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Futebol Conhecer e Proceder: Uma Proposta Curricular de Formação do Futebolista
Futebol Conhecer e Proceder: Uma Proposta Curricular de Formação do Futebolista
Futebol Conhecer e Proceder: Uma Proposta Curricular de Formação do Futebolista
E-book394 páginas4 horas

Futebol Conhecer e Proceder: Uma Proposta Curricular de Formação do Futebolista

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Sobre este e-book

Como inserir, ao longo do processo de formação de futebolistas, conteúdos necessários para formar um jogador capaz de atender a todas as exigências do jogo? Futebol – Conhecer e proceder: uma proposta curricular para a formação do futebolista responde a essa pergunta. Este é um guia para treinadores de futebol trabalharem, ano a ano, os aspectos físicos, técnicos, táticos, psicológicos e sociais, respeitando as características de crescimento, desenvolvimento e maturação biológica do praticante. Além disso, o leitor tem acesso a um caderno de treinos que mostra a aplicação prática dos conteúdos curriculares nos treinamentos. Esta obra é indicada para todos os pro?ssionais que trabalham e querem trabalhar em escolas de futebol, indiferentemente do nível de competitividade e de talento dos jogadores.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de ago. de 2022
ISBN9786525023120
Futebol Conhecer e Proceder: Uma Proposta Curricular de Formação do Futebolista

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    Pré-visualização do livro

    Futebol Conhecer e Proceder - Alex Nascif

    FUTEBOL

    CONHECER E PROCEDER

    uma proposta curricular de formação do futebolista

    Editora Appris Ltda.

    1.ª Edição - Copyright© 2022 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.

    Catalogação na Fonte

    Elaborado por: Josefina A. S. Guedes

    Bibliotecária CRB 9/870

    Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT

    Editora e Livraria Appris Ltda.

    Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês

    Curitiba/PR – CEP: 80810-002

    Tel. (41) 3156 - 4731

    www.editoraappris.com.br

    Printed in Brazil

    Impresso no Brasil

    Alex Nascif

    Marcelo Matta

    FUTEBOL

    CONHECER E PROCEDER

    uma proposta curricular de formação do futebolista

    Alex Nascif

    Marcelo Matta

    FUTEBOL

    CONHECER E PROCEDER

    uma proposta curricular de formação do futebolista

    APRESENTAÇÃO

    O desenvolvimento de um referencial teórico sobre o processo de formação de jovens futebolistas foi um desafio de um grupo de estudantes do futebol da cidade de Juiz de Fora que surgiu a partir de 2011.

    Por meio de encontros periódicos, os professores Leonardo Meireles e Luiz Fernando Souza e Silva iniciaram o Grupo de Estudo em Futebol da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com a coordenação do professor Marcelo Matta. Estudos relacionados a duas realidades foram temáticas trabalhadas ao longo tempo: a do jogo e a do jogador. Para isso, o grupo teve a colaboração de diversos professores, tais como os portugueses André Seabra, António Figueiredo, Isabel Mesquita e José Guilherme, o inglês Mark Williams e os brasileiros Alcides Scaglia, Fernando Corrêa, Israel Teoldo, Jeferson Vianna, João Paulo Medina, Paulo Autuori, Renê Simões, Ricardo Drubscky, entre outros.

    Com o avanço do tempo, surgiu a necessidade de implantar todo conhecimento adquirido em prática mediante um projeto de extensão da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da UFJF. Em 1º de abril de 2014, o professor doutor Marcelo Matta iniciou o projeto denominado Futebol UFJF. No primeiro momento, foram formadas duas categorias, sub-13 e sub-15, comandadas pelos alunos de graduação Thadeu Rodrigues e Bruno Proton, respectivamente, além de seus auxiliares João Gabriel Gerheim, Rodrigo Lamas e Wellington da Matta. Já em ٢٠١٥ o projeto implanta a categoria sub-17, sob o comando do acadêmico Wellington da Matta, além de criar o cargo de coordenador técnico, que ficou para Alex Nascif. O papel da coordenação técnica naquele momento era gerenciar o grupo de estudos, documentar todo material teórico adquirido até então e transformá-lo em um Currículo de Formação de Jovens Futebolistas. Nesse momento, o projeto já contava com os professores Felipe Fernandes, Guilherme Acácio e Luiz Carlos Laudiosa. Juntos, desenvolveram um documento, com aproximadamente 600 slides no PowerPoint, que apresentava como desenvolver o jovem futebolista ao longo de alguns anos e que contava com um modelo de jogo específico para cada categoria.

    Além da colaboração dos convidados para falarem no grupo de estudo, o material desenvolvido utilizou algumas propostas já existentes, tais como os materiais da The Football Association (The FA), da United States Youth Soccer Association (US Youth Soccer) e uma proposta desenvolvida no Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense pelos professores Edson Aguiar e Paulo Autuori. Além disso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), proposta pelo Ministério da Educação (MEC), que norteia os conteúdos ensinados a crianças e adolescentes nas instituições de ensino do país, foi considerada para criação desse documento. Assim como as disciplinas escolares devem trabalhar ao longo dos anos, seguir uma ordem cronológica em relação aos assuntos a serem abordados, respeitando sempre a faixa etária e a série em que o aluno está matriculado, a mesma lógica é percebida na formação esportiva, sendo necessário inserir os conteúdos do esporte de acordo com as características de crescimento, desenvolvimento e maturação biológica. Para a categorização dos grupos, utilizou-se a faixa etária do praticante.

    Já no campo da aplicação prática o projeto foi crescendo, ganhando duas categorias (sub-9, sub-11). Além disso, o nível competitivo foi aumentando por meio de amistosos com grandes equipes da primeira divisão do campeonato brasileiro e com a participação em competições estaduais, nas quais foram obtidos três títulos estaduais na segunda divisão (sub-15, em 2016; e sub-17, em 2018 e 2019), além de revelar talentos e formar treinadores para o mercado do futebol.

    Buscando juntar todo esse rico material teórico e prático, os professores Alex Nascif e Marcelo Matta decidiram, em 2020, iniciar o projeto de elaboração do presente livro. Foram convidados alguns professores (Heglison Toledo, João Gabriel Gerheim, Luiz Carlos Laudiosa e Thadeu Rodrigues) que participaram do processo de criação do currículo para auxiliar todo processo de escrita de temas específicos.

    Por fim, gostaríamos de dizer a você, leitor, que este livro é uma proposta nascida de uma realidade diferente dos clubes de futebol e passível de muitas discussões. Que todos possam apreciar, criticar e ter novas ideias para desenvolver um currículo de formação em conformidade com seus pensamentos e sua realidade em seus respectivos clubes.

    Os autores

    Sumário

    CAPÍTULO I

    CARACTERÍSTICAS DO JOGO DE FUTEBOL

    Marcelo Matta

    CAPÍTULO II

    EXIGÊNCIAS DO JOGO

    Alex Nascif

    Marcelo Matta

    DIMENSÃO TÁTICA: CONCEITOS E PRINCÍPIOS

    Alex Nascif

    Marcelo Matta

    Thadeu Rodrigues

    DIMENSÃO TÉCNICA

    DIMENSÃO FÍSICA

    Marcelo Matta

    DIMENSÃO PSICOLÓGICA

    Heglison Custódio Toledo

    DIMENSÃO SOCIAL

    Alex Nascif

    CAPÍTULO III

    O JOVEM FUTEBOLISTA

    Marcelo Matta

    CAPÍTULO IV

    PROPOSTA CURRICULAR

    Alex Nascif

    Marcelo Matta

    PROPOSTA DE PADRONIZAÇÃO DOS ELEMENTOS

    DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS AO LONGO DOS ANOS

    DIMENSÃO TÁTICA

    DIMENSÃO TÉCNICA

    DIMENSÃO FÍSICA

    DIMENSÃO PSICOLÓGICA

    DIMENSÃO SOCIAL

    METODOLOGIA DE TREINAMENTO

    GOLEIROS

    Luiz Carlos Laudiosa

    João Gabriel Gerheim

    MODELO DE JOGO

    CAPÍTULO V

    CADERNO DE TREINOS

    Alex Nascif

    Treinamentos por categoria – etapade desenvolvimento

    TREINAMENTOS POR PRINCÍPIOS

    REFERÊNCIAS

    SOBRE OS AUTORES

    CAPÍTULO I

    CARACTERÍSTICAS DO JOGO DE FUTEBOL

    Marcelo Matta

    Antes de explicar o processo de formação de jovens futebolistas, é necessário entender o que é uma partida de futebol. Essa necessidade justifica-se pelo fato de ter coerência nos procedimentos a serem tomados pelos treinadores ao longo do tempo e de acordo com as características e as exigências do jogo.

    O futebol é uma disputa entre duas equipes distintas, em um espaço delimitado, com regras e tempo de duração predefinidos. Cada equipe é caracterizada por um conjunto de jogadores em interação e cooperação que têm um objetivo comum, que é ter a posse da bola, invadir a área adversária de forma coordenada e marcar o gol. Já a equipe atacada, também de maneira organizada, precisa atuar defensivamente e impedir o sucesso da ação ofensiva do oponente.

    Nesse confronto, todos os jogadores das duas equipes se relacionam, porém com objetivos opostos, criando uma complexidade de acontecimentos imprevisíveis, com elevado grau de indeterminismo.

    Por se tratar de uma disputa entre dois sistemas, é inevitável a instalação do caos, em que uma série de elementos contribui para as incontáveis adversidades que podem ocorrer durante uma partida. É preciso, também, considerar uma série de variáveis: a presença ou não de torcedores no estádio, a atuação do trio de arbitragem, as condições do gramado, as intempéries e, principalmente, o comportamento individual e/ou coletivo das equipes, alterando o funcionamento dos sistemas.

    Dessa maneira, pela facilidade de alteração do ambiente, cabe aos atletas encontrarem soluções para enfrentar e vencer as adversidades que porventura possam surgir. É importante que eles tenham movimentos e técnicas corporais específicas, que sejam capazes de lidar com os imprevistos que o jogo impõe e resolver esses imprevistos de maneira eficaz, tanto no momento ofensivo quanto no defensivo.

    A realização desses movimentos exige o atendimento de mecanismos neuromusculares e cardiorrespiratórios que precisam ser considerados. O jogo de futebol caracteriza-se como uma atividade de alta intensidade e intermitente. A alta intensidade é justificada pelo fato de o jogador trabalhar com uma frequência cardíaca entre 160 a 190 batimentos por minutos.

    A atividade é intermitente pela não padronização das exigências aos atletas no decorrer do jogo. A velocidade de corridas varia de acordo com o andamento da partida, podendo o atleta caminhar, trotar ou correr nos diferentes momentos, percorrendo um total de 10 a 12 km no jogo.

    Outra questão importante a ser considerada em um jogo de futebol é o fator emocional demandado aos jogadores. É sabido que o atleta profissional realiza próximo de 2.500 tomadas de decisões por jogo (TEOLDO; CARDOSO; MACHADO, 2021). Sendo assim, a inteligência emocional é um indicador importante na explicação do desempenho. As condições psíquicas do atleta podem influenciar diretamente em suas tomadas de decisões e alterar o resultado da partida.

    Com base no entendimento do que é um jogo de futebol, torna-se imprescindível considerar a coerência durante o processo de formação do futebolista. O treinador precisa entender as características do jogo e suas especificidades e adequá-las às características de crescimento, desenvolvimento e maturação biológica dos atletas. O jovem futebolista necessita ser formado ao longo do tempo com conhecimentos aplicados na modalidade, em uma relação de interdependência entre preparação e competição.

    Entender o processo de tomada de decisões no futebol é importante na formação do jogador, porque é por meio dele que os estímulos possibilitarão uma melhor convivência com as situações imprevisíveis durante uma partida, aumentando suas ações assertivas. Isso se dá, por exemplo, quando o atleta tem o domínio da bola. É previsível que sua equipe atuará de forma estruturada no sentido de invadir o espaço do time adversário e, de maneira coordenada, criará situações de finalização ao gol (esta nomenclatura pode ser entendida como meta, trave, baliza ou goleira, de acordo com preferência do leitor). Já o adversário vai gerir o espaço coletivamente para evitar a invasão e tentar retomar a posse da bola.

    Muitas vezes, a equipe será surpreendida por uma ação individual, o que exigirá da equipe uma resposta imediata. A reação a essa imprevisibilidade deve ser trabalhada nos treinos. O jogador precisa ser incentivado a perceber e agir rápido às diversas circunstâncias do jogo, respondendo de maneira eficiente a todos os acontecimentos não previstos durante uma partida.

    Para que a equipe responda com eficiência às imprevisibilidades de uma partida, é necessário que exista uma interação entre os jogadores na procura de uma estabilidade e regularidade comportamental na gestão

    do espaço. Os atletas devem agir de acordo com os princípios e regras considerados durante os treinamentos.

    Considerando as características do jogo, torna-se claro que o futebol é uma atividade fértil em acontecimentos, cuja frequência, ordem cronológica e complexidade não podem ser determinados antecipadamente (METZLER, 1987). Com esse entendimento, está claro que o fator estratégico-tático assume uma importância capital no processo de formação de jovens futebolistas.

    CAPÍTULO II

    EXIGÊNCIAS DO JOGO

    Alex Nascif

    Marcelo Matta

    O desempenho do jogador de futebol durante uma partida ocorre por meio de uma interação de dimensões físicas, técnicas, táticas, psicológicas e sociais. Conhecer as características e exigências de cada uma torna-se importante para os treinadores planejarem e programarem procedimentos que estimulem o desenvolvimento do atleta de acordo com cada exigência.

    O estímulo deve ser adequado às características de crescimento, desenvolvimento e estágio da maturação biológica em que o jovem futebolista se encontra. Exigi-lo em treinos e em competições como se fosse um adulto é um erro pedagógico que faz perder períodos adequados para produção de efeitos positivos ao desenvolvimento do organismo.

    Nesse sentido, cabe aos treinadores responsáveis pela aplicação dos treinos e às entidades esportivas promotoras de competições, tais como ligas, federações e confederações, adaptar as regras utilizadas no jogo de futebol para adultos às crianças e aos jovens. Essas alterações

    relacionam-se, principalmente, ao tamanho do campo, ao número de jogadores e ao tamanho dos gols.

    DIMENSÃO TÁTICA: CONCEITOS E PRINCÍPIOS

    Alex Nascif

    Marcelo Matta

    Thadeu Rodrigues

    Porque o jogo evidencia um confronto de dois sistemas caóticos, com constante procura da ordem e desordem entre as equipes, de forma a criar e ocupar espaços vazios no campo do oponente, é necessário que elas se organizem e façam uma boa gestão do espaço, tanto na fase de ataque como na fase de defesa. Essa organização espacial dos jogadores no campo, tendo como referência as movimentações da bola e as alternativas de ação, dos companheiros e dos adversários, faz-nos conceituar que tática é a gestão de espaço.

    Para gerenciamento do espaço de forma organizada, que ocorre de acordo com as diferentes situações que o jogo impõe, a orientação é a aplicação de conceitos e princípios norteadores dos comportamentos táticos dos jogadores. Essa aplicação, trabalhada nos treinamentos e jogos, auxilia a equipe a controlar melhor a partida; e o jogador a ter um melhor desempenho.

    1 Linhas referenciais

    O sucesso de uma equipe nos diferentes momentos de uma partida de futebol é resultado da forma pela qual ela consegue gerir os espaços do campo valendo-se de uma inter-relação das ações comportamentais entre o individual e o coletivo. Nessa perspectiva, linhas referenciais imaginárias dentro do gramado devem ser consideradas para facilitar o comportamento tático do jogador.

    Inicialmente, por meio de três linhas imaginárias transversais ao campo, criam-se quatro setores: defensivo, médio defensivo, médio ofensivo e ofensivo (Figura 1).

    Figura 1 – Setores

    Fonte: os autores

    Duas linhas imaginárias perpendiculares ao campo criam três corredores: esquerdo, central e direito (Figura 2).

    Figura 2 – Corredores

    Fonte: os autores

    Sobrepor as linhas perpendiculares e

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