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Ataque ao Bunker de Hitler
Ataque ao Bunker de Hitler
Ataque ao Bunker de Hitler
E-book388 páginas5 horas

Ataque ao Bunker de Hitler

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Sobre este e-book

Rudolph Eineger foi deixado com o dedo dentro de um corpo morto. Repulsado, retirou-o e limpou-o na túnica preta da SS.


Richard Earlgood, um piloto de caça rebelde da RAF, e Michael Dorfmann, um ambicioso agente duplo da Luftwaffe, planejam um ataque audacioso à luz do dia usando caças Hurricane carregados nas costas do bombardeiro quadrimotor Stirling para alcançar o quase completo... inexpugnável... Bunker do Führer neste livro de ficção ambientado na Segunda Guerra Mundial.

Anna Styles, uma decodificadora da Estação X, tinha um romance com Dorfmann em Oxford e está sendo forçada a “cuidar” do agente duplo. Ela ainda ama Dorfmann, mas se apaixona por Richard também. Esta invasão singular para bombardear o Bunker de Hitler pode vencer a Guerra, mas apenas um homem pode ganhar o coração de Anna.

A maioria do pessoal de Hitler simplesmente não acredita que tal invasão seja possível, mas um oficial cruel da SS não vai descansar até pegar Dorfmann e derrotar os Britânicos.

Homens , máquinas e paixões serão levados aos limites num ataque... que moldará a História.

Ataque ao Bunker de Hitler! A invasão secreta da RAF para bombardear o Bunker de Hitler em Berlim que nunca aconteceu – provavelmente.

Fãs do Esquadrão 633, The Dam Busters,  Operação Valquíria, A Águia Pousou , Desafio das Águias ou até mesmo o jogo simulador da Segunda Guerra Mundial War Thunder vão amar este thriller de ação incandescente feito montanha-russa durante a Guerra pelas ruas de Berlim em uma missão de bombardeio que deixará seus cabelos em pé!
Categorias: romance, ménage, internacional, espiões, suspense, segunda chance, amnésia, thriller, história, militar, guerra, Segunda Guerra Mundial.

Gênero: FICÇÃO / Histórico

Gênenro Secundário: FICÇÃO / Thrillers

Idioma: Language: Português brasileiro

Contagem de palavras: 87872

Informações de venda: Este é o primeiro livro na minha série de tempo de guerra (Rádio Dezembro é o segundo e o terceiro está no rascunho final)

Os meses de verão são os melhores para as vendas dos meus livros. Tem prefácio do secretário do Projeto do Stirling (uma caridade para construir uma réplica do Short Stirling) e está dedicada ao vencedor do Prêmio da Academia de Cinema de Hollywood Cliff Robertson, que eu conheci e inspirou o livro.

Eu tenho um grande conhecimento da aviação da Segunda Guerra Mundial, então os amantes das aeronaves da Segunda Guerra realmente vão querer ler este livro.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de jun. de 2020
ISBN9781547538164
Ataque ao Bunker de Hitler
Autor

Lazlo Ferran

Lazlo Ferran: Exploring the Landscapes of Truth. Educated near Oxford, during English author Lazlo Ferran's extraordinary life, he has been an aeronautical engineering student, dispatch rider, graphic designer, full-time busker, guitarist and singer, recording two albums. Having grown up in rural Buckinghamshire Lazlo says: "The beautiful Chiltern Hills offered the ideal playground for a child's mind, in contrast to the ultra-strict education system of Bucks." Brought up as a Buddhist, he has travelled widely, surviving a student uprising in Athens and living for a while in Cairo, just after Sadat's assassination. Later, he spent some time in Central Asia and was only a few blocks away from gunfire during an attempt to storm the government buildings of Bishkek in 2006. He has a keen interest in theologies and philosophies of the Far East, Middle East, Asia and Eastern Europe. After a long and successful career within the science industry, Lazlo Ferran left to concentrate on writing, to continue exploring the landscapes of truth.

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    Ataque ao Bunker de Hitler - Lazlo Ferran

    Ataque ao Bunker de Hitler

    Lazlo Ferran

    ––––––––

    Traduzido por Raimundo Alves dos Santos 

    Ataque ao Bunker de Hitler

    Escrito por Lazlo Ferran

    Copyright © 2020 Lazlo Ferran

    Todos os direitos reservados

    Distribuído por Babelcube, Inc.

    www.babelcube.com

    Traduzido por Raimundo Alves dos Santos

    Babelcube Books e Babelcube são marcas comerciais da Babelcube Inc.

    Ataque ao Bunker de Hitler!

    A missão secreta da RAF que nunca aconteceu – provavelmente.

    ––––––––

    Lazlo Ferran

    Traduzido por Raimundo Alves dos Santos

    Visite o blog de Lazlo Ferran para ver em que ele anda trabalhando atualmente: http://bit.ly/12nFGgI

    ––––––––

    Capa da frente por Ashley Buttle

    ––––––––

    Du même auteur

    THE ICE BOAT

    THE MAN WHO RECREATED HIMSELF

    INFINITE BLUE HEAVEN

    –  A KING AND A QUEEN

    RUNNING : THE ALIEN IN THE MIRROR

    IRON I: TOO BRIGHT THE SUN

    IRON II: UNKNOWN PLACE, UNKNOWN UNIVERSE

    IRON II : WORLDS LIKE DUST

    VAMPIRE : FIND MY GRAVE

    ORDO LUPUS II: THE DEVIL’S OWN DICE

    ORDO LUPUS III : THE SYNCHRONITICY CODE

    ATTACK HITLER’S BUNKER !

    DECEMBER RADIO

    SCREAMING ANGELS

    SHORT STORIES

    INCHOATE (VOLUME I)

    EIGHTEEN, BLUE (VOLUME II)

    VAMPIRE: BENEFICENCE (VOLUME III)

    ––––––––

    Agradecimentos

    Agradeço a Ash e Derek por ajudarem a publicar este livro. Especial agradecimento vai para Max Williams pela verificação da acuracidade técnica do livro.

    Este livro é dedicado ao ator e ganhador do Oscar Cliff Robertson, que me inspirou muito na minha juventude e com quem compartilho a paixão por aeronaves.

    Contents

    Capítulo I

    Capítulo II

    Capítulo III

    Capítulo IV

    Capítulo V

    Capítulo VI

    Capítulo VII

    Capítulo VIII

    Capítulo IX

    Biografia de Lazlo Ferran

    Capítulo I

    Mensagem de Hermann Göring para Dorfmann: desejo-te sorte.

    Precisamente às 16h15, Michael puxou a manete de potência e deixou seu Messerschmitt Bf 109E deslizar em um colchão de ar. A faixa prata do Estuário do Tâmisa abriu-se abaixo e à frente dele, quando emergiram de sob a nuvem que tinha escondido as três aeronaves nos últimos poucos quilômetros enquanto cruzavam o Canal Inglês.

    Como planejado, daquela distância ele podia ver os pequenos estouros das chamas e a fumaça causada pelo ataque diversivo em West Londres feito pelos bombardeiros Heinkel He111. Tudo parecia estar correndo conforme o plano. Acima dele, o sol glorioso da tarde incidia, em um céu azul bem claro, no acrílico da cabine do piloto. Girou em no assento, primeiro à esquerda e depois à direita, para verificar se Gustav e Joachim estavam em posição atrás dele. Joachim, à sua direita acenou uma vez e fez sinal positivo com o polegar, sorrindo. Michael voltou-se para olhar para frente e respirou fundo.

    É isso aí! pensou.

    De 7.300 metros, empurrou o nariz delicadamente para a frente. Como Gunther, seu mecânico-chefe o tinha advertido, Daysi se sentia um pouco lenta, carregada com os 850 quilogramas de explosivos mais recentes, o W-salz, embalado atrás do piloto e do tanque de combustível.

    Para compensar, ao invés de remover a pesada metralhadora de 20 milímetros também, eles a deixaram no lugar. Ele ouviu a rotação do motor Daimler-Benz subir enquanto a agulha trêmula do indicador de velocidade aerodinâmica indicava 480, 500, 520 ... Km/h

    Enquanto o ronco do turbilhão da hélice começou a sacudir o jato compacto, o pequeno Pato Donald que Anna deu-lhe antes da Guerra começou a balançar violentamente de um lado para o outro, até que sua cabeça começou a bater no para-brisa à prova de bala. Teve que segurá-lo e firmá-lo para satisfazer a algum impulso interno estranho. Empurrou para o lado a foto dos velhos edifícios da Universidade de Oxford que emolduravam o belo rosto de Anna, que logo apareceu em sua cabeça, e focalizou direto na imagem das três aeronaves voando suave entre o vão da Ponte da Torre.

    Alinhou o nariz amarelo do seu amado 109 Emile com o vão central e conduziu os três Messerschmitts, gritando, para baixo a apenas 3 metros acima das ondas marrons agitadas. O fogo do canhão antiaéreo esquentava o ar em torno deles enquanto mergulhavam, mas rapidamente estavam baixo demais para a mira desesperada dos artilheiros.

    ***

    Pouco antes do alvorecer de 12 de julho de 1943, o primeiro tenente Michael Dorfmann tinha amassado a grama com suas botas de couro enquanto caminhava até o nariz amarelo de seu Messerschmitt. Hoje seria o dia do ataque e a primeira vez que via Daysi desde que tinha sido modificada nas oficinas da Jagdgeschwader (JG) 26 em Vendeville. Os outros dois 109E modificados, chamados carinhosamente de Emiles, estacionados de forma ameaçadora na grama, um ao lado do outro, mas ambos os pilotos ainda estavam em suas camas.

    Michael alcançou e deu um tapinha no spinner amarelo e então passou a mão esquerda com carinho por uma das lâminas pretas da hélice. A mão saiu da lâmina e voou até pousar na carenagem inferior do motor pintada de amarelo. Acariciou como se fosse o queixo da pessoa amada. Então correu a mão ao longo do bordo de ataque da asa direita até os slats. Enquanto os dedos passavam sobre eles, correu o dedo indicador em torno dos remendos colados sobre as portas da metralhadora. Embora odiasse a guerra, parecia um ferimento que sua aeronave teve ao removerem as metralhadoras. Tinha sido projetada para um propósito e apenas um propósito: derrubar outra aeronave; uma das coisas de que não gostava nela. Mas o amor pode aceitar um defeito.

    Parecia bonita. Também acabou sendo a última 109E no JG 26. O antigo Terceiro Grupamento de Michael vinha usando-a quando ele foi designado para a fronte oriental a fim de comandar um novo Grupamento para a invasão russa, mas então reequipado com os Focke Wulf 190A enquanto esteve ausente. De todos os grupamentos, os pilotos do Terceiro tinham sido os menos felizes com os 190 e tinham voltado a usar os 109, mas os novos 109G na ocasião em que foi mandado de volta para esta operação especial. De algum modo, Michael tinha sido capaz de driblar a burocracia para manter Daysi. Ser um ás tinha ajudado.

    Ela veio com a configuração única do modelo de três canhões, dois no alto do nariz e um no cubo da hélice; uma configuração, que junto com a grande maneabilidade do 109, fez Michael pensar que lhe deram vantagem na batalha. Abaixou-se sob a asa e chutou o pneu direito de leve. Seu trem de pouso longo e largo fazia-a parecer tão desajeitada quanto uma garça na terra, mas no ar voava como uma andorinha. Somente o Spitfire britânico podia ser comparado em beleza.

    Gunther estava de pé perto do cockpit, limpando o óleo de suas mãos grandes com um pano azul.

    — Vai voar, primeiro tenente? — perguntou Gunther, seu mecânico ruivo.

    — Sim. Aposto que está uma bagunça por dentro, mas ela ainda parece bem! Você fez um bom trabalho. Obrigado.

    — Será lenta, especialmente nas curvas. Em todo o caso, eu penso que seja a decisão certa manter o canhão, mas mesmo com ele e somente metade de um tanque de combustível, ela ainda tenderá a ser pesada na cauda, especialmente quando você começar a ficar com pouco combustível. Você tem aproximadamente sessenta quilos menos combustível do que o outro, mas como você diz ... você não vai precisar.

    Michael olhou para os olhos cinzentos perfurantes do seu mecânico e ambos deram um sorriso infantil. — Entretanto, vai usar mais pista na decolagem, então tome cuidado. E não diga a ninguém que deixei o canhão. Vou para a corte-marcial e Heidi fará linguiça de meus testículos!

    Michael amava as observações sucintas de Gunther. Embora tentasse, nunca conseguia igualá-las. — Se ... eu sobreviver.

    — Você vai sobreviver — murmurou o mecânico, dando as costas para o jovem piloto e afastando-se. — Não se atrase para o café da manhã. Schnapps!

    Michael girou e olhou fixamente o comprimento do nariz amarelo da sua aeronave, após a insígnia gótica do S preto do JG 26, para o spinner amarelo e além para o horizonte onde o raio vermelho da primeira luz do alvorecer cortava o céu como um talho.

    Céu vermelho de manhã ... , disse inutilmente, esquecendo-se do resto do provérbio inglês. Deu mais uma olhada de relance para a parte de trás, após o 1 amarelo na fuselagem traseira indicando sua hierarquia, para a cauda e então subiu na asa baixa e entrou na cabine apertada. Gunther sempre verificava Daysi por completo. Normalmente Michael faria a volta em torno dela, inspecionando tudo, mas seu estômago parecia como o nó górdio. Não conseguia relaxar os músculos abdominais. Não tendo dormido por causa do medo da missão do dia, queria voar e começar a acostumar-se ao novo temperamento dela. Isso seria menos um desconhecido.

    Abaixou-se no assento protótipo que tinha dois tubos de aço protuberantes de ambos os lados do encosto. O cheiro da cabine de um BF109, uma combinação de couro, de cordite acre, de borracha, de combustível de alta octanagem e de óleo a princípio repelia qualquer um. Mas, depois que você entrava, os aromas mornos o envolviam como o cheiro de sua velha espreguiçadeira favorita.

    Verificando o espelho, Michael olhou fixamente para sua própria cabeça, cabelo escuro e ondulado acima dos olhos verdes penetrantes que pareceram de repente sérios demais e cansados do mundo para o rosto infantil que os continha. Balançou a cabeça e começou o procedimento de acionamento do motor com cuidado. Por causa da nova posição avançada do assento, esforçou-se para alcançar o controle manual do motor e só conseguia operar o comando do compensador do profundor com as pontas dos dedos.

    Isso não é bom! falou para si mesmo.

    Colocou seu capacete de couro, óculos de proteção e luvas, deu um tapinha em Donald para dar sorte, como sempre fazia e acionou o barulhento motor Daimler-Benz. Os 24 cilindros famintos rasgaram o ar silencioso do aeródromo, e Michael riu de pura alegria disso. Esqueceu do medo enquanto taxiava com cuidado pela grama molhada e ingressou na longa faixa plana de grama curta da pista de decolagem de Vendeville. Enquanto taxiava para o fim da pista, ziguezagueando lentamente, de modo que pudesse ver sobre o longo nariz, passou por três dos Focke Wulf 190A mais novos. Admirou suas linhas suaves e agressivas, mas se sentiu contente porque tinha sido autorizado a continuar com Daysi para esta última missão. Seria um fim apropriado para sua companheira que estava com ele desde 1939.

    Respirando fundo após fazer o pião no final da pista, empurrou o manete de potência com a mão esquerda e esperou a cauda levantar. Demorou mais que o normal. Sua velocidade aerodinâmica ainda não tinha aumentado o bastante quando alcançou a metade da pista de grama. Engoliu em seco.

    Oitocentos quilos de dinamite atrás de mim! Oh bem, pelo menos só tenho a metade do tanque de combustível sob mim! disse para si mesmo.

    Michael puxou o manche para trás o mais tarde possível e a aeronave subiu levemente.

    Precisava apenas de um pouco de velocidade, né querida?

    ***

    Agora Michael liderava a formação, mergulhando sobre Londres. Emergiram por sob a Tower Bridge, quase alinhados, lado a lado. Michael viu o quão pouco a City tinha mudado. Aparte da preponderância de homens em uniformes cáqui, balões de barreira e coberturas com fendas nos faróis dos carros, não tinha mudado realmente em absoluto. Por apenas um instante, desejou poder andar na estrada Charing Cross com bolso cheio de shillings e half-crowns. E então tudo se foi. Dois contratorpedeiros estavam atracados na margem direita do Tamisa e alguém os avisou o que estava vindo.

    Malditos ingleses sortudos! Apenas no lugar errado na hora errada. Os planejadores não nos avisaram sobre isso! falou bem alto.

    Canhões de 40 e 20 milímetros atiram tão bem quanto metralhadoras de 0.50 polegadas cortavam o ar em torno dos pequenos Messerschmitts e à frente as pequenas nuvens pretas começaram a marcar o céu acima das pontes com o fogo ineficaz do canhão antiaéreo.

    "Estamos muito baixo! Vocês atingirão seus próprios edifícios!" gritou Michael dentro da cabine. Mas os artilheiros britânicos eram descuidados em sua determinação para derrubar os atacantes nazistas.

    As balas dos canhões rasgavam o ar em uma linha bem na frente do nariz da aeronave e Michael guinou imediatamente à direita. Não havia de preocupar-se com seus dois alas; Joachim tinha estado com ele desde a França em 1940 e era tenente comandante de Esquadrão. Gustav, muito mais novo, voava um BF109 melhor que qualquer outro piloto que Michael conhecia. Joachim tinha sido uma escolha natural como Amarelo-2, mas foi uma surpresa quando Gustav se ofereceu para uma missão tão perigosa. Desviavam à esquerda e à direita, quase em sincronia, quando os contratorpedeiros cuspiram fogo.

    Será que Gunther deixou munição nesta coisa? perguntou-se Michael.

    Quando a proa do contratorpedeiro mais distante apareceu na alça de mira, Michael pressionou o botão de disparo no manche. O nariz do 109 vibrou quando o canhão MG FF abriu fogo, mandando um arco traçador na água bem próximo ao navio. Quando virou à esquerda outra vez, Michael levantou um pouco o nariz e teve o prazer de ver que o casco do navio fora atingido e havia um pouco de pânico no convés de proa.

    Obrigado, Gunther!

    A ponte de Londres surgiu rápido e Michael começou a pensar que conseguiriam, quando sentiu uma explosão bem forte atrás dele. Não teve tempo para olhar.

    — Deus nos ajude! — murmurou assim que as pontas das asas de Daysi passaram sob a ponte moderna. Enquanto o céu escureceu por um momento, olhou de relance à direita e respirou aliviado. A aeronave de Joachim ainda o acompanhava, embora fumaça preta saísse do motor, Michael podia ver muitos danos na parte de cima do nariz.

    Você não durará muito tempo, Joachim. Melhor pousar na água! pensou.

    Mas sabia que seu amigo não desistiria enquanto houvesse uma maneira de manter seu pássaro no ar.

    Os disparos pararam afinal e eles passaram sob a ponte Southwark e então Blackfriars.

    Agora! gritou.

    Michael puxou o manche e o Amarelo-1 cabrou lento para longe do enlameado Tâmisa. Virando à direita, Michael alinhou com a Somerset House, que parecia exatamente como as maquetes que tinha estudado. Perscrutou para baixo sobre a borda da cabine, procurando pela The Strand. Sua longa vala curva se estendia abaixo dele enquanto reduzia para 380 km/h, como tinham treinado. A velocidade mais lenta seria necessária para permitir mirar melhor quando alcançassem o palácio. Atrás dele os outros estariam reduzindo ainda mais para criar um espaço grande o bastante para que se algum deles caísse ou explodisse no ar, a explosão não acertaria os outros.

    O Teatro Adelphi mostrava-se à direita. Michael sorriu de uma memória agradável de uma noite lá. Relembrando o treinamento sobre as ruas marcadas com giz nos campos perto de Audembert, ele perscrutou através do para-brisa, prestando atenção para a Praça Trafalgar.

    Lá está ele!

    Em um piscar de olhos passou por ele e balançou o nariz da aeronave para cima, ligeiramente mais do que o normal para visualizar o Arco do Almirantado. Só então poderia descer abaixo do nível do telhado, pois o reconhecimento e as fotos-espiã tinham mostrado que não havia nenhum fio de telégrafo cruzando a The Mall. Quando baixou o nariz, o motor engasgou duas vezes e então continuou roncando.

    Sem combustível.

    Sentiu uma forte explosão balançar a cauda da aeronave e sabia que Joachim tinha encontrado seu algoz. Um pouco depois, luzes vermelha e amarela cintilaram através dos edifícios e das sombras do edifício pálido ao longo da The Mall, fazendo-os ficar vermelhos no início da tarde. Michael fechou os olhos involuntariamente por um momento. Então forçou-se para focar. Em algum lugar atrás dele, esperava que Gustav ainda o seguisse, então tinha que fazer a coisa direito. Puxou o manete de potência e viu o indicador de velocidade aerodinâmica marcar 330 km/h, a velocidade correta para o ataque.

    Alguém atirou nele. Uma bala de metralhadora raspou, sem causar danos, a blindagem do nariz na frente da cabine. Apontou o nariz da aeronave na direção de onde vinham os tiros e apertou o gatilho, disparando os últimos tiros de canhão no alvo invisível.

    A entrada para o bunker de Churchill, o alvo secundário, passou rápido à esquerda, mas seu olhar estava fixo no Palácio de Buckingham, meia milha à frente. Nesse momento, tudo parecia calmo e quieto de repente. Michael mal podia ouvir o motor e uma imagem, voluntária, dos lábios vermelhos macios de Anna veio à cabeça. Tentou afastá-la, mas então ouviu seu sorriso cristalino, igual à da última vez que tinha ouvido em Oxford.

    Agora não!

    Tentou focar e pensar no procedimento em sua cabeça, tudo dentro de uma fração de segundo.

    Armar. Pressione a liberação do cockpit. Mirar. Ejetar. É isso aí. Não!

    A exclamação parecia ter sido falada por uma voz estranha, uma parte dele que não reconheceu.

    De repente viu-se, de volta a Oxford, no dia em que Anna e ele tinham pedido emprestado duas bicicletas e pedalaram para o interior para um piquenique. A Inglaterra olha para o seu melhor florescer em junho, e eles tinham encontrado um campo, cercado com margaridas e papoulas brancas, para comer. Após, tinham deitado de costas olhando para o movimento rápido das nuvens. Ele começou a tentar ensinar-lhe como fazer uma Harpa de Judeu de uma folha da relva, esticada entre suas palmas espalmadas, mas desistiram, rindo.

    — O que você quer fazer quando sair de Oxford? — perguntou ela.

    Rolou para olhar para seu rosto bonito com olhos cor de avelã, flutuando misteriosos sob uma onda encantadora de cabelos de ébano. Pôs a ponta da grama na boca. — Oh, eu não sei ... voltar para a Alemanha talvez ... parece haver muitas oportunidades para físicos lá ... .

    — Não, quero dizer o que você quer fazer com a física?

    — Oh ... quero saber como o universo funciona e o que cria as estrelas e tudo sobre a luz e ... — olhou para ela, mas parecia perdida. Continuou —, mas o que eu quero realmente saber, é o que faz as mulheres serem como são. O que a fazem funcionar?

    Ela sorriu e sentiu um aperto curioso em seu estômago. — Penso que você vai precisar mais do que da física para descobrir isso!

    — Suponho que você queira dizer metafísica, ou ... ou algo assim. — Quase disse biologia, mas isto teria sido muito indelicado.

    — Eu te mostro, se você quiser. — Olhou para grama, mas então parecia encorajada de repente. — Mostrar-lhe-ei tudo!

    Olhou para ele e seus olhos se encontraram.

    — Então você saberá — completou ela.

    Como você poderia não se apaixonar por uma garota que lhe oferecesse mostrar todos os seus segredos?

    De repente, Michael sentiu-se livre. Havia estado totalmente focado na missão por meses, sua real missão, que se tinha esquecido por um momento da motivação que o havia guiado: seu desejo de ver Anna outra vez. Agora tinha apenas que focar em descer.

    Estranho que somente agora paro de fingir! Eu realmente pensei que os outros poderiam perceber da maneira que voava? Perguntou-se.

    Sabia que o assento ejetor não testado podia disparar durante um pouso brusco, esmagando sua cabeça de encontro à estrutura do canopi ou cortando seu pescoço com os cacos do acrílico. Puxou o nariz do Messerschmitt para o alto até elevar-se acima do Memorial a uma Rainha Alemã, na frente das portas do palácio, acima e sobre o próprio palácio e puxou a alavanca ejetora do canopi para a esquerda. Um instante mais tarde, o canopi alijou. O fluxo repentino e violento de ar chicoteou em torno da estrutura restante da cabine e golpeou sua cara. Através dos olhos semicerrados, puxou o manete de potência tanto quanto ousou e abaixou os flaps.

    Espero que este explosivo seja realmente tão estável como dizem! disse para si mesmo.

    A distância, bem onde mirava, podia ver os flashes da artilharia antiaérea no Hyde Park. Quando estudou os mapas, o único lugar possível para um pouso parecia ser uma faixa estreita ao lado da The Serpentine. Mesmo então, parecia muito curta para um pouso com o trem de pouso baixado. Em tal terreno irregular e com possíveis obstáculos, o delicado trem de pouso do 109 quebraria e faria a aeronave capotar ou dar cambalhota. Tinha que ser um pouso de barriga.

    Enquanto os topos das árvores, primeiro do Green Park e depois do Hyde Park passavam, Michael procurava pela cabeceira da The Serpentine. Em algum lugar atrás dele, sabia que Gustav estaria a ponto de ejetar e esperava uma explosão alta a qualquer momento.

    Rezo para que o assento ejetor funcione para ele, falou para si mesmo.

    O motor engasgou mais algumas vezes, balançando a aeronave inteira e então a rotação caiu alguns oitavos antes de um último engasgo e depois parou. As hélices continuaram a girar. Michael ajustou o controle de passo da hélice para embandeirar o motor, para ficar com um pouco menos de resistência das pás da hélice. Planava, a mais ou menos nove metros acima do solo agora.

    À esquerda, onde não esperava, viu de repente reflexos da água, o lago. Virou suavemente para seguir sua costa norte e espremeu as pontas das asas entre um edifício velho e a margem do lago, onde curvou para o norte. Virou suavemente à direita e desceu a aeronave devagar na grama inglesa macia. O impacto quase arrancou os dentes, e a cabeça bateu no estofamento macio da mira, projetado apenas para amortecer tal golpe. Sentiu-se completamente desorientado por um momento enquanto pedaços de grama batiam de encontro à parte de trás da fuselagem e da cauda. Com uma última vibração a aeronave parou, balançando ligeiramente de um lado para outro. Tremendo, soltou o cinto de segurança de ombros e ficou de pé na cabine. Saltou para a grama bem quando um flash ofuscante atingiu sua vista por trás de Daisy. Um momento depois, viu um estouro luminoso de uma bola de fogo gigantesca que subia ao céu por trás do palácio. O som de uma explosão trovejante, rasgando o ar, seguiu pouco depois.

    Michael olhou para trás para os sucos marrons na grama que marcavam o rastro que o Messerschmitt tinha deixado. De alguma forma eles pareciam cercá-lo, como se a aeronave tivesse feito um círculo completo, no duro solo de julho, quando a ponta da asa bateu num banco do parque e então continuou.

    Dos dois lados da aeronave acidentada, não distante, havia duas metralhadoras antiaéreas, apontando para o céu. Tinham parado de atirar e os artilheiros olhavam boquiabertos para o piloto alemão e sua aeronave.

    Passou bem por eles! ruminou ele.

    Sinto, minha velha , disse, dando um tapinha no lado de Daisy. Começou a andar na direção dos artilheiros, pegou um cigarro da marca Regie 4 do casaco prata com a mão tremendo e pôs na boca.

    — Por favor, vocês têm isqueiro? — disse em inglês preciso, enquanto se aproximava do homem mais perto. Mas nesse momento, dois homens em uniformes cáqui mostrando rifles Enfield caminharam até ele por trás e gritaram mãos ao alto!

    Eram 16h29.

    ***

    Às 19h20m, Archibald Gates parou do lado de fora da porta grande de carvalho do escritório dos seus oficiais superiores no Serviço de Segurança. Tinha sido avisado para não ir para casa, mas esperar até ser convocado pelo telefone. A convocação aconteceu e agora ele seguia pelo corredor. Archie, como seus amigos o conheciam, tinha conseguido o status de funcionário público civil médio. De pé chato e de família rica, tinha lido histórias demais do Biggles antes da guerra. Não tinha nenhum talento conhecido além da paciência, uma certa obsequiosidade fácil e uma aptidão aguçada para o xadrez. Refletia enquanto olhava para seus sapatos pretos, arranhados, de couro envernizado. Seus pés eram cinco centímetros a mais para seu um metro e meio de altura.

    A porta se abriu e uma mão acenou para que entrasse. Atrás da luz ofuscante de uma luminária de mesa, apontada vagamente em sua direção seu diretor falou.

    — O evento do palácio mais cedo ... .

    Archie assentiu.

    — Winston vê isso como uma contra ameaça após a Operação Upkeep, aquele caso das represas. Ele quer uma resposta. Já falei com todos em seu departamento ... —. Uma cara sorridente substituiu uma cabeleira loira, por um momento, enquanto o diretor olhava o memorando na frente dele. — Sinto mantê-lo aqui até tarde, Archie. Não tenho muita esperança que você vá sugerir alguma coisa, pois você não é uma pessoa criativa, mas preciso de cada cérebro que temos neste assunto.

    Archie assentiu.

    Queira saber porque ele sempre tem que ter essa maldita lâmpada brilhando em nossas caras. Porcos!

    — Bom, é isso. Pode ir e pense sobre o assunto. Volte amanhã com alguma ideia. Ah, uma outra coisa, o piloto que sobreviveu ... um primeiro tenente Michael Dorfmann, fica perguntando por uma Anna Styles. O de sempre ... não dirá mais do que o nome, o posto e o número, mas então pergunta por ela.

    Archie assentiu outra vez, franzindo a testa.

    — Podia ser significativo. Nós a localizamos. Pegue o dossiê com o meu secretário. É tudo o que temos. Boa noite, Archie.

    ***

    — Anna! Anna! Há alguém para vê-la, do ministério!

    Anna olhava os rabiscos finais de suas tentativas do dia de descodificar e colocou seu lápis em cima do bloco de notas. Levantou-se e caminhou até a porta.

    O homem alto com cabelo preto parecia muito cansado, mas sorriu para ela e estendeu a mão. Torceu ligeiramente a dela enquanto apertavam as mãos, em um gesto antigo de cavalheirismo, como se estivesse a ponto de a beijar.

    — Dirigi direto de Londres até aqui, mas devido aos constantes alarmes aéreos e aos pontos de verificação, levei muito mais tempo do que gostaria. Sinto muito.

    Anna balançou a cabeça confusa. — Mas para que você quer me ver?

    — Você precisa vir comigo. Ordens, receio.

    — Mas ... .

    — Desculpe, mas precisam de você em Londres. Qualquer coisa que você precise será enviado mais tarde.

    — Ah, bem! Se devo ir. Espere apenas um momento.

    Retornou à sua mesa e pegou sua jaqueta azul-pastel, um presente de seu tio em Veneza, do encosto da cadeira e retornou à entrada da barraca. O homem manteve a porta aberta e levou-a a um carro grande, preto. Entrou atrás e afundou-se nos assentos de couro, deleitando-se com o cheiro, mas cruzou os braços para indicar sua desaprovação.

    No caminho para Londres, o homem tentou se relacionar com trivialidades e um discurso leve, mas quando ela perguntou sobre o destino, ficou em silêncio.

    Quando ele a acordou, tinham chegado a Londres, oculta na escuridão, noite sem estrelas. Saiu sonolenta do carro, passou por uma porta preta e seguiu-o por uma escada estreita a um quarto pequeno rude, pintado somente de verde e de marrom. O motorista sorriu uma vez e deixou-a com um outro homem, cabelo grisalho, cuja camisa branca e gravata roxa pareciam tão rígidas como se passadas recentemente.

    — Sente-se por favor — disse o homem com a autoridade de um doutor novo. — Senhorita Styles?

    — Sim.

    — Eu quero fazer-lhe algumas perguntas. — A porta se abriu atrás dela e uma senhora idosa trouxe uma xícara de chá e colocou-a na frente dela. A xícara azul e branca de porcelana balançou delicada em seu pires e dois biscoitos digestivos estavam ao lado da xícara. — Sinto muito. Não temos açúcar — ele continuou. — Mas sei que você toma

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