Um reino de fortes emoções
Fiquei totalmente estupefato quando provei a linha de Finos, Amontillados e Olorosos das bodegas Alvear em uma visita à feira Vinoble no ano de 2008, em Jerez de la Frontera. Já tinha me emocionado antes com os vinhos doces de Pedro Ximénez desta icônica bodega, mas, como acontece com a esmagadora maioria dos amantes dos vinhos “generosos” da Andaluzia, o que lembramos e vagamente conhecemos de Montilla-Moriles são apenas os seus PXs ultra doces, negros e viscosos como o piche, vinhos deveras emocionantes, para bebermos em situações muito especiais, depois de tudo em uma refeição, até mesmo da sobremesa!
A situação geográfica privilegiada de Jerez e dos seus portos de Sanlúcar de Barrameda e do El Puerto de Santa María na Baía de Cádis garantiu uma vantagem secular de acesso aos mercados dos “Sherry” em detrimento dos vinhos de Montilla e Moriles, duas vilas localizadas ao sul de Córdoba, a aproximadamente 180 km destes portos de escoamento da produção de vinhos, inaugurados pelos fenícios um milênio antes de Cristo e já extremamente movimentados desde o séc XV quando do descobrimento do Novo Mundo. Surpreendentemente - e uma das raras exceções nas leis das denominações de origem -, ainda hoje, uma parte das uvas Pedro Ximénez cultivada na DO Montilla-Moriles, em reflexo a esta situação histórica, é legalmente empregada para enriquecer o espectro dos vinhos elaborados praticamente com a uva Palomino, no Marco de Jerez.
E porque a Pedro Ximénez ou PX, casta símbolo de Montilla-Moriles, conta com apenas 83 hectares em Jerez, sendo normalmente
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