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Textos Dispersos
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E-book376 páginas4 horas

Textos Dispersos

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Sobre este e-book

Imagine um livro que cresce de tempo em tempo? Este é o projeto deste livro! Traga-me de uma coletânea de textos dispersos que escritos no espaço de dois anos e meio. São textos relacionados com as áreas da espiritualidade, apologética, filosofia, sociedade, cristianismo e política. Alguns textos estão relacionados com outros, mas a maior parte tos textos foram escritos isoladamente, o que privilegia o leitor, que poderá ler devagar ou mesmo escolher os temas do seu interesse, sem que isto interfira com a sequência lógica do seu raciocínio. 

Este é sem dúvida um livro sem igual, e que poderá agradar a toda gente, tendo em vista a diversidade de seus temas.

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Queremos que este seja o seu livro, não fique sem ele!

IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de fev. de 2015
ISBN9781507099773
Textos Dispersos
Autor

Luis A R Branco

Married for thirteen years and a father of two beautiful girls, I was born in the city of Petrópolis, RJ, Brazil, in January 1974. I hold an undergraduate degree in Biblical Studies and Theology (BA), a Master Degree in Church Administration and Leadership (MA), a Doctor Degree in Ministry (D.Min.) and actually pursuing a Doctorate in Philosophy. My work includes serving as a local clergyman and a seminary professor. I'm member of the Society of Christian Philosophers, member of the Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas, member of the Movimiento Poetas Del Mundo, member of the União Brasileira de Escritores and member of the Academia de Letras e Artes Lusófonas and affiliated with the Mission Board of the National Baptist Convention. By working in several countries, it gave me of a major cross-cultural experience. My theology is reformed and as a poet, I've a melancholic style following the pattern of the ultra-romantics of the XIX Century, as a humanist I'm characterized by the idea that man gets his true essence in the knowledge of God. I live in Lisbon with my family and have published books on spirituality, theology, philosophy and anthologies.

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    Textos Dispersos - Luis A R Branco

    TEXTOS DISPERSOS

    Espiritualidade | Apologética | Filosofia | Sociedade | Cristianismo | Política

    por

    Luis Alexandre Ribeiro Branco

    COPYRIGHT

    Copyright 2014 Luis Alexandre Ribeiro BrancoEste ebook é licenciado apenas para sua leitura pessoal. Não pode voltar a ser vendido ou doado à outras pessoas. Se você gostaria de compartilhar este livro com alguém, por favor compre uma cópia adicional para cada destinatário. Se você está lendo este livro mas não o comprou ou se não foi adquirido para o seu uso pessoal, por favor, devolva-o ao seu revendedor e compre a sua própria cópia.

    Obrigado por respeitar o trabalho duro deste autor.

    APRESENTAÇÃO

    Esta é uma coletânea de textos dispersos que escrevi no espaço de dois anos e meio. São textos relacionados com a espiritualidade, apologética, filosofia, sociedade, cristianismo e política. Alguns textos estão relacionados com outros, mas a maior parte tos textos foram escritos isoladamente, o que privilegia o leitor, que poderá ler devagar ou mesmo escolher os temas do seu interesse, sem que isto interfira com a sequência lógica do seu raciocínio. Este é sem dúvida um livro sem igual, e que poderá agradar a toda gente, tendo em vista a diversidade de temas.

    Uma vantagem em comprar este livro é que o mesmo será atualizado anualmente, sem prejuízo do leitor que uma vez que tenha adquirido o livro uma vez poderá sempre baixar a versão mais recente na mesma loja online onde o tenha adquirido.

    Sua avaliação é de grande importância, portanto, deixe seu comentário no mesmo site onde comprou o livro.

    Boa leitura!

    DEDICATÓRIA

    Dedico este livro ao Deus, Único e Criador de todas as coisas e aos meus alunos no Seminário Teológico Baptista com quem tenho aprendido imensamente nos últimos anos.

    DEUS ODEIA O PECADO, MAS AMA O PECADOR?

    Esta é uma frase usada com frequência nos círculos evangélicos, no entanto, não se encontra na Escritura. É uma das muitas frases que surgem ao longo da história e que de tanto serem usadas acabam por fazer parte do vocabulário cristão. No entanto, o simples fato de uma frase não se encontrar na Bíblia não a torna inverdade. O que ela não pode ser é anti-bíblica. Existem outras palavras, termos e frases que fazem parte do vocabulário cristão e que são partes importantes na teologia cristã, tais como Santíssima Trindade, Depravação Total, e até mesmo os Cinco Solas.

    Meu cuidado em trazer esta breve nota é para corrigir o pensamento de que a frase Deus odeia o pecado, mas ama o pecado é anti-bíblica. Vejamos a base textual em que está ideia se baseia: Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade. (Salmos 5:5 – ‘grifo meu’).

    Este verso deve ser observado tendo em vista duas dinâmicas de observação. A primeira dinâmica é a dinâmica particular, nesta se enquadram aqueles aos quais o autor original tinha em mente ao escrever este Salmo. Quem eram estes que o autor tinha em mente? Este salmo provavelmente foi escrito por Davi durante a rebelião relatada em 2 Samuel 20, quando dez das tribos de Israel, seguindo os passos do rebelde Absalão, e neste caso em particular, motivadas por um tal Seba, deliberadamente se levantam contra Davi, o rei de Israel. O texto de 2 Samuel 20:1 chama este Seba de desordeiro ou rebelde.

    Seba não teve sucesso em sua rebelião, foi perseguido pelas tropas de Davi e encurralado em Abel-Bete-Maaca, e seus habitantes, para não ver a cidade invadida e destruída, resolveram decapitar Seba e entregar sua cabeça aos soldados do rei.

    O salmo é uma oração de Davi ao Senhor, onde pede o favor de Deus por sua vida e sua ira contra aqueles que na companhia de Seba se levantavam contra ele. Como rei escolhido por Deus, Davi sabia que aquele acto de rebeldia não prosperaria e que o pecado da rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria (1 Samuel 15:23). Portanto, os pecadores ou praticantes da iniquidade que o autor original tinha em mente, estavam envolvidos numa iniquidade que visava contrariar a vontade de Deus e remover do trono aquele a quem Deus mesmo tinha levantado. Neste contexto, compreendo que Deus odeia aquele que deliberadamente se opõe contra a sua vontade e contra ela planeiam o mal, e não aquele pecador que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda (Jonas 4:11).

    A segunda dinâmica em que podemos observar o Salmo 5:5, é a dinâmica geral, tendo em vista a aplicação deste salmo em um contexto mais abrangente. Neste sentido, o princípio interpretativo do salmo deverá condizer com o princípio doutrinário-teológico que envolve toda a Escritura no que diz respeito a esta questão da relação de Deus com o pecador.

    Nesta relação de Deus com o pecador, devemos considerar que nossa natureza, mesmo depois de crentes em Jesus, continua pecadora. A diferença está no facto de que hoje, como crentes em Jesus Cristo, nos fiamos não na nossa capacidade de não pecar, mas nas misericórdias do SENHOR, como diz o texto bíblico: As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos… (Lamentações 3:22). Portanto, a diferença é que hoje, em Cristo, somos pecadores salvos, ao invés de pecadores perdidos. O facto de sermos crentes não nos livra definitivamente da influência do pecado. Isto porque enquanto vivermos, estamos sujeitos a possibilidade do pecado, como diz a Escritura: … o espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mateus 26.41). Vejamos ainda o que escreveu João: Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (1 João 1:8-10).

    Na dinâmica geral, se concordarmos com a ideia de que Deus odeia o pecador, somos igualmente com o mundo odiados por Deus, pois não podemos seguir uma regra hermenêutica no processo interpretativo e alterá-la quando nos for conveniente.

    Numa perspectiva geral observamos o seguinte nas Escrituras: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

    João 3:16

    Deus amou o mundo inteiro, sua criação, homens, mulheres, crianças, todos, sem distinção alguma. Amou inclusive a todos os pecadores do mundo! É um amor tão complexo que Paulo escreveu que orava pelos efésios, para que eles pudessem …conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento… (Efésios 3:19).

    Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.

    Romanos 5:8

    Deus não nos salva para então nos amar, ele nos ama para então nos salvar. É este amor de Cristo que constrange o pecador (2 Coríntios 5:14), pois não éramos merecedores de tamanho amor.

    Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.

    1 João 4:10

    João descreve nossa incapacidade de amar a Deus primeiro, ou de mudar nossos passos sem que ele nos tivesse amado sendo nós ainda pecadores, e só então, movidos por seu amor e seu Santo Espírito, temos condições de responder ao seu amor.

    Portanto, sim, Deus odeia o pecado, mas ama o pecador. E é este amor de Deus que nos alcançou e é este amor de Deus que faz com que nós possamos nos oferecer a ele obedientemente, para a pregação das boas novas do amor de Cristo ao mundo que sem ele está perdido. Sim, a frase não está na Escritura, mas a Escritura está nela de forma implícita, pois Deus é amor (1 João 4:8).

    No entanto, o amor de Deus e sua ira são complexos demais para serem compreendidos com meros argumentos humanos. Na verdade poderíamos entrar num debate sem fim neste sentido, sem chegar a alguma conclusão satisfatória. De certa forma, podemos conceber a ideia de que Deus odeia o pecador que deliberadamente peca contra ele e atenta contra a sua vontade. O Salmo 5:5 diz: …praticam a maldade. Em outras palavras, aqueles que trabalham o mal.

    Como bem esclarece John Gill, Deus odeia o pecador, mas não a todos os que têm pecado ou praticam o pecado, pois não há ninguém sem pecado, mas a tais que se entregam ao trabalho da maldade, que tornam o pecado o negócio de suas vidas, e dele são escravos, vivendo-o em uma série continuada no curso da impiedade.

    A Teologia Reformada, ao longo da sua história, através de seus precursores, tais como Boston Thomas, John Brown, Andrew Fuller, Shedd WGT, Dabney RL, Warfield BB, John Murray, Kuiper RB, e muitos outros, tem afirmado que Deus ama não só o eleito, mas também os não eleitos. João Calvino escreveu a respeito de João 3:16, [Dois] pontos são claramente afirmado para nós: a saber, que a fé em Cristo traz vida a todos, e que Cristo trouxe a vida, porque o Pai ama a raça humana, e deseja que eles não pereça . Calvino continua a explicar o equilíbrio bíblico que tanto o convite do evangelho e o mundo que Deus ama não são de forma limitada para a eleição sozinho. Ao mesmo tempo em que ele também reconheceu que eleição, e o amor salvívico de Deus é unicamente concedido a seus escolhidos. Louvemos a Deus por seu grande amor, e oremos em favor do mundo perdido. Não devemos deixar de olhar o homem perdido como alvo do amor de Deus e com quem devemos compartilhar o evangelho.

    ISLAMISMO

    Acredito que ao trazer este tema para reflexão num país como o Brasil parece completamente desnecessário. No entanto, há algumas informações que acredito ser desconhecida pela maioria dos brasileiros. Segundo os dados do IBGE,¹ de 2010, existem no Brasil atualmente 35.167 praticantes da fé islâmica, com um crescimento de aproximadamente 25% entre 2001 e 2011. No entanto, o manual de oração pelos muçulmanos no mundo produzido pela 30-DAYS INTERNATIONAL, ao que parece um ministério da JOCUM INTERNACIONAL, diz que autoridades religiosas (islâmicas) estimam que há entre 70 mil a 300 mil muçulmanos no Brasil.² Acredito que os números divulgados pela 30-DAYS INTERNACIONAL parecem me mais apropriados para a realidade brasileira. Se juntarmos estes números com os números dos muçulmanos na Argentina e Paraguai, que criaram basicamente um corredor islâmico na tríplice fronteira entre o Brasil e estes dois países, o numero pode ser muito maior. Não é à toa que os EUA estejam de olho neste espaço, que tem servido para financiar grupos terroristas islâmicos em outras partes do mundo, como mostra o documento desenvolvido pelo Tenente-Coronel Philip K. Abbott, do Exército dos EUA.³

    Acredito que esta realidade islâmica brasileira nos deve despertar para alguns pontos importantes: 1. A evangelização destes povos que chegam ao Brasil – É uma oportunidade maravilhosa concedida pelo Senhor, ter tantos muçulmanos vivendo em nossa terra e que carecem do Evangelho de Jesus Cristo. Mas infelizmente a maioria das igreja evangélicas brasileiras têm perdido esta oportunidade de desenvolver algum tipo de ministério para este grupo. 2. O Brasil tem a ganhar quando pensamos na riqueza cultural e financeira que este grupo pode trazer para o Brasil. Algumas companhias aéreas já oferecem voos diretos entre o Brasil e o Oriente Médio, o que contribui para o desenvolvimento das duas regiões. 3. O Brasil precisa de fato melhorar o controle e a segurança entre este grupo, onde radicais islâmicos se infiltram com facilidade para conseguir fundos e recrutar pessoas para práticas terroristas em outras partes do mundo. Especialmente agora em que o Brasil hospedará dois grandes eventos mundiais, é imprescindível um alerta constante das autoridades. Felizmente o Brasil é um país pacifico, mas outros países mais pacíficos que o Brasil, como a Noruega, já foram vítima destes grupos radicais, com o ataque terrorista da sinagoga judaica em Oslo em Setembro de 2006. 4. É preciso estar alerta para a estratégia proselitista muçulmana, que entre outras praticas promovem o ensino grátis da língua árabe, convites para as suas festas religiosas e em especial o casamento com mulheres cristãs. Apenas na Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, aproximadamente 59 mil mulheres se converteram aos islamismo depois de terem se casado com homens muçulmanos.

    Como cristão quero ver este grande número de muçulmanos no Brasil como oportunidades que Deus nos tem dado como igreja brasileira de fazer missões em nossa própria terra. Já existem organizações cristãs trabalhando entre estes grupos, informação que você pode procurar em sua igreja junto com seu pastor e apoiá-los em oração e financeiramente.

    A VOZ DO SENHOR OU A VOZ DOS HOMENS

    Lembro-me da primeira vez, quando ainda era bem jovem, que fui assistir a uma preleção do Morris Cerullo, ele era na época ainda pouco conhecido no Brasil. Logo no início achei meio estranho a introdução para se criar aquele ar profético. Quando o homem finalmente assumiu a palavra a plateia parecia ser de um grupo de devotos ao pé das imagens em Aparecida, Fátima ou Lourdes, que os evangélicos gostam tanto de recriminar. A veneração e idolatria era visível e repugnante. O pior aconteceu quando o homem começou a falar: Peguem suas Bíblias, coloquem debaixo dos seus assentos, porque hoje tenho uma nova revelação para vocês. Lembro-me bem desta frase, pois foi a que me fez levantar e abandonar aquele ambiente. 

    Saí dali indignado, pois fui criado numa igreja bíblica e não podia conceber a ideia da possibilidade de uma nova revelação que excluísse a Escritura Sagrada e que nela não buscasse seu respaldo. No entanto, esta é a realidade destes grupos que só conseguem o seu protagonismo com a Escritura Sagrada fechada, com uma hermenêutica deturpada ou com a utilização isolada e indevida de textos da Bíblia. 

    Antes de continuar, vamos esclarecer algumas coisas muito importantes no que diz respeito à Escritura Sagrada: 1. Não existe nenhuma revelação ou autoridade que se sobreponha a revelação e autoridade da Bíblia. O apóstolo Paulo ao instruir os Gálatas lhes falou com firmeza: Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. (Gl 1:6). 2. Não existe várias interpretações do texto bíblico. O fiel estudante da Escritura Sagrada buscará descobrir através dos vários mecanismos de interpretação bíblica qual era a intenção original do autor humano ao escrever aquela passagem, portanto, o significado real do texto não pode ser diferente daquele do autor original. O que pode haver diferente, e fica a critério de cada expositor bíblico, é a aplicação daquela passagem para os ouvintes ou leitores contemporâneos, no entanto, esta aplicação deverá seguir em linha com a interpretação, isto é, com o sentido original do autor do texto. 

    No entanto e infelizmente, vivemos numa época em que há pessoas demais sem preparação teológica, ou muito mal preparados nos púlpitos das igreja e por isto vemos tantas aberrações teológicas e práticas estranhas no meio evangélico. E estas coisas são ensinadas geralmente com todas aquelas introduções já mencionadas, que tiram o foco do ouvinte da Escritura e coloca no pregador, que passa uma falsa imagem de ungido do Senhor, com direito a dizer qualquer bobagem.

    O Salmo 29 é um salmo que fala da voz do Senhor, isto é, sua Palavra. Este Salmo nos ensina coisas importantes: O texto começa com um maravilhoso convite: Dai ao SENHOR, ó filhos dos poderosos, dai ao SENHOR glória e força (v.1). Davi através deste salmo demonstra a grandeza de Deus e a sua grande força sobre tudo e sobre todos. O objectivo deste salmo é despertar o temor de Deus no coração do homem. O salmista não apenas fala da grandeza e da força do SENHOR, mas também da sua santidade: Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade (v 2). 

    Vivemos numa época em que se fala uma vez ou outra da grandeza de Deus, pois vivemos tão profundamente centrados em nós mesmos que quando se fala da grandeza de SENHOR, do seu poder e da sua força, parece algo abstracto e distante.  No máximo, se algum desejo despertar no coração do homem moderno por estas coisas, é na intenção de saber o que este poder e esta força podem fazer por ele, para o ajudar a alcançar algum objectivo pessoal. 

    O salmista tenta elevar os olhos dos seus leitores para algo além de si mesmos, para uma beleza maravilhosa que é a santidade do SENHOR. Deus é santo! Exaltai ao SENHOR nosso Deus e adorai-o no seu monte santo, pois o SENHOR nosso Deus é santo (Salmos 99:9). Muitos possuem uma visão equivocada deste Deus santo, pensam que isto significa que ele é um Deus distante. Deus está perto daqueles que são seus, e sua presença santa faz com que o nosso ser se transforme, mas se isto não acontece, o pecado nos afasta da presença do SENHOR. Veja o que disse o profeta: Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça (Is 59:2).

    Talvez alguém diga: Vivemos na graça, não precisamos nos preocupar com estas coisas, Deus nos entende e não há mal algum na forma como vivo a minha vida. Este é um pensamento enganoso, a graça não anulou nem diminuiu a santidade de Deus e a nossa necessidade de temer ao seu nome. Inclusive devemos nos lembrar que nestes dias, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo de Deus veio fazer no cristão a sua morada. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (1 Co 6:19). 

    O texto chama a santidade de Deus de bela ou beleza da santidade (v.2). No entanto, enquanto o homem viver na prática do pecado não saberá descrever a beleza da santidade do SENHOR. O salmista então nos deixa perceber alguns detalhes da beleza da santidade de Deus que é manifestada na sua voz, ou seja, na sua palavra.

    O texto fala da voz do SENHOR, termo que aparece sete vezes neste capítulo.

    A voz do SENHOR ouve-se sobre as suas águas… 

    Salmos 29:3

    A voz do SENHOR é poderosa… 

    Salmos 29:4

    A voz do SENHOR é cheia de majestade…

    Salmos 29:4

    A voz do SENHOR quebra os cedros; sim…

    Salmos 29:5

    A voz do SENHOR separa as labaredas do fogo…

    Salmos 29:7

    A voz do SENHOR faz tremer o deserto… 

    Salmos 29:8

    A voz do SENHOR faz parir as cervas… 

    Salmos 29:9

    A voz do SENHOR faz todas estas coisas, pois foi a sua voz, a sua palavra, que trouxe todas estas coisas a existência. A frase: E disse Deus, aparece nove vezes no primeiro capítulo da Bíblia. Não sei se percebe isto, mas a palavra de Deus, a voz da sua boca, trouxe a existência tudo o que alguma vez já existiu em todo o Universo. 

    E talvez alguém diga: Muito bem, mas a voz de Deus já cessou! A ideia de um Deus calado é heresia. Como bem disse o pregador Luterano, Paul Scherer: Deus não deixou de falar quando o seu livro foi para a gráfica! Isto é, Deus continua falando com o seu povo. Lutero também disse: É o próprio Deus quem está falando, quando alguém usa a sua palavra para o confortar; e se isto, é a palavra de Deus, então é Deus quem está agindo aqui, portanto, lembre-se que é o próprio Deus quem fala. Calvino, por sua vez, dizia que a pregação da palavra de Deus era um sinal infalível de que Ele está perto de nós e que pela proclamação da sua palavra busca a nossa salvação, e nos chama para si mesmo em alto e bom som, e pela sua palavra nós o vemos com os olhos da fé. Agostinho escreveu: Notem meus irmãos e irmãs, Deus nunca se cansa de falar conosco. Se ele já não fala conosco, o que temos feito? Qual o sentido das leituras do livro sagrado? Mas ele continua a falar conosco, portanto, esqueçam o que para trás fica, e avancem para o que está a sua frente.

    A voz de Deus continua majestosa e ainda faz tremer não apenas o deserto, mas principalmente aquele que teme ao SENHOR. O Concílio Sacrosanctum disse o seguinte: Cristo está presente na sua palavra, uma vez que é Ele mesmo quem fala quando a palavra de Deus é lida na igreja. E Karl Barth explica melhor este ponto quando diz: A Escritura é lugar onde Deus encontra-se com o seu povo. 

    A Bíblia é muito mais que um mero livro, é muito mais que papel e tinta, é a palavra de Deus. Este livro é muito mais poderoso que a voz do mais importante general dos nossos dias. Este livro é a palavra do Deus eterno, que nunca passa, que triunfa sempre, e foi com esta palavra que Jesus venceu a Satanás no deserto, e com esta palavra também venceremos.

    A Bíblia não é um ajuntamento de palavras, uma colectânea de histórias e um apanhado de poesias para lhe fazer sentir bem. Este livro também não é um manual de boa conduta, do que se deve ou não fazer. Você precisa entender que quando este livro é lido e pregado, o crente não tem um encontro com meras palavras, mas um encontro com o próprio Deus, que é vivo e que é santo.

    Qual será a tua resposta ao Deus que te fala através da sua palavra? Qual será a sua resposta a santidade de Deus? Qual será a sua resposta a presença deste Deus que fala contigo nesta hora em que você lê este artigo, desejoso de salvar a sua vida, de mudá-lo completamente, de rescrever a tua história como a de alguém que teme ao seu nome?

    Se os pregadores do evangelho soubessem o poder da Palavra de Deus, deixariam de lado seus sofismas, suas ideias, suas interpretações erróneas e se renderiam ao crivo da Escritura, permitindo que ela diga, o que de facto ela quer dizer, e que ela faça o que precisa ser feito de forma muitas vezes secreta e silenciosa no coração dos ouvintes. Que possamos dizer como Lutero: Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir.

    A IGREJA DO ESPETÁCULO

    Há algumas décadas o movimento humanista decidiu deixar de investir em propaganda, e passaram a investir cada centavo que recebessem em educação, num projeto que poderia levar décadas para ser concretizado. Eles entenderam que as escolas e as universidades de todo o mundo eram os jardins de infância de uma nova geração humanista que desejavam desenvolver.

    Durante décadas os humanistas sumiram do cenário, a ponto de nos anos 70’s filósofos e teólogos ousarem declarar que o humanismo estava praticamente extinto como movimento. Enquanto na verdade, investiam silenciosamente na educação, e hoje estima-se que eles dominam aproximadamente 90% do sistema de educação, fazendo com que a influência humanista na sociedade tenha um alcance em praticamente todas as esferas desta.

    O que é o humanismo ou movimento humanista? Antes de responder a esta pergunta é preciso entender que existem no humanismo varias ramificações com uma ou outra nuance, mas basicamente podemos dizer que: O Humanismo é uma filosofia que coloca o homem no centro de todas as coisas. Isto significa que o homem, suas ideias, vontades e sentimentos passam a assumir o papel principal no mundo e determinam como tudo o mais deverá funcionar.

    Acadêmicos mais modernos como Gilles Lipovitsky, Mario Vargas Llosa, entre outros, referem-se a influência do humanismo em nossos dias como a civilização do espetáculo. Segundo Mario Vargas Llosa, a civilização do espetáculo significa: Um mundo onde na balança dos valores vigentes estão o entretenimento, e onde divertir-se e fugir do aborrecimento é a paixão universal.

    Observamos que esta filosofia humanista já adentrou em nossas igrejas criando algo extremamente bizarro. A Igreja que recebeu a autoridade de avançar com a pregação genuína do evangelho contra as portas do inferno (Mt 16:18), que é nada menos que o poder de Deus para salvar (Rm 1:16), mas também para derrubar e confundir sofismas (2 Co 10:4), passou a ser um novo Jardim de Infância, conhecido como o humanismo cósmico, que é a mistura da religiosidade com a centralidade do homem.

    Infelizmente muitos dos nossos chamados cultos são nada menos que uma reunião do neo-movimento do humanismo cósmico. Onde tudo está voltado para o entretenimento, o sentimentalismo, uma forma de esquecer os problemas que ficaram lá fora, onde muita música, gritaria, extravagância, atos tidos proféticos assumem a dianteira antes destinada ao evangelho. E obviamente, muito protagonismo, que aliás, é o pilar principal que sustenta este movimento.

    Um dia destes o grupo responsável pelo louvor em nossa igreja cantou uma música, fique impressionado com a letra, após o culto reuni todos os músicos e dirigentes ao redor do púlpito, dei a eles um marcador e pedi que marcassem todos os pronomes pessoais e possessivos que encontrassem no cântico, e com outro marcador marcassem todos os atributos de Deus ou seu nome. No final o resultado foi 19 pronomes pessoais e possessivos, nenhum atributo divino, e apenas uma referência a Deus como Senhor na última linha, porém diz: O Senhor que nos servirá. Eles ficaram assustados, então lhes disse: Vocês nesta manhã cultuaram a si próprios e promoveram o humanismo na igreja. O mesmo acontece com as pregações, que em muitas igrejas, passaram a ser mais aulas de auto-ajuda e sessão de piadas ou pior, momentos onde heresias passaram a ser ensinadas descaradamente.

    A coisa é muito sutil, muito subjectivada através dos protagonistas tidos como os ungidos de Deus, e que são na verdade mensageiros de Satanás para afastar nossas igrejas do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo escreveu: "Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos. Transformando-se em apóstolos de Cristo. E não

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