um enorme círculo preto marcado com tinta. O círculo indicava águas misteriosas, nem mesmo esses velhos lobos do mar sabiam o que os aguardaria quando chegassem.

    — Esse é nosso destino, consegue nos levar até lá? — perguntou a Elijah em um tom sarcástico.

    — Claro, se não conseguisse não estaria aqui — respondeu Elijah um pouco incomodado com a pergunta.

    —Ótimo, vou estar em meus aposentos, me chamem quando chegarmos — retrucou Henry, ansioso, e então seguiu aos seus aposentos.

    — Sabe capitão, não gostei desse rapaz e quando eu não gosto de uma pessoa é porque realmente não é boa gente — ressaltou Anderson.

    — Bem. Pagando bem, que mal tem?! — brincou o capitão.

    ***

    Três dias depois, chegaram ao seu destino.

    — Eu não entendo. O mapa nos leva exatamente para esse local. Não é possível que tenhamos chegado, não tem nada aqui além de água — falou Elijah um pouco inconformado com a situação.

    — Não, você acertou em cheio, apenas espere o sinal — retrucou Henry, se mantendo imóvel no centro do navio.

    — Mas do que vo... — Antes que Elijah pudesse terminar a pergunta, uma enorme tempestade instantaneamente se formou no céu. O sol havia sumido, os pássaros que estavam passando acabaram morrendo e caindo nas profundezas do gélido oceano, que começava a formar ondas cada vez maiores e mais fortes, castigando as laterais do Corredor Silencioso. No céu caíam raios vermelhos e se faziam fortes estrondos de trovões, que enfeitavam os céus encobertos de nuvens negras.

    — Mas que porra é essa? — murmurou o capitão.

    — Isso é o nosso passaporte! — falou Henry, sorrindo ironicamente, como se fosse ele quem havia feito tudo isso. — AH, GRANDE SARAVEDRO! DESGRAÇADO! VOCÊ ESTAVA CERTO! — gritou, comemorando.

    Antes que qualquer um deles pudesse ter alguma reação, um enorme redemoinho surgiu no meio do oceano e os engoliu em instantes. Tudo o que tinha acontecido desapareceu em questão de segundos, até mesmo o barco.

    Mundo reverso

    Ainda zonzo, capitão Jack aos poucos foi recuperando a consciência e percebeu que estava em uma espécie de quarto de bordel, porém muito pior do que de costume. O lugar era podre, a madeira de todo o quarto era velha e cheia de cupim, teias de aranha vazias estavam espalhadas por todo o lugar.

    — Mas que merda de lugar é esse? — Jack tentou se levantar daquele chão sujo, se apoiando na cômoda ao lado da cama — Ah, droga, quando eu por as minhas mãos naquele desgraçado! Arrg... — ele pensou, fazendo gestos com as mãos — Merda, seja o que for que me atingiu, bateu com muita

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1