Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Cozinha de montanha
Cozinha de montanha
Cozinha de montanha
E-book167 páginas52 minutos

Cozinha de montanha

Nota: 5 de 5 estrelas

5/5

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Baixar e ler e-book/pdf.
Livro digital sobre a culinária do Estado do Rio de Janeiro, com pratos típicos e tudo gostoso para você saborear. Receitas práticas e como fazer, com ingredientes frescos e fáceis.
Receitas de pratos salgados, doces e aperitivos e com combinações da cozinha internacional, nacional e com até comidas indígenas.

Alda Maria de Oliveira traz nessa obra mais do que conhecimento da sua vasta experiência no ramo dos alimentos - desde a produção agrícola até o preparo na cozinha, mas nos traz cultura, recordações, em uma leitura descontraída. Na verdade, o livro além de receitas e boas histórias, é também em parte uma rica autobiografia.
 
Alda nos faz viajar no espaço e no tempo, antes de apresentar cada uma de suas receitas, relacionando, inclusive, a procedência de ingredientes com fatos da história de Nova Friburgo e do Brasil.
 
As receitas misturam matéria prima e elementos diversos, remontando na cozinha toda a miscigenação da cultura brasileira. Ler cada receita faz despertar a imaginação para os odores e sabores que devem originar dessas misturas, sendo esse um convite a experimentar cada um desses pratos.
 
Leia, deguste um bom prato e aumente seu conhecimento cultural.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de mar. de 2021
ISBN9786588240212
Cozinha de montanha

Relacionado a Cozinha de montanha

Ebooks relacionados

Turismo com interesse especial para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Cozinha de montanha

Nota: 5 de 5 estrelas
5/5

1 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Cozinha de montanha - Alda Maria de Olveira

    Apresentação

    Neste livro foi reunido um conjunto de receitas práticas, saudáveis e gostosas que é a soma de tudo o que aprendi em 74 anos de existência perambulando pelo mundo.

    Parte delas aprendi na roça, com minha mãe e minha vó, ambas camponesas da distante cidade de Canguçu: muitas delas; com minha sogra, que cursou culinária na Alemanha, algumas outras receitas, ou foram contribuição de amigas e amigos.

    No entanto, a maioria são produto das minhas horas de absoluto prazer em uma das duas cozinhas de nossa casa no Vale do Sol, na cidade, ou a 1 287 metros de altitude, em nosso Sítio Montanhas da Boa Vista, na comunidade do Cardinot, onde aos sábados, domingos e feriados relaxava no templo preparando minhas receitas. Há contribuições também do período que morei em outras cidades e países.

    É necessário que se diga com absoluta honestidade que sou uma pessoa em trânsito, tenho a consciência exata da minha passagem neste planeta com quem tenho uma relação mágica desde pequenina, por isso sou filha da impermanência; e nada mais é tão ‘inconstância’ quanto uma receita.

    E assim trânsito, sem rigidez, mas com um profundo exercício de conscientização, o caminho do meio, deixando as carnes, principalmente a vermelha, em direção a uma alimentação mais leve e mais saudável.

    Os poemas, a prosa, os pequenos contos, os pensamentos ou simples registros são páginas da minha vida.

    O livro é dedicado ao melhor padeiro que conheço; Gero, meu marido e o amor da minha vida. Também dedico a um excelente gourmet, meu melhor amigo e filho Guilherme, ótimo com as panquecas e crepes.

    A minha filha Adriana, melhor companhia e amiga de caminhada terrena, andarilha como eu; que faz um bolo de banana chamado nega maluca que fica muito melhor quando se erra e fica solado e, acima de tudo as minhas netas Maria Clara, com cinco anos, que adora cozinhar e Micaela Flor, com dois anos, que adora comer.

    As observações botânicas, químicas, nutracêuticas e medicinais sobre várias plantas usadas nas receitas, são respingos da minha atividade profissional como pesquisadora e engenheira agrônoma.

    A gente à mesa

    É aqui que tudo começa.

    Aprontar uma mesa para servir uma refeição pode ser sempre, um ato ritualístico, um ato devocional.

    Comer é comungar, partilhar, celebrar às vezes com a gente mesmo.

    Toalha ou jogo americano; flores, velas, talheres, xícaras, pratos para servir e descanso para panelas, devem primar pela simplicidade e beleza.

    Escolher materiais naturais do artesanato regional brasileiro, latino-americano ou africano, desde produtos das várias palhas e cipós, pedra sabão, ferro, barro, argila é firmar um compromisso com as comunidades que geram renda dentro da economia solidária em ações sustentáveis; assim contribuímos com meio ambiente, dando um toque de suavidade e bom gosto ao pôr a mesa.

    Estar à mesa é estar num altar especial, onde da melhor forma que pudermos, devemos dar ao nosso corpo, a nossa mente e ao nosso coração emocional a energia necessária para trabalhar, conviver, passear, criar, enfim viver a vida sendo feliz.

    Felicidade é a única coisa que realmente importa.

    E a filosofia, a psicologia, a psiquiatria, a poesia e uma gama imensa de escritoras e escritores estão reafirmando, cada vez mais, que a felicidade sustentável está contida nos momentos mais simples, nos pequenos instantes de nossa trajetória onde a alegria nasce serena de dentro da gente. Às vezes, olhando atentamente uma flor, um pássaro, o sol que nasce no meio da montanha, um pedaço de rio correndo entre as pedras dentro da floresta, uma criança que ri, uma homenagem recebida, um gesto de conforto e amparo, um abraço forte, um convite inesperado para tomar café na esquina, o livro que a gente queria e uma amiga atenta comprou e deu de presente, os vizinhos que chegaram para o mutirão, o telefonema do amigo distante que iluminou a manhã de sábado ou a noite de quarta-feira de um janeiro perdido no calendário, o amado que chegou para o café da manhã, enfim, mil situações nas quais a gente se sente muito amado e pode amar sem reservas.

    Comer é a celebração em cores, sabores e amores. É o fruto da terra posto na nossa frente para tornar nossa alma mais leve.

    Salada

    Azeite extra virgem, vinagre balsâmico, Zattar, Gersal e Shoyu precisam estar na mesa para dar maior sabor a esse festival de saúde chamado salada. Os demais temperos a gente inventa ou segue a sugestão do ‘caderno equilíbrio’ da Folha de São Paulo, que sai às quintas-feiras, pega na horta, pede à vizinha ou ao vizinho, compra na feira, na mercearia ou nos bons supermercados da cidade.

    O termo salada vem do latim herba salata que significa ‘erva salgada’. Os franceses usam mais o termo crudités pois, designa melhor a ingestão de hortaliças cruas, sejam elas folhas, flores, frutos, frutas e sementes. De todas as formas, de todos os tons de verdes, de todas as cores e todos os sabores. Já os romanos começavam a refeição com o gustatio, literalmente antepasto, aquilo que se comia antes da refeição, que incluía verduras – hortaliças de folhas – variadas, legumes como aspargos e alcachofras, queijos e ovos.

    Azeite extra virgem, extraído a frio de azeitonas verdes selecionadas dos países europeus como Espanha, Portugal, Grécia e de vários países do Oriente Médio, como Turquia, Irã, Iraque, Arábia Saudita e outros, traz para nossas mesas uma das melhores fontes de gordura saudável com reconhecidas qualidades como; antioxidante e protetor do aparelho circulatório.

    Os Estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais já tem produção nacional de azeitonas e de azeite extra virgem orgânico.

    Vinagre balsâmico, que às vezes confunde as pessoas pelo seu nome em italiano ‘aceto balsâmico’ é um vinagre especial feito do mosto de uvas de alta qualidade que são usadas na fabricação de bons vinhos tintos, com baixa acidez e alcalinizante do sangue é um ótimo complemento do azeite para saladas. Uso ‘Aceto Balsâmico De Modena’, italiano, que tem baixíssima acidez e muito sabor e que conheci no Sítio Igarapé, em Macaé de Cima – Cabeceiras, da queridíssima amiga Luciana Seabra Aguiar.

    Zattar é um produto do Oriente Médio, à base de gergelim moído e Sumagre ou Sumac- um tempero, de planta arbustiva, de folhas avermelhadas no outono/inverno, produzido principalmente nas montanhas do Líbano que lhe dá um sabor peculiar, um gosto ácido de fruta silvestre, extraído de suas bagas e foi usada pelos romanos antes dos limões terem chegado à Europa; é altamente energético e digestivo, restaurador físico e mental. Em Nova Friburgo, várias famílias de imigrantes libaneses trazem do Líbano, mas se pode comprar o produto, hoje, em várias lojas de grãos em Nova Friburgo. Já se comprou por aqui, na delicatéssen do Carlos e da Rebeca na Alberto Braune e no Merceeiro, em Olaria, da minha muito querida quase-irmã Regina Abicalil. Lamentavelmente ambas as casas fecharam.

    Gersal é uma mistura de gergelim natural, semente do Oriente Médio, mas também produzido no Brasil no Tocantins, moído e sal, também energizante realça o sabor dos vegetais da salada.

    Shoyu é um tempero de origem japonesa e chinesa, subproduto da soja, líquido escurecido porque contém caramelo,

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1