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Psicodelia Suburbana - David Bowie e o Beckenham Arts Lab
Psicodelia Suburbana - David Bowie e o Beckenham Arts Lab
Psicodelia Suburbana - David Bowie e o Beckenham Arts Lab
E-book205 páginas2 horas

Psicodelia Suburbana - David Bowie e o Beckenham Arts Lab

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Sobre este e-book

Este livro não é sobre as músicas do David Bowie. Existem vários livros já escritos sobre isso. É um livro sobre uma fatia única da história, sobre quando os jovens ao Sul de Londres se uniram para uma experiência mágica cujo auge se deu na tarde de 16 de agosto. Posso escrever uma prosa razoável, mas não sou nenhuma poeta genial ou musicista. David Bowie era desde calibre. As palavras em sua canção "Memory of a Free Festival" e a melodia que segue com ela reflete bem melhor toda a atmosfera daquele dia do que qualquer tentativa que eu faça.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de out. de 2018
ISBN9781547547173
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    Pré-visualização do livro

    Psicodelia Suburbana - David Bowie e o Beckenham Arts Lab - Mary Finnigan

    MARY FINNIGAN

    PSICODELIA SUBURBANA

    David Bowie e o Beckenham Arts Lab

    SOBRE A AUTORA

    Mary Finnigan nasceu em Manchester, Inglaterra um pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial. Suas lembranças mais longínquas remetem às sirenes de ataque aéreo soando no meio da noite, e sendo arrastada para fora da cama para se esconder um abrigo sob a mesa de jantar da família. Provavelmente esse início turbulento contribuiu para a natureza rebelde, além do fato de nunca ter correspondido às expectativas que se exigiam das mulheres durante a década de 1950.

    Casou-se com um homem mais velho aos dezoito anos como meio de fuga de sua mãe controladora, teve dois filhos antes de fugir de Manchester para Londres, abandonando seu marido e conseguindo por acaso um emprego como jornalista de moda no jornal The Daily Mirror. Sua carreira jornalística incluiu diversos textos escritos para os jornais Daily Sketch, Daily Express e trabalhos freelance para o Sunday Times.

    Durante uma pausa de cinco anos da rotina de cinco dias por semana, ela conheceu David Bowie. Neste livro ela conta as histórias e suas aventuras juntos e o legado que se mantém vivo e vibrante mesmo depois de quase cinquenta anos.

    Voltando à sua carreira jornalística, trabalhou como repórter, editora e produtora para a Visinews, Independent Radio News e London Broadcasting Company. Atualmente, contribui em jornais locais, publicações online e a rádio BBC.

    Mary vive em Bristol, Oeste da Inglaterra com seu companheiro, Chris Gilchrist. Tem três filhos e três netas, é praticante de Budismo Tibetano na tradição Dzogchen, também é ativista feminista e hippie desconstruída.

    NOTAS DA AUTORA

    A lista das pessoas que me apoiaram e me ajudaram é longa e eu peço desculpas caso tenha esquecido de alguém. Para começar, agradeço ao Chris, que me convenceu a começar estre trabalho com gentileza e persistência durante todos esses anos. Também ao meu Lama, Choegyal Namkhai Norbu, por quem tenho um profundo respeito e gratidão - e Peter Stansill, que é tanto meu editor quanto amigo de longa data. Esta história começou a ser escrita quase meio século depois dos fatos acontecerem. Na maioria deles, confiei em minha memória, que não é exatamente confiável. Então, caso eu tenha cometido algum engano, ou interpretei errado alguma situação e esquecido acontecimentos, é totalmente minha culpa e peço desculpas de antemão.

    Várias pessoas colaboraram com fotos, lembranças, reminiscências e perspectivas, incluindo Christina Ostrom, Keith Christmas, Richard Raven, Tony Visconti, Natasha Ryzhova Lau, Dave Walkling, James Plummer, David Bebbington, Ian Anderson, Roger Bacardy, Mark Adams, Craig Hamlin, Chantal Cooke, Lynn Evans Davidson, Alison Fraser Black, Angie Bowie, Lara Owen, Catriona Mundle, Peter Culshaw e Cliff Watkins. Agradecimento especial para Wendy Leigh, Jack (Amory), Iris e Aurora Kane, Bill Liesegang, Ray Stevenson, Caroline Finnigan, Richard Finnigan, o falecido Peter Finnigan, Daniel Taghioff, Alva Taghioff e (obviamente)David Bowie. Um agradecimento em especial para Paul Kinder por sua minuciosa revisão e confirmação dos fatos.

    Bristol, Inglaterra e Valle Gran Rey, La Gomera, Ilhas Canárias

    2015

    CRÉDITOS DAS FOTOS: DAVID BEBBINGTON (47, 51, 70, 102, 111, 114, 116); THE FRANCIS FRITH COL-LECTION (4); RAY STEVENSON (COVER, 8, 22); ALVA TAGHIOFF (164); DAVE WALKLING (66, 67); ALLAN WARREN (36); CLIFF WATKINS (159).

    Para Chris

    Agradeço por seu amor e pelo profundo prazer

    de sua companhia

    CONTEÚDO

    ––––––––

    SOBRE A AUTORA

    NOTAS DA AUTORA

    CONTEÚDO

    PREÂMBULO

    CONTEXTO

    PRIMEIRO PLANO

    TURBULÊNCIA

    NO FREE FESTIVAL

    SAMYE LING E ALÉM

    A VOLTA PARA CASA

    A ENTRADA DE ZIGGY

    CONSEQUÊNCIA

    O LUCRATIVO BOWIE

    O RETORNO DE ANGIE

    MEMÓRIAS DE UM FESTIVAL LIVRE

    EPÍLOGO

    PREÂMBULO

    Esta é a história de algo maravilhoso que aconteceu em um subúrbio de Londres durante os últimos anos da década de 1960. É uma história que afetou a vida de várias pessoas famosas, incluindo de um músico icônico. Mas é em sua maior parte uma história sobre um grupo de pessoas que trouxe um certo encanto em uma comunidade profundamente conservadora.

    Nós éramos jovens, éramos idealistas, talentosos e irreverentes. Éramos os precursores do sexo, drogas e rock'n roll. Não dávamos a mínima para as convenções sociais e quebrávamos todas as regras, mas para nossa surpresa todos que estavam ao nosso redor nos amavam.

    Nossa influência alcançava até o Sul de Londres. Mais de quarenta e cinco anos depois, o momento em que ecoamos o despertar dos anos 60 e das novas pastagens ainda é celebrado. Semeamos nossas sementes em solo fértil pois os jovens de Beckenham e além estavam prontos para a mudança e de alguma forma nós conseguimos convencer até os mais velhos. Bem, pelo menos a maioria deles.

    Beckenham é um subúrbio que se recosta confortável entre outros segmentos do Sul de Londres. Originalmente ficava mais ao norte do Condado de Kent, e se tornou parte do Distrito de Bromley durante um de vários realinhamentos instigados pela criação do Grande Conselho de Londres em 1965.

    A história de Beckenham remonta a 1086 quando aparentemente o Domesday Book se refere a ele como Bacheham. Provavelmente significa Vila de Beohha em Anglo-Saxão.

    Beckenham logo evoluiu e se tornou uma vila de grande importância administrada pelo Palácio e oposto à Igreja.

    Em 1773 John Cator tornou-se Senhor do Palácio. Quando a ferrovia chegou em Londres em 1857, Cator percebeu que suas terras estavam arrendadas para desenvolvimento residencial, e logo as vilas suburbanas se espalhavam ao redor da nova estação.

    Construída em um estilo Indiano Colonial, a cidade com três avenidas alinhas e grandes mansões afastadas por jardins suntuosos foi criada com a intenção de atrair os mais ricos, que procuravam por uma residência em Londres, mas convenientemente afastadas da cidade. Quando esse mercado ficou saturado, o astuto financeiro Cators passou a construir propriedades menos. Preservando o valor simbólico, conseguiram manter o desenvolvimento da cidade sob controle em uma parte considerável da cidade.

    Depois da Segunda Guerra Mundial, boa parte dos arrendamentos de Cator estava sendo reformado em forma de casas modernas e flats. Este processo continuou em outras partes da cidade, apesar de que algumas regiões continuam idênticas a como eram no período entre as duas Grandes Guerras.

    Beckenham é predominantemente uma comunidade de classe média e sua linhagem ininterrupta de membros conservadores no Parlamento desde 1950 é conhecida. Dificilmente poderia ser descrita como o lugar perfeito para atividades revolucionárias, mas é exatamente o que aconteceu. Não uma revolução violenta, mas uma revolução de atitudes.

    Os pais e os aposentados provavelmente estavam indignados com as nossas atividades. Em toda parte dos jovens na Inglaterra durante a década de 1960 estavam em desacordo com as gerações mais velhas. Mamães e Papais se desesperavam com os cabelos compridos, coletes Afegãos, rock'n roll, amor livre, protestos, desistências e acima de tudo, drogas.

    Por outro lado, seus filhos sofriam com a extrema incompreensão - eles simplesmente não entendiam como que o estilo de vida escolhido poderia causar tanta angústia. É paz, amor e liberdade, bicho - tudo que você diz que quer - então por que te incomoda? E tudo que os pais podiam fazer era repetir o mantra arrume um emprego, o que para nosso padrão hippie era o equivalente a oferecer uma xícara cheia de vômito frio.

    Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram durante a Primavera, Verão e Outono de 1969 em Beckenham. Talvez a magia tenha adormecido sob a superfície respeitosa em que todos nós estávamos habituados durante a vida. Talvez fosse demográfico - e acontecesse assim porque a maioria das pessoas de Beckenham naquela época era conformada e frouxa e não quiséssemos discutir com seus filhos.

    Mas eu desconfio que tinha algo a ver com o fato de que havia uma aura de inocência em nossos protestos - éramos abertos, ingênuos e desprovidos de malícia. Queríamos apenas nos divertir e queríamos que todos também se divertissem.

    Beckenham High Street em 1965

    CONTEXTO

    Estou contando esta história e fui parte dela. Então primeiro me permita explicar como me tornei a precursora desta sequência de eventos fantástica.

    Me mudei saindo de Cheshire para Beckenham no começo de 1960, fugindo de Peter Finnigan, meu primeiro marido. Casei com ele ainda virgem aos dezoito anos logo depois de terminar a escola na Suíça e aos vinte e um anos já tinha dois filhos. Eu não tinha a menor ideia do que queria fazer com a minha vida.

    Peter era membro de uma família católica Irlandesa rica e influente. Eram proprietários de lojas de departamentos em Manchester e Londres. Era um homem 15 anos mais velhos que eu e estava desesperado para se casar depois de vários noivados interrompidos. Ele era bastante famoso entre a alta sociedade de Cheshire como um jovem elegante com um faro apurado para garotas e sempre era convidado para festas exclusivas, bailes de caça, corridas de cavalo, viagens de iate e coisas do tipo. ele morava em um flat do outro lado do pátio onde morava com minha mãe, em uma mansão Vitoriana que fora transformada em pensão - o que é mais ou menos parecido com um subúrbio de Manchester, mas fora do subúrbio.

    Minha mãe ficou mais do que empolgada quando Peter se interessou por mim e encorajou nosso relacionamento, mesmo ela ciente do fato que ele era um homem fraco que bebia demaise que não era exatamente o tipo desenvolvido intelectualmente. Minha mãe tinha seus próprios planos - como uma viúva que estava cada vez com menos dinheiro, ela estava um pouco desesperada demais para se casar e era cortejada pelo escrivão da cidade de Wigan. Eles anunciaram o noivado no mesmo dia em que aceitei o pedido de casamento de Peter. Mamãe estava imensamente aliviada que eu sairia de baixo de suas asas para ir embora com o que ela chamava de um bom partido.

    Dizer que eu estava sendo ingênua é um eufemismo - um cordeiro indo ao abate seria uma descrição melhor, pois o casamento com Peter acabou sendo um desastre de proporções astronômicas. Acho que percebi isso logo depois da lua-de-mel, mas a real extensão dos danos ficou claro quando Peter foi demitido da empresa da família depois de fracassar ao tentar se impor contra seu primo inescrupuloso, Brian. Nessa época já tínhamos dois filhos pequenos - mas tornava-se óbvio que eu não ia contornar minha adolescência e saltar da infância direto para a vida adulta. Eu tinha meus próprios caminhos a trilhar. Londres me chamava e eu comecei a planejar minha fuga.

    Conheci um cabeleireiro chamado Simon Hext enquanto eu trabalhava como tradutora de Francês-Inglês durante um show em Blackpool. Simon tinha um salão em Beckenham e eu pedi para morar com ele e sua mãe por um tempo enquanto eu procurava algum lugar para ficar no subúrbio de Londres.

    Minha fada madrinha dele ter usado sua varinha mágica porque quase que imediatamente encontrei a casa 1, do número 24 em Foxgrove Road. Era um apartamento bem espaçoso com um jardim enorme em uma rua próximo da estação de trem Beckenham Junction. A acomodação incluía o gato Pywacket e custava o preço razoável de £5 por semana. Aceitei sem hesitar e voltei para Bowdon com a notícia de que estava me mudando para Londres e levaria as crianças comigo. Enrolei Peter dizendo que seria o melhor a se fazer por nós dois, mas a verdade é que eu estava o deixando. Pobre Peter - eu o tratei tão mal. Tentei recompensar ele por isso no fim de sua vida, mas ele já tinha perdido todo o juízo e nem sequer percebeu meu remorso.

    A fada madrinha ainda estava por perto depois que me mudei. A mudança para Foxgrove Road teve pouquíssimos obstáculos. Minha filha Caroline estava matriculada em uma escola de freiras a pouco menos de 90 metros de casa e consegui uma vaga em uma creche para meu filho Richard ali perto. Os dois estavam felizes em mudar para Londres e Peter estava de acordo com tudo isso.

    Em retrospectiva, percebo que causei uma reviravolta enorme em um território desconhecido, algo que um indivíduo mais consciente provavelmente não faria. Mas eu era jovem, enérgica, rebelde e inexperiente, logo para mim, era uma libertação das restrições e protocolos da classe média, uma fuga de um casamento fadado ao fracasso desde o início e de uma mãe que eu não achava que gostasse de mim.

    Eu estava com cinquenta anos quando descobri que a minha mãe sentia vergonha de mim. Sua irmã, minha tia deixou escapar certa vez que

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