Mães de jogadores, filhos do futebol

De Rosana Maciel

Mães de Jogadores Filhos do Futebol é um relato realista leve e dinâmico onde conto a minha experiência como mãe de jogador de futebol acompanhando meu filho nessa profissão. Todas as dores, dificuldades, sacrifícios, ansiedades, dúvidas, superações, conquistas, vitórias e alegrias.
Me coloco também no lugar de tantas outras mães que não conheci, das que conheci e convivi em seus dramas que são tão parecidos com os meus.
Este livro serve de alerta e esperança para aqueles que ainda não sabem o que é viver no mundo da bola e para os que sabem, trás cumplicidade e incentivo para que não deixem de acreditar um só minuto no sucesso.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 1 de set. de 2018
• ISBN: 9788554545697

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editor: Thiago Regina

revisão: Graziela Rustiguella Franzoni

projeto gráfico e diagramação: Viseu Studio

Fotografias: Cristianne Casula

capa: Viseu Studio

e-ISBN 978-85-5454-569-7

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Com a palavra o mestre

Prefácio

Uma vez um garoto passou perto de um ateliê e viu um escultor martelando uma pedra enorme. Curioso ficou assistindo por dez minutos e não viu nada demais, afinal eram as primeiras marteladas.

Três anos se passaram e o garoto passou em frente outra vez, e com a mesma curiosidade entrou no ateliê.

Viu a cabeça de um leão na pedra e o escultor ainda martelando.

Como a curiosidade era seu forte, perguntou então ao escultor: Como você sabia que havia uma cabeça de leão aí dentro?

Essa história nos leva a uma reflexão curiosa que este livro nos ajudará a entender.

Como as mães sabem que lá dentro de cada filho existe um jogador de futebol?

Quantas marteladas são necessárias para esculpir um jogador profissional?

Será que em todas as pedras o escultor consegue produzir um leão?

Será que em todos os filhos do futebol, as mães de jogadores conseguem esculpir um craque?

Nesta parte temos os modelos e o processo de modelagem, onde os meninos veem seus ídolos e querem ser iguais, mas esquecem de que precisam ser originais para se destacar. Imaginam que só o desejo e vontade será o suficiente.

Essa resposta é muito difícil, mas neste relato da Rosana Maciel, mãe do Davi, você que estiver atento na leitura deste livro, terá muitas dicas.

A narrativa da Rosana é limpa e realista, as lágrimas, sorrisos, alegrias, tristezas, admissão e demissão são as experiências que a maioria das mães de jogadores por este Brasil afora experimentam.

O que faz com que elas desistam?

Primeiro os sonhos dos filhos do futebol, depois o espelho onde eles conseguem se olhar como Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar, Marcelo, Rodriguinho e tantos outros.

Eu coloco isso sem estar no livro, as famílias que veem a possibilidade de mudar de vida e deixam toda a sua vida, para viverem a esperança de que o leão esteja mesmo dentro da pedra.

Espero que você goste da leitura, e que tenha a coragem de enfrentar as demissões ou derrotas, como temporárias. As contadas por Rosana, te farão acreditar que se o menino tem o dom e consegue viver com todas as restrições que a carreira exige, encoraje, apoie e não deixe que ele se esqueça de olhar outra possibilidade de carreira.

A você que ao olhar esse livro nas estantes de vendas, teve a curiosidade pelo título, te garanto que a leitura te ensinará a ver a carreira de jogador de futebol com outros olhos.

Boa leitura.

Rene Simões

Ex-treinador de futebol no Brasil e no exterior. 

Atualmente exerce a função de coach, mentor de treinadores, 

jogadores e profissionais de diversas áreas.

Quem sabe, sabe

Com a Palavra o Especialista

Embarcar no sonho de um filho é sempre uma nobre missão, ainda mais quando o filho em questão não é o único piloto desse sonho. Diversas circunstâncias jogam a favor e contra, numa velocidade difícil de ser acompanhada por uma mente racional. No futebol, você ganha, perde, empata, aprende e vive. De vez em quando alguém se dispõe a contar essas histórias vividas.

É o caso de Rosana, a narrativa que ela nos traz aqui pode simplesmente ser encarada como a história de uma mãe que ama um filho. Nada mais natural, claro. Mas seria apenas uma história comum, se as peculiaridades desse caminho não fossem tão difíceis, em alguns momentos, e tão deliciosas em outros.

A história de Rosana é a história de milhares de mães de garotos que tentam a sorte nesse funil estreito, competitivo e cruel. No mundo da bola, muitas vezes o senso de justiça passa longe. Muitas vezes a sorte de estar no lugar certo, na hora certa, conta muito mais. A batalha começa cedo, mas a chance de brilhar chega para poucos.

As experiências relatadas por Rosana vão muito além de ganhar ou perder, dois fatos corriqueiros na vida de qualquer jogador. Mostram um universo muitas vezes ocultado, eclipsado pelos confetes jogados por marketeiros em histórias de sucesso. Ou por outros atores do processo (clubes, agentes e afins) que muitas vezes contam só as partes bonitas das histórias. Os próprios jogadores, em suas redes sociais, muitas vezes enaltecem muito mais o glamour da profissão do que o sacrifício feito diariamente.

Contar um pouco desses sacrifícios feitos por atletas e suas famílias e acrescentar um pouco de humanidade ao mundo do futebol, é levar ao público detalhes de uma profissão que, para muitos brasileiros, é vista como o meio mais efetivo de mobilidade social em nosso país. Mas que, ao mesmo tempo, decepciona, deprime e machuca, física e mentalmente, com suas divididas, dentro de campo e mazelas fora dele.

Encarar tudo isso com otimismo é uma arte para poucos. Viver o sonho dos filhos até o fim, para os pais, não é, definitivamente, o maior desafio em questão. O difícil é seguir desafiando as probabilidades e crescer a cada não ouvido, ficar mais forte a cada porrada levada da vida. E ensinar tudo isso, mesmo que dê errado no fim. Porque, jogadores ou não, filhos serão sempre filhos.

Pedro Venâncio

Jornalista e cobre futebol de base desde 2008. 

Viu de perto o surgimento de Neymar, Gabriel Jesus e Vinícius Júnior. 

Atualmente, seu trabalho pode ser visto no GloboEsporte.com no blog Na Base da Bola.

Com a Palavra o Treinador

Falarei baseado no amor materno e apoio incondicional também narrado nessa obra.

Em muitos casos presenciei muitas mães, sendo mães emprestadas de outros atletas que por circunstâncias da vida e pela busca do sonho de ser um jogador de futebol, deixaram para traz o amor genuíno, materno e seguiram sozinhos nos desafios da carreira. O carinho delas era sincero e nítido. Os conselhos, a torcida e que torcida! Quando seu filho postiço fazia um gol, a vibração era grandiosa. Quase (e porque não dizer igual), a do seu verdadeiro filho que quando fazia uma bela jogada, elas beiravam um infarto.

Além disso, mães com a cabeça boa faziam também a função de psicólogas nas arquibancadas sempre apaziguando e orientando mães e pais nervosos e descontrolados. Futebol é paixão. Imaginem quando unem as paixões, filho e futebol! Pura nitroglicerina.

Somente onze atletas entram em campo. Teoricamente o treinador só é querido por onze mães, mas no meu caso não era assim. Sempre me senti querido por todos e isso foi maravilhoso, decisivo e importantíssimo para o meu trabalho nas categorias de base.

Quando escutamos que mães não entendem de futebol, digo a vocês que elas entendem sim e muito. Elas entendem tudo o que se passa, através do coração. Quer entendimento maior?

O pai na maioria das vezes quer que o seu filho seja aquele jogador perfeito que eles não conseguiram ser. Há também aqueles que sonham com seu filho sendo Pelé, Romário ou Neymar. Escolhem suas posições, dão conselhos individualistas, provocam rivalidades e muitas vezes despertam uma competitividade exagerada dentro da própria equipe.

Já as mães, apoiam e torcem, torcem e apoiam sempre dando colo nas derrotas e se emocionando nas vitórias. Mães são amor, puro amor!

Certa vez as vi unidas mandando boas vibrações para todos os jogadores do grupo, como se todos fossem seus filhos. Fomos campeões em cima de uma equipe forte e no mês seguinte fomos derrotados por esse mesmo time, mesmo vendo os meus atletas tendo o mesmo desempenho, o mesmo mérito; o choro delas, a torcida e o apoio de todas essas mães foi igual, nas duas situações, na vitória e na derrota. Elas são indestrutíveis e incansáveis.

Hoje os holofotes da mídia estão voltados para apenas uma dessas equipes, mas, os holofotes dessas mães, esses continuam fortes e iluminados como nunca para seus filhos e seus sonhos.

A luta continua e o futebol deve muito à essas mães de jogadores...

Eu te agradeço Rosana por ser uma delas. O futebol também agradece por tudo que você já fez pelo bem da bola direta e indiretamente. Parabéns pela luta e principalmente por encorajar a tantas outras mães a apoiarem seus filhos direcionando sempre pelo caminho da humanidade e humildade.

Acredito que o melhor estará sempre por vir!

Daniel Pinheiro

Treinador de Futebol

Com a Palavra o Diretor

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