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Dentro do Caos: Fôlego
Dentro do Caos: Fôlego
Dentro do Caos: Fôlego
E-book105 páginas27 minutos

Dentro do Caos: Fôlego

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Sobre este e-book

"Dentro do caos: fôlego" é o primeiro livro de poesias de Maira Mota, escritora sertaneja baiana. Nele, a autora traz temáticas do sertão à cidade, cotidianos, ser mulher, as angústias, os tempos e o amor. Utiliza as palavras como alquimia, traduzindo as emoções vivenciadas no mundo. Nessa leitura haverá alguns momentos acolhedores como um abraço, outros mobilizadores como um convite à reflexão.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de mar. de 2021
ISBN9786586319163
Dentro do Caos: Fôlego

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    Dentro do Caos - Maira Mota

    Rezo

    Conversa dentro

    Não, não cabe

    Na palavra não cabe as imensidões

    Já tentei encaixar de diversas formas, mas não cabe

    As imensidões estão na rua, na cidade que chama

    e na potência dos encontros

    Na palavra cabe o relato, a poesia e a retórica

    Mas não cabe o gosto, a taquicardia e o esboço dos sorrisos

    Não cabe a energia de um bom abraço

    e a telepatia dos olhares

    Na palavra cabe o dizer das saudades,

    mas não cabe a saudade do tempo que será,

    e do tempo que já foi

    Não cabe a imensidão mergulhada do mar,

    nem o delírio das lágrimas

    E, ainda assim, me sinto milagrada pela palavra

    Só nela é possível recapturar tudo que nela não cabe,

    mas pela qual tudo se transforma.

    Pelas mulheres que se calam

    Escrever é um exercício

    Esvazia as muitas coisas guardadas,

    e preenche as veredas dos tantos vazios

    Escrever rasga o peito

    mas costura a carne aberta em pulso quente

    Não livra do mal, mas milagra cada delírio feito oração

    Escrever o instante,

    Exercitar o colorir dos entendimentos de si

    Escrever é transposição de rio

    Permanente descoberta de outras terras a inundar dentro

    Olhar o leito que diminui água, estiagem

    E saber olhar água, prolongamento de leito,

    incontáveis margens.

    Desesperança

    Essa tal de esperança

    tão bem quista, desejada, requerida,

    com olhar ansioso de desejo na mira

    Essa tal de esperança é mesmo descabida

    Alimento da taquicardia,

    embriaguez que de dentro, d’um corpo, vira noite

    em descompasso, da ausência oceânica nos dias

    Esperança... essa tal de esperança

    faz do tempo uma espera inútil.

    O silêncio eloquente das paredes

    o grito da rotina chamando pra fora

    o mar dentro revolto em lua cheia quebrando tudo

    A esperança tira o ar

    paralisa sem explicação as engrenagens do pensar

    é engodo dos tolos, que engolem o ódio,

    que engolem a inconsequência da dor

    pensando que tudo vai se transformar

    Fertiliza saudade, sentença viva da imaginação

    esquecendo de distanciar

    Bom mesmo é ser

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