Trago folhas por dentro do silêncio que me acende: Poemas e prosas
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Trago folhas por dentro do silêncio que me acende - Suzete Brainer
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Dedicatória
Dedico este livro ao meu marido, Manoel Belo, meu amor, meu amigo companheiro na jornada da vida e profissão; com a mesma visão de mundo, gostos e objetivos. Com ele, me sinto de mãos dadas sempre. Agradeço ao meu amor, sem ele, este livro não teria acontecido. Afinal, eu, poeta, a mim me cabe escrever. Sorte a minha, ele, um conhecedor único da minha arte poética, ser portanto, o grande responsável pela publicação deste querido livro.
Dedico também à memória da minha querida mãe, Hilda Brainer (muitos poemas e prosas dedicados). E, também, à memória da minha Avó, Maria Augusta, querida e contadora de histórias, (poema e prosa dedicados). Duas mulheres eternizadas em mim, com o simbolismo do amor, da força feminina, fertilidade do imaginário, fé e criatividade diária.
Dedico ao Leitor, este em que o olhar fotográfico, contata com o momento instante das palavras, no seu cenário vivencial, aciona a magia da poesia, num suave desnudar de almas que se comunicam nesta dança da vida.
Meu agradecimento à Editora Viseu, com o seu excelente profissionalismo, ética e fonte de motivação para novos autores.
Boa leitura para todos!
Abraço de Paz!
Suzete Brainer.
Prefácio
Eis um grande livro de uma força poética que arrebata qualquer um, pelas construções imagéticas, pela lucidez na escolha e na apresentação dos temas diversos aqui apresentados. Estamos falando de SUZETE BRAINER, poetisa de fôlego que desponta no horizonte da bela poesia contemporânea. Ela é completa - podemos dizer –, perfeita com seus temas universais que tocam a sensibilidade de qualquer um, mesmo que alguns pensem não gostar de poesia. O que mais me chama a atenção na inspirada poética de Suzete Brainer é a sensação de completude de cada poema, de cada prosa poética; dando a impressão de que nada está faltando ou sobrando, tudo está no lugar apropriado: a palavra, o ritmo, as imagens poéticas, as metáforas e até o silêncio tão necessário à transidentificação de quem está lendo para sentir como a poeta sentiu no momento da concepção do poema. Tudo é de uma beleza esplendorosa, plena de construções imagéticas originalmente magníficas; onde o signo das palavras aponta para uma simbologia de transcendência. A poetisa é mestra em evocar o voo libertário do Ser. Existe nela uma inscrição da alma poética libertária, transfigurada liricamente como leveza etérica, na valorização da paz, do silêncio e da singularidade na viagem da vida. Este universo rico e belo da interioridade a transcender a rotina e as adversidades existenciais, na arte de colorir o cinza denso da realidade, resulta numa poesia criativa, espelho de uma originalidade inesquecível:
Uma melodia a me vestir de ontem,
Bem cedo,
Quando o Sol disse o sim.
À noite, as palavras fugiam
Cercadas de mistérios e dúvidas.
Um círculo azul me envolveu no agora translúcido de ecos.
[Primeira e segunda estrofes do poema: Trago folhas por dentro do silêncio que me acende
].
A poetisa na sua construção original conduz as palavras num lirismo tocante e arrebatador de sentires, com expressividade ímpar e inovadora nesta declaração de amor, em poema dedicado ao seu marido:
Eu/ Te vi da janela/ Da minha alma.
/ ... chegando ao teu coração/ Encontrei a minha presença/Tão enraizada/ Que me senti em casa/ E percebi que não precisava te chamar: /Eu estava em ti.
[Trecho do poema: "A Tua Imagem na Janela
da Minha Alma"].
É importante evidenciar a bela e original construção imagética que constitui o título deste e de outros poemas de Suzete Brainer. São títulos tão singulares de poemas, crônicas e prosas, inscritos de metáforas inesquecíveis, a evocar em nós, leitores, a admiração pelo seu estilo e sua criatividade. Sim, a poetisa Suzete Brainer é detentora de um estilo de linguagem, expressão, melodia e imagética impecáveis. O referido poema, A Tua Imagem na Janela da Minha alma
proporciona a leitura em dois sentidos: A imagem do outro (o ser amado) no chamamento da alma da poeta a observar, e a permanência do outro (o amado) em imagem nos olhos de quem olha –os olhos da poeta - (como janela da alma...). A simbologia é muito presente na estrutura poética da Autora, sendo a mesma, Psicóloga Clínica, e conhecedora da profundidade do simbolismo dos arquétipos, é perceptível a sutileza deste conhecimento em sua profundidade e limpidez textual, associada a uma densidade filosófica apresentada na originalidade do seu estilo, resultando em construções imagéticas encantadoras na poesia e na prosa poética. Ressalto aqui a minha dificuldade em escolher entre tantos poemas excelentes, um número suficiente para composição da presente obra. Entretanto, optei – com o consentimento da Autora, é claro – por colocar todos os poemas dedicados à sua mãe Hilda Brainer, por considerá-los uma obra prima de expressão da dor e da saudade por alguém que se foi para sempre, deixando um vazio que só através da poesia poder-se-á trazer algum lenitivo a quem sofre pela ausência de um ente tão querido.
"Sabes, mãe, / penso em ti/ e,/ ao pensar, tudo me leva ao
amor,/num rio calmo, sereno, feito de lágrimas,/ que corre
desenhando a minha alma/ ao encontro