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Estudos de Dramaturgia e Literatura Brasileiras
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Estudos de Dramaturgia e Literatura Brasileiras
E-book222 páginas2 horas

Estudos de Dramaturgia e Literatura Brasileiras

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Sobre este e-book

Volume contendo os seguintes estudos:

1. ENTRE O EMPREGO E O TRABALHO-MALANDRO: O DILEMA EM CONTOS DE MALAGUETA, PERUS E BACANAÇO - estudo inédito realizado em 2009 sobre João Antônio;

2. A COMICIDADE D’O SIMPÁTICO JEREMIAS - estudo inédito finalizado em 2007 sobre a peça de Gastão Tojeiro;

3. A NOVA IMAGEM NACIONAL E A INAUGURAÇÃO DO TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO - estudo publicado originariamente na Revista Etcetera, v. 16, 2004;

4. OS “DEFEITOS” DE FLORES DE SOMBRA - estudo publicado originariamente na Revista Etcetera, v. 14, 2003;

5. DEFEITOS DE FABRICAÇÃO: UMA POSSÍVEL ANÁLISE DE ANTÔNIO JOSÉ OU O POETA E A INQUISIÇÃO - estudo publicado originariamente na Revista Etcetera, v. 8, 2002;

6. NÃO POSSO FICAR... - estudo sobre a música Trem das Onze, publicado originariamente na Revista Etcetera, v. 8, 2002;

6. TERRA NATAL, DE ODUVALDO VIANA - estudo inédito de 2001;

7. OS SACRIFÍCIOS DE JOANA: A ABOLIÇÃO NA PEÇA MÃE, DE JOSÉ DE ALENCAR - estudo publicado originariamente na Revista Etcetera, v. 6, 2001;

8. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O CASAMENTO E O TEATRO BRASILEIRO - estudo inédito de 2001.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de abr. de 2011
ISBN9788591178315
Estudos de Dramaturgia e Literatura Brasileiras
Autor

Adriano Ferreira

Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito (USP)Doutor em Letras-Literatura Brasileira (USP)Doutorando em Ciências Sociais (PUC-SP)Mestre em Letras-Teoria Literária (USP)Mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie)Graduado em Direito (USP)Professor na USJT-SP

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    Estudos de Dramaturgia e Literatura Brasileiras - Adriano Ferreira

    ENTRE O EMPREGO E O TRABALHO-MALANDRO: O DILEMA EM CONTOS DE MALAGUETA, PERUS E BACANAÇO

    A COMICIDADE D’O SIMPÁTICO JEREMIAS

    A NOVA IMAGEM NACIONAL E A INAUGURAÇÃO DO TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

    OS DEFEITOS DE FLORES DE SOMBRA

    DEFEITOS DE FABRICAÇÃO: UMA POSSÍVEL ANÁLISE DE ANTÔNIO JOSÉ OU O POETA E A INQUISIÇÃO

    NÃO POSSO FICAR...

    TERRA NATAL, DE ODUVALDO VIANA

    OS SACRIFÍCIOS DE JOANA: A ABOLIÇÃO NA PEÇA MÃE, DE JOSÉ DE ALENCAR

    BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O CASAMENTO E O TEATRO BRASILEIRO

    ****

    Entre o emprego e o trabalho-malandro: o dilema em contos de Malagueta, Perus e Bacanaço

    Depois do sujeito haver sido reconhecido como valente, passava, quase que automaticamente, a exercer sua valentia como profissão. (Hiroito de Morais Joanides, malandro paulistano)

    Introdução

    Analisaremos, no presente texto, alguns contos de João Antônio, contidos em seu livro de estreia, Malagueta, Perus e Bacanaço. O objetivo de nossa análise é específico: tentar explicitar, nesses contos, o dilema vivido por alguns personagens quanto ao modo de obter os meios de subsistência. De um lado, as relações formais de emprego, o chamado trabalho por nossa sociedade; de outro, as relações muitas vezes obscuras da malandragem, o chamado jeito fácil ou desonesto de ganhar a vida. Por detrás do dilema, personagens pouco certos quanto ao caminho escolhido ou a escolher.

    Tratar-se-ia de perfeito retrato da tensão fundamental que persiste em nossa sociedade de modernizações conservadoras: o conflito entre a ordem e a desordem, entre a norma e a violação. Ao focalizar personagens marginalizados socialmente pela miséria, João Antônio transforma em narrativa essa tensão que permeia suas vidas. Seu estilo marcado por aquilo o que Antonio Candido chamou de neutralidade estratégica, daria destaque ao real, utilizando uma prosa dura, reduzida às frases mínimas, rejeitando qualquer ‘elegância’ e, por isso mesmo, adequada para representar a força da vida1. Nas palavras de Vima Lia de Rossi Martin, a instabilidade vivida pelos que tentam sobreviver entre os polos da ordem e da desordem contaminaria seu estilo2.

    O dilema que nos interessa torna-se, assim, a alternativa entre uma vida na ordem, trazida pelo emprego e marcada por uma existência espacial e temporalmente típicas de um empregado, ou uma vida na desordem, decorrente da malandragem e também marcada por uma existência espacial e temporalmente típicas de um malandro.

    Todavia, a leitura que fazemos procura desmascarar essa oscilação entre os polos da ordem e da desordem retratada nos contos de João Antônio como uma oscilação entre alternativas cujos resultados práticos, enquanto estratégias de sobrevivência, são muito parecidos, se não idênticos.

    Para chegar a essa conclusão, precisaremos demonstrar o significado da malandragem que aparece nos contos. Antecipando nossas análises, demonstraremos que, conforme narrado, ser malandro significa assumir uma posição social que, tanto quanto para ser empregado, exige muito trabalho.

    É claro que a conclusão acima não pode ser aceita sem um prévio alargamento da noção teórica de trabalho. Faz-se pré-requisito evitarmos a redução do conceito trabalho à ideia de trabalho formal, ou emprego. Sem esse cuidado, perpetuaríamos a injustiça, mencionada acima, de dizer que o malandro (assim como a prostituta) é uma pessoa que escolheu a vida fácil.

    A frustração dos empregados

    O livro Malagueta, Perus e Bacanaço divide-se em três partes: Contos Gerais, Caserna e Sinuca. Na primeira, três contos retratam situações narradas por empregados, ou otários, na linguagem dos malandros. Na segunda, dois contos enfocam soldados no quartel. Na última, quatro contos tematizam a oscilação entre o emprego e a malandragem, tendendo cada conto a um dos polos. Interessam-nos, pelo enfoque que pretendemos, os dois primeiros contos e os quatro últimos.

    Busca é o primeiro conto do livro. O narrador-personagem Vicente sai de casa, onde mora com a mãe, para longa caminhada pelas ruas da zona Oeste de São Paulo, no início de tarde do domingo. Durante o passeio, pensamentos e recordações vêm à mente. Após rápida visita a um colega, Luís, retorna a sua casa, num movimento circular que retrata a imutabilidade de seu estado.

    Descobrimos que Vicente é chefe da solda na oficina e que lutava boxe na juventude. Fora um boxeador com início de carreira promissor, permanecendo invicto por doze lutas. Mas sofrera um nocaute e lesionara o fígado em sua décima terceira luta. E fora obrigado a abandonar a carreira. A partir de então, dá a entender que sua vida perdera o sentido:

    Não continuei. Deixei o ringue, larguei uma vontade que trazia desde moleque e que era tudo. Campo do Nacional, treinos à noite, o ótimo Freitas, a turma, campeonato amador... Minha vida sem aquilo acabaria.3

    Outras reflexões nos revelam um narrador tomado pela acedia. Mostra desprezo pelos colegas de oficina que, salvo Luís, o bajulam incessantemente. Fala com indiferença de Lídia, moça que surge como possível futura esposa, amiga de sua mãe e interessada nele. Revela que permaneceu triste, oco, com ânsia de encontrar alguma coisa4 enquanto esteve com Luís.

    Segundo Vima Lia de Rossi Martin, ele rejeitaria os valores sociais hegemônicos, como casar, ter filhos, família, além de desprezar o ambiente de trabalho5. Podemos constatar que se trata de um empregado razoavelmente bem sucedido em seu meio, com perspectivas de assegurar uma boa condição familiar, fazendo um casamento decente, mas que, ainda assim, não demonstra vislumbrar um mínimo de sentido em sua vida. Em outras palavras, o conto revela que a mera existência como empregado não é capaz de fazer de Vicente um homem feliz.

    O conto Afinação da arte de chutar tampinhas traz algumas recordações de um personagem-narrador que parece oscilar da esfera da malandragem para a esfera do emprego. Inicialmente, lembra-se de seu tempo de moleque, bom de bola. O tempo da União dos Moços de Presidente Altino, regado a futebol e samba. Comenta do sentimento que o dominava enquanto ouvia Noel e que tentava esconder, por vergonha de parecer não muito másculo. Fala da Aldônia, uma espécie desajeitada de namoro que eu estava engendrando6, que o viu fumando e contou a seu pai, fazendo-o apanhar.

    Em seguida surgem as lembranças do quartel. Fora obrigado a ensinar jiu-jitsu aos filhos do comandante, ganhando com isso a simpatia do mesmo. Então, interrompem-se as recordações e o narrador passa a falar de sua grande arte: chutar tampinhas. Descreve as peculiaridades de cada tipo de tampinha e os detalhes de sua arte, que vem afinando há algum tempo. Volta ao quartel e comenta sobre sua cumplicidade com o sargento no desvio de mercadorias e sobre ter sido pego jogando vinte-e-um.

    Por fim, diz ter arrumado um segundo emprego, à noite, para ganhar uns extras. Relata que ganha pouco, mas, graças ao segundo emprego, conquistara a confiança do irmão sério e da vizinhança:

    Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já me cumprimentam. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança. Acham, sem dúvida, que estou melhorando.7

    Até uma cobiçada professora já estava demonstrando interesse nele, querendo casamento. Todavia, o narrador não parece se importar com as repercussões de seus atos. Encerra o conto destacando sua dúvida: o que seria mais bonito, o Feitio de Oração, do Noel, ou suas tampinhas?

    Para Bruno Gonçalves Zehi, o narrador negaria sua inserção no mundo do trabalho como constituinte de sua personalidade, deixando transparecer que seu verdadeiro projeto de vida seria subsistir na malandragem8. A arte de chutar tampinha se afirmaria, enquanto comportamento vagabundo, em oposição ao mundo do trabalho, mas sem eliminá-lo, já que dele depende para se constituir9.

    Vima Lia de Rossi Martin destaca a ambiguidade de seu comportamento: ao mesmo tempo em que despreza a cobrança social e rejeita assumir na integralidade a condição de empregado, dispensando o casamento, admite ter dois empregos. Talvez essa ambiguidade reflita sua própria condição social marginalizada, ocupando lugar fronteiriço entre a ordem e a desordem10.

    Acreditamos que o conto mostra um personagem que assumiu a condição de empregado sem, contudo, supor que tal condição possa realizá-lo integralmente. Para afinar sua arte gratuita de chutar tampinhas é preciso trabalhar durante seu tempo livre.

    Entre o emprego e o trabalho-malandro

    Invertendo a ordem dos quatro contos que compõem a última parte do livro, tratemos de Visita, outro conto narrado em primeira pessoa. O narrador relata, de início, um sonho que tivera. Voltara às grandes paradas com o Carlinhos:

    Desprezando para sempre nossos empregos, sozinhos no mundo e conluiados, malandros perigosos agora. Vagabundeávamos, finos na habilidade torpe de qualquer exploração. E fisgávamos mulheres, donos de bar, zeladores de prédios, engraxates, porteiros de hotel, meninos que vendem amendoim...11

    Mas, durante o jogo de sinuca, a bola branca caía, por sua culpa, e punha tudo a perder. Sempre, por mais cuidado que tomasse, por mais palavras de confiança e incentivo do parceiro, a bola branca caía.

    Após contar seu sonho, o narrador reclama que, basta entrar de férias da escola noturna, quando chega a noite e pensa que disporá de seu tempo livre, após já suportar as idiotices dos chefes durante o dia, a mãe vem com pedidos de compra:

    Minha mãe tem a mania de me arranjar estes probleminhas domésticos. Pelo ano inteiro, este tonto trabalha e aguenta escola noturna. Dorme seis horas, acorda atordoado de sono, vai buscar dinheiro numa profissão inútil. Dia todo somando, dividindo, subtraindo, multiplicando. Por que diabo mandam-me tantos relatórios?12

    Afirma, então, que pretende visitar o Carlos, a quem não vê há dois meses. Lembra-se que no tempo da refinaria era menos mandado, tinha mais dinheiro, seu jogo rendia, mas deixara tudo para trás, amigos e estilo de vida, com o novo emprego. Eram parceiros, dois tacos respeitados. Ele sempre conseguia tapear os chefes para estudar escondido.

    Antes de sair, procura por uma camisa esporte e discute com a irmã, que lhe pede um vestido. Resolve ir de ônibus, não vê vantagem alguma para gente como ele economizar (é um trouxa), pois nunca tem coisa alguma. Lembra que não nasceu trouxa, que enquanto esteve desempregado virou-se com o jogo:

    Já curti um desemprego, cinco meses que só eu sei... Vida do joguinho. O dia na cama, a noite na rua. Cinco meses. Mas naquele tempo eu fumava cigarros estrangeiros e mandava polir as unhas. Não engolia um desaforo. Dinheiro? Eu tinha cabeça e era um taco de verdade. Noites de levantar quatro-cinco contos! Mas jogo é jogo e eu não nego - peguei rebordosas medonhas -, não foi uma vez que deixei o salão sem dinheiro para o ônibus. A casa... a família reunida para as reprimendas que duravam duas horas. O vagabundo, o ingrato, o perdido, o isto e o aquilo ouvia sem dizer nem pau, nem pedra. Os olhos nos bicos dos sapatos. Aborreciam-me. Puxava uma, duas das notas maiores e entregava. Preocupação, remorso, vergonha? Não, não, nada disso. Era sono, que eu passara a madrugada em volta da mesa me batendo, jogando, suando, arriscando, perdendo, ganhando. Por isso aturava o esporro - queria dormir. Falassem. Moral para a família rezadeira é aguentar máquina de cálculo oito horas por dia, aguentar chefe estrangeiro, bitola, manha, idiotice e ganhar seis contos no fim do mês. Hoje sou um bom rapaz...13

    Desce do ônibus, vai à casa de Carlos. Lá chegando, a irmã, que estava beijando o namorado, informa que ele não está. O narrador deixa um cartão e se vai. Toma um copo de cachaça num bar, segue caminhando ao ponto, onde fica aguardando o ônibus. Pensa em arrumar namorada, mas logo descarta a ideia Repara no entorno da vila operária: casario feio, gente feia. Lembra dos meninos magros que via saindo do grupo escolar, pés no chão. Acha aquilo errado, mas não encontra culpados.

    Desiste de esperar o ônibus, que não vem, apesar das tarifas, decidindo voltar a pé para casa. Chega cedo, vai ao bar e logo entra no jogo de sinuca. Mas durante o jogo, sua cabeça é invadida por pensamentos que impedem uma concentração plena: nunca terá mulher como a de um cartaz; sua vida é sempre igual, sapatos furados, ternos estragados, escritório, taxa de colégio, irmã galinha; novamente a ideia de arrumar namorada; sente pena do Seu Neves, funcionário ou dono do bar, que vive com a mulher que o engana porque tem filha moça. Na sua vez, uma jogada fácil e ganharia. Luta contra os pensamentos, mas a tacada não sai boa. Por sorte, a bola azul cai noutra caçapa e o narrador fecha o jogo. Ganha trezentos cruzeiros.

    O conto termina com o narrador indo dormir pensando que foi uma noite de deserção das ocupações domésticas, mas que no dia seguinte se depararia novamente com os relatórios do emprego.

    Como bem salienta Vima Lia de Rossi Martin, o protagonista é um homem entediado e socialmente desajustado, oscilando entre aderir ao universo do trabalho formal ou retornar ao da malandragem. Para ele, o universo doméstico, constituído pela mãe e pela irmã, significa censuras e aborrecimentos. O universo da escola e do trabalho é visto como sem significados, uma rotina vã. Equilibrando-se no estreito limite que o separa da malandragem, hesita entre assumir-se ou não como trouxa14.

    Destacamos que, no conto, surge o dilema que tematiza nosso texto: a escolha entre o emprego e o trabalho-malandro. O narrador vive novamente no mundo do emprego sem realizar-se plenamente. Mas, no caso presente, a alternativa que se apresenta é subsistir na malandragem. Ganhar a vida tirando dinheiro dos otários. Especificamente no jogo de sinuca.

    Analisando mais cuidadosamente a malandragem relatada pelo narrador, porém, constatamos que não se trata de uma forma fácil de ganhar a vida. Tratar-se-ia de uma forma própria de trabalho: ser um bom taco exige a cabeça no lugar, não aceitar desaforos e suportar a pressão da família, para passar a madrugada em volta da mesa me batendo, jogando, suando, arriscando, perdendo, ganhando15. E, por ser um jogo, estar preparado para as rebordosas. A experiência narrada, mera noite de férias escolares, revela seu despreparo momentâneo para encarar com sucesso esse trabalho. Por isso, permanece na condição de empregado, embora insatisfeito.

    Já no conto Meninão do Caixote, o dilema surge num caso invertido: é o jovem malandro que não está satisfeito e caminha definitivamente para o mundo do emprego. No início da narrativa, o ex-Meninão conta que foi responsável pela queda de outro malandro, o Vitorino. Taco velho e decadente, apostara todas suas fichas no Meninão que, ao largar a malandragem,

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