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Discurso Reverso na Teoria e Prática
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E-book388 páginas5 horas

Discurso Reverso na Teoria e Prática

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Sobre este e-book

Neste livro, o autor e terapeuta norte americano Joshua Schmude mergulha a fundo na Teoria do Discurso Reverso explorando o fenômeno precognitivo dessa tecnologia. Tendo Estudado e se formado como analista sob supervisão de David John Oates - o  próprio criador da Teoria do Discuroso Reverso - Joshua Schmude utiliza a sua habilidade de escritor para passar ao leitor informações valiosas e sobre como usar de forma prática a teoria. Se você é uma pessoa de mente aberta e ama aprender sobre coisas novas e que podem mudar sua vida radicalmente de uma forma positiva, então não pense duas vezes em ler e reler este livro porque ele possui informações  que você não encontrará em mais lugar algum!

IdiomaPortuguês
EditoraLionheart
Data de lançamento21 de fev. de 2019
ISBN9781547571444
Discurso Reverso na Teoria e Prática

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    Discurso Reverso na Teoria e Prática - Joshua Schmude

    Discurso Reverso na Teoria e Prática

    Joshua Schmude

    Traduzido por Franco Dal Prá 

    Discurso Reverso na Teoria e Prática

    Escrito por Joshua Schmude

    Copyright © 2019 Joshua Schmude

    Todos os direitos reservados

    Distribuído por Babelcube, Inc.

    www.babelcube.com

    Traduzido por Franco Dal Prá

    Design da capa © 2019 Joshua Schmude

    Babelcube Books e Babelcube são marcas comerciais da Babelcube Inc.

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, transmitida ou utilizada - sob qualquer forma ou por qualquer meio, seja eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou por qualquer armazenamento de informação e sistema de recuperação -  sem permissão por escrito por parte do editor, exceto por breves citações em artigos ou resenhas

    Copyright 2014; Lionheart Publishing todos os direitos reservados

    Discurso Reverso

    Na

    Teoria e Prática

    ‘Como usar sua mente inconsciente para prever o resultado de eventos futuros’

    Escrito por

    Joshua Schmude

    Índice

    Prólogo

    Capítulo 1

    A relação entre sonhos e alma: símbolos e suas relações com a precognição

    Capítulo 2

    Discurso Reverso: teorias fundamentais associadas ao Discurso Reverso conforme desenvolvidas por seu fundador e pesquisador David John Oates

    Capítulo 3

    Universidade de Monash: estudos científicos aplicados ao Discurso Reverso

    Capítulo 4

    Primeiro Experimento: testando as capacidades precognitivas do Discurso Reverso

    Capítulo 5

    Segundo experimento: testando as funções sensoriais e a precognição; apresentação da minha hipótese inicial relativa às funções sensoriais no discurso e sua utilização na adivinhação quando aplicadas à mente inconsciente

    Capítulo 6

    Terceiro experimento: outro teste sobre funções sensoriais e precognição, análise dos resultados encontrados

    Capítulo 7

    Quarto Experimento: investigando categorias de reversão e funções sensoriais, examinando a implicação e influência que categoria e estrutura exercem na adivinhação e análise geral reversa

    Capítulo 8

    Quinto experimento: usando-me como parte do experimento, último teste para a hipótese apresentada

    Capítulo 9

    Análise de resultados; reformulação da hipótese inicial apresentada no quinto capítulo, investigação de Categorias Reversas de Discurso

    Capítulo 10

    Observações finais sobre os fenômenos do Discurso Reverso e suas implicações futuras em relação à precognição, Oráculo de Delfos e a conotação histórica que as alegorias exercem sob a capacidade precognitiva

    Sobre o autor

    Prólogo

    Ao final dos anos 80, um pesquisador australiano chamado David John Oates fez uma das mais monumentais descobertas do século XX. Antes de aprofundarmo-nos nesta descoberta, é importante primeiro entender a mentalidade que muitos indivíduos possuíam à época - porque tais fenômenos não eram bem compreendidos pela maioria do público - no que diz respeito a esse fenômeno que hoje conhecemos como Discurso reverso. O ano era 1971; A música da banda inglesa Led Zeppelin, Stairway to Heaven, estava no topo das paradas. Os Estados Unidos ainda estavam envolvidos com a guerra do Vietnam, que naquela época já vinha se arrastando havia doze anos. Durante essa época difícil, muitos fundamentalistas estavam advertindo sobre os perigos do Rock feito por bandas como os Beatles, o Led Zeppelin e The Doors. Na sequencia, à medida que as letras e o som do Rock continuavam a deteriorar-se, chegou-se ao que na época foi chamado de o Pânico Satânico ainda no início dos anos oitenta.

    Durante essa época muitos Pregadores afirmavam que Satã estava influenciando os músicos de rock, levando-os a criar músicas demoníacas com o único objetivo de fazer uma lavagem cerebral na juventude norte-americana. Pastores por todas as partes dos Estados Unidos começaram a tocar discos de trás para frente, afirmando que mensagens satânicas podiam ser ouvidas ao escutá-los dessa maneira. Essa analogia, embora um pouco forçada, não estava de todo errada. Havia de fato mensagens que podiam ser encontradas quando os discos eram tocados de trás para frente, porém, essas mensagens não vinham de demônios, mas sim de uma função normal, presente na comunicação humana diária.  Demonizar aquilo que não se compreende bem é uma infeliz falácia que as pessoas cometem. Felizmente, havia um indivíduo que não estava disposto a aceitar as respostas dadas por muitos fundamentalistas da época sobre esse fenômeno.

    Em torno de 1987, David John Oates publicou um dos primeiros livros escritos sobre mensagens escutadas de trás para frente, o título do livro era Beyond Backward Masking, que tais mensagens não tinham sua fonte no Diabo. Por acidente, ele descobriu um fenômeno que hoje conhecemos como Discurso Reverso. Na época, David trabalhava em uma casa abrigo para adolescentes pobres. Uma noite alguns adolescentes invadiram seu escritório, entusiasmados e recitando sermões específicos alegando que demônios podiam ser escutados quando certas músicas de rock and roll eram tocadas de trás para frente, citando em particular a música Stairway to Heaven da banda Led Zeppelin. Assustado e incomodado por aquilo que escutava dos adolescentes, ele decidiu investigar o assunto mais profundamente para desmascarar essas teorias e acalmar os medos daqueles jovens. Munido de um aparelho de som alterado - ele utilizou um toca-fitas que havia sido reconstruído incorretamente e, portanto, só podia reproduzir fitas de trás para frente - David investigou as alegações dos garotos e ficou chocado ao descobrir que mensagens poderiam, de fato, ser ouvidas ao contrário. Esta descoberta, mesmo que achada por acaso, levou ao desenvolvimento de teorias que inevitavelmente mudariam para sempre a maneira que os humanos enxergam a arte da comunicação verbal.

    Ao descobrir essas mensagens invertidas, David começou a levar mais longe sua pesquisa, com esta pergunta em mente: se mensagens podem ser ouvidas nas músicas quando tocadas ao contrário, estariam elas presentes também na comunicação humana diária? A resposta é sim. A comunicação se dá em dois níveis, ou seja, tanto para frente quanto para trás (Oates, 1

    996). Isso aplica-se a todos os seres humanos. Na verdade, o Discurso Reverso é o nosso principal modo de comunicação, ou dito de outra forma, todos nós aprendemos a falar no sentido inverso, antes mesmo de aprendermos a falar no sentido normal. Embora essa ideia possa parecer completamente absurda, a pesquisa realizada pelo Sr. Oates, assim como outras pesquisas feitas por Analistas de Discurso Reverso, incluindo eu mesmo, provam o contrário.

    Com a dúvida sobre a existência ou não de mensagens inversas já esclarecida, David se propôs a ir além e descobrir como e porque esse fenômeno acontecia. No cerne de sua pesquisa encontrava-se o poder de alterar o comportamento de um indivíduo. Esse conceito ultrapassa bastante os métodos tradicionais empregados por behavioristas modernos, haja vista que o Discurso Reverso tem como objetivo a alteração de um dado padrão comportamental do indivíduo através de estímulos internos, ao invés de externos.

    Este livro está dividido em duas partes. A primeira parte explicará as teorias desenvolvidas pelo fundador do Discurso Reverso, David John Oates. A segunda parte irá explorar a aplicação dentro de um contexto prático essas teorias, através de experimentos conduzidos em minha própria pesquisa. Espero que a aplicação dessas teorias em mim mesmo, e as descobertas delas advindas, beneficiarão tanto às pessoas interessadas no assunto quanto terapeutas e praticantes do Discurso Reverso. Estamos apenas começando a enxergar a ponta do iceberg da Teoria do Discurso Reverso. Há muitas descobertas a serem feitas ainda; descobertas que certamente terão implicações bastante importantes na forma como nós, enquanto sociedade, nos percebemos e como nos relacionamos com Deus. Embora as teorias apresentadas aqui são completamente laicas e, portanto, não defendem qualquer religião em particular; o fenômeno em si é muito espiritual em sua natureza, mas nada tem a ver como alguma religião especificamente. O Discurso Reverso, em seu nível mais profundo, lida com o estado e a condição da alma humana. Eu não tenho dúvidas de que existe um Deus, e também não tenho dúvida de que todos nós, independente de crenças religiosas, temos uma alma que possui capacidades verdadeiramente divinas. Infelizmente, muitos de nós vivemos toda a nossa vida completamente inconscientes desse fato.

    Discurso Reverso é uma marca registrada de David John Oates, eu não possuo qualquer domínio com relação a sua marca, sou simplesmente um de seus alunos tentando trazer suas teorias para um público maior

    Dedicatória

    A todos os pesquisadores do Discurso Reverso corajosos o suficiente em assumir a luta de trazer essa tecnologia para o público em geral

    Capítulo Um

    Cada ação, palavra ou pensamento que ajudou a fazer um ser humano ser o que ele é em sua totalidade, está fotografada no seu subconsciente, que é a alma ainda inconsciente, com tanta fidelidade como a mente do Criador, que está escrita em hieróglifos estrelados por todo o céu brilhante. O Self interior, o subconsciente, ou como quiser chamá-lo, mantém um registro fiel, fiel como o livro do juízo final, e pronuncia-se como sentença certa sob a vida e conduta humana, assim como sempre fez o Osíris Egípcio com seu humor inflexível e em sua justiça divina. Será ele o julgador do dia do juízo final que vai nos julgar todos. Os Mistérios de Osíris, Dr. Clymer, pág.76

    Sonhos, o que são eles? De onde eles vêm? Por que sonhamos? Ao longo da história a humanidade sempre ficou fascinada e, ao mesmo tempo, aterrorizada com eles. Muitas pessoas afirmam que nunca sonharam, quando na realidade nós sempre sonhamos, o problema é que infelizmente, na maioria dos casos nós não nos lembramos.  Os sonhos são considerados um aspecto importante da psique humana há milhares de anos e por inúmeras culturas; a prova disso está nos muitos textos de cunho religioso, bem como nas lendas e mitos que começaram com os Sumérios, Muçulmanos, Judeus, Gregos e Romanos. Tanto o Velho quanto o Novo Testamento contêm muitas pistas a respeito da visão coletiva que nossos antigos ancestrais tinham sobre sonhos ou visões vindas de uma fonte Divina. Um exemplo de tal fato pode ser encontrado no velho testamento, Jó 33:15, uma passagem que ajuda a esclarecer mais o assunto. Em sonho ou em visão noturna, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama: Então o revela ao ouvido dos homens, e lhes sela a sua instrução. Outro exemplo bíblico sobre uma crença cultural que determinados sonhos vêm de uma fonte divina pode ser encontrado no Livro de números 12:6 ele (Deus) disse: Ouçam as minhas palavras - Quando entre vocês há um profeta do senhor, a ele me revelo em visões, em sonhos falo com ele, na tradição católica, os fenômenos da revelação Divina através de sonhos é referido como somnia a deo missa, que significa - sonhos enviados por Deus. Revelações como essa são consideradas dádivas que vêm do Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade Católica, outra emanação do Deus único. Esses tipos de sonhos contêm características distintas que irão diferenciar-se de sonhos regulares de duas formas principais, a primeira, eles são altamente simbólicos e parecem muito reais, ou seja, o sonho não pode ser controlado pelo sonhador e, a segunda, 'raios de luz' geralmente acompanham a imagem final de sonho. Esses raios luminosos simultaneamente geram um som 'rápido como o vento' (rhoizos), que ocorre quando a alma é possuída por um Deus e começa a se tornar mais 'circular' na natureza, ou expressar a natureza do Deus que a possuiu (Shaw, 1995). John Bosco (1815-1888), um sacerdote católico italiano, prestava muita atenção a seus sonhos. Um sonho que teve um profundo impacto na sua decisão de se tornar um padre ocorreu na tenra idade de seus nove anos de idade. No livro Memórias biográficas de São João Bosco, ele descreve um sonho em que viu a si mesmo brincando com uma multidão de jovens rapazes que estavam brigando e xingando uns aos outros. João pediu para que os garotos parassem, mas eles não o escutaram. Incapaz de aguentar-se sendo ignorado por mais tempo ele se jogou no meio dos garotos, de punho cerrado. Subitamente um homem, que estava vestido de maneira nobre, apareceu dizendo-lhe Terás que ganhar estes seus amigos não com socos, mas com bondade e gentileza. Então comece agora mesmo a mostrar-lhes que pecar é feio; já a virtude, essa é bela. Ao ouvir isso João não entendeu o que o nobre homem queria lhe dizer, foi então que subitamente uma mulher bonita apareceu. Ela instruiu João à olhar para os garotos que estavam havia momentos antes brigando e xingando-se, e , de repente, os garotos se transformaram em animais selvagens; isto disse-lhe a mulher é o seu verdadeiro trabalho, torne-se humilde, forte, energético, para que assim você possa fazer para as minhas crianças o que você verá agora. De súbito os animais transformaram-se em calmos cordeiros. Isso confundiu o jovem João e ele começou a chorar. A mulher disse a ele que no tempo certo ele iria entender tudo, e, após isso, João acordou-se de seu sonho (Memórias biográficas de São João Bosco, pág. 95-96). Esse sonho iria provar-se como sendo um dos muitos que teriam um impacto profundo nas suas visões religiosas e também na sua visão de mundo de forma geral. As metáforas usadas pelo inconsciente nesse sonho são muito reveladoras, uma vez que os animais selvagens representam a parte desregrada e bestial dos homens; de um ponto de vista junguiano, eles podem ser vistos como o lado das sombras. Os calmos cordeiros representam o lado de Cristo, o aspecto de nosso ser mais focado no espiritual, e não no mundano. O nobre homem representaria o seu Conde, o aspecto futuro e verdadeiro-Self de João Bosco, esse nobre também pode representar sua Animus. A linda mulher, por outro lado, é com certeza o símbolo da Anima, embora na terminologia Católica eles provavelmente iriam referir-se a ela como a Virgem Maria Abençoada. Os nomes, sejam eles Isis, Anima ou Maria referem-se todos ao mesmo arquétipo no fim das contas. O Alcorão traz muitos exemplos que mostram a importância cultural que os sonhos exercem sobre as massas, no sentido de estima e importância que elas dão aos sonhos enquanto veículos de transmissão utilizados por Deus para falar com os Profetas através de inspiração divina. No livro Hadith-Bukhari 2:468 está escrito que toda vez que o profeta terminava sua reza matutina, ele sempre nos olhava e perguntava quem dentre vocês teve um sonho ontem à noite? Se alguém tivesse algum sonho, Maomé narrava o mesmo e dizia Ma shaállah, o que significa, em uma tradução aproximada para o português: Assim Deus quer que seja. Exemplos mais antigos que são anteriores ao Alcorão e anteriores também ao velho e ao novo testamento podem ser encontrados nos ensinamentos de Zoroastro, aquele que fundou uma das primeiras religiões monoteísticas do mundo. A lenda fala que, quando Zoroastro tinha 30 anos de idade, ele foi até o rio Daiti para pegar água a ser utilizada na cerimonia Haoma; quando ele emergiu, recebeu a visão de Vohu Manah, que o levou até os outros seus Amesha Spentas onde recebeu o resto de sua visão (Boyce,1979). Essas visões o levariam, através de um processo de inspiração divina, a começar a ensinar filosofias religiosas que ele afirmou terem vindo de outra fonte de inteligência além de seu Ego, que, ironicamente, é um reflexo de doutrinas e dogmas exibidos por outras formas de fé monoteísticas. Em outras culturas, a importância dos sonhos já foi expressada em vários poemas, epopeias, mitos e lendas, tal como a Epopeia de Gilgamesh, um texto muito antigo, de origem Suméria. Na tábua sete deste mito heroico os deuses revelam a Enkidu, através de um sonho, que um dos heróis deve morrer por ter assassinado Humbaba e o Touro dos Céus (Um símbolo de Taurus). Apesar dos protestos de Shamash o deus Sol, Enkidu é condenado à morte. Ao receber essa noticia Enkidu amaldiçoa a grande porta que ele havia construído para o templo de Enlils, ele também amaldiçoa Shamhat, uma prostituta do templo, por ter-lhe retirado da natureza selvagem.  Shamash, falando do Céu, relembra Enkidu de como Shamhat alimentou-o e deu-lhe o que vestir, apresentou-lhe a Gilgamesh que iria provar que era um bom amigo e informou-lhe sobre o futuro, mostrando como Gilgamesh iria fazer-lhe grandes honrarias em seu funeral vindouro, após isso, ele sumiu-se, mata adentro em luto. Já por essa tábua, não fica clara somente a importância que os Sumérios davam aos sonhos, mas também fica evidente a crença de que sonhos têm a rara habilidade de revelar o futuro de eventos na vida daquele que os sonha. Na mitologia grega, Morpheus - que traduzido significa aquele que dá forma aos sonhos - é considerado o líder dos Oneiroi, os filhos da noite. Os gregos o consideravam como o responsável por mandar sonhos ou visões, por conta disso à sua pessoa foi dado o título de Deus dos Sonhos. Hipócrates desenvolveu teorias explicando os fenômenos relacionados aos sonhos como sendo um processo pelo qual a alma recebe imagens durante o dia e as reproduz durante a noite. Estrabo, um historiador, geógrafo e filósofo muito conhecido, disse, ao referir-se aos resultados diretos dessa força universal como essa suprema Essência é o que nos envolve todos, a água, a terra, aquilo que chamamos de céu, o mundo, a natureza das coisas. Esse ser da mais alta importância deveria ser admirado, sem alguma imagem visível, em bosques sagrados. Nesses retiros o devoto deveria deitar-se para dormir, e esperar por sinais de Deus em seus sonhos. (Albert Pique, 1954) Outros filósofos de renome como Aristóteles acreditavam que os sonhos poderiam ser usados como indicadores para as circunstâncias específicas relacionadas à saúde dentro do corpo.

    Em tempos 'modernos’, sonhos ainda foram considerados os portadores de maus presságios, frequentemente profetizando a morte daquele que o sonha, como foi o caso de Enkidu na epopeia de Gilgamesh. Segundo muitos relatos históricos, o presidente Norte Americano Abraham Lincoln teve um mau augúrio em forma de sonho que ocorreu logo antes de seu assassinato. Ele relata seu sonho da seguinte forma: Parecia haver uma quietude mortal em mim. Então ouvi soluços baixinhos, como se várias pessoas chorassem. Pensei ter deixado minha cama e descido até as escadas. Ali o silêncio foi quebrado pelos mesmos soluços que se lamentavam, porém, as pessoas que choravam eram invisíveis. Eu fui de sala em sala; não havia ninguém na sala, mas os mesmos sons tristes de angústia lá estavam quando passei. Eu via luz em todos os quartos; todo objeto que via era familiar para mim; mas onde estavam todas as pessoas que estavam de luto, como se seus corações estivessem carregados de dor? Fiquei intrigado e alarmado. Qual poderia ser o significado disso tudo? Determinado a encontrar a causa de um estado de coisas tão misterioso e tão chocante, continuei até chegar à sala do leste, na qual entrei. Lá eu tive uma surpresa nada agradável. Diante de mim estava um cadafalso, no qual repousava um cadáver envolto em vestes fúnebres. Ao redor estavam soldados que agiam como guardas; e havia uma multidão de pessoas olhando pesarosamente para o cadáver, cujo rosto estava coberto, enquanto outros choravam copiosamente. 'Quem morreu na Casa Branca?' Eu perguntei para um dos soldados, ' o Presidente,' foi sua resposta; 'ele foi assassinado.' Então veio uma explosão de pesar por parte da multidão, o que me despertou de meu sonho. Não dormi mais naquela noite; e embora tenha sido apenas um sonho, tenho estado irritado desde então, de uma maneira que não me é comum. (Lamon, 1994). Lincoln foi baleado e morto aproximadamente duas semanas depois. Esses exemplos estão entre os muitos encontrados em várias culturas, relacionadas às profundas implicações dos sonhos, e as considerações culturais coletivas dadas a eles como a conexão eterna da humanidade com o Divino. Independentemente da raça ou credo, todos têm essa conexão com sonhos - por mais místicos que pareçam, eles nos acompanham há milênios.

    O psicólogo analista Carl Jung desenvolveu uma serie de teorias que buscaram descrever, em termos literários modernos, o aspecto da psique humana responsável pela criação de sonhos, o qual ele chamou de inconsciente/Self.  Ego ou o nosso eu consciente representa apenas um aspecto bem pequeno de toda nossa psique. Na realidade, é a fusão de fatores conscientes e inconscientes que formam a personalidade total ou a completude da psique do indivíduo e sua manifestação no plano da realidade. Essa fusão é o processo que Jung constantemente mencionou como o processo de individuação. Quando alguém tem um sonho ou objetivo, inicialmente isso começa como uma ideia abstrata e inconsciente. É somente quando o Ego, ou eu consciente, começa a superar os obstáculos necessários para cumprir o que é proposto pelo inconsciente que o processo estará completo e o objeto do sonho plenamente realizado. Este processo pode muito bem ser comparado aos vários ciclos de vida que cada indivíduo atravessa até descobrir seu propósito ou o destino de sua própria vida. Uma grande parábola descrevendo essa provação aparece no trabalho fenomenal de Carl Jung, O homem e seus símbolos. Ele diz: "A semente de um pinheiro de montanha contém toda a árvore vindoura em uma forma latente; mas cada semente cai em um determinado momento, em um determinado lugar, em que há vários fatores diferentes que influenciam seu crescimento, como a qualidade do solo e das pedras, a inclinação da terra e sua exposição ao sol e ao vento. A totalidade latente do pinheiro na semente reage a estas circunstâncias, evitando as pedras e inclinando-se para o sol, o resultado do processo é o crescimento da árvore. Assim, um pinheiro individual passa a existir lentamente, constituindo a realização de sua totalidade, seu surgimento no plano da realidade. Sem a árvore viva, a imagem do pinheiro é apenas uma possibilidade ou uma ideia abstrata. Mais uma vez, a realização de todo o potencial do homem passa pelo processo de sua individuação. (Jung, 1964 O homem & seus símbolos) Este exemplo em particular está entre uma das melhores descrições metafóricas que detalham  o processo pelo qual cada um deve passar, a saber – a obrigação individual de dar rumo para sua própria vida e determinar quem se é, desenvolvendo assim sua própria visão de mundo baseada em experiências gerais de educação, assim como vivências pessoais e  impessoais.

    Em gerações anteriores, explorar as profundezas do inconsciente somente era possível de uma forma, através do estudo dos sonhos. Desse estudo longo e tedioso, que já vem atravessando séculos, o homem aprendeu o que parecem ser algumas das estruturas básicas apresentadas pela mente inconsciente. Estes processos parecem ter implicações bastante profundas, ao ocorrer no contexto de o que poderia ser denominado - experiência religiosa mística; tal como as visões imaginárias ou os sonhos proféticos experimentadas durante o processo do sono Ao longo da história, muitas dessas experiências religiosas místicas, quer sejam experimentadas pelas massas ou por um único indivíduo, têm sido um ponto crucial não apenas no desenvolvimento de certas filosofias religiosas, mas também na restauração ou regeneração de uma cultura moralmente decadente. Um laço cultural interessante para este conceito pode ser encontrado no Novo Testamento, o livro de Atos 2:17 que declara: E acontecerá nos últimos dias diz Deus, derramarei o meu espírito sobre toda a carne, seus filhos e vossas filhas profetizarão e vossos jovens terão visões; vossos velhos sonharão. Essa passagem em particular sugere pontos de vista culturais relacionados a um tipo de mecanismo de autodefesa ou elemento profético dentro do inconsciente que começa a se manifestar quando o indivíduo ou a massa coletiva está em maior perigo. Outro exemplo desse elemento profético fica evidente na Apologia de Platão, em que Sócrates proclama: E agora, oh homens que me condenam, profetizarei a vocês, pois estou prestes a morrer e na hora da morte os homens são dotados de poder profético. E eu profetizo para vocês, meus assassinos, que imediatamente após minha partida, castigo muito mais pesado do que vocês me infligirão estará à vossa espera (39C, Apologia). Um fenômeno similar pode ser encontrado no livro do Novo Testamento, por exemplo; José não foi avisado durante um sonho de que deveria sair de Belém para que pudesse salvar o bebê Jesus da fúria maligna de Herodes? Além disso, os sábios não foram aconselhados durante seu sonho a não retornar ao rei Herodes depois de visitar o menino Jesus para contar o paradeiro do jovem que poderia matar o pequeno? As experiências místicas descritas na Apologia de Sócrates, bem como aqueles presentes no Velho e Novo Testamento são REAIS, independente do fato da estória toda não ser completamente real, mas sim metafórica. Essas experiências têm acontecido desde o inicio da humanidade, não importando a qual credo as massas se agarrem para articular o fenômeno em si. O fato importante que deve ser mantido em mente a respeito dessas experiências é que elas tendem a ser mais comuns durante momentos de grande despotismo, caos e degradação, ou, quando um individuo encontra-se em uma situação de grande perigo. Esse fato é evidente não só nas estórias do Velho e Novo Testamento, mas também em outros mitos como a Epopeia de Gilgamesh e a Apologia de Sócrates. O processo pode ser bem compreendido quando visto no contexto da Dialética de Hegel, pois o próprio ato de degeneração cultural, a tese, produz por sua vez sua antítese, que se manifesta e se expressa na forma de experiências religiosas místicas recebidas pelas massas, seja na forma de sonhos proféticos, visões imaginativas, corporais ou intelectuais, ou uma combinação dos quatro fenômenos, embora esse último seja um caso mais raro,  tendo ocorrido somente com místicos mais experientes. A síntese, que geralmente ocorre após um período de despotismo geral social, político e econômico, pode trazer à tona duas coisas - a restauração dos valores e da moral das velhas religiões ou a criação de uma nova religião que se baseia fortemente nos dogmas e doutrinas de suas predecessoras. Stanley Hall P, em seu trabalho maravilhoso Secret teachings of all ages, resume esse evento muito bem usando a metáfora da umidade. Umidade, segundo Hall, "suporta a vegetação, mas esta umidade sutil (éter da vida) acaba sendo sempre infectada em certa medida por algum processo venenoso, de corrupção ou de decadência. Ela, a umidade, deve ser purificada colocando-se em contato com o fogo de limpeza invisível da natureza. Esse fogo digere (consome o elemento vicioso), aperfeiçoa e revitaliza essa substância para que a umidade se torne um remédio universal capaz de curar e renovar todos os corpos na natureza (STAA, Hall, pág. 133).

    Deve-se salientar, entretanto, que o acesso do homem à mente inconsciente não se encontra única e exclusivamente na análise dos sonhos; pelo contrário, uma forma mais direta de comunicação com o inconsciente pode ser encontrada na Teoria de Discurso Reverso. Essa tecnologia fornece ao Ego o acesso exclusivo a uma parte inexplorada da psique que pode não só

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