História pessoal e sentido da vida: historiobiografia
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História pessoal e sentido da vida - Dulce Critelli
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Reitor: Dirceu de Mello
EDITORA DA PUC-SP
Direção: Miguel Wady Chaia
Conselho Editorial
Ana Maria Rapassi
Cibele Isaac Saad Rodrigues
Dino Preti
Dirceu de Mello (Presidente)
Marcelo da Rocha
Marcelo Figueiredo
Maria do Carmo Guedes
Maria Eliza Mazzilli Pereira
Maura Pardini Bicudo Véras
Onésimo de Oliveira Cardoso
Dulce Critelli
história pessoal e sentido da vida
historiobiografia
São Paulo
2012
© 2012. Dulce Critelli. Foi feito o depósito legal.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Reitora Nadir Gouvêa Kfouri/PUC-SP
Critelli, Dulce Mara, 1951-
História pessoal e sentido da vida: historiobiografia / Dulce Critelli. – São Paulo : EDUC : FAPESP, 2012.
Bibliografia.
ISBN 978-85-283-0444-2
1. Critelli, Dulce Mara, 1951- 2. Fenomenologia existencial. 3. Psicoterapia existencial. I. Título.
CDD 150.192
616.8914
921
EDUC – Editora da PUC-SP
Direção
Miguel Wady Chaia
Produção Editorial
Sonia Montone
Preparação
Sonia Rangel
Revisão
Siméia Mello
Editoração Eletrônica
Gabriel Moraes
Waldir Alves
Capa
Imagem: Etnografias imaginárias I (xilogravura; 19x34cm)
Luiz Fernando Zulietti
Realização: Waldir Alves
Administração e Vendas
Ronaldo Decicino
Produção do ebook
Waldir Alves
Rua Monte Alegre, 984 – Sala S16
CEP 05014-901 – São Paulo – SP
Tel./Fax: (11) 3670-8085 e 3670-8558
E-mail: educ@pucsp.br – Site: www.pucsp.br/educ
Apresentação
Este livro pode ser lido como um conto. Na clareza da sua escrita e da sua organização, ele flui. Mas não se engane o leitor. A singeleza, longe de sugerir um estilo de fácil didatismo, provém, ao contrário, de madura elaboração. Com efeito, o livro resulta da complexa confluência de duas vias de trabalho. Uma via é aquela do conhecimento prioritariamente especulativo, trilhada, sobretudo, na docência universitária e nos estudos – de longa data – dedicados às filosofias de Martin Heidegger e Hannah Arendt. A outra, munida do instrumental filosófico, é a da prática de atividades de caráter pedagógico-terapêutico, pautada em preparo específico.
Pode-se dizer que o eixo do livro se encontra na noção e na prática da narrativa. Como um elo de mediação entre os dois segmentos do título, é a narrativa da história pessoal que faz emergir o sentido da vida. E é, juntando história
e sentido
, que a narrativa enreda os eventos transformando a vida em biografia. Só quando narrada, essa história é capaz de revelar uma biografia
(p. 67), diz o texto. Ou ainda: A biografia de uma pessoa só pode ser identificada, à medida que se descobre a história que sua história conta
(p. 99).
Intérprete de fatos, criadora de encadeamentos, enoveladora de episódios, a narrativa é sinalizada ao longo de todo o livro pelo uso frequente – e coerente – de certos termos, certas expressões, certas metáforas. Assim, por exemplo: a história é referida como arranjo
ou arranjamento
, como amarração
ou arrumação
; os eventos são interligados
por nexos
; os acontecimentos armazenam sentidos
; há realinhamentos
e fios
, tecidos
e tecelões
, costuras
e tramas
.
Atores, autores e coautores de nossa própria existência, contadores de histórias
que todos somos, este livro é um conto da própria autora. Por um lado, são trazidos para dentro da linguagem escrita os ambientes de suas próprias vivências, são evocados exemplos buscados na herança de sua história pessoal, vizinhos, pais, parentes, tios, avós são tornados personagens de seus cenários. O livro tem um teor de autorrecordação. Por outro lado e complementarmente, é também um quase-memorial: a história do próprio livro – suas fontes, seus percursos, sua produção e, ao cabo, sua forma final – está embrulhada
(diria Riobaldo?) nas palavras. E quando o nome ficou claro para mim – diz a autora – este livro pôde ser escrito
(p. 13).
Aparentemente, tudo se enlaça. Poderíamos perguntar, porém, se, realmente, tudo se alinha num mesmo fio, se tudo cabe na profusão articulada de sentidos, se tudo tem nexo. Onde o lugar do sinuoso, do desarticulado, do sem-nexo (ou do a-nexo)? Onde o acaso, o eventual, o episódico, o inusitado, o imprevisto? Seriam menos nobres
, devendo, por isso, necessariamente encaixar-se
? Mais uma vez, não se engane o leitor. O sentido ausente
está lá, mas precisamente como ausente, isto é, insinuado nos meandros, como que de viés, dissimulado
(diria Heidegger). Assim, por exemplo, quando lemos que narrar é ressignificar
, que não contamos fatos mas versões dos fatos
, que o traçado de todo enredo é guiado por pontos de vista
, opiniões
ou perspectivas
, avistamos então o suspeitado, inexorável e igualmente nobre lugar da incerteza.
Se, na clareza da sua escrita e da sua organização, este livro nos fala das narrativas de histórias que se expressam no alinhavamento da biografia, também nos diz – não tão claramente, é certo – que as histórias são paradoxalmente silenciosas
ou inauditas
. Este livro pode ser lido como um conto. Nele, o leitor atento saberá decifrar a história narrada e ouvir a história em surdina
.
Salma Tannus Muchail
Professora Titular do Departamento de Filosofia e Professora Emérita da PUC-SP
Sumário
Introdução
História em andamento
1. Filosofia, compreensão e existência
Sobre a Historiobiografia
2. Um fio de sentido
Ação, palavra e identidade
Narrador de si mesmo
3. Guias de viver
Relatos, historietas e histórias
Relatos
Historietas
Histórias
4. Identidade e história
Atos, palavras, testemunhos
Atos, palavras e mundo
5. Biografia
A história da história
A opinião sobre si mesmo
Memória e promessa
6. O julgamento de si
A consciência do bem e do mal
Consciência moral
O fim sem fim
Referências bibliográficas
Introdução
Somos criaturas que existem e sabem que existem. Podemos nos distinguir de tudo o que nos rodeia e, o mais extraordinário, podemos nos distinguir de nós mesmos. Aparecemos no mundo como indivíduos exclusivos e capazes de comunicar nossa singularidade através de atos e palavras.
Talvez por isso mesmo sejamos incapazes de existir se não obtivermos resposta para três fundamentais questões existenciais: Quem sou eu? Qual o sentido da vida? Que sentido eu faço nela?
Do nascimento à morte, essas questões se renovam incessantemente. Dependendo da resposta dada a elas é que