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O livro da Fisiognomia: O estudo da fisionomia humana para identificar a natureza e os comportamentos das pessoas
O livro da Fisiognomia: O estudo da fisionomia humana para identificar a natureza e os comportamentos das pessoas
O livro da Fisiognomia: O estudo da fisionomia humana para identificar a natureza e os comportamentos das pessoas
E-book170 páginas1 hora

O livro da Fisiognomia: O estudo da fisionomia humana para identificar a natureza e os comportamentos das pessoas

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Sobre este e-book

Este livro, que faz parte da gigante herança intelectual deixada pela civilização árabe-islâmica, foi escrito no século XII do calendário cristão. Seu autor atribui caracteres e comportamentos, assemelhando o homem ao animal, para concluir que é fanfarrão aquele que possui testa enrugada e que é briguento e implicante aquele cuja testa é plana e sem rugas, enquanto olhos saltados sinalizam ignorância e incoerência e se os olhos forem reentrantes, os mesmos sinalizam nobreza de alma. O autor baseia-se na medicina antiga e em conhecimentos adquiridos por diversas culturas antigas, para defender que é mulherengo e ocioso aquele que possui olhos tremulantes e perversos e que é ardiloso e mulherengo quem possui olhos pequenos e azuis. Atribui-se outros caracteres específicos às faixas etárias, ao gênero e às condições climáticas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de mai. de 2019
ISBN9789898938268
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    O livro da Fisiognomia - Faḫru-ddīn ar-Rāzī

    tradutor

    Introdução ao

    Livro da Fisiognomia

    O objeto dessa tradução é um livro de ar-Rāzī, escrito no século

    XII

    da era cristã, correspondente ao século

    VI

    do calendário islâmico. Nele, o autor dedicou-se a falar sobre a arte da Fisiognomia (ou fisiognomonia) e sua origem na cultura árabe pré-islâmica. Faḫru-ddīn ar-Rāzī dividiu a obra em três discursos, cada um subdividido em capítulos. Entretanto, o segundo discurso foi subdividido, também, em seções.

    No primeiro discurso, ar-Rāzī trata os princípios gerais que regem a arte da Fisiognomia, as virtudes nela contidas, sua definição, suas divisões e as diferenças existentes entre essa arte e outras consideradas mais próximas a ela. Nesse mesmo discurso, ar-Rāzī apresentou alguns métodos que o fisiognomonista (usa-se, também os termos: fisionomista ou fisiognomista) dever aplicar para identificar e conhecer o caráter de um determinado homem. Na tentativa de fornecer instrumentos práticos e apresentar ideias teóricas que permitam identificar os caracteres humanos, o autor sugere que sejam levadas em conta algumas considerações para tornar tais métodos válidos e eficientes.

    No segundo discurso, ar-Rāzī analisa os sinais do temperamento contidos nos órgãos humanos, além dos temperamentos e caracteres próprios a cada faixa etária, assim como as diversas regiões com condições climáticas diferentes. Ele cita características concernentes às classes sociais e às diversas categorias de temperamento humano: quente, frio, úmido, seco, quente-seco, quente-úmido, moderado e temperamento excessivo.

    No terceiro e último discurso, o autor discorre sobre as diferentes formas e situações relacionadas aos órgãos e aos membros humanos, e as significações a que se chegaria a partir delas. Tal tarefa só se tornou possível quando o autor comparou o homem ao animal, tanto no aspecto externo como no caráter interno. Para isso, ar-Rāzī citou os membros do corpo humano, comparando-os com os membros dos animais, e designou o caráter de cada um destes para justificar seu julgamento fisiognomônico.

    Kitāb Al-firāsa não é a única obra na qual o nosso autor ocupou-se da Fisiognomia, pois há outros trabalhos por ele escritos em persa. Entre eles, há estes dois tratados, textos considerados curtos em comparação com o Livro da Fisiognomia objeto dessa tradução. Os dois livros são: hadāʾiq al-anwār fī haqā’iq al-asrār e risāla fī cilmi al-mizāj, também conhecido por arrisāla al-mawsūma bil-qiyāfa.¹

    Considera-se o Livro da Fisiognomia do Faḫru-ddīn ar-Rāzī como referência nesse tema, de tal forma que se tornou conhecido, não apenas entre árabes e muçulmanos, mas também em outras culturas. A obra objeto dessa tradução é conhecida tanto entre autores árabes antigos bem como os da modernidade. Entre os últimos, citam-se quatro, são eles: Youssef Mourad, Mustafa Aachour, Kanᶜān, Al-Ḥakīm e Ahmad Farīd Al-Mazīdī. Este último, contudo, não citou o manuscrito que utilizou em seu trabalho sobre o tratado do Faḫru-ddīn ar-Rāzī que recebeu o nome de O Livro da Fisiognomia.

    Em contrapartida, Mourad mencionou em sua fixação textual os três manuscritos de que se serviu, fazendo comparações e anotações em suas margens. Nessa linha, salienta-se que algumas observações desta tradução, feitas a esse respeito, baseiam-se no trabalho de Youssef Mourad. Estes são os três manuscritos que o orientaram:

    O manuscrito da Biblioteca de Cambridge, sob o número 468, 23 folhas.

    O manuscrito do Museu Britânico, número 9510 – obras orientais, com 34 folhas.

    O manuscrito da Biblioteca de Aya Sofia, em Istambul, número 2457, com 34 folhas.

    Percebe-se que, tanto Mustafa Aachour (pronuncia-se: ᶜAšūr) como Kanᶜān al-Ḥakīm pautaram-se em relação aos seus trabalhos de fixação textual da obra, no manuscrito da Biblioteca Nacional Egípcia (Dār Al-Kutub Al-Misriyya), composto por 55 páginas, de numeração 2460.

    A arte da fisiognomia na cultura árabe

    e em outras culturas

    Os povos da Antiguidade compartilhavam seus conhecimentos a respeito da arte da Fisiognomia, que, de uma forma ou outra, foi investigada e praticada por eles. Pode-se dizer, ainda, que numerosas análises antigas, medievais e modernas, abordando esse tema, foram e são produzidas, o que demonstra a sua importância por despertar a curiosidade de muitos e atrair vários estudiosos ao longo da história humana. Nesse contexto, o historiador libanês Jorge Zaydan², no seu livro A ciência da Fisiognomia moderna, afirma que há registro de cartas que atestam que os egípcios antigos, já no século

    XX

    a.C., possuíam conhecimento sobre esse saber³.

    Acrescente-se a isso que relatos antigos e modernos confirmam que os indianos, os persas e os turcos refletiram sobre esse tema. Essa hipótese foi atestada pelo próprio ar-Rāzī no seu livro, objeto desta tradução. No que se refere aos persas, o letrado árabe Aljāhiẓ⁴, do século

    IX

    d.C., escreveu um livro que tratou a adivinhação e a Fisiognomia na visão desse povo⁵.

    Entretanto, é notável a contribuição dos filósofos e médicos gregos e romanos, pois constituiu a pedra fundamental sobre a qual os letrados árabes da Idade Média produziram muitos estudos focados na arte da Fisiognomia. Podem-se citar, entre eles, filósofos gregos como Aristóteles, pois, mesmo não se levando em consideração a obra apócrifa atribuída a ele, Segredo dos Segredos (Kitāb sirr al-asrār), há registro de que o pensador ofereceu seus conselhos ao rei Alexandre sobre como identificar o próprio caráter e o caráter das demais pessoas ao seu redor para evitar os eventuais transtornos e efetuar uma boa escolha de ministros e amigos⁶.

    Todavia, foi o sofista grego Polemon de Laodiceia, do século

    II

    a.C., quem redigiu um imenso tratado constituído de 70 capítulos focalizados na Fisiognomia, conforme relata Youssef Mourad em ensaio anexo à sua tradução. Youssef conclui que Polemon já era conhecido pelos árabes no século nono da era cristã⁷. De acordo com Mourad, o filósofo grego Hipócrates, por sua vez, produziu poucos textos sobre a Fisiognomia⁸. O historiador libanês Jorge Zaydan afirma que o filósofo grego Galileu Euclides, do século

    II

    da era cristã, escreveu capítulos longos sobre a ciência da Fisiognomia⁹. Pode-se acrescer, aos autores gregos que versaram sobre o tema, o adivinho Melampo, do século

    III

    a.C., como esclarece Youssef Mourad¹⁰.

    É consenso entre muitos intelectuais árabes, tanto os antigos como os contemporâneos, que a arte da Fisiognomia foi conhecida, de alguma forma, pelos árabes antes do seu contato com a filosofia grega, ou seja, já no período pré-islâmico. Contudo, essa arte, naquela época, era primitiva e fazia parte do conjunto das atividades normalmente praticadas, tendo sido considerada um saber herdado e reservado a algumas pessoas habilidosas, e em determinadas tribos. Essa ideia foi defendida por alguns escritores árabes modernos, tais como Jorge Zaydan, que considera a arte da fiosiognomonia uma

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