Palavra Em Cena

De Mário Cocada

Esta obra que inaugura a carreira de Maritonio Castro Pereira, o Mário Cocada, é um trabalho poético e ecumênico que tem a intenção de deixar a vida mais leve. É um ensinamento sobre a experiência do autor com Deus e a natureza. Traz a beleza da palavra aliada aos seus pensamentos, reflexões e dizeres que, ora romântico, ora realista, mostra a ideia barroca no paradoxo entre o homem e Deus, o céu e a terra. Este livro de prosa poética não é exatamente um aconselhamento para o dia a dia de um religioso ou não-religioso, mas é uma mensagem de conforto para o seu bem-estar através da poesia.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 18 de abr. de 2024

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O MENINO

O mundo dele é grande.

Cabe na palma da mão de Deus.

Tem risos, gentilezas e um pouco de pássaros.

No mundo dele, ele cativa.

O menino é menino até hoje.

Ele bem queria que sua casa fosse de costas para o rio.

Ver o pôr do sol seria para ele como ver um farol

daqueles bem bonitos e antigos.

No fundo do seu quintal há lembranças

de um menino que quis tudo,

mas a saúde era comprometida.

Para o menino, isso não era nada...

Essa condição foi revertida: vitória garantida!

Passou por tudo porque tinha em sua mente

um horizonte que enrubescia.

O horizonte corado fazia o menino sonhar,

Viajar, ter saudades do que já foi e já se foi.

Naquele quintal de horizonte mágico,

Deus reparava o menino.

Aposto que um dia Deus falou:

« Meu filho, tu vais ser poeta!

Vais encher vazios com palavras

ditas, escritas, pensadas e até as não ditas. »

Deus abençoou e assim ficou.

O menino é menino até hoje!

Amável homem, o menino cresceu.

Mas, é menino! Até hoje!

É de leveza, voz macia, pacífica...

Um servo de Deus

que funciona como raio de sol no horizonte.

Sabe aquele horizonte enrubescido

que ele tinha na mente?

O horizonte mágico, do quintal com lembranças,

do mundo grandão...

Desse jeito é fácil se afeiçoar ao menino

e desse mundo fazer parte.

O menino me faz lembrar das fábulas, dos contos.

Ele tem a arte impressa em si.

Usa as palavras com zelo, a fim de não fatigar.

Entende o sotaque da amizade e a faz com facilidade.

Ele é bom em cativar...

Até tem apelido com nome de doce.

O menino é menino, até hoje!

Eu não tinha mencionado, mas

o quintal do menino é grande, até hoje.

Por isso ele tem abundância de ser assim:

Um menino feliz! E doce que nem cocada!

A voz dele tem até formato de canto de pássaro.

Ouviste ele cantar palavras? Eu, já!

E gosto de imaginar o quintal

com todas as lembranças, o horizonte corado...

e o menino lá, cantando palavras.

Faz aniversário o homem-menino.

Ah, esse menino é menino, até hoje!

Não de forma pequena, o menino-poema

é grande por trazer inspiração e ajuda

a transformar em palavras

quando se vê menino, servo e irmão.

5

Lelê Lopes

Manaus/AM, 19/04/2023

A Deus,