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A Atração Genética
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E-book211 páginas3 horas

A Atração Genética

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Sobre este e-book

Se assumir gay nunca é fácil, principalmente quando você está sendo atacado por aliens!

Aos dezesseis anos, Noah Fletcher tem muita coisa na cabeça. Ele é gay e seu melhor amigo o odeia por isso. Mesma coisa o resto da escola. O que eles não sabem é que ele tem a habilidade de falar com todos os animais e entendê-los.

Apesar do apoio total de sua mãe e de seus amigos animais, ele não consegue evitar de se sentir solitário até que uma líder de torcida popular, Candy Bloom, o apoia em público. Ele está feliz em tê-la do seu lado, mas tem algo estranho em Candy. Parece que ela sabe mais do que devia. De alguma forma, ela sabe sobre seu poder secreto e o avisa sobre o que vai acontecer em seguida... uma invasão alienígena.

A pergunta é, como vão evitar que isso aconteça? E quem mais vai se juntar a eles nessa missão?

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento21 de nov. de 2017
ISBN9781507199947
A Atração Genética

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    Pré-visualização do livro

    A Atração Genética - Benjamin Shepherd Quiñones

    Capítulo Um

    Era isso.

    Ele estava cansado de se sentir preso. Desde os treze anos, parecia que ele tinha sido atirado em um poço revestido de pontas de ferro, que ia comprimindo-se gradualmente, igual a algo saído dos filmes do Indiana Jones. Ele conseguiu um pouco de espaço de manobra depois de juntar coragem para contar para a mãe. Ela continuou o amando, independentemente de qualquer coisa, mas ainda não era o bastante. Agora ele tinha dezesseis anos, quase dezessete, e havia decidido que era hora de entrar em contato com uma das outras pontas de ferro, para escalar para fora daquele poço. Era hora de correr mais um risco. Ele precisava respirar. Não poderia se segurar nem mais um segundo.

    Eu sou gay.

    Já tinha um tempo que ele queria dizer aquilo, tendo dito para si mesmo frequentemente, mas nunca para um outro cara – até agora. Ele contou para seu melhor amigo, Chris, que era tão atlético quanto possível, com cabelos de um vermelho-vivo que ainda era zoado pelos colegas. Isto o fazia raro, único.

    Mas não Noah, no entanto. Ele, também, era único, não que os outros soubesse o quão único ele era naquele momento. Eles eram amigos desde sempre, moravam um ao lado do outro, tão perto que uma vez eles tentaram colocar uma longa escada entre as janelas paralelas de seus quartos. Juntos, eles iam a pé para a escola e o treino de futebol, tão próximos quanto irmãos.

    "Você é o que?" Chris perguntou franzindo as sobrancelhas, seu cérebro claramente tentando registrar o que Noah acabara de falar.

    Eram palavras simples, mas aparentemente, ele as estava transformando em algo complexo, traduzindo-as em algo que ele não era capaz de entender.

    Noah sentiu como se houvesse um pássaro agitado preso dentro do tórax, seu coração martelando no peito. Todos os seus instintos diziam para ir embora imediatamente. Abortar, abortar! Mas ele não ouviu. O barco da oportunidade estava quase zarpando, e ele não podia perdê-lo. Agora era a oportunidade perfeita; eles estavam sozinhos no porão e sua mãe ainda estava fora, fazendo as compras.

    Eu, uh, você precisa de aparelho de surdez? Noah deu um sorriso, covinhas se formando em cada uma das bochechas, enquanto ele tentava aliviar a tensão e dominar sua própria ansiedade. Confiança é a chave, ele se lembrou, ainda que essa simples confissão tivesse o poder de decidir o futuro do relacionamento dos dois. Ele engoliu o caroço de nervosismo em na garganta antes de se explicar, "Eu. Sou. Gay. Eu gosto de meninos. Eu gosto de você...." Ele se inclinou um pouco mais pra perto, enquanto Chris permaneceu rígido quanto uma tábua; era a hora da verdade. Poderia ter qualquer resultado, bom ou ruim. Qual seria?

    Ruim. Muito, muito ruim.

    Chris poderia muito bem ter se tornado uma besta feroz com olhos vermelhos ardentes e o espancado naquele momento exato.

    Eita, cara, que nojento! Ele pulou para fora do sofá e o olhou com nojo.

    "É por isso que você me chamou? Eu pensei que você estava com problemas com garotas. Fica longe de mim e não sai daí." E assim, Chris se virou e correu escada acima.

    Qual é, cara? Caramba, ainda sou a mesma pessoa! Noah correu atrás de seu melhor amigo, que ele realmente não queria perder. Por que ele está reagindo tão mal? Noah não havia mudado nada desde o dia anterior. Como ele pode jogar tudo fora, o tanto que eles enfrentaram juntos, o tempo todo que tinham sido amigos? Eles deviam cuidar um do outro, independente de qualquer coisa.

    "Eu disse cai fora."

    Suas palavras soaram tão finais que causaram algum tipo de distúrbio no universo. Uma ondulação de energia amarela translúcida se espalhou pela sala enquanto Noah corria escada acima. Naquele instante, todas as formas de energia se desligaram – incluindo seu sistema nervoso. Tudo ficou escuro.

    ***

    Noah acordou sentindo-se aquecido enquanto os raios do sol batiam forte em seu corpo esparramado. A luz penetrou seus olhos cor de avelã e, mais uma vez, suas pálpebras piscaram e abriram-se. A primeira coisa que ele viu foi verde, seu rosto pressionado contra algo que parecia ser grama. Havia talos de milho, muitos talos de milho brotando em todas as direções. Ele ergueu a cabeça do chão e estremeceu ao sentir uma dor incomum na parte de trás da cabeça. Por toda ela, na verdade. Ele também sentiu brisas em lugares que não devia, e deu um grito de medo ao perceber que estava pelado.

    Porcaria. Noah colocou as mãos sobre suas partes privadas. Que merda está acontecendo? Onde eu estou?

    Num esforço para descobrir a resposta, ele se ergueu, mas isso não adiantou muito. Os pés de milho erguiam-se bem acima de sua cabeça, bloqueando-lhe a visão.

    Não tinha como saber ao certo, mas ele torcia para estar no milharal imenso no coração da cidade, aquele onde ele corria em volta, para os treinos de futebol.

    Ele tentou pegar o celular para pedir ajuda e entrou em pânico. Sem roupas, sem bolso, sem celular. Ele poderia gritar e pedir ajuda, mas a última coisa que ele queria era chamar atenção. Ser encontrado nesta condição seria o fim da vida tal como ele a conhecia. Se alguém da escola o visse, no mínimo ele seria marcado como um peladão, sendo zoado pelo resto de sua carreira no ensino médio. Sem chance.

    Ele precisava de roupas, e temendo hiperventilar, colocou as duas mãos no seu cabelo castanho curto e tentou acalmar seu coração acelerado. Ele conseguia resolver essa sozinho. Ele era esperto.

    Ah, sério? Quem ele estava enganado? Depois de miseráveis dois minutos andando às cegas pelo milharal, ele se sentiu preso novamente, só que dessa vez por um excesso de vegetação.

    Não havia explicação plausível para nada daquilo. A última coisa que ele se lembrava depois de ter se assumido para o Chris, algo que na verdade ele preferia esquecer, era um flash de luz amarela. Era como se estivesse em Além da Imaginação, só que sem ser em preto e branco.

    A paranoia aumentava a cada segundo, ele estava pensando que um maníaco enlouquecido carregando um forcado ou uma criança demoníaca surgiria de trás das linhas voluptuosas de pés de milho para matá-lo. Eu nunca mais vou assistir a um filme de terror. Isso é muito assustador.

    Ele ouviu sons de movimento à distância e parou repentinamente em seu caminho, alerta, escutando. O que quer que fosse, estava vindo em sua direção. Ele se congelou no lugar em que estava, debatendo mentalmente se ele devia mover-se arriscando denunciar sua localização ou ficar parado, torcendo para que não o encontrassem.

    Ele devia ter movido.

    Ahhh! ele gritou aterrorizado quando alguém subitamente se chocou contra ele, agarrando-o pelo pescoço com tanta força que o jogou no chão. Era o Chris. E advinha? Ele também estava pelado.

    O que você fez comigo, seu viado? Chris gritou, tão cheio de raiva que ele nem se importou de estar em cima de Noah.

    "Eu não fiz nada."

    "Primeiro, você estava tentando ficar comigo, e a próxima coisa que eu sei é que eu estou perdido no meio de lugar nenhum, pelado. E – eca!" Chris percebeu que ele estava em contato com seu antigo amigo de uma forma a qual ele se opunha; de uma forma que Noah provavelmente curtia. Ele ficou de pé como um ginasta em um trampolim, mas não sem antes dar um murro no rosto. Foi direto na mandíbula de Noah, só aumentando as dores corporais que ele já sentia.

    Eu juro. Não fiz nada. Estou tão confuso quanto você Noah falou com honestidade enquanto ele segurava a mandíbula dolorida, ainda que ele tivesse dificuldade em olhar para longe da região baixa e descoberta de Chris, uma região que ele nunca tinha visto, mas sempre havia imaginado. Ele realmente não devia ter feito isso.

    Você vai pagar por isso, Noah. Pode escrever. Ele não tinha como parecer mais sério. Então ele correu, desaparecendo pelas filas de milho.

    ***

    Noah não pensou que perseguir Chris seria uma boa ideia, mas finalmente ele saiu dali, guiado pelo som de carros que passavam por perto. Ele não tinha saído do milharal ainda, no entanto, por assim dizer, porque à sua frente estava toda a cidade de Middleton, seu desafio particular. Ele se perguntou como foi que Chris conseguiu.

    Merda, merda, merda. Noah puxou para trás alguns talos de milho e nervosamente colocou sua cabeça para fora do milharal. Ele não podia, mas tinha que fazer isso. Que alternativa ele tinha? Por que ele não podia ser mais musculoso?

    Segurando a respiração, ele se preparou, como se fosse correr através de uma parede de fogo.

    Vai, vai, vai!

    E lá estava ele, correndo com suas mãos colocadas em torno do seu dote, que, de outra maneira, balançariam livremente para que todos vissem. As pessoas olhavam e encaravam. Eles até mesmo gritaram, mas ele continuou correndo, sem dizer uma palavra, e fingindo que elas não o viriam se ele se movesse rapidamente. O que havia para ser dito, de qualquer maneira?

    Desculpa por estar pelado, pessoal? Nem mesmo era culpa dele. Ele não tinha nenhum motivo para cometer essa aparente injustiça. Um ônibus escolar passou e estudantes colocaram suas cabeças para fora das janelas, apontando e rindo.

    Noah não pegava o ônibus escolar. Ele vivia na cidade, a menos de meia milha de distância. Hoje o caminho para casa pareceu mais longo que o normal, anos mais longo. Tudo em que ele conseguia pensar era o quanto ele odiava se expor para o mundo. Como se todos estivessem o julgando agora que o podiam ver tal como ele era, não mais coberto. Não era de se admirar que as pessoas usassem roupas.

    Quando sua casa finalmente apareceu, uma arrancada de adrenalina passou por ele. Quase lá! Casa, onde era seguro, dependendo de como sua mãe reagiria. Ele só conseguia imaginar o que ela pensaria. Ele correu pela escada e bateu à porta com um punho tenso, alternando com a campainha. Suas bochechas queimavam como o sol enquanto ele olhava para cima, envergonhado.

    Graças a Deus que você está em casa! Cadê suas roupas? ela perguntou, puxando-o para dentro. Onde você estava? Você não veio para casa ontem a noite, e se a mãe do Chris não tivesse dito que achava que ele estava com você, eu teria chamado a polícia. Eu falei com a Evelyn de novo nesta manhã, e ela disse que o Chris desceu do quarto agindo como se nada tivesse acontecido. Ela o olhou de cima a baixo com olhos estreitos. Você não estava fazendo sexo com ele, estava?

    Os olhos de Noah se arregalaram com surpresa. Sua mãe sabia que ele era gay, mas falar sobre isso com ela o ainda fazia se sentir desconfortável e envergonhado de alguma maneira.

    Não, Mãe, ele disse, evitando contato visual. Quem dera... Eu não sei o que aconteceu. Eu...

    Ele hesitou, sem saber o que dizer em seguida. Ah, eu fui raptado. Abduzido. Fui espancado pelo meu melhor amigo. Tudo isso soava tão mal, e ele não queria que sua mãe se preocupasse mais do que já havia se preocupado, principalmente quando ele não sabia de nada com certeza.

    Eu acho que eu sou sonâmbulo.

    Parecia moderadamente realista. Talvez fosse até mesmo verdade? Poderia explicar as dores que ele estava sentindo. Sua cabeça não doía muito, mas seu braço ainda incomodava. Claro, isso não explicava porque um Chris pelado também estava lá. Será que os dois eram sonâmbulos e decidiram tirar as roupas?

    Sua mãe estreitou os olhos de novo, claramente não acreditando na história e querendo arranjar tempo para falar sobre isso, apesar de precisar ir para o trabalho.

    Noah sabia que era forçado, considerando que ele nunca tinha tido um episódio de sonambulismo na vida até então. Por que começar agora? E ele também nunca esteve atrasado para a escola.

    Ah, droga. Ele se lembrou do ônibus cheio de estudantes, cacarejando, uivando ao vê-lo. Havia um motivo; era segunda-feira!

    Mãe, eu falo com você mais tarde, ok? Preciso ir. Noah correu escada acima em direção ao quarto, e revirou suas gavetas para pegar a primeira camiseta, cueca e bermudas que ele pôde encontrar. Vestindo-os, assim como os seus calçados, ele correu de volta pelas escadas.

    Pode comer minha torrada. Ela disse antes que ele pudesse dar um passo para fora da porta, com um tom contundente. Ele não ousava discutir. O café da manhã era a refeição mais importante do dia. Ela o lembrava frequentemente, observando-o vigilante como uma águia, tão protetora quanto uma mãe urso.

    Ele correu de volta para a cozinha e bebeu rápido o copo de suco de laranja que ela serviu. Não tinha tempo para aproveitar a doce bebida gelada correndo garganta abaixo enquanto ele agarrava a torrada já com manteiga no prato da mãe, acenando para ela. Tchau!

    Capítulo Dois

    Apesar de Noah não ter chegado à aula na hora, a professora apenas lhe deu uma advertência, e no geral, tudo correu bem. Recebeu alguns olhares estranhos, mas não esperava menos depois de ter sido visto correndo pelado pela cidade.

    Também era esperado que Chris o evitasse. Depois do segundo horário, no entanto, a escola tornou-se um inferno.

    Foi como se demônios tivessem possuído o corpo estudantil enquanto ninguém estava olhando, nem uma única boa alma sobrou para contar história.

    Chris manteve sua promessa. Para se vingar, ele devia ter contado para toda a escola que Noah era gay – ou ao menos para seus amigos, que naturalmente teriam contado para seus amigos e assim em diante. Era como se ele houvesse transmitido a notícia no alto-falante durante os anúncios matutinos. Para seu azar, Noah frequentava uma pequena escola pública, com apenas cerca de cem alunos no seu ano.

    No quarto horário, seu armário estava cheio de bilhetes de ódio. Ele havia sido chamado de bicha, viado, boiola, arrombado, esquisito, tudo quanto era xingamento. Não podia atravessar os corredores sem ouvir as pessoas cochichando sobre ele. O fato de que ele vestia uma camiseta rosa não ajudava em nada. Por que ele tinha que ser sonâmbulo? E por que ele tinha que ter escolhido hoje para vestir aquela camiseta? Ele a havia comprado originalmente para mostrar suas verdadeiras cores, para ser mais óbvio, mas agora que era óbvio, ele percebeu que deveria ter escolhido a azul. Só homens de verdade podiam vestir rosa e se safar. Ele costumava se safar. Já não era mais o caso; ele estava fora do armário. E era horrível.

    Não importava quantas vezes ele negasse, ninguém ouvia. Cada vez que ele fazia uma dessas tentativas fúteis, ele sentia como se se partisse por dentro. Negar significava negar a si mesmo, e ele entendeu que uma hora as pessoas superariam isso, quando percebessem que ele não era diferente de ninguém. Tomara.

    Ugh. Ele não entendia. Ele tinha estado no topo da cadeia alimentar, na maioria das vezes. Ele era um aluno de terceiro ano[1] no time principal de futebol. Ele não era feio, tirando um punhado de espinhas no rosto, que ele tinha certeza que haviam se formado por causa do estresse diário de fingir quem ele era. Ele esperava que elas sumissem agora, apesar de que

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