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Articulando saberes: Na formação de professores
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Articulando saberes: Na formação de professores
E-book161 páginas4 horas

Articulando saberes: Na formação de professores

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Sobre este e-book

Os textos apresentados nesta obra buscam analisar, sob diferentes pontos de vista, o fazer pedagógico que promove a articulação de saberes na escola, na sala de aula e na formação inicial e continuada dos professores. Apresenta temas que poderão ser desenvolvidas nas salas de aula, bem como nos cursos de formação inicial e continuada, nos sistemas de ensino e demais espaços envolvidos com a educação. Trata-se de uma coletânea de artigos nos quais os autores discutem a escola, as concepções docentes e práticas pedagógicas, seja na ótica dos currículos de formação, seja analisando a cultura docente, seja nas discussões sobre a violência, na inscrição de espaços da comunidade como espaços educativos ou de propostas diferenciadas de formação. Cabe à escola, aos professores, à comunidade escolar, aos cursos de formação e ao sistema de ensino em geral repensar as bases epistemológicas sob as quais as práticas atuais se fundamentam.
IdiomaPortuguês
EditoraPaulinas
Data de lançamento21 de out. de 2016
ISBN9788535641790
Articulando saberes: Na formação de professores

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    Articulando saberes - Selenir C. G. Kronbauer

    Selenir Corrêa Gonçalves Kronbauer

    Margareth Fadanelli Simionato

    (orgs.)

    Articulando

    saberes

    Na formação de professores

    www.paulinas.org.br

    editora@paulinas.com.br

    Prefácio

    Bernardete Angelina Gatti¹

    Esta obra lança olhares múltiplos sobre a formação e o exercício profissional de professores, buscando oferecer aos docentes, e a seus formadores, contribuições ao desenvolvimento de sua profissionalidade. Os textos são motivadores, provocam reflexões, visando a rupturas conceituais e mudanças.

    Sabemos que a profissionalidade docente depende de condições formativas específicas – pré-serviço e continuada – e de experiências com as práticas profissionais próprias à área (pelos estágios e pelo exercício do trabalho docente). O trabalho docente se configura na relação complexa entre conteúdo específico (disciplinar)/conhecimento interdisciplinar/métodos de ensino (postura pedagógica)/condições dos alunos/condições do ambiente escolar/condições sociais. A formação de professores precisaria considerar, desde seu início, estas interfaces, de modo integrado, inter-relacionado. As ideias unilaterais de professor como meramente cuidador, ou professor quebra-galho, professor artesão, ou, ainda, tutor, professor meramente técnico, professor divagante, precisam ser superadas pela concepção de um profissional que tem condições de confrontar-se com problemas complexos e variados, na sua lida com crianças e jovens, seres em desenvolvimento, estando capacitado para construir soluções com suas ações pedagógicas, mobilizando seus recursos cognitivos, afetivos e comunicacionais.

    Assim, a profissionalização propriamente dita do professor, inclusive para seu reconhecimento social e valorização, tem por base sua profissionalidade, e exige o que se chama de desenvolvimento profissional. Este só pode ser obtido a partir de uma formação básica adequada, indo além das chamadas competências operacionais, pela construção de um saber próprio, que inclui a mobilização não só de conhecimentos e métodos de trabalho, como também de intenções, valores individuais e grupais, da cultura da escola; e inclui confrontar ideias, crenças, práticas, rotinas, objetivos e papéis, no contexto do agir cotidiano, com seus alunos, colegas, gestores, na busca de melhor formar crianças e jovens, bem como a si mesmos.

    O trabalho docente se realiza, sobretudo, nas escolas. A escola, em sua função educadora, mobiliza não só o mundo do pensamento e dos conhecimentos, como também o das relações e afetos, das culturalidades diferenciadas de professores e alunos, de alunos entre si e de outros que participam direta ou indiretamente desse processo. A educação, enquanto profissão, intervém no real. Pelas ações, também se constrói uma forma de conhecer e um saber específicos, ao mesmo tempo que se geram novos saberes a partir da multiplicidade das intervenções. A consciência disso faz emergir uma práxis, com sua heterogeneidade simbólica entre diferentes atores, mas que de alguma forma se integra em decisões e conhecimentos que constituem seu agir. Daí o caráter interdisciplinar intrínseco da educação, em que se fazem presentes a pluralidade de perspectivas e de tipo de informação. Isto precisa ser reconhecido, compreendido e utilizado inteiramente na direção de um conhecimento e de um saber mais integrados, no qual as diferenciações não são apagadas, diminuídas ou esquecidas. É uma meta contemporânea que corresponde aos desafios das mudanças socioculturais que hoje se apresentam.

    Nessa direção, os textos aqui apresentados instigam e inspiram. Seguramente oferecem contribuições ao exercício da docência, em variados aspectos, num momento em que novas perspectivas formativas e profissionais são buscadas.

    Apresentação

    Selenir Corrêa Gonçalves Kronbauer²

    Margareth Fadanelli Simionato³

    A formação de professores tem mobilizado nacional e internacionalmente diferentes setores de nossa sociedade. Esta é uma temática sempre presente no tecido social, porém nas últimas décadas este debate tem se intensificado. Cada vez mais rupturas epistemológicas são necessárias para dar conta da diversidade que se apresenta, no sentido de que a educação rompa com o abstracionismo em que se encontra e passe a ser compreendida como parte da prática social concreta, da práxis verdadeira. Em meio à necessária ruptura epistemológica, muitas são as contradições que se apresentam, como a valorização do professor e da escola como protagonistas de processos de democratização social e política pelos quais nações têm passado em diferentes momentos históricos. E também a intensificação e burocratização do controle interno e externo da ação docente e dos resultados dos alunos a partir de indicadores nem sempre adequados às realidades pedagógicas e sociais. Contradições como essas geram campos férteis de discussões e de contraposições em que as disputas são cada vez mais acirradas em torno da definição de currículos, procedimentos intra e extraescolares, profissionalização docente, autonomia, dentre outros.

    Esta obra vem ao encontro destes momentos, apresentando, a partir de diferentes pontos de vista, temáticas possíveis de serem desenvolvidas nas salas de aula, nos cursos de formação inicial e continuada, nos sistemas de ensino e demais espaços envolvidos com a educação. Trata-se de uma coletânea de artigos em que os autores propõem discutir a escola, as concepções docentes e práticas pedagógicas, a partir de diferentes lugares, seja na ótica dos currículos de formação, seja nas discussões sobre a violência, na inscrição de espaços da comunidade como locais educativos ou de propostas diferenciadas de formação.

    Oferecer aos professores em formação e aos que já atuam na docência possibilidades de reflexão para subsidiar quebra de paradigmas, diferentes olhares a partir do mosaico cultural que é nosso país, respeito à diversidade e, sobretudo, a tomada de consciência sobre os desafios da sociedade atual, esta muito diferente daquela em que a escola de massas foi criada. O dar-se conta de que a escola de hoje insere-se na sociedade do conhecimento e na sociedade do não emprego e das novas configurações do mundo do trabalho. Por si só estas novas configurações societais romperam com paradigmas há muito estabelecidos. Cabe à escola, a seus professores, à comunidade escolar e ao sistema repensar as bases epistemológicas sob as quais as práticas atuais fundamentam-se. Temas como estes urgem estar em pauta na formação de professores.

    No artigo Pedagogia universitária: mudança nos discursos sem eco nas práticas, de Elizabeth Diefenthaeler Krahe e Hamilton de Godoy Wielewicki, pode-se vislumbrar a perspectiva da mudança dos discursos dos formadores, porém sem eco na prática. Os autores discutem as mudanças atualmente propostas nos currículos em nível de Ensino Superior e algumas das contradições encontradas, impossibilitando a concretização da proposta de simetria invertida.

    Na abordagem da questão A formação docente pensada a partir do espaço da escola, Selenir Corrêa Gonçalves Kronbauer busca orientar o olhar para uma atenção mais efetiva às questões relacionadas à formação docente, ao planejamento como parte do processo de desenvolvimento da formação inicial e à própria formação continuada a partir do desenvolvimento profissional dos docentes. É nesse contexto que se busca refletir e entender que a escola também é lugar para pesquisa, estudo e atualização de docentes.

    Em seu artigo, Formação de professores e cultura docente: da colegialidade burocrática para uma cultura de colaboração, Margareth Fadanelli Simionato aborda a cultura docente como possibilidade de compreensão e melhoria da prática docente. Traz o componente da cultura docente para análise, pois esta pode ser compreendida como possibilidade de inovação educativa, de mudança e melhoria das práticas pedagógicas realizadas no chão de sala de aula, provocando uma revisão de práticas, ditos e feitos no cotidiano da escola, que contribuem para que uma cultura de colaboração efetivamente se estabeleça. Como estratégia inovadora de formação continuada, a cultura de colaboração, assim como a colegialidade, passa a fazer parte do repertório de formação, abrindo-se como um campo de formação continuada sem depender de especialistas externos ou de práticas alheias aos contextos escolares.

    No artigo Rostos e faces: o tecer dos fios do diálogo na escola, Marguit Carmem Goldmeyer trata do importante papel do diálogo como fomentador da aproximação entre os diferentes, seja de culturas diferentes ou de jeitos diferentes de ser. Esse diálogo precisa fazer o conhecimento circular constantemente por todos os fios da rede, pois ele – o conhecimento – tem todas as condições de desfazer os nós da indiferença, substituindo-os pelo tecer dos fios da solidariedade. O diálogo é um convite simples e singelo para a aprendizagem: conhecer para aprender, dialogar para aprender, conhecer para dialogar e, por fim, dialogar para conhecer a realidade e para poder agir reflexivamente.

    O ensino de uma língua estrangeira traz inúmeros desafios aos docentes. No artigo Consideraciones sobre el papel del profesor en el aula de Español/Lengua Extranjera en Brasil, Claudia Stella Risso, Hugo Jesús Correa Retamar e Cristina Corral Esteve discutem o papel do professor de Espanhol no Brasil, contribuindo para a reflexão dos docentes sobre os desafios que isto representa. Debatem os percalços do ensino de uma língua supostamente conhecida tanto em escolas regulares quanto em institutos e escolas de idiomas e, também, o pouco conhecimento da cultura hispânica por parte dos alunos, a discriminação da língua como sendo de país subdesenvolvido, bem como procedem a uma análise do material didático elaborado em outra realidade e a necessária adaptação à realidade latino-americana.

    No artigo Ciência da Religião, Ensino Religioso e formação docente, Afonso Maria Ligorio Soares enfatiza que o olhar que deve ser lançado sobre o fenômeno religioso não pode ser confessional nem pertencer a esta ou àquela teologia; sua base epistemológica deverá ser a Ciência da Religião. Trata-se de um enfoque multifacetado que busca luz na Fenomenologia, na História, na Sociologia, na Antropologia e na Psicologia da Religião, contemplando, ao mesmo tempo, o olhar da educação. Além de fornecer a perspectiva, a área de conhecimento da Ciência da Religião favorece as práticas do respeito, do diálogo e do ecumenismo entre as religiões. Contribui, desse modo, com uma educação de caráter transconfessional que poderá incidir na formação integral do ser humano.

    A música entra em foco na formação docente, no artigo de Laura Franch Schmidt da Silva: Música e Musicoterapia: subsídios para a formação de professores. Nele, a autora aborda as possibilidades de utilização da música na escola, que pode ser usada como um fim em si mesma e também como linguagem terapêutica. Traz à cena o envolvimento do aluno a partir de uma atividade musical, comprometendo-se consigo mesmo e com o outro e, assim, além de aprender uma linguagem estética não verbal, esse aluno tem a oportunidade de desenvolver sua autoestima e de estabelecer relações intra e interpessoais. A inserção e prática da Musicoterapia na escola regular podem auxiliar o professor a identificar problemas de aprendizagem que são sublinhados em situações grupais e, também, ajudar que estes sejam encaminhados e, às vezes, solucionados no ambiente escolar somente pela linguagem estética.

    Discussões sobre violência escolar têm ocupado muitos espaços acadêmicos e escolares. Acurando o olhar docente para o enfrentamento do fenômeno da violência na escola, de Eunice Maria Nazarethe Nonato, Alexandre Gervasio Thomaz Santos e Clemildo Anacleto, contribui com a formação dos docentes que, em seu dia a dia, não se sentem preparados para compreender de forma conjuntural a violência, lidar com situações no contexto escolar, bem como promover a compreensão da complexa teia que constitui a trama do comportamento violento, dissociando a visão docente de causas explicativas simplistas que não considera a pessoa com comportamento violento detentora de múltiplas facetas: social, emocional, biológica etc. E, ainda, reflete sobre

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