A Memória de Odin

De Jason R. Forbus

É o terceiro ano do Fimbulwinter, o longo e gélido inverno, o qual precede o fim dos Nove Mundos. Midgard jaz adormecida coberta de um manto de neve e gelo. As cidades dos homens caíram ou estão ao ponto da ruína, assaltadas por alcateias de lobos famintos e de ladrões sedentos de sangue. Deuses, trolls e gigantes amolam suas armas e preparam seus feitiços pela última batalha entre Ordem e Caos. Em todo lugar estão acabando os preparativos pelo Ragnarök, só no Valhala reina um silêncio esquisito… Não se ouve cantar, nem se ouve o ruído do chocar das espadas. Sentado sobre seu antigo trono, Odin dorme um longo sono sem acordo, esperando que, do oceano impenetrável, esteja de volta a Memória dele, junto a vontade de lutar, para que a vida possa novamente brotar nos Nove Mundos.

 

• Idioma: Português
• Editora: Ali Ribelli Edizioni
• Data de lançamento: 5 de set. de 2019
• ISBN: 9788833464442

Jason R. Forbus

Jason Ray Forbus was born in Rome on December 17, 1984. A US-Italian dual citizen, Jason's complex and varied background developed, since his early childhood, into a love for traveling and a strong interest for other cultures, which led him to live, work and study in Italy, Spain, Sweden, the United Kingdom and the United States. He holds a diploma in Arts and Communication (Arts High School "A. G. Bragaglia" in Cassino, Italy), a bachelor of arts in Languages and Literatures for Multimedia Communication (University of Cassino, Italy) and a master of science in Globalization (University of Aberdeen, United Kingdom). His professional experiences range from translator to media specialist. Literature and writing have both played an important role in Jason's life since his early youth. Already in 2002, at the age of 16, the author successfully debuted in the national youth literary contest "Campiello", in which his short story "Trovare il Cercare" (Finding the Search) classified amongst the first 25 in Italy and first in the Lazio Region. Since then, Jason has authored several publications in Italian, English, and translated into several other languages. His books in English include: The Revolt of the Skeletons in the Closet (youth novel), The Memory of Odin (novel) and Contract Killing in the Information Age (Criminology Essay) available wherever books are sold.

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A Memória de Odin

por Jason R. Forbus

Diretor editorial: Jason R. Forbus

Traduzido por Pasquale Silvestri, revisado por Sylmar Santos

Gráficos e layout por Sara Calmosi

Ilustração interna: Odin enthroned and holding his spear Gungnir, flanked by his ravens Huginn and Muninn and wolves Geri and Freki, 1882, Carl Emil Doepler

ISBN 978-88-33464-44-2

Publicado por Ali Ribelli Edizioni, 2019©

Ficção – Mundos possíveis

www.aliribelli.com – [e-mail]

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A Memória de Odin

por Jason R. Forbus

Edizioni

Índice

Deuses, Heróis e Gigantes

A Memória de Odin

Deuses, Heróis e Gigantes

Composição breve sobre a Mitologia Nórdica

A mitologia nórdica nós sempre lembrou de marés tempestuosas, paisagens nevados, florestas mágicas e campos de batalha encharcados de sangue. Suas histórias contam as proezas de guerreiros corajosos, dragões, trolls, anões e gigantes. O culto por Odin e Thor é uma grande fonte de inspiração pelo gênero Fantástico - é só preciso pensar ao Senhor dos Anéis de J.R.R. Tolkien ou aos modernos jogos de rolo.

Mas como se originou a mitologia nórdica?

No princípio só havia o Ginnungagap (literalmente Passagem Aberto), o abismo cósmico que existia antes da criação mesma. De repente, como dois Big Bang paralelos, nas respectivas extremidades do Ginnungagap se formaram dois planos da existência: ao norte o gelado Niflheimr e ao sul o abrasador Múspellheimr que fiz, com seu calor, derreter parte do gelo de Niflheimr, assim originando 11 rios, os Élivágar.

Esses rios se esticaram tão longe da fonte que endureceram, formando mantos de gelo e de geada que cobriram completamente o Ginnungagap. Mas os ventos cálidos de Múspellheimr derreteram o gelo e das suas gotas se formaram os primeiros seres do cosmo: Ymir, pai dos Gigantes de Gelo, e Auðhumla, a vaca cósmica. Graças ao leite dela o neonato Ymir se tornou num Deus robusto.

Antiga era a era quando Ymir viveu;

Mar sem ondas frescas nem areia havia;

Terra não tinha sido, nem céu acima,

Mas um vácuo bocejante, e grama em nenhuma parte.

Edda Völuspá, terceira estrofe

Ymir era sábio e malvado, assim como todo sua descendência teria sido. Enquanto olhava o vasto e ermo abismo ao entorno dele, achou que fitar o vazio assim fosse um desperdício de energia e concluiu tirar um cochilo. Então se enroscou para passar a noite, mas, seja porque esqueceu de apagar a calefação de Múspellheimr, começou a suar abundantemente. Ao invés de encharcar o lençol como acontece conosco, simples mortais, cada gota de suor dele se transformou num gigante, originando essa raça de barulhentos senhores da guerra. Mas seu inato poder de gerar a vida não se limitou aos gigantes: sob seu braço esquerdo nasceram um homem e uma mulher e entre suas pernas levantou-se um filho de seis cabeças e com um nome impronunciável: tal Þrúðgelmir. Enquanto Ymir dormia, a vaca cósmica não ficou sem fazer nada. É fácil imaginar que a comida que tinha a disposição fosse muito pouca, até que o desgraçado animal tivesse que lamber o sal incrustado a algumas pedras geladas. Lambendo adiante, quase na tarde do primeiro dia