Amor... perdidos e achados
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Amor... perdidos e achados - Januária Cristina Alves
Januária Cristina Alves ibi
Ilustrações de Sônia Magalhães
Amor...
Perdidos e Achados
De como as borboletas no estômago me livraram daquela dor
Sumário
A tempestade
O leãozinho
A alegria
O juramento
O beijo na boca
A despedida
A escolha
Por enquanto
Nem amizade
Volta à vida
Depois do fim
Quem é Januária Cristina Alves?
Quem é Sonia Magalhães?
Créditos
Isto é apenas uma história...
...qualquer semelhança com a realidade terá sido proposital.
A tempestade
Eu tinha dezessete e acordei naquele dia com borboletas no estômago. Olhei pro teto do meu quarto e enxerguei um monte de bolinhas multicoloridas, como aquelas que a gente vê no copo de refrigerante. Nossa! Primeiro dia de aula na faculdade dá delírio!
, pensei eu, tentando explicar a sensação esquisita. O despertador fez o barulho habitual (que não é mais que obrigação dele), e as borboletas se enroscaram. Não tinha jeito, eu ia ter que levantar.
Café na mesa. A minha amiga, que dividia o apartamento comigo, tinha caprichado. Não consegui engolir nada. Levei uma bronca danada, mas saí calada. Bati a porta da sala e só consegui pensar que era o meu primeiro dia de aula na faculdade de Comunicação Social (eu sempre achei o nome tão lindo!).
Eu já conhecia aqueles prédios, algumas daquelas salas. Tinha feito vestibular ali. Mas agora era diferente, eu era aluna. Eu era de lá.
– Aqui vou encontrar um monte de coisa boa. Quilos de gente legal (entre gordinhos e magrinhos). Quem sabe, até um príncipe encantado...
Ri de mim e de meus sonhos. Aliás, o que eu penso geralmente não conto. Quando conto, dizem que não vivo neste mundo. E acho que não vivo mesmo.
Entrei na sala de aula e sentei na lateral. Nem muito na frente nem muito atrás. Lugar estratégico, dava pra porta. Se o papo do professor fosse muito chato, ia escapulir de fininho. O tempo lá fora estava estranho. Era fim de verão, e, às vezes, sem explicação, as nuvens encobriam o sol, e aí chovia. Águas de março, como disse Tom Jobim.
Dei um suspiro curto, e estourou o maior trovão. O vento balançou todas as cortinas, fazendo bagunça com os papéis que o professor havia posto em cima da mesa. Começou uma tempestade.
Quando mais um raio iluminou a sala, que já estava sem luz, ele apareceu na porta. Alto, bem alto. Cabelos claros e encaracolados, óculos escuros e redondos. Passou junto de mim, quase esbarrou na minha perna. As borboletas, que haviam me abandonado, voltaram ao meu estômago.
É esse
, pensei eu. Mas de imediato tentei raciocinar: É esse, quem?
. E não consegui entender. Acho