Mal se entra no Mercado de Matosinhos, parece que atravessamos outra dimensão. Perdemo-nos pelos labirintos dos cheiros de hortelã, do funcho e coentros, observamos um molho de nabos branco-róseo e suas nabiças, as pencas viçosas e as tranças de cebola roxa. Logo temos uma paleta que nos faz compreender como é ténue o laço entre arte e natureza.
Fugindo da chuva torrencial lá fora, aterramos num lugar quente e aconchegante, onde apetece ficar. Há sons, cheiros e cores que provocam os nossos sentidos e nos fazem logo sentir felizes. Sim, sentir felizes. Não são só as bancas de legumes e fruta, de hortaliças e flores, de peixes de vários formatos com brilho especial.
São as pessoas. A proximidade, a conversa com os vendedores, muitos deles património humano deste espaço que o torna ainda mais singular, estabelecendo assim relações de confiança.
Como a menina Olga, como lhe chamam, porque está aqui desde os 16 anos. “Tenho muitos fornecedores da Póvoa e lavradores de Lavra”, conta-nos enquanto arranja o cantinho das ervas aromáticas e já sentimos o