O Pequeno Livro da Vida
De Mowlana Rumi
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Sobre este e-book
Este livro é um guia para quem decidiu entrar conscientemente no seu mundo interior e explorar os recantos secretos da sua alma, distanciando-se do mundo exterior através de uma jornada ascendente dos dons do coração e de ligação ao espírito. Já o dizia Rumi: «Há um lugar que está para lá da ideia daquilo que é o certo ou o errado. Encontramo-nos lá.»
O GRANDE MESTRE ESPIRITUAL DO ORIENTE
De Madonna a Deepak Chopra, são várias as celebridades que têm abraçado a poesia de Rumi nas duas últimas décadas, despertando novamente o interesse pelo sufi do século XIII. Este livro é uma belíssima coleção de 196 poemas, que cativará leitores de todos os géneros. Anteriormente indisponíveis em Inglês, os poemas de Rumi foram traduzidos por nativas do Persa - Maryam Mafi e Azima Melita Kolin - e criteriosamente escolhidos por mais de milhares de quadras de Rumi.
O QUE PERDEMOS REAPARECE SOB UMA OUTRA FORMA
A nossa tarefa não é procurar o Amor, mas fazer ruir todas as barreiras e muros que construímos e que nos impedem de o alcançar. Os que se unem pelo Amor, não têm de acabar por se encontrar num qualquer tempo ou num qualquer lugar; na verdade, nunca estiveram separados, mas sempre juntos, unidos desde a eternidade.
AQUILO QUE BUSCAMOS TAMBÉM PROCURA POR NÓS
Mowlana Rumi
Mowlana Jalal ad-Din Balkhi Rumi (1207-1273) mais conhecido simplesmente como Rumi, foi um dos mais célebres místicos de todos os tempos e escolheu a poesia como forma de comunicar as suas profundas experiências espirituais. Conhecido no mundo persa como Mowlana, «nosso mestre», circum-navegou o Médio Oriente, antes de se estabelecer em Konya, na Anatólia. Príncipes e comandantes reuniram-se para ele, cristãos e judeus seguiam-no com admiração pelas ruas. Mendigos sentiam conforto na sua presença. Poucas figuras religiosas da história da civilização cruzaram fronteiras da fé, linguagem e geografia, com a mesma agilidade que Rumi. Os seus escritos foram amplamente traduzidos para muitas línguas do mundo e foi descrito como o autor do Oriente mais popular e mais vendido no Ocidente. A sua obra influenciou a literatura persa, mas também a turca. A sua linguagem, a do amor na sua forma mais pura, fala-nos hoje como há oito séculos atrás, superando o tempo e unindo culturas.
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Avaliações de O Pequeno Livro da Vida
4 avaliações1 avaliação
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Um livro um poeta um mestre que ajuda muito a nos conectar com nós mesmos e trazer uma luz .. um livro para todos os tempos e principalmente para os tempos de hoje....um belo e precioso presente .
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O Pequeno Livro da Vida - Mowlana Rumi
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© 2020
Direitos desta edição reservados
para Alma dos Livros
Título: O Pequeno Livro da Vida
Título original: Rumi’s Little Book of Life
Coordenação e tradução do original: Maryam Mafi e Azima Melita Kolin Autor: Jalal ad-Din Rumi
Tradução: Manuel Clemente
Revisão: Joaquim E. Oliveira
Paginação: Maria João Gomes
Capa: Vera Braga/Alma dos Livros
Ilustração de capa: © Vera Braga
Impressão e acabamento: Multitipo – Artes Gráficas, Lda.
Depósito legal: 463796/19
1.ª edição: fevereiro de 2020
Todos os direitos reservados.
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Prefácio
Foi há cerca de dez anos que começámos a estudar e a discutir aprofundadamente a vida e a poesia de Rumi como parte do curso clássico de Poesia Persa, curso que leciono na Escola de Estudos Orientais e Africanos, em Londres.
Partilhei com os meus alunos algumas filmagens de dervixes¹ a dançar em Konya, bem como encontros mais privados na Turquia e no Irão, onde a poesia de Rumi era recitada e acompanhada de música, e vastas multidões ondeavam de um lado para o outro em verdadeiros estados de êxtase.
Enquanto viam estas imagens, eu olhava para os rostos dos meus estudantes – predominantemente europeus ocidentais –, reparando nos seus sorrisos e nas expressões de surpresa que faziam, e até de identificação. Muitos deles também dançavam assim quando, por exemplo, saíam à noite e iam a discotecas. Numa das vezes, um dos alunos disse que o vídeo se assemelhava a uma rave em pequena escala, que cumpria com todos os requisitos de paz, amor e êxtase, sem que este fosse um estado quimicamente induzido.
O movimento, que começou na década de 1950 em Londres, espalhou-se pela Europa, pela América do Norte e pela Austrália, tornando-se gradualmente numa atividade de grupo perfeitamente normal para jovens de várias partes do mundo. Mesmo permitindo variações no vocabulário moral e social das diferentes culturas e a evolução das ideias através dos séculos, as palavras Paz, Amor, União e Respeito foram as maiores lições deixadas por Rumi, erudito, professor e poeta persa do século
xiii
.
As expressões embriagadas de amor e desejo de união com o «amado imortal» – que adorna quase todos os poemas de Rumi – foram desencadeadas depois de um encontro casual com Shamsuddin de Tabriz em 1244, em Konya, nas terras baixas da Ásia bizantina.
Shams era um mestre supremo que procurava há anos por um companheiro altamente espiritual ao qual pudesse passar a sua sabedoria. Mas para aqueles que acreditam nos jogos do destino, o encontro de Rumi com Shams foi uma reunião predeterminada de um professor místico e apaixonado com um aluno recetivo.
O que haverá no coração da poesia de Rumi que cativou não apenas aqueles que conseguem ler os mais de 25 mil dísticos do seu Masnavi, os 35 mil dísticos dos seus Divan-e Shams, as odes líricas, e as suas mais de duas mil estrofes, e as fervorosas orações do seu Monajat no original persa, mas também aquelas pessoas que, além dos previsíveis limites geográficos e culturais das sociedades islâmicas, passaram a entendê-lo e a amá-lo através das traduções de algumas das suas obras?
Terão sido a falta de censura e a antipatia pelo puritanismo moral a conquistar os corações dos leitores de Rumi, ou terá sido a profunda afinidade com todas as histórias de separações e de confiança no poder do amor em transformar os destinos humanos?
Mowlana Jalal ad-Din Balkhi-Rumi – assim era o nome completo do poeta – aperfeiçoou primeiro a sua compreensão do conceito do divino ao emergir nas disciplinas da Teologia, da Filosofia e do Direito. Foi um fervoroso estudante da jurisprudência e dedicou os seus primeiros anos ao estudo das revelações e das tradições dos profetas.
Contando pouco mais de 30 anos, era já um dos mais influentes escritores de poesia e a sua influência ultrapassou os limites geográficos da sua terra natal. Rumi viria a tornar-se um dos poetas mais vendidos na América do Norte.
O fascínio do Ocidente por Rumi, no entanto, não começou nos Estados Unidos do século
xx
. Algumas das traduções mais antigas da poesia de Rumi remontam a 1772, quando Sir William Jones, filólogo inglês, traduziu as linhas iniciais do livro Masnavi:
Escuta, já que tocas em contos tristemente agradáveis
A felicidade abençoada e a mágoa presente choram!
Comigo, dos bancos nativos rasgados prematuramente,
Jovens amedrontados pelo amor e virgens de cabelo macio choram.
Oh! Deixa que o coração, dilacerado até à morte pela ausência,
Sinta o que canto e sangro enquanto lamento:
Quem vagueia no exílio de seu pai
Veste-se para voltar e repreende a toda a hora.
O que escrevo, em círculos de tristeza e alegria,
Aclama o amanhecer, aplaude o crepúsculo.
Nos dias de hoje, várias seleções de poemas de Rumi receberam centenas de títulos com propostas de tradução para o inglês. Estas traduções aparecem em todos os formatos concebíveis, variando entre a rima literal, a prosa poética e as versões métricas.
Muitos dos poemas mais populares de Rumi foram traduzidos por um grande número de escritores, poetas e académicos, e embora a maioria tenha permanecido fiel à mensagem central do poema enquanto tentativa de
entender e de aliviar a situação emocional e espiritual do Homem, cada ensaio é diferente na sua forma e no vernáculo.
Hafez de Shiraz (1325-1389) escreveu:
A tristeza do amor não é mais do que apenas uma história,
mas, de modo surpreendente, nunca é a mesma, seja quem for
que se oiça.
Alguns tradutores de Rumi