A produção de vinhos espumantes em Portugal conheceu uma notável evolução, não apenas no perfil dos vinhos, mas também na abrangência regional e no crescimento do número de referências disponíveis que, ao contrário da esmagadora maioria dos espumantes, provêm de uma colheita apenas – ou quase…
Foi sobre esta categoria, dos vinhos espumantes datados, ou “Millésime”, que incidiu o tema da grande prova desta edição da Revista de Vinhos. Que, desde logo, desfaz um dogma: nem só de Bairrada ou Távora-Varosa falamos quando o tema são vinhos efervescentes. Vinhos Verdes, Douro, Dão, Lisboa ou Alentejo têm igualmente uma palavra a dizer neste capítulo.
A origem e produção de espumantes está intimamente ligada a Champagne, que conheceu grande evolução no século XIX, sendo que os champanhes datados, ditos “vintage”, ou “millésimés”, começaram a surgir a partir de 1870. Estes constituem, ainda hoje, cerca de ¼ da produção global da região, dado que a tradição do champanhe está relacionada com o lote de vinhos de