Para ver e ouvir
Natal sem rabanadas não é Natal. Aquele cheirinho do pão embebido em leite, casca de limão, passado por ovos batidos a borbulhar na frigideira pode ressuscitar qualquer alma com vontades suicidas. É, simplesmente, o cheirinho a Natal. Então depois das fatias estarem douradas, ainda mornas, passá-las por açúcar com canela, colocá-las a descansar, e lentamente escorrer a calda sobre elas, evoca o nosso lado sagrado e pecaminoso em dueto.
Doce tão divinal quanto simples, tinha de se incluir no nosso receituário popularmente nobre, ligado às maiores emoções da época natalícia, claro. Porque cozinha é memória e casa, a rabanada é um dos nossos ícones e faz pulsar corações. Daí ser tão difícil conseguir “aquela rabanada”, aquela que a nossa mãe, irmã ou avó faziam. Nem nós mesmos o podemos reproduzir, simplesmente porque é inigualável.
Confecionada com pão de trigo (hoje, normalmente, cacete) cortado em fatias, há várias versões consoante o território.
Mas apesar de simples e de ter por base o aproveitamento de pão recesso, a receita tem que se lhe diga.
A qualidade do pão, a dose certa de tempo em leite (a matéria-prima aqui também