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Louco por Madonna - A Rainha do Pop
Louco por Madonna - A Rainha do Pop
Louco por Madonna - A Rainha do Pop
E-book307 páginas3 horas

Louco por Madonna - A Rainha do Pop

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Sobre este e-book

Louco por Madonna - A Rainha do Pop, é uma biografia intimista da única e verdadeira rainha da música pop, Madonna. No livro, viajamos pela história da cantora ao longo de sua carreira e descobrimos suas várias nuances, de uma popstar badalada a uma escritora de livros infantis. Este é um livro escrito de um fã, para outros fãs, desta que é, e sempre será a rainha do pop.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento9 de jan. de 2017
ISBN9781507165843
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    Louco por Madonna - A Rainha do Pop - Francesco Falconi

    FRANCESCO FALCONI

    LOUCO

    POR MADONNA

    A RAINHA DO POP

    (Edição 2016)

    © 2016 Francesco Falconi

    Versão 2016 – Update Abril 2016

    Interno: Fotos por Mario John

    Créditos: Paolo Olivi/MadonnaTribe.com

    Tradução e adaptação por Amanda Placca

    Todos os direitos reservados

    A todos os fãs de Madonna

    e obviamente a ela, a Rainha do pop

    PREFÁCIO

    CAPÍTULO 1

    I.

    II.

    III.

    CAPÍTULO  2

    I.

    II.

    III.

    IV.

    V.

    CAPÍTULO 3

    I.

    II.

    III.

    IV.

    CAPÍTULO 4

    I.

    II.

    III.

    CAPÍTULO 5.............................................99

    I.0

    II.5

    III.

    CAPÍTULO 6

    I.

    II.

    III.

    CAPÍTULO 7

    I.

    II.

    III.

    IV.

    CAPÍTULO 8

    I.

    II.

    III.

    IV.

    CAPÍTULO 9

    I.

    II.

    III.

    IV.

    CAPÍTULO 10

    I.

    II.

    III.

    IV.

    CAPÍTULO 11

    I.

    II.

    III.

    IV

    CAPÍTULO 12

    I.

    II.

    III.

    APÊNDICE

    NOTAS E AGRADECIMENTOS

    BIBLIOGRAFIA

    PREFÁCIO

    Ato de Contrição

    Eu tinha um pouco mais de dez anos de idade quando pela primeira vez ouvi falar sobre uma canção de Madonna.

    Era 1987, eu costumava passar os verões em uma pequena cidade na província de Grosseto.

    Lembro-me que estava em um bar, e uma velha Jukebox tocava Live To Tell.

    Como você não sabe quem é ela? É Madonna, disse-me Frederica, minha irmã, que naquela época já era uma de suas grandes fãs, e usava o mesmo estilo de cebelo que ela: um cabelo loiro descolorido, com uma raíz preta terrível. True Blue foi o primeiro álbum de Madonna que eu ouvi. Ganhei todos os discos sussessivos: algo em torno de 33, e outros em cassete.

    Contudo, o presente mais precioso veio em 1989, quando minha irmã me deu o CD de Like a Prayer. Fiquei muito entusiasmado na época por ter um CD que era quase um símbolo de status. Frederica, no entanto, não teve a melhor das reações quando ouviu pela primeira vez o álbum.

    Tem algo estranho. Madonna está diferente, ela me disse.

    Sim, era verdade. Madonna havia mudado. Numa das tantas transformações em sua carreira, Like a Prayer representava uma transformação de imagem radical comparada com a atmosfera brilhante da letra de True Blue. Madonna sempre lidou com provocações, agora ela as enfrentava sem rodeios. Enqunto minha irmã ainda estava mergulhada na rivalidade entre Spandau Ballet e Duran Duran, eu permanecia hipnotizado por Madonna.

    A partir daquele dia, eu não parei mais de segui-la. Capa da revista Vogue, na fase sexy, sua absolvição no álbum Bedtime Stories, o misticismo da música Ray of Light, o retorno à dança ao som de Music no ano de 2000. Enquanto os cantores e as bandas dos anos oitenta se ofuscavam um por um, Madonna atravessava a década conquistando a primeira posição nos rankings musicais, atraindo a atenção da mídia, e transformando-se a cada aparição. Caindo e levantando-se novamente, em um jogo contínuo de luz e sombra que caracterizou toda sua carreira.

    Também em 1987, acompanhei o tour de Who’s That Girl pelo canal de TV italiano Rai 1, que havia comprado os direitos de transmissão dos shows ao vivo em Torino, na Itália.

    Em 1990 eu ainda era muito novo para ir a Roma sozinho para o Blond Ambition Tour, mas prometi a mim mesmo que não perderia mais nenhum show. Por ironia do destino, o Girlie Show em 1993 não chegou à Itália, e tive que esperar até 2001 para assistir a um de seus shows, o Drowned World Tour. Desde então eu vi cada show, fui até Paris para o Re-Invention Tour, e esperei por ela ansiosamente em Roma, para os próximos dois shows consecutivos.

    As músicas de Madonna representam a trilha sonora da minha vida. Cada som lembra-me um momento, um ano, uma pessoa. Um momento de diversão ou de dor. Quando, em 2005, ela embarcou em uma carreira como escritora, foi impossível não ser influenciado pela arte visual de Madonna. Fui inspirado pelos vídeos de Frozen, por seus concertos, pela sua performance ao vivo em Paradise Not For Me. Revisitei as letras de Live To Tell, Sanctuary, Revolver, Ray Of Light de uma forma mais ou menos evidente.

    Em 2009 entrei em contato com a editora Castelvecchi para a publicação do meu livro, Nemesis, e notei que eles tinham uma série dedicada a música chamada UltraMusic. Percebi então que tinham acabado de lançar um ensaio sobre Lady Gaga, mas nunca tinham publicado nada sobre Madonna.

    Impulsivamente, decidi escrever para o editor, pois para mim era inaceitável terem publicado um livro sobre uma cantora que ninguém teria visto nem o rosto, escondido atrás de uma pintura com graxa e uma máscara, e não tinham dedicado algo à verdadeira Rainha do pop. O editor respondeu-me brevemente: Quero que saiba que eu penso o mesmo. Mas enquanto ele pensava, eu me esqueci completamente daquela proposta, até o dia em que recebi uma ligação.

    Francesco, seu livro sobre Madonna será publicado, disse-me precisamente o diretor de edição.

    Fiquei muito empolgado: era minha primeira oportunidade de escrever algo que não seria de gênero fictício. Todavia, assim que desliguei o telefone, estremeci. Só então eu percebi o quão difícil seria escrever um livro sobre Madonna. Pois, uma coisa era acompanha-la como fã, outra era escrever uma biografia que traria à tona o lado positivo e o negativo de um ícone da música pop internacional.

    Portanto, sou um fã de Madonna, e este é um livro escrito de um fã para um fã. Por outro lado, não gostaria de estar representando uma mera celebração. Como todos os seus bons e verdadeiros fãs eu a amo e a odeio ao mesmo tempo, pois ela nunca passa despercebida e agita até as emoções mais contraditórias.

    Exatamente por isso falarei sobre Madonna como uma menina da periferia de Detroit, uma dançarina, uma cantora, uma manipuladora da mídia, uma designer de moda, uma revolucionária, uma mulher forte que construiu um império de negócios, uma mãe, uma artista frágil que tremeu ao cantar Sooner Or Later na cerimônia do Oscar, uma personagem de caráter controverso que barrou a si mesma por trás da arrogância, dizendo treze vezes: dane-se o David Letterman Show.

    Uma Material Girl que preencheu páginas e páginas de revistas de fofoca, retratada como uma habilidosa provocadora, empresária de sua própria imagem, a rainha da música pop, protagonista da nossa decadência, cínica calculista que respira provocações sexuais e religiosas, andando a beira do sagrado e do profano.

    Uma gota de talento em um mar de ambição; assim a descreveu Mick Jagger no início de sua carreira, quando todos pensavam que o fenômeno Madonna afundaria depois de poucos meses.

    Mas não foi bem assim. Madonna ultrapassou três décadas como a número um, com mais de 200 milhões de discos vendidos, um Globo de Ouro, dois Oscars, nove Grammys, inúmeros MTV Awards. Uma onda de popularidade única, que a coroou como a melhor artista feminina do século vinte, conseguindo superar até mesmo Elvis Presley, aparecendo 37 vezes no top 10 dos Estados Unidos. Uma longa carreira de luzes e sombras, que nunca nenhum livro poderá detalhar cada nuance.

    Deste mesmo modo Madonna é definida no Confessions Tour: Io sono l’opera d’arte (Eu sou uma obra de arte).

    ––––––––

    A primeira versão deste ebook é a transposição digital da obra escrita em 2011, e se abre para futuras atualizações. No lugar foram inseridas novas imagens pela gentil cortesia de Mario John / Paolo Olivi MadonnaTribe.

    Versões posteriores deste ebook contarão com atualizações sobre a biografia de Madonna.

    Então, este é um ebook vivo: em eterna evolução e mudança, assim como a natureza de Madonna.

    CAPÍTULO 1

    EU QUERO DOMINAR O MUNDO

    (1958-1982)

    Um dia, sem dúvida, eu começarei a dominar o mundo. E talvez, então, eu me torne mais famosa que Jesus

    I.

    As vezes na vida algo acontece para pararmos e olharmos para traz por um momento. Nos perguntarmos se fizemos a escolha certa, se o destino nos trouxe na estrada onde queríamos estar, se este era o futuro que sonhávamos quando criança. Paramos para refletir sobre aquele trem que não pegamos, aquela porta que fechou pouco antes de chegarmos, e inevitavelmente ficamos perdidos em um labirinto de arrependimentos e remorços.

    Isso acontece conosco.

    Mas se Madonna olhasse para traz, não teria um momento de hesitação, assim como ela diz na letra de Human Nature: Eu absolutamente não tenho arrependimentos.

    Não, Madonna não poderia viver no suburbio de Detroit, na pequena cidade de Pontiac. Não poderia seguir os ensinamentos de seu pai, rígido e conformista, quanto mais permanecer como a pobre irmã mais velha da família. Pois Madonna tem um talento inato, e uma poderosa aliada ao seu talento artístico: sua determinação. Ela, porém, tinha a consciência de tamanha ambição, e a percepção de ter se tornado uma pessoa famosa e de todos os dias ser o centro das atenções. Ainda mais famosa que Jesus, de acordo com suas próprias palavras durante o American Bandstand de Dick Clark.

    No entanto, não podemos ignorar suas origens, bem como o pequeno centro de Pontiac, onde viviam seus pais Silvio Tony Ciccone e Madonna Fortin.

    De nacionalidade italiana, o avô paterno de Madonna, Gaetano Ciccone nasceu na cidade de Pacentro em Abruzzo, onde permaneceu até 1920, quando decidiu mudar-se para Aliquippa (Pitsburgo). Assim como muitos veteranos da guerra, o sonho dele era seguir o sonho americano. Logo em seguida Gaetano casou-se com Michelina di Ulio, com quem teve seis filhos. Madonna sempre teve uma relação conturbada com seu avô: se por um lado ela o admirava por seu comprometimento político com a união em Aliquippa, por outro ela sempre criticava rigorosamente a dependência alcólica do avô.

    O pai de Madonna, Tony Ciccone, teve a sorte de estudar na Pensilvânia até se formar. Enquanto isso, graças a um sujeito conhecido durante o serviço militar, ele conheceu Madonna Fortin, filha de um empreendedor de Bay City, de origem canadense. Depois de um breve namoro, os dois se casaram, no verão de 1955 e mudaram para Pontiac.

    Pouco depois do casamento, Madonna Fortin engravidou de Anthony Ciccone, nascido em 3 de maio de 1956. Seguido de Martin, em 9 de agosto de 1957, e então em 16 de agosto de 1958, veio a primeira filha mulher Madonna Louise (ao contrário do que se acredita, Madonna tem o mesmo nome de batismo de sua mãe, contudo, este não é apenas o nome artístico dela). Mas a família Ciccone continuava crescendo: Paula nasceu no ano seguinte, e em 1960 veio Christopher. Melanie, a filha mais nova veio ao mundo em 1962. Sobre seu primeiro nome, a cantora afirma: Às vezes eu acho que nasci para viver de acordo com o meu nome. Como posso ser diferente do que sou se meu nome é Madonna? Ou eu me tornaria uma freira, ou terminava como estou hoje.

    Uma família perfeita, que seguia os princípios morais do catolicismo, bem como era a tradição dos anos sessenta. No entanto, o destino decide interromper a felicidade dos Ciccone. Logo durante a gravidez de Melanie, a mãe de Madonna começa a sentir-se mal. Pouco depois, é diagnosticada com câncer de mama.

    É um período difícil para a família. Enquanto a mãe luta contra a doença, são os avós que tomam conta das seis crianças. Madonna tinha apenas cinco anos, mas ainda lembra perfeitamente daqueles momentos de tristeza e dor que permanecem em sua memória como uma marca incurável. A respeito daquele dia, Madonna disse em uma entrevista Eu e meus irmãos éramos muito novos, nós a torturávamos: queríamos que ela brincasse conosco, não parávamos de perturba-la, mesmo que ela estivesse cansada. Mas ela não conseguiu viver por muito tempo naquela triste situação. Recordando aqueles tempos, sinto um grande respeito por ela.

    Madonna Fortin foi de fato enfraquecendo lentamente, chegando a idade de apenas trinta anos. Era 1 de dezembro de 1963.

    O funeral aconteceu na igrja de Bay City, o mesmo que Tony e a esposa se casaram. Madonna, mesmo depois de anos, continuava profundamente perturbada ao lembrar daquela cerimônia, onde vira sua mãe no caixão com os lábios costurados. E recordou este momento no vídeo de Oh Father, e em muitas outras canções, dedicou à sua mãe um trecho do documentário Truth or Dare: in bed with Madonna. Mas, acima de tudo, este trágico evento definiu o seu jeito de ser.

    Depois da morte de minha mãe, por cinco anos, eu tive o mesmo pesadelo: todas as noites eu sonhava que alguém pulava sobre mim e tentava me estrangular, disse ela em uma entrevista.

    A morte de Madonna Fortin foi um duro golpe para Tony, com seis crianças e um trabalho cada vez mais exigente, que ele certamente não poderia abandonar. A única solução era encontrar rapidamente uma empregada para a família. Joan Gustafson era a mulher certa, a ponto de após três anos, Tony decidir casar-se com ela.

    Na época, Madonna tinha apenas oito anos e estava crescendo rápido. Ela não reagira muito bem à chegada da madrasta, como irmã mais velha sentia-se a única mulher responsável pela família; a chegada de Joan foi interpretada como a vinda de uma perigosa usurpadora, que ocuparia seu lugar e roubaria o afeto de seu pai.

    No entanto, ela sabia que não podia mudar aquela situação, o que a enfurecia, ignorou então a madrasta e se fechou consigo mesma, como uma ostra. Madonna cresceu com uma educação muito rígida influenciada pelo catolicismo e pelo Jansenismo da famíla Fortin. Esta rígida disciplina moldou seu caráter, mas deu a ela liberdade de viver uma relação complexa com a religião, de modo que a imagem sagrada, inevitavelmente tornou-se o foco de suas músicas e vídeos, e pretestos para provocações. Recusando Joan como a nova figura materna, disputando com ela a atenção de seu pai, Madonna reforça seu caráter voltando-se ao mundo masculino, sem um modelo feminino particular.

    Nos anos seguintes, Madonna frequentou a escola primária católica de St Andrew’s, até 1968 quando a família se mudou para Ronchester. É no colégio West Junior High que seu talento artístico se revela, quando começa a frequentar aulas de dança. Tinha apenas quatorze anos, mas já tinha um grande desejo de aprender e de se mostrar. Assim como num ensaio de final de ano, quando, pela primeira vez Madonna surpreende a família. Com o corpo pintado de cor de rosa fluorescente e de roupa íntima, dançou ao som de Baba O’Riley da banda The Who, contorcendo-se no palco por apenas três minutos. O sulficiente para espantar o público. O desempenho foi tão escandaloso para aquela comunidade conservadora, que o pai se negou a tirar uma única foto. Naquela época Tony Ciccone não tinha a menor ideia de que isso seria apenas uma pequena amostra do que Madonna iria se tornar.

    Assim ela se recorda daquela apresentação: Eu estava com corações e flores fluorescentes pintados no corpo. Usava shorts e um mini top. Parecia uma louca, acho que todo mundo pensou que eu era. Aquela pode ser considerada minha primeira performance provocante.

    Em 1972, Madonna frequentou a escola Adams High, onde logo conquistou o título de líder de torcida. Uma parte de sua vida que ela nunca irá esquecer, e que seria apresentada no vídeo This Used to Be Playground e no filme A Liga. Durante os anos de ensino médio, Madonna ainda não tinha consciência de sua identidade, como uma borboleta que não conseguia sair do casulo. Calada e distante, ela se recusava a participar das festas dos amigos, que muitas vezes acabavam em álcool e drogas. Preferia dedicar-se à leitura de textos da geração beat, de Steinbeck a Fitzgerald, de Virginia Woolf (uma professora do feminismo) a Sylvia Plath.

    Na escola, me sentia como uma estranha, continuava a me ver através dos olhares heterossexuais masculinos, disse Madonna relembrando aquele ano. Como eu era uma menina muito agressiva, os meninos me consideravam estranha. Sei que eu os assustava, não deixava que se aproximassem, e eles não me chamavam para sair. Então eu me senti diferente. Mas quando, pela primeira vez, eu entrei em um bar gay, eu me senti em casa. Tive uma nova consciência sore mim mesma.

    Aos quinze anos, no entanto, teve sua entrada na sociedade perdendo a virgindade com Russel Long. O ensino médio acabara alguns meses mais tarde, mas aquele relacionamento foi um choque para Madonna, que sem inibição deu início a uma longa sequência de namorados. Para ser sincero, naquela época sua aparência deixava um pouco a desejar: suas roupas não eram muito refinadas, usava cabelo curto, como um menino, tinha sobrancelhas grossas e nada de depilação. Com um desses romances passageiros, Madonna dirige um curta, Super-8, sua primeira aparição em frente às câmeras. Na realidade, trata-se de uma recuperação bem decadente, e quase sem valor, onde Madonna atua de forma provocante com um ovo, que não se quebra e passa pelo seu corpo até o umbigo. Então, num avanço muito surreal, o ovo aparece cozido.

    A cantora desde pequena, sempre foi muito explícita em relação ao sexo: Comecei a saber o que era sexo com a idade de cinco anos. Uma criança precoce. Eu era ciente da minha origem feminina, mas pouco depois comecei a rebelar-me contra a igreja e a minha família. Entrei na puberdade antes de meus amigos, naquela época eu já sabia o que era o sexo e a feminilidade.

    A virada artística, no entanto, veio apenas em 1973, quando entrou para a escola de dança de Christopher Flynn.

    Foi ele quem abriu o casulo, e fez nascer a verdadeira Madonna.

    II.

    Christopher Flynn foi a causa da metamorfose de Madonna. Ela mesma o descreveu como: o meu mentor, pai, amante imaginário, o meu tudo.

    Flynn fez nascer em Madonna o amor pela dança, a fez compreender que o desejo de ser melhor equivale ao número de toalhas que deveriam ser encharcadas de suor para se tornar uma boa bailarina. Ele a leva para conhecer o primeiro clube gay de Detroit, centro das novas tendências artísticas que será sempre fonte de inspiração para ela (como a dança voguing, reinterpretada na música Vogue). Naquele ano, no entanto, não existia orgulho gay, e os clubes eram em guetos, pouco conhecidos e considerados imorais e ultrajantes. Mas para Madonna que sempre foi uma grande inimiga das proibições e do tabu tinha, é claro, o efeito oposto.

    Tão grande era sua afinidade com o mundo dos homessexuais, que chegou a definir-se como um gay preso no corpo de uma mulher. Mas naquela época ela tirava suas ideias e inspirações dos clubes gays como o Menjo’s ou o Studio 54, só mais tarde a situação se reverteria.

    A respeito disso ela afirmou: Homens afeminados me atraem mais do que tudo no mundo, porque eu os vejo como se fossem meu alter ego.

    Madonna estava tão entusiasmada com o método de ensinar de Flynn que levou seu irmão mais novo para as aulas. Christopher relutou no começo, talvez porque ele levara mais tempo para descobrir sua homossexualidade do que para iniciar uma carreira artística.  Mas Madonna era inflexível: Flynn é o maior, disse ela. E aquilo bastava. Christopher Ciccone cede, e começa a ter aulas com Flynn. Mesmo antes de sua irmã o transformar em um ídolo, adorado por milhares de garotas através do mundo, Christopher fora subjulgado pela sua escolha e cegado pela sua luz. E um amor indiscutível ao longo de anos, assumirá um tom meio mórbido.

    Em 1976, Madonna formou-se pelo colégio Adams High, e depois frequentou a Universidade de Michigan em Ann Arbor, onde ganhou uma bolsa de estudos. Ela ainda não abandonara seu sonho de se tornar uma bailarina profissional, de modo que a noite, continuava a frequentar o lugar que mais gostava em Ann Arbor. Foi lá que ela conheceu Steve Bray, um músico que marcaria o início de sua carreira musical. Enquanto isso, o seu amor por Martha Graham, um ícone, considerada a mãe da dança moderna, só aumentava.

    Madonna era totalmente fascinada por ela. Adorava seu conceito de dança que se fundia com os movimentos do corpo, um sinônimo de expressão artística, traduzido em uma coreografia vibrante e marcante. Uma dança totalmente inovadora, uma espécie de imã do qual você não consegue se soltar.

    Madonna absorvia qualquer tipo de inspiração, imitando as estrelas do cinema e da dança criou suas tendências artísticas. Por

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