Prisioneiros no Infinito
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Prisioneiros no Infinito - Milton Rosa Jr.
INSPIRAÇÃO
Mês de Maio. Talvez um mês em que se inicia uma vida, talvez uma reconciliação de casais ou início de um namoro, um novo trabalho ou seria apenas o mês que esperamos para transformarmos nossa vida para melhor, sempre do insano para o equilibrado, escolhendo rumos diferentes, pessoas diferentes com mais equidade de pensamentos, emoções e ações para se conviver. O mês de maio talvez seja um bom mês para se começar a escrever, falar, expressar-se a qualquer custo para que deixemos de ser invisível ao olho nu e façamos parte da humanidade. Um mês para nascer ou para morrer, talvez despertar.
Ser do mundo, no século XXI, sempre foi uma escolha difícil, pois acredito que tudo faz parte de uma escolha de rotas a percorrer e portas a abrir, acredito também que esta escolha seria ao nascermos, bem possível que fosse antes da primeira inspiração e após a última expiração. Respiramos antes de começarmos a escolher as cores de nossa casa, colocar a cortina certa, se utilizar do fengshui ou apenas de nossa intuição, para que a harmonia reine enquanto uma família se inicia. A vida nada mais é do que um ato de se respirar. Primeiro, com os olhos fechados, enche-se o peito de ar colocando a personalidade introvertida, num modo que só nós podemos nos ver e sentir e, após este ato de encontrar vida dentro de si mesmo, deixa-se escapar todo o ar em todos os espaços e tempos para que, enfim, possamos espalhar vida e o mundo nos note como um autêntico Ser Humano. Um Ser Humano completo que já encontrou o que estava procurando.
Um ar vicioso de um velho homem é transformado no mais puro oxigênio para uma criança recém-nascida. Um golfinho salva um salva-vidas. Um macaco faz uma careta para uma criança rir. Uma flor se abre rapidamente através de uma câmera de última geração. O tempo se acelera, mas a nossa respiração continua a mesma. A rotação da Terra também se acelera, mas nós continuamos vivendo o presente, pois o momento do agora, entre uma inspiração e uma expiração é o verdadeiro momento. É a pausa que precisamos para reavaliar nossa caminhada.
Andar para direita, esquerda ou seguir o caminho do meio?
Na verdade, não importa o caminho a tomar, o que importa é a experiência. Ser paciente para escolher a chave certa e curioso o bastante para abrir a porta e ver o que está por trás.
Meu nome era Charles e de minha esposa era Eva. Eva era vinte anos mais nova do que eu, ambos nascemos em maio e tínhamos muita coisa em comum.
Nossa comunicação era expressiva, entretanto tínhamos gostos diferentes, pois ela gostava de falar e eu de escrever. Eu tornava sua vida mais poética sempre a presenteando com lindas poesias. Ela era minha inspiração, ela para mim era o início de tudo, era o início da respiração do Universo e também seria meu último suspiro.
Eu ficava um pouco preocupado por ela querer me deixar, sabia que ela me amava, mas mesmo assim eu me sentia meio que inseguro. E, para manter a paixão, sempre a fazia rir com minhas piadas sem pé ou cabeça e terminava o dia lhe fazendo poemas ou contando histórias das minhas loucuras de juventude. Achava até que eu preenchia muito seu tempo, mas, de qualquer forma, ela era o ar que entrava em meus pulmões. Ela me preenchia de uma outra forma, preenchia-me de energia vital. Ela era o início e o fim. O tudo e o nada. Seu nome já