A QUEIJADA DA SAPA… QUE VIROU PRINCES
Sintra respira a melancolia bafejada pelo perfume das madressilvas, a luz coada, o aroma inebriante dos bosques e matas, o recorte poético das suas esquinas. E, claro, as queijadas. Dá que pensar saber que as grandes passeatas gastronómicas já se faziam de Lisboa até à antiga Estrada Real, no século XVIII e XIX, sendo um dos chamarizes a doce suavidade das queijadas da Sapa. Primeiro a cavalo, depois no Larmanjat (uma espécie de tramway) e mais tarde no comboio, com a inauguração do caminho-de-ferro, ir a Sintra era obrigatoriamente provar o seu símbolo gastronómico.
Nessa altura, Sintra florescia entre o aroma “das rosas-chá, entre o murmúrio das águas e o gorjeio das cotovias”, os jogos ingleses de jardim, os concursos hípicos, a vilegiatura, as batalhas de flores e os bailes inaugurados pela Princesa Amélia. Ramalho descrevia, em 1888, n’”As Farpas” o ambiente onde as elites se divertiam no Estio. E mais adiante rematava: “Fabricam-se como antigamente as queijadas da Sapa, tão gratas ao paladar de Lorde Byron. Abunda o bom leite,
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