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Como ficar RICO: Homem em Fuga
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Como ficar RICO: Homem em Fuga
E-book285 páginas3 horas

Como ficar RICO: Homem em Fuga

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Sobre este e-book

Descrição do livro:
 

A vida lhe dá a escolha do amor ou do dinheiro, raramente ambos. George Anderson, um garoto da fazenda que mora em Illinois, quer tudo. Ele persegue o segundo para garantir que terá ambos. Seu caminho para o sucesso inclui a CIA, os Chefões Colombianos do tráfico de drogas e desentendimentos com algumas das pessoas mais secretas e poderosas do mundo. Sua escalada para ficar rico está enraizada na traição. Quanto é o suficiente? Apenas ter dinheiro pode tornar uma pessoa rica? O amor desempenha algum papel? Tem alguma importância? Como ficar RICO é um suspense de ritmo acelerado sobre o profundo e complexo oceano dos desejos humanos.
 

IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de jul. de 2019
ISBN9781071500545
Como ficar RICO: Homem em Fuga

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    Como ficar RICO - Baron Alexander Deschauer

    Descrição do livro:

    A vida lhe dá a escolha do amor ou do dinheiro, raramente ambos. George Anderson, um garoto da fazenda que mora em Illinois, quer tudo. Ele persegue o segundo para garantir que terá ambos. Seu caminho para o sucesso inclui a CIA, os Chefões Colombianos do tráfico de drogas e desentendimentos com algumas das pessoas mais secretas e poderosas do mundo. Sua escalada para ficar rico está enraizada na traição. Quanto é o suficiente? Apenas ter dinheiro pode tornar uma pessoa rica? O amor desempenha algum papel? Tem alguma importância? Como ficar RICO é um suspense de ritmo acelerado sobre o profundo e complexo oceano dos desejos humanos.

    ––––––––

    Palavras-chave: CIA, Espionagem, Drogas, Amor, Riqueza, Dinheiro, Traição, Amor não correspondido.

    ––––––––

    Biografia do autor:

    Baron Alexander Deschauer nasceu em Winnipeg, no Canadá. Ele é casado e vive nas Ilhas Anglo-Normandas. Ele é o autor da série Homem em Fuga, e dos livros A Arte da Riqueza, Fausto, Revelação e do consagrado Campos de Concentração do Canadá.

    Pois, que adianta ao homem se ele ganhar o mundo inteiro, mas perder sua alma? 

    For what shall it profit a man if he shall gain the whole world and lose his own soul?

    - Marcos 8:36 Versão do Rei Jaime

    ––––––––

    O segredo das grandes fortunas sem causa aparente é um crime esquecido, porque o serviço foi bem feito.

    Le secret des grandes fortunes sans cause apparente est un crime oublié, parce qu’ il a été proprement fait.

    - Do livro Le Père Goriot (O pai Goriot), de Honoré de Balzac

    Por trás de toda grande fortuna encontra-se um grande crime.

    Behind every great fortune lies a great crime.

    - Paráfrase inglesa do original de Balzac

    PARTE UM

    George Anderson

    Capítulo Um

    — Centésimo-segundo andar, por favor.

    — Sim, senhor.

    Eu fui para a parte de trás do elevador enquanto três outros casais se aglomeravam. A porta dobrável de aço inoxidável polido foi fechada e o ascensorista apertou o botão. Eu mal prestei atenção ao mármore verde nas paredes com seus rejuntes brancos, ou no zumbido do ascensorista enquanto repetia, pela enésima vez naquele dia, os mesmos fatos para os turistas agitados. Comecei a me perguntar se eu ao menos tinha dito em que andar eu estava indo. Entre o octogésimo sexto ao centésimo-segundo havia apenas uma parada para nós turistas.

    — Menor do que eu pensava — eu disse para ninguém em particular. O elevador tinha nos expelido. Eu estava cercado por vidro, céu azul e a paisagem urbana abaixo.

    — Eu sei, mas é lindo. — Era uma mulher de braço dado com o marido. Ela respondeu ao meu comentário, mas estava falando com ele.

    Eu andei ao lado do vidro grosso e olhei para baixo e para tudo ao meu redor. Eu não sabia o que esperar e me encontrei recuando, em princípio.

    — Medo de altura, filho?

    Eu me virei procurando de onde vinham aquelas palavras. — Huh? — Logo percebi que era o marido daquela mulher.

    — Parecia que você tinha acabado de ver um fantasma.

    — Não, eu só não esperava que fosse uma altura assim. Não há abertura para eu cair, mas me surpreendeu mesmo assim. — Eu fiquei levemente corado.

    — Não precisa ficar sem graça. É sua primeira vez aqui?

    — Sim. Eu vim me encontrar com alguém aqui.

    — Uma garota?

    Dei de ombros e, então, assenti com a cabeça.

    — Minha esposa e eu estamos aqui porque vimos aquele filme no ano passado, aquele com Cary Grant.

    A esposa dele fechou os olhos e levantou os ombros como se estivesse com frio. — Foi um filme tão maravilhoso. Vimos duas vezes e chorei nas duas.

    Ele pegou na mão dela e eles olharam diretamente um para o outro, esquecendo-me por um momento.

    — Eu vou deixá-los para que vocês apreciem a vista — eu disse.

    — Sem pressa, filho — ele disse. — Como sua garota não chegou, espero que você não se importe em conversar conosco. Nós não somos de Nova York.

    Eu já havia percebido isso. Nova-iorquinos não começam uma conversa com estranhos.

    — Eu também — eu disse —, e eu também vi esse filme. Foi o que me inspirou a vir aqui.

    Os olhos da mulher se arregalaram e começaram a brilhar. — Ooh, veja Tom! Eu sabia disso. Aposto que ele está aqui para pedir que ela se case com ele.

    Eu olhei para o chão, meu rosto foi ficando quente com aquela conversa. A caixinha queimava no meu bolso.

    — Eu conheci uma garota — eu disse —, eu me apaixonei. Ela mora em Nova York, então pensei que esse seria um lugar bom e fácil para nos encontrarmos.

    — Encontrarem-se? — Agora o homem estava me olhando com cara de interrogação. A visão da linha do horizonte através do vidro ao nosso redor estava majestosa, mas a minha história parecia ser mais interessante para eles.

    Eu encolhi os ombros novamente. — Eu não a vejo há três meses. Nós concordamos em nos encontrarmos aqui hoje.

    — Assim como Cary Grant e Deborah Kerr — disse a esposa. A pele ao redor dos olhos dela estava úmida. Suas mãos estavam apertando uma a outra.

    — Espero que não — eu disse. — Ela foi atingida por um carro e deixou Cary Grant esperando como um tolo.

    A mulher agarrou o braço do marido. — Isso é tão romântico. Eu sabia que seria uma boa ideia virmos para cá.

    Eu não queria perguntar de onde eles vieram e esperava que eles não me dissessem.

    — Ouça, filho. Nós vamos deixar você. Se precisar de alguma coisa, estaremos aqui por algum tempo.

    — Sim, peça-nos qualquer coisa. Eu quero esperar e ver o que acontece. — Ela já estava sendo levada embora enquanto falava.

    Eu balancei a cabeça e me permiti um sorriso, meus dedos sentiam o contorno da caixinha através do tecido das minhas calças. Eu fiquei à deriva perto das vigas de aço que mantinham tudo aquilo junto e em pé. Eu gostei de ver aqueles grandes parafusos e porcas cobertos com camadas de tinta. Encostado no aço, eu olhava para a extensão de edifícios que se espalhava como um piso cheio de brinquedos de crianças. Minha mente vagou ao longo das linhas do tráfego em movimento até que descansou no único assunto que eu não tinha sido capaz de parar de pensar desde que a conheci.

    — Você planeja vir para Harvard? — Fiquei surpreso ao ver uma garota no campus.

    — Eu? Não. Eu estou aqui porque meu irmão vem estudar aqui. Ele é um estudante legado, há gerações minha família estuda aqui. Meu pai e meu avô estudaram aqui.

    — Você não quer?

    — Quer o que?

    — Estudar em Harvard.

    Ela girou a cabeça de modo a olhar para mim pelos cantos dos olhos. — Você está tentando tirar sarro de mim?

    Senti uma gota fria de suor se formar na parte inferior das costas. Eu ainda não conseguia acreditar que tinha começado uma conversa com ela. Eu tentava não olhar diretamente para as calças de montaria que ela vestia, não havia bolsos de onde eu conseguia ver, e elas eram tão apertadas, que eu pensei que elas tivessem sido pintadas com spray.

    — Oh, nunca. O que te faz pensar uma coisa dessas?

    — Porque Harvard não aceita estudantes mulheres. Nenhuma das Universidades da liga Ivy o faz — ela respondeu com o rosto levemente corado.

    Os cabelos dela eram loiros com o comprimento que chegava até a metade da cintura; eles estavam afastados do rosto, o que me permitia admirar seus olhos e lábios. Minha camisa estava, agora, grudada nas minhas costas.

    — Eu não sabia — gaguejei —, me desculpe. Eu estava apenas tentando... — Fiz uma pausa e pensei: eu não queria dizer, 'falar com você'. — Olá, meu nome é George.

    — Barbara. Meus amigos me chamam de Barbie.

    A mão dela deslizou na minha. Foi muito bom. Eu só esperava que a minha não estivesse suando.

    — Prazer em conhecê-la, Barbie.

    — Prazer em conhecê-lo também, George.

    Seu corpo se moveu novamente e pude ver seu quadril se deslocando. Eu me esforcei para olhar para os olhos dela.

    — Você sabe quanto tempo isso leva? — Eu estava desesperado para manter a conversa.

    — A maior parte do dia. Meu pai quer apresentar meu irmão a todos os seus antigos mestres. Você sabe, apresentá-lo por aí. Não tenho certeza se esse dia é para o meu irmão ou para o meu pai.

    — Eu já terminei. Você precisa ficar aqui por perto?

    Eu não pude acreditar que eu havia proferido aquelas palavras. Eu tinha acabado de conhecer aquela garota, além do que ela estava com a família. Em que eu estava pensando?

    — Na verdade, não. — Ela deu uma olhada para ver se alguém estava descendo o corredor e olhou pelas janelas, embora eu não pudesse ver para o que ela estava olhando ou pelo que estava procurando. Era um campus enorme.

    — Você quer tomar um café comigo? Ou almoçar? Nós podemos comer alguma coisa na cafeteria. Sua família conseguirá encontrá-la?

    — Eu não sou um cachorro na coleira — disse ela, e seu rosto ficou vermelho. — Tenho certeza de que eles vão, eventualmente, deduzir isso.

    Eu apenas balancei a cabeça, com medo de dizer qualquer coisa que quebrasse aquele encanto. Eu nunca tinha feito algo assim antes. Ela começou a andar. Eu a segui.

    — O que você está planejando estudar? — Ela perguntou.

    — Você vai pensar que eu sou um nerd idiota — eu disse. Eu pude sentir meus ombros se curvando.

    — De modo algum. Olhe para você. Você provavelmente foi jogador do time no colégio; só estou tentando descobrir se era futebol ou basquete.

    Ela levou a mão até o rosto simulando apreciação.

    Eu sorri de volta e respondi:

    — Basquete. Nunca gostei do contato corpo a corpo do futebol.

    — Esperto. Então, o que você vai estudar?

    — Economia, mas tem um curso aqui que eu quero fazer mais do que qualquer outra coisa.

    — Verdade, e o que seria?

    — Computadores. Você já ouviu falar sobre Mark I?

    — O dispositivo que ajudou o Projeto Manhattan?

    Foi a minha vez de ficar sem palavras; ela notou, e ergueu o queixo um pouco mais para o alto.

    — O quê? Você acha que eu sou uma garota loira burra? Eu ouço as coisas.

    — Estou impressionado. A maioria das garotas não está interessada em coisas assim. Sou fascinado por computadores, guerra e dinheiro. De qualquer forma, Harvard ainda não é o melhor lugar para eu fazer minha graduação. Eu estou aqui por causa dos computadores.

    — Eu gosto de um homem que sabe o que quer!

    Os olhos dela se estreitaram levemente e senti borboletas no meu estômago. Meu corpo começou a tremer com a adrenalina. Eu não disse a ela que estava ali com uma bolsa de estudos integral. Ela se apresentava como uma garota rica. Aposto que o irmão dela não precisava se preocupar com o custo das mensalidades.

    Nós chegamos à cafeteria, e eu entrei atrás dela. Ela era confiante em seus movimentos. Eu vi os outros caras seguirem-na com os olhos enquanto ela passava. Ou ela não percebeu ou já esperava por toda essa atenção.

    — Estou feliz que não estamos comendo nos refeitórios.

    — Porque? — Perguntei. — Eles são incríveis.

    — Não se tudo o que você quer é um café e um sanduíche.

    — Bem pensado. — Eu teria dito a mesma coisa, não importasse o que ela respondesse.

    — Talvez você queira experimentar alguma coisa fora do campus algum dia?

    Minhas pernas amoleceram. Nós não tínhamos passado muito tempo juntos e ela estava me convidando para sair. Nunca antes eu tinha ouvido falar de uma garota perguntando a um cara se ele queria sair. Isso me excitou e me assustou; eu adorei, minha boca ficou seca.

    — Claro — respondi.

    — Estou ansiosa por isso.

    Ela sorriu para mim e meu corpo estremeceu com uma descarga extra de adrenalina. Ela não era como ninguém que eu já tivesse conhecido. Ela era inteligente, confiante e tão bonita que eu mal conseguia acreditar que ela estava ali ao meu lado.

    — Sinto muito, mas temos que ir. Espero que ela venha. — O homem e a mulher estavam ao meu lado e levou um tempo para eu reajustar meus sentidos.

    — Obrigado. E aproveitem o restante da viagem, divirtam-se.

    Apertei a mão do marido e esperava apenas acenar com a cabeça para a esposa, mas ela também apertou minha mão. A mão dela era pegajosa e fria; eu pude sentir que sua pele era fina como papel, isso me lembrou as mãos da mãe da Barbie. O casal sorridente me deu um último aceno enquanto as portas do elevador os removia dos meus pensamentos.

    — Bem-vindo, George. Barbie falou muito sobre você. — Ela apertou minha mão e me olhou nos olhos.

    — Obrigado por me convidar, Sra. Lexington. Sua casa é linda.

    — Oh, você é muito gentil. — Ela parecia genuinamente ruborizada enquanto nos conduzia através do hall até a sala de jantar. Todos já estavam sentados. — Você pode se sentar ao lado de Frederick, George. Barbie, você pode se sentar ao lado do seu pai.

    Eu acomodei-me no meu lugar. Eu tinha consciência de que aquela cadeira era algum tipo de antiguidade. Se eu tivesse que adivinhar, eu diria que são móveis Chippendale, mas eu não tinha certeza disso, então decidi não anunciar minha ignorância e evitar conversas sobre dinheiro, arte ou investimentos; ao invés disso, falei sobre a comida, — O cheiro da comida está delicioso — o que foi recebido com apreciáveis acenos de cabeça.

    — Vamos dar graças — disse o senhor Lexington. Ele curvou a cabeça e recitou uma parte de uma oração que eu não conhecia.

    — Amém — eu disse em sintonia com todos os outros.

    — Me fale sobre você, George. De onde você é, o que você está estudando e o que você planeja fazer no futuro?

    — Pai! — Barbie disse. — Não podemos simplesmente comer e nos divertirmos? George é um amigo. Ele vai para Harvard estudar economia e computadores. Ele será um alguém no futuro. — Quando os olhos dela caíram sobre mim, eu corei.

    — Ok, tudo bem — ele disse —, eu só queria saber quem você é, George. Sem ofensa.

    — Não me ofendeu — eu disse. — Neste momento, eu sou apenas um estudante. Espero deixar minha marca no mundo quando eu terminar.

    Os olhos de Barbie disseram tudo que eu precisava saber. Ela estava orgulhosa de mim. Ela estava me protegendo. Isso me fez querer ficar com ela mais do que nunca.

    — Você tem visto a nossa Bárbara com uma certa frequência — continuou ele —, eu aprecio que você tenha vindo de Cambridge para cá para que pudéssemos, finalmente, nos conhecermos."

    — São apenas quatro horas e, como Barbie vai para a Suíça em breve, eu queria passar o maior tempo possível com ela antes de nos separarmos.

    O Sr. Lexington levantou as sobrancelhas, mas não disse nada. O rosto da Sra. Lexington ficou brando, e eu achei que pude ver seus olhos lacrimejarem. Ela alternava o olhar entre a Barbie e eu. Percebi que eu tinha um outro aliado na mesa. O irmão não disse nada, provavelmente sabendo que é melhor não se intrometer nesses assuntos.

    — Como foi que vocês se conheceram mesmo?

    — Papai, eu te disse. Nós nos conhecemos em Harvard quando você e Frederick estavam fazendo o seu encontro com os professores e mestres.

    — Isso foi há semanas. Porque só agora estou conhecendo George?

    Foi a minha vez de me sentir desconfortável. Eu não esperava por um interrogatório na mesa de jantar.

    — Você teve muitas chances de se encontrar com ele, papai, mas você estava sempre muito ocupado ou fora da cidade.

    — E você o está conhecendo hoje — acrescentou a Sra. Lexington. — Eu, pessoalmente, estou satisfeita que George tenha feito esse esforço.

    — Obrigado, Sra. Lexington — eu disse. Eu estava determinado a permanecer na conversa.

    — Talvez possamos ter uma palavrinha em particular, George, depois do jantar — disse o Sr. Lexington.

    — Sim, senhor. Eu adoraria — eu disse.

    Eu me concentrei em comer a carne assada. Tudo sobre a refeição, a mesa e a sala de jantar estava perfeito. Eu sabia que eles tinham uma equipe que cuidava dessas coisas, e eu podia vê-los ir e vir durante a refeição, mas vivenciar essa experiência era algo muito diferente de pensar sobre isso de forma abstrata. Eu tentei não me preocupar com o assunto da minha conversa com o Sr. Lexington.

    O restante da refeição foi como eu esperava. A conversa mudou para os estudos de Frederick, o clima, a nova mania do bambolê que estava envolvendo os jovens, o presidente Eisenhower tornando o Alasca um novo estado e a criação da NASA. Eu já havia preparado antecipadamente pontos de discussão sobre todos esses assuntos. Eu tentei não ser muito atrevido, nem muito tímido. Eu queria me tornar parte da família.

    Depois, quando o jantar e a sobremesa terminaram, eu sabia que tinha chegado a hora de conversar com o Sr. Lexington. Ele pegou o meu olhar e indicou, com um aceno de cabeça, para segui-lo. Ele não precisou dizer nada. Barbie pegou a movimentação e eu vi os olhos dela dispararem de seu pai para mim, para sua mãe, e depois de volta para mim. Eu achei ter notado um sorrisinho reprimido, como se ela soubesse o que seu pai iria falar comigo.

    O escritório dele era bem formal, com escuros painéis de madeira nas paredes. Ele fechou a porta pesada, o que abafou os sons do resto da casa, e eu pude entender por que ele havia criado aquele espaço somente para ele, o ambiente ficou silencioso e pacífico. Eu podia sentir o cheiro de fumaça de charuto e de cachimbo que estava impregnado nas encadernações dos livros e nas cortinas. Ao longo da parede, seguia uma coleção de garrafas de vidro cortadas, eram garrafas de uísque e de gim. Nós nos sentamos frente a frente em duas poltronas estofadas, eu estava feliz por não termos uma mesa entre nós.

    — Então, George.

    Eu esperei que ele continuasse, ele não fez isso. Eu não sabia o que dizer. — Sim?

    — Você quer uma

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