Bastam uma ou duas frases trocadas com Roberto Ravioli para saber: ele vem de família italiana. É intenso nas expressões e nos sentimentos, do tipo que fala com as mãos e se emociona enquanto conta histórias do passado e faz projeções para o futuro. E toda essa influência também está presente em sua cozinha, desde as receitas até o uso dos alimentos por inteiro, sem desperdícios ou exageros, como foi aprendido com a família. Uma cozinha que preza pela comida de verdade, preparada com técnica, sabor e cuidado com os ingredientes.
“Quando eu servia algo fora do comum, minha mãe costumava dizer: esse prato é uma delícia, mas o que eu estou comendo?”, diz o chef Roberto Ravioli, relembrando aos risos, enquanto ressalta que o sabor é mais importante do que os ingredientes que compõem a receita. Afinal, é ele que fará esquecer as preocupações e os preconceitos com um ou outro alimento, como os miúdos ou os cortes menos nobres.
Influenciada pelos períodos de guerra e pós-guerra, a cozinha italiana foi moldada no aproveitamento integral dos alimentos. Mas como servir pé de galinha ou tripas a um povo como o nosso, que não passou pelo mesmo período de escassez?