A Fonte

De João Dias Martins

Aos 80 anos, com o corpo cheio de mazelas e a mulher da sua vida à beira da morte, a rotina de Teodésio resume-se a esperar pelo fim e ir todos os dias de manhã comprar pão.

Numa dessas manhãs Teodésio vê-se perdido numa neblina tão densa quanto bizarra. Enquanto procura o caminho para casa, descobre uma fonte e pede um desejo.

Quando finalmente encontra o caminho de volta, percebe que o seu desejo se concretizou, mas o custo poderá ter sido demasiado elevado...

• Idioma: Português
• Editora: João Dias Martins
• Data de lançamento: 30 de dez. de 2013
• ISBN: 9781311827951

João Dias Martins

O meu nome é João Dias Martins e só existo porque fui criado. Participo em histórias e às vezes também as escrevo.Neste momento estou concentrado na escrita da série literária INTERSECÇÕES, um projecto ambicioso sobre um grupo de indivíduos envolvidos numa busca através do tempo e do espaço por misteriosos artefactos capazes de realizar qualquer desejo ou provocar a destruição do Universo.No entanto, sempre que a inspiração assim o obrigue, outras histórias serão escritas.Para saber mais detalhes sobre os meus vários projectos visite https://joaodiasmartins.wordpress.com/.

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OBRAS PUBLICADAS

- INTERSECÇÕES TEMPORADA 0: FRAGMENTOS

EPISÓDIO 7 - O HOMEM DE FATO

EPISÓDIO 6 - MANUEL

EPISÓDIO 5- DÉRCIO

EPISÓDIO 4 - LAURÉNIO

EPISÓDIO 3 - VÍTOR E HELENA

EPISÓDIO 2 - FERNANDO E SOFIA

EPISÓDIO 1 - IRINA

BREVEMENTE:

EPISÓDIO 0 - O ARTEFACTO

- CONTOS

IGUARIA

QUERIDO, ESTÁS MORTO

A FONTE

O ACTO DE PASSAR A FERRO

Esta é uma história de ficção.

A não ser em relação ao que aconteceu mesmo.

1

Prazeres (47)

Os dias não se distinguiam. Eram sempre uma resposta igual para uma pergunta não menos diferente. Na rotina havia estabilidade, mas havia também resignação e ausência de propósito. Por outras palavras, não havia nada.

Aos oitenta e sete anos, Teodésio limitava-se a esperar que o Destino fosse clemente e não tardasse a levá-lo, a ele e à sua esposa Celestina, para a viagem final ao mesmo tempo. Vivia com ela num pequeno apartamento em Odivelas havia mais de trinta anos. Não tinham filhos, sobrinhos, nem quaisquer outros familiares próximos ainda vivos. Ele tinha um primo em terceiro grau que morava nas Beiras, do qual não tinha notícias havia muito tempo. Talvez tivesse morrido entretanto. Celestina tinha família no estrangeiro, não sabia ao certo onde, nunca os conhecera.

Teodésio gostava de ter a casa sempre limpa e arrumada, mas não gostava que lhe mexessem nas coisas. O azar dele era que havia dias em que mal conseguia levantar o rabo da cadeira, quanto mais andar encavalitado em cima de bancos a limpar o pó às estantes e aos bibelots que Celestina gostava de coleccionar antes da maldita maleita lhe ter colado as costas à cama.

Quem agora