A Revista de Vinhos regressou à Madeira e ao universo da Barbeito. Ricardo Diogo Freitas desafiou-nos a um périplo por algumas das famílias que são parceiras de stocks e de vinhas, do Funchal a Porto Moniz. Mas, de cortar a respiração, a descida à Fajã dos Padres, um sonho imaginado que singrou e que preserva a primeira casta plantada na ilha. “Daqueles sítios que nos permite esquecer o mundo”…
Ricardo é um autodidata que agitou o setor, que ao longo das últimas décadas tem feito um trabalho notável junto de restaurantes, sommeliers, de imprensa e até de outros produtores e enólogos portugueses. Goste-se ou não do estilo, reconheçase que parte da responsabilidade de o Vinho Madeira voltar a figurar nalgumas cartas de restaurantes e wine bars nacionais e internacionais, de suscitar a curiosidade de novas gerações, é dele.
Durante quatro minutos sentimos a vida suspensa. Literalmente. São 250 metros a pique, com quadriculados de chão lá bem abaixo, uma enorme escarpa nas costas e o mar sem fim no horizonte. É uma paisagem tão bela quanto dramática, incapaz de deixar quem seja indiferente, um dos postais mais exóticos mas simultaneamente mais esplendorosos da Madeira. Aquele que não se atrever a fazer a descida, por receio de excessos de adrenalina ou eventuais badagaios, perderá um recanto único da pérola do Atlântico.
Duzentos e cinquenta metros depois, eis-nos de pés bem firmes na Fajã dos Padres. Levantamos a cabeça e percebemos a autêntica aventura do elevador panorâmico,