Poesias em Contos
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Sobre este e-book
A poesia tem o poder de condensar emoções e pensamentos em poucos versos, mas e se esses versos pudessem se expandir em histórias? Neste livro, as poesias do autor foram transformadas em contos. Cada narrativa é um desdobramento poético, transformando imagens e sentimentos em personagens, cenários e acontecimentos. Uma fusão entre verso e prosa, onde a alma da poesia continua a ecoar em cada linha.
Decio Martins de Medeiros
Décio Martins de Medeiros é engenheiro de eletrônica formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1975 e profissional com uma carreira sólida de 1977 a 2009 na Hewlett Packard/Agilent Technologies do Brasil, onde atuou na área de vendas técnicas de instrumentos e sistemas de teste e medição, e ocupou cargos de liderança, incluindo o de diretor-presidente. Durante sua trajetória, destacou-se pela excelência em vendas, estratégias de mercado e formação de equipes, sendo membro de dois President's Clubs em reconhecimento ao seu desempenho. Com valores profundamente enraizados em confiabilidade e honestidade, Décio combina suas habilidades analíticas e criativas para explorar uma ampla gama de interesses, como xadrez, genealogia, teologia, poesia, administração, etc. Escreve artigos no blog Prazer Compartilhar e publica livros, em diversas plataformas de autopublicação, com títulos disponíveis nas livrarias virtuais: Clube de Autores, Amazon, Apple Books, Kobo, Google Play, Barnes & Noble, e outras.
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Poesias em Contos - Decio Martins de Medeiros
Introdução
A poesia tem algo de mágico: em poucas palavras, ela captura emoções, pensamentos e imagens que falam diretamente à alma. Cada verso contém um universo próprio, uma centelha de sentimento condensada em ritmo e melodia. Mas e se essas poesias, ao invés de permanecerem na forma de versos, ganhassem nova vida como contos?
Este livro é fruto dessa transformação, dessa transcriação. Aqui, minhas poesias se desdobram em contos, mantendo a essência lírica e emocional que as originou. As palavras, antes presas às estrofes, agora caminham livremente por narrativas que exploram personagens, cenários e acontecimentos. Cada conto é um espelho de sua poesia-mãe, expandindo-a sem apagar sua voz original.
Ao longo das páginas, você encontrará ecos de versos transfigurados em prosa, mas sempre fiéis ao meu estilo e àquilo que busco expressar. Que esses contos despertem em você a mesma emoção que uma poesia sussurrada ao vento – e que cada conto seja, no fundo, uma poesia que nunca deixou de existir.
Se você quiser conhecer as poesias que originaram esses contos então você encontra a obra original ‘Poesias de um plebeu’ no formato pdf ou impresso no Clube de Autores; em formato kindle na Amazon; em audiolivro no Google Play.
O Homem é Útil pelo que Faz
Naquele dia, Joaquim acordou com um peso no peito. O rádio de pilha ainda tocava notícias distantes, relatos de conflitos que pareciam não ter fim. Ele se levantou devagar, abriu a janela e viu o céu nublado, como se o próprio mundo carregasse a mesma angústia.
Desde criança, ouvira falar de guerras, mas sempre as imaginara como algo longínquo, pertencente a terras que nunca veria. Agora, porém, as ruas de sua cidade estavam diferentes. Não havia explosões nem tanques, mas existia um outro tipo de batalha: olhares desconfiados, vizinhos que antes se cumprimentavam e agora se evitavam. Era uma guerra silenciosa, feita de rancores e desentendimentos.
Joaquim não sabia manejar armas nem comandar exércitos, mas sabia consertar coisas. E foi assim que começou: um portão quebrado aqui, uma lâmpada trocada ali. Aos poucos, percebeu que seu ofício de marceneiro tinha um propósito maior do que apenas esculpir madeira. Cada reparo era um convite à conversa, um motivo para as pessoas se reunirem novamente.
A notícia se espalhou: Joaquim consertava não apenas móveis, mas relações. E então, sem perceber, tornou-se um símbolo de resistência – não da resistência que empunha fuzis, mas daquela que acredita que a paz não é apenas a ausência de guerra, mas a construção diária do entendimento.
Certo dia, um garoto, curioso, perguntou:
— Seu Joaquim, por que o senhor faz tudo isso?
O velho sorriu, limpando as mãos na calça manchada de verniz.
— Porque o homem é útil pelo que faz, meu filho. E se não fazemos pela paz, então estamos fazendo pela guerra.
Missão
O homem subiu no caixote de madeira, no meio da praça, e começou a falar. Sua voz, firme, cortava o burburinho da cidade como um trovão inesperado.
— Até quando aceitaremos a guerra como destino? Até quando permitiremos que a injustiça dite o rumo da história?
Alguns transeuntes pararam. Outros balançaram a cabeça e seguiram adiante, como se já tivessem ouvido palavras assim antes. Mas havia algo diferente nele. Não usava farda, não carregava armas, e mesmo assim sua presença impunha respeito.
Ele falava da necessidade de lutar, mas sua luta não era feita de pólvora e aço. Suas armas eram a justiça e a razão, mais potentes do que qualquer explosão. Ele acreditava que a verdadeira revolução não vinha dos canhões, mas das palavras que faziam os homens refletirem.
Seu nome era Álvaro. Desde jovem, recusara-se a aceitar as coisas como eram. Não porque tivesse ilusões ingênuas, mas porque acreditava que o conformismo era uma rendição silenciosa. Seu campo de batalha era a consciência coletiva, sua missão era fazer com que as pessoas entendessem que podiam mudar o mundo sem precisar destruí-lo primeiro.
— Não podemos aceitar que a cor da pele seja uma sentença! — bradou ele. — Não podemos aceitar que a paz seja uma promessa sempre adiada!
A multidão crescia. Algumas pessoas murmuravam concordância. Outras apenas observavam, tentando decidir se aquele homem era um visionário ou apenas mais um louco.
Álvaro sabia que não veria a mudança acontecer de um dia para o outro. Mas isso não o desanimava. Ele não lutava por glória, nem por reconhecimento. Lutava porque sabia que essa era sua missão. E quando, ao fim do dia, recolheu seu caixote e partiu sozinho pela rua, carregava no peito a única certeza que importava: cumprira seu dever.
À Imagem de Deus
O padre Antônio costumava caminhar todas as manhãs pela praça da pequena cidade. Era um homem de poucas palavras, mas quando falava, sua voz carregava um peso que fazia até os mais céticos refletirem.
Naquela manhã, encontrou Miguel sentado no banco de madeira, os cotovelos apoiados nos joelhos e o olhar perdido. O jovem suspirava fundo, como se carregasse o peso do mundo nos ombros.
— Algo te aflige, meu filho? — perguntou o padre, sentando-se ao lado dele.
Miguel demorou a responder. Por fim, murmurou:
— Qual é o sentido disso tudo, padre? O homem vive se matando em guerras, buscando poder, esquecendo uns dos outros... Qual é a nossa função, afinal?
O padre abaixou a cabeça por um instante, como quem procura a resposta entre as pedras da calçada. Então, disse:
— Sempre que me faço essa pergunta, sinto um aperto no peito, Miguel. Dói-me o coração ver o homem desperdiçando sua existência em conflitos, esquecendo-se do que realmente importa.
Miguel assentiu, pensativo.
— Parece que todo mundo só pensa nos próprios problemas — continuou. — Ninguém vê além de si mesmo.
— E isso faz seu sangue ferver, não é? Sei bem como é — disse o padre, com um leve sorriso melancólico. — Mas há algo que nunca podemos esquecer: fomos feitos à imagem de Deus.
Miguel ergueu o olhar.
— E o que isso significa, padre?
— Significa que
