Revista de Vinhos

S. JORGE, O QUEIJO DO PARAÍSO

Para ver e ouvir

Se gostam de queijo de S.Jorge têm mesmo de ver onde nasce. Nós apaixonamo-nos por esta ilha absolutamente atordoante e só nos apetecia ficar aqui para sempre, entre falésias abruptas, terra vermelha e uma orografia onde as fajãs são rainhas junto ao mar. Um tropicalismo que se entranha, tal como o queijo que aqui viemos provar.

É símbolo de portuguesismo, mas nem por isso deixa de ter influências flamengas na sua origem, a par de uma ajudinha alemã e inglesa. O queijo de S. Jorge remonta à sapiência dos primeiros colonizadores da ilha, mas afinou a produção no século XIX. A sua textura evoca ainda o Cheddar, outro queijo de leite de vaca cru, o Gouda ou até o Parmesão.

De facto, só mesmo quem sente o pulsar exótico desta ilha, entre escarpas pedregosas, escoadas lávicas e cascatas que se despenham das arribas, imersa numa vegetação luxuriante de campos e pastos férteis, é que poderá saborear, na sua plenitude, este grande queijo com mais de seis séculos, pois esta original morfologia parece lapidar o S. Jorge DOP com igual temperamento.

Por isso mesmo, num dia de neblina, percorremos S.Jorge logo pela manhã, até à maior fajã da ilha, S. João, na costa sul, entre socalcos debruados por esculturas de basalto e o azul- -veludo do mar imenso. Um “patchwork” de verde e negro abraça-nos de todos os lados.

Os bons pastos que aqui crescem devido à altitude (500 a 700 metros) com um ecletismo de ervas autóctones, e também a salinidade, são dois vetores fundamentais para conseguir este queijo de excelência que, ainda por cima, quanto mais envelhece mais felizes nos deixa.

Felizes são também as vacas que pontilham a

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