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Metais Pesados
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E-book220 páginas3 horas

Metais Pesados

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Sobre este e-book

Conheça Blaze Silver, uma caçadora de monstros e uma maga da terra muito mal humorada que acabou sendo amaldiçoada por um demônio e que enfrenta lobisomens, demônios, vampiros e muitas outras criaturas nessa coleção de romances e contos de fantasia.

Silver & Selvagens
Blaize e sua prima Grace enfrentam lobisomens em Tombstone no Arizona, e ficam cara a cara com um problema muito maior do que esse!

Sinos de Prata do Inferno
Blaize e seu mais novo companheiro Lobo, seguem o Chamado até uma pequena cidade nas montanhas de San Juan no Colorado, onde há um segredo mortal escondido na neve.

Resoluções
Blaize e Lobo conhecem MaddieAnne Honeycutt e descobrem que ela pode ser a mais nova caçadora!

Prata e Feitiçaria
Blaize e Lobo vão parar em um rancho abandonado e acabam em uma batalha com um inimigo inusitado.

Inclui também a história de Ruby Silver: "Presentes Indesejados"!
Conheça como a ancestral de Blaze Silver acabou amaldiçoada com alergia à prata e com uma compulsão por caçar monstros.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de jan. de 2020
ISBN9781071526125
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    Pré-visualização do livro

    Metais Pesados - Margo Bond Collins

    Silver & Selvagens

    1.

    Porcaria de Tombstone - Arizona.

    Eu não podia acreditar! Eu estava ali, de novo, com minha van estacionada, bem no centro da cidade de Tombstone.

    Deixe-me esclarecer uma coisa: eu odeio o Arizona com toda as minhas forças. É o pior lugar do planeta terra na minha opinião e, com toda a certeza, o último lugar que eu queria estar.

    Pelo menos era quase meia-noite e não meio-dia. Se tem uma coisa pior do que a fachada das lojas de botas de couro falso de Tombstone à noite, é lidar com elas sob o sol escaldante, com suas calçadas lotadas de turistas, e com as encenações diárias de tiroteio do OK Corral.

    Eu ainda não tinha certeza do que me trouxera de volta para cá, talvez porque não pude parar para abastecer e comer um hambúrguer em algum drive-thru desde que estive em Santa Fé. Antes disso, tinha conseguido aproveitar uma noite agitada em Trinidad no Colorado, sem ter a mínima ideia para onde estava indo.

    - Tombstone. - murmurei com desgosto, abrindo a porta e descendo naquele pavimento empoeirado. Minhas botas bateram no chão desconcertantemente alto demais na calada da noite. Negando com a cabeça, fechei a porta suavemente que foi trancada com um breve clique. Eu havia retirado a luz interior da van três anos atrás, para não atrapalhar minha visão durante à noite, e também, para evitar que alguém me visse saindo sorrateiramente do meu veículo. A não ser que eles tivessem me visto subindo quinze minutos antes. Provavelmente ninguém percebeu que eu estava por ali, passando pela parte dianteira do Chevy, e deslizando para cima sob a saliência do telhado de uma loja.

    Estava contente com toda a minha precaução até que, alguns segudos depois, um assobio baixo cortou o silêncio. Prendi a respiração enquanto ia de volta até a porta de entrada que estava escondida pelas sombras, e já na rua, olhei rapidamente para cima e para baixo.

    Uma sombra baixa rapidamente saiu do meio de dois prédios da esquina do quarteirão que eu estava, e parou na beira da rodovia 80. Pisquei tentando enxergar melhor e entender o que era aquilo.

    Talvez um cachorro?

    A criatura deu mais um passo à frente e então, sua imagem ficou clara para mim assim que ergueu seu nariz farejando.

    Xingando por dentro, me encolhi ainda mais na escuridão da porta, na esperança de que o cheiro dos turistas, cozinhado pelo sol, cobrisse e escondesse minha presença daquele lobo no centro da cidade de Tombstone.

    Não. Não era um lobo.

    Era um lobisomem.

    Eu poderia me convencer de que era um daqueles lobos cinzas mexicanos que os agentes do governo tinham trabalhado tanto para reintroduzi-los no estado, e que haviam chegado tão longe até o sul - se não fosse pelo assobio que eu tinha ouvido.

    Além do mais, algo em mim me dizia para correr o mais rápido que eu pudesse, desde a fronteira canadense de Montana de volta para o sudeste. A vontade só aumentava, zumbindo pelo meu corpo todo, apertando meus músculos junto à minha espinha, e despertando todas as minhas terminações nervosas - mandando adrenalina o suficiente para me manter a postos para uma briga.

    Reprimi o impulso de sair das sombras. Eu não tinha os recursos adequados naquela hora e, a não ser que eu estava interpretando os sinais erroneamente, havia pelo menos dois deles, ou seja, dois contra um.

    Outra forma daquela saiu das sombras do outro lado da rua, e começou a atravessar a rodovia, trotando até encontrar com seu - amigo (a)? Companheiro (a)? - A chegada do segundo lobo distraiu o primeiro que estava farejando. Observei que assim que seus focinhos se tocaram, eles viraram de costas para mim e correram levemente descendo pela estrada enluarada.

    Fiquei sem me mover na frente da porta por um bom tempo depois que os lobisomens tinham desaparecido, porque não queria que nenhum deles me ouvisse, ou que fossem atraídos pelo meu cheiro e voltassem - não até que eu estivesse pronta para enfrentá-los.

    E outra, eu estava tentando descobrir o que fazer.

    Até onde eu sabia, não havia nenhum lobisomem no sul do Arizona. Eu e minhas primas haviamos aniquilado a matilha de Phoenix a quase quatro anos atrás, embora eu não ficaria surpresa que algum deles tenha decidido começar a tomar conta do território novamente.

    O problema é que aquele era o meu território.

    Bom, um dos problemas.

    O outro e provavelmente o mais difícil para mim, era assumir que eu não tinha a menor ideia de onde minhas primas estavam naquele momento.

    Sem elas, eu provavelmente seria muito menos eficaz contra aqueles metamorfos, devido ao fato que uma bala de prata era a melhor forma de detê-los, porém sou mortalmente alérgica à prata.

    Saí da frente da porta e dei um passo em direção à van. Paralisei ao ouvir um rugido baixo atrás de mim.

    Se eu erguesse as mãos e me virasse levemente para o lado, o lobisomem poderia ver que eu estava desarmada, mas fui me virando lentamente, dando à criatura tempo de sobra para saber se eu iria precisar parar.

    Tempo de sobra para me matar também.

    Fiz um esforço sobrenatural para manter minha expressão o mais natural possível enquanto estava cara a cara com um monstro, no qual provavelmente mataria um Silver.

    Ele era 100% lobo, e não metade lobo e metade homem como em muitos filmes ruins de terror, embora eu já tenha visto um lobisomem parcialmente alterado antes, era horroroso assim como nos filmes.

    Se eu não soubesse - se para mim ele fosse um lobo qualquer - eu o teria achado lindo com aquele pelo levemente prateado brilhando sob à luz do luar, combinando com o brilho cintilante de seus olhos inteligentes enquanto eles me encaravam.

    - Eu já estou indo. - disse dando meio passa para trás.

    O rosnado dele me paralisou de novo.

    - Eu não tenho nenhuma arma. - disse novamente.

    Mas eu estava com uma faca Bowie que enfiei no cós da minha jeans antes de sair da van.

    Eu devo ter deixado algo transparecer em meu rosto, porque o animal deu um passo à frente deixando seu focinho nitidamente iluminado, erguendo o lábio e mostrando sua presa apenas de um lado.

    - Eu não vou usar nenhuma arma. - Eu corrigi.

    Eu tinha certeza que ele conseguia ouvir meu coração pulando em meu peito, sentir o cheiro do terror saindo de mim através de uma gota de suor que escorria de um lado do meu rosto deixando um rastro úmido por causa do vento.

    Sem quebrar o contato visual, o lobo recuou para dentro das sombras, se retirando em um silêncio perfeito.

    Não me admira o fato de eu não ter ouvido ele vindo em minha direção antes.

    Eu não esperei para ter certeza se ele já tinha ido ou não. Assim que não consegui mais distinguir sua silhueta nas sombras, e não ver mais nenhum raio de luz da lua refletida em seus olhos abaixei minhas mãos e saí correndo até a van.

    2.

    Grace e Cassidy não estavam em Tombstone assim como eu, então minhas primas não poderiam fazer nada para me ajudar.

    Uma situação completamente estúpida.

    - Ah claro! Mandar a única que não pode com prata para derrotar lobisomens. - resmunguei para mim mesma.

    Eu havia deixado mensagens em todos os números que eu tinha delas, embora eu suspeitasse que elas haviam sido canceladas por aquele sentido inato que um demônio usou para amaldiçoar nossos ancestrais cinco gerações atrás. Provavelmente elas deveriam estar lidando com suas próprias emergências de caça aos monstros.

    Até considerei em ligar para o meu pai, mesmo sabendo que ele não atenderia.

    Deixei a mesma mensagem para todo mundo:

    - Ei, é a Blaize. Vi lobos em Tombstone essa noite. Preciso de uma ajuda de prata.

    Sabia que meu pai ouviria a mensagem como um Silver - meu último nome - enquanto que minhas primas pensariam no metal.

    Todos eles saberiam o motivo de eu estar pedindo ajuda.

    Tecnicamente, Grace e Cassidy não eram na verdade minhas primas de sangue, nós só partilhavamos a mesma maldição.

    Na verdade elas apareceriam se pudessem, o que fazia delas mais da minha família do que muitos parentes.

    Bloqueei meu celular, joguei-o no banco do passageiro da van e esfreguei as mãos sobre meus olhos.

    Eu precisava achar um lugar para passar a noite.

    Normalmente eu encontrava um estacionamento tipo camping e dormia na van, mas com lobisomens vagando por perto naquela noite, e com poucas armas para me sentir segura, eu queria a falsa sensação de segurança que eu sabia que encontraria no anonimato dessas redes de hoteis baratos de beira de estrada. Algum lugar com propagandas de rádio onde prometiam deixar a luz acesa para mim ou algo parecido.

    Assim que me recompus, pulei para dentro da van e segui para a cidade grande mais próxima. Sierra Vista era a menos de 48 quilômetros dalí, e mesmo que não houvesse uma interestadual, havia o requisito dos hotéis anônimos.

    Eu sabia que era ridículo ficar aterrorizada do jeito que eu estava - eu já havia derrotado lobisomens antes - mas nunca sozinha. Caçar com outras pessoas significava que elas me cobririam por causa da minha deficiência. Com Grace e Cassidy ao meu lado, o fato de eu não poder chegar muito perto da prata pouco importava.

    Lobisomens são extremamente fortes. Segundo a lenda de família, minha tatanãoseiquantostataravó Ruby Silver, havia derrotado um sozinha, com nada mais nada menos que um canivete, uma pedra e sua própria magia - e isso depois que o demônio a amaldiçoou com a antipatia por prata.

    Não tinha certeza absoluta se acreditava ou não na história, mas de qualquer forma, eu não era Ruby.

    Inferno, eu estava com menos medo de rastrear aquele demônio para poder matá-lo e por fim à maldição, do que estava daqueles dois lobisomens que tinha visto essa noite.

    Encontrei um hotel plausível com um elevador, quartos na parte interna e com um estacionamento razoavelmente lotado. Estacionei minha van debaixo da luz de um poste o mais próximo possível que consegui da entrada do saguão. Agarrei minha mochila e minha bolsa de armas e tranquei a van atrás de mim.

    Eu não saí em disparada para dentro, mas também não foi como se estivesse passeando até lá.

    O encontro com aquele lobo na calçada havia mexido comigo, muito mais do que eu imaginava.

    Já em meu quarto, tranquei a porta, passei a corrente e despenquei com minhas costas na porta.

    E finalmente consegui respirar fundo de novo desde que ouvira pela primeira vez aquele rosnado atrás de mim em Tombstone.

    E ainda assim, minhas mãos tremiam.

    Por que o lobo tinha deixado eu ir embora?

    Não, melhor: por que ele me deixou viva?

    Se ele tivesse atacado, eu não seria capaz de me defender com eficácia.

    Porém ele recuou, mesmo em vantagem.

    Isso não fazia sentido em nada do que eu sabia sobre lobisomens. E se o que eu soubesse sobre eles não fosse verdade? Então o que mais poderia estar errado?

    Sacudi a cabeça para afastar tal pensamento.

    - Não se descontrole Silver. - resmunguei para mim mesma me afastando da porta e indo em direção ao ar-condicionado próximo à janela. Joguei ambas as bolsas em uma das duas camas e então liguei o ar o mais frio possível, gelando assim todo o quarto e mandando embora todo o calor e o tremor terrível que sentia mais cedo.

    Eu tinha feito a mesma coisa no caminho vindo de Tombstone, tinha virado todo os ventos do ar na minha direção, porém não surtiu efeito algum, mas agora eu estava começando a me acalmar.

    Sentando na cama por cima de uma perna, puxei minha bolsa de armas para mais perto. Eu não seria pega novamente - não sem ter matado vários deles antes.

    Peguei minha pistola Glock 9mm e meu revólver Colt 38 e comecei o ritual familiar de limpeza das armas, uma de cada vez.

    Adormeci de bruços com um braço embaixo do meu travesseiro, e o outro embaixo do travesseiro ao lado.

    Dormi segurando uma arma em cada mão.

    3.

    A história da família Silver sobre Ruby não era a única que tinhamos sobre lobisomens, é que as outras não terminavam tão bem assim. Na verdade, a maioria dos Silver - aqueles com a maldição - morreram nas mãos, ou melhor dizendo, nas garras de um lobisomem.

    Esse era o acordo dessa maldição: não era somente a grotesca alergia à prata junto com o irresistível desejo de limpar o sudoeste dos Estados Unidos dos monstros. Era a mistura dos dois - a ânsia de caçar aquelas criaturas que poderiam ser facilmente mortas pelo metal que também me mataria.

    É claro que com os outros monstros a luta era justa, e se acontecesse de algum deles me pegar, estava tudo bem, pois não tinha ligação alguma com aquele demônio, o autor da maldição da família.

    Aquele filho da mãe tinha um ótimo senso de humor.

    Assimilou nosso último sobrenome à maldição.

    Aconteceu por volta dos séculos 19 e 20.

    Ruby estava caçando monstros no sudoeste com Trip Austin, um homem que poderia ser ou não seu marido, mas que certamente também era meu ancestral.

    Os dois se estranharam com um simples demônio pelo caminho, e esse os seguiu até as montanhas do Colorado, onde os atraiu para uma armadilha.

    A história fica meio confusa a partir daí. Por alguma razão, os ancestrais de Grace e Cassidy também tinham ido parar lá. Havia uma suposição de que eles poderiam ter trabalhado para um mesmo lugar, mas era certeza absoluta que Ruby e Trip eram freelancers, e por isso, nunca entendi muito bem essa história.

    Como eu ia dizendo, todos eles caíram em uma mina e algo horrível aconteceu. Todos os humanos saíram de lá amaldiçoados - aqueles que conseguiram sair - e o demônio fugiu.

    Pulando várias gerações e chegando até na minha, a quinta geração, eis uma caçadora de monstros que tem medo de lobisomens porque não pode chegar perto de prata.

    Ah! E que não pode sair do oeste dos Estados Unidos - pelo menos não por muito

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