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As Marcas Retórico-Críticas no Gênero Editorial
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E-book197 páginas2 horas

As Marcas Retórico-Críticas no Gênero Editorial

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Sobre este e-book

Neste verdadeiro compêndio, pequeno tratado ou mesmo manual sobre a teoria retórica e a aplicação de seus princípios na análise crítica do texto e do discurso, o leitor encontrará nestas páginas sólidas informações sobre a retórica, abrangendo não só os aspectos históricos da sua origem, mas também os principais componentes do sistema retórico e outros construtos e cânones que fazem dessa disciplina uma rica e perene fonte de estudo e de reflexão sobre o discurso e seus usos pessoais, sociais, profissionais e políticos.

Prof.ª Dr.ª Maria Inez Matoso Silveira
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de mar. de 2020
ISBN9788547321123
As Marcas Retórico-Críticas no Gênero Editorial

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    As Marcas Retórico-Críticas no Gênero Editorial - Maria Francisca Oliveira Santos

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição - Copyright© 2018 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO LINGUAGEM E LITERATURA

    APRESENTAÇÃO

    Ultimamente, no mercado editorial das ciências da linguagem e do discurso, têm proliferado as coletâneas de artigos acadêmicos. Diferentemente, este livro caracteriza-se como um verdadeiro compêndio, um pequeno tratado ou mesmo um manual sobre a teoria retórica e a aplicação de seus princípios na análise crítica do texto e do discurso.

    Aqui, o leitor encontrará sólidas informações sobre a retórica, abrangendo não só os aspectos históricos das suas origens, mas também os principais componentes do sistema retórico e outros construtos e cânones que fazem dessa disciplina uma rica e perene fonte de estudo e de reflexão sobre o discurso e seus usos pessoais, sociais, profissionais e políticos.

    Como se sabe, até meados do século XIX, na tradição dos currículos escolares e acadêmicos, os estudos retóricos sempre estiveram muito vivos. Mas, na era moderna, por influência do paradigma cartesiano na ciência, a trajetória da retórica sofreu alguns abalos, chegando a ser desprestigiada e tendo seus conteúdos distorcidos e desmembrados em várias outras disciplinas, por exemplo, a estilística e a teoria da comunicação. A revivescência da retórica deu-se nos meados do século passado, por meio de estudos sobre a argumentação, destacando-se Chaïm Perelman, um eminente jurista belga, e sua colaboradora Lucie Olbrechts-Tyteca, com a famosa e já clássica obra Tratado de argumentação – A nova retórica.

    Confesso que a tarefa de apresentar este livro de Maria Francisca fez-me sentir muito honrada, mas, ao mesmo tempo, meio desajeitada, dada a mistura de responsabilidade e de emoção de que tal tarefa se revestiu. Explico-me: a autora, Prof.ª Maria Francisca Oliveira Santos, estimada colega de trabalho e amiga por quase 30 anos, costuma dizer que fui eu que a induzi e a iniciei nos caminhos da retórica. De fato, os estudos retóricos que realizei durante meu doutorado me fizeram descobrir a retórica e o desejo imenso de contagiar pessoas com o meu encantamento sobre essa milenar arte e tradicional disciplina de estudo do discurso e seus usos sociais.

    Mas devo dizer que tal fato se torna insignificante diante do entusiasmo e da grandiosa iniciativa de Maria Francisca de estudar com afinco e, neste livro, compilar, organizar, sistematizar, comentar e refletir sobre a retórica, seus conceitos e pressupostos básicos e, além disso, aplicá-los, numa exitosa associação com a análise crítica do discurso, na análise de editoriais, um gênero textual de significativo valor no jornalismo impresso no Brasil e no mundo.

    Este trabalho ganha, evidentemente, uma significativa relevância pelo enfoque dado à argumentação, importante atividade que, além de ser um elemento constitutivo da linguagem, ganha uma dimensão mais humana quando tratada do ponto de vista da retórica.

    Finalmente, esta obra constitui, certamente, uma importante contribuição para a difusão e a apreciação da retórica nos nossos meios acadêmicos, contribuindo também para fazer justiça a essa tradicional e, ao mesmo tempo, renovada fonte de estudos e que foi, sem dúvida, uma importante precursora da pragmática e da atual linguística do texto e do discurso.

    Prof.ª Dr.ª Maria Inez Matoso Silveira

    Professora da Universidade Federal de Alagoas

    Coordenadora do Grupo de Estudos do Texto e da Leitura

    – Perspectivas Interdisciplinares

    PREFÁCIO

    Gêneros textuais da mídia impressa constituem-se em objeto de variadas investigações para pesquisadores da grande área dos estudos da linguagem. Dependendo da perspectiva adotada e do objetivo definido, as investigações propiciam respostas a questões voltadas para a leitura e produção de sentidos; o modo de constituição, função, contextos de veiculação e uso; o processo de letramentos ou multiletramentos; a argumentação, suas estratégias e efeitos, entre outros aspectos.

    A obra As marcas retórico-críticas no gênero editorial situa-se nesse conjunto de investigações, mas com a seguinte singularidade: focalizando o gênero editorial, a autora assume a perspectiva retórico-crítica e explica criteriosamente os argumentos utilizados pelo editorialista para persuadir os leitores, pressupondo a linguagem como forma de ação.

    Em seu percurso investigativo, a autora dedica-se, portanto, à apreensão de argumentos utilizados pela edição do jornal para a sustentação das ideias, considerando que esse gênero está a serviço de uma prática social da esfera jornalística.

    No plano organizacional, o estudo realizado apresenta uma parte referente a considerações teóricas sobre a retórica e a análise crítica do discurso, e outra dedicada à análise de aspectos retórico-críticos em editorial da mídia impressa.

    Na primeira parte, a autora trata da retórica, entendida como a arte de persuadir pelo discurso, e de suas funções, bem como do auditório e do acordo entre os participantes do fazer argumentativo, justificando a escolha do termo persuadir, por entender que os editores do jornal usam as técnicas argumentativas da linguagem com o intuito de conduzir os leitores a crerem no que está sendo dito.

    No prolongamento da discussão, a autora volta a atenção para os estudos da análise crítica do discurso, privilegiando em seu trabalho uma visão crítica dos estudos da linguagem e apontando implicações concernentes ao entendimento de discurso como prática social.

    Da constituição dessa interface, advêm as categorias que orientam a análise do gênero editorial, a saber: 1) o texto (aspectos relacionados a sua estrutura, vocabulário, gramática e coesão); 2) a prática discursiva (aspectos relacionados a processos de produção, distribuição e consumo textual, influenciados pelos fatores sociais); 3) a prática social (aspectos relacionados a ideologia e relações de poder na sociedade).

    Assim sendo, à análise empreendida dos editoriais subjaz a concepção do discurso em uma perspectiva tridimensional¹ que compreende: a observação do texto; a dinâmica do texto ou a prática discursiva; e o circuito argumentativo ou a prática social.

    De forma clara e objetiva, a autora oferece ao leitor um quadro teórico emoldurado por uma visão crítica dos estudos da linguagem, que põe em evidência ações e práticas empreendidas pelo uso da linguagem, bem como efeitos advindos desse uso no plano da comunicação e interação, assinalando, assim, a relevância do trabalho realizado.

    Além disso, destaca-se a importante contribuição desta pesquisa para o ensino, uma vez que oferece aos professores ferramentas teóricas e analíticas que podem sustentar o trabalho em sala de aula com o gênero editorial, uma forma de atuação humana que se situa no contínuo dos múltiplos letramentos requeridos em nossas práticas comunicativas e sociais.

    Produto de uma pesquisa sobre gêneros textuais da mídia impressa, este livro que se apresenta ao leitor põe em relevo, sob a perspectiva retórico-crítica, a importância do editorial como um gênero de caráter opinativo, apontando para a complexidade de aspectos envolvidos na constituição dessa prática discursiva e de seus efeitos e, consequentemente, contribuindo para uma compreensão mais alargada dessa prática por parte de todos aqueles interessados em questões de linguagem, comunicação e interação.

    Outubro de 2017

    Vanda Maria da Silva Elias

    Professora da Universidade Federal de São Paulo

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO

    PRIMEIRA PARTE

    CONSIDERAÇÕES ACERCA DA RETÓRICA

    1.1 A ANTIGA E A NOVA RETÓRICA 

    1.2 O SURGIMENTO DA RETÓRICA 

    1.2.1 As referências a Córax 

    1.2.2 As atenções a Górgias e Protágoras, além de outros 

    1.3 PONTUAÇÕES ACERCA DE ARISTÓTELES 

    1.3.1 Relação entre a retórica e a dialética 

    1.3.2 Os gêneros da retórica 

    1.3.3 Os entimemas 

    1.3.4 Acerca da ampliação do estilo 

    1.3.5 Caminhos de como refutar uma acusação 

    1.3.6 As partes componentes do sistema retórico 

    1.3.6.1 Invenção 

    1.3.6.2 Disposição (taxis

    1.3.6.2.1 Narração (diegésis

    1.3.6.2.2 Confirmação (pistis

    1.3.6.2.3 Digressão (parekbasis) e peroração (epílogos) 

    1.3.6.3 Elocução (léxis

    1.3.6.4 Ação (actio/hyprocrisis

    1.3.6.5 O problema da memória 

    SEGUNDA PARTE

    PONTOS BÁSICOS ACERCA DA RETÓRICA

    2.1 A RETÓRICA: CONSIDERAÇÕES GERAIS

    2.2 A RETÓRICA: DEFINIÇÃO 

    2.3 A RETÓRICA: FUNÇÕES 

    2.4 O ACORDO 

    2.5 OS LUGARES DA ARGUMENTAÇÃO 

    2.6 O AUDITÓRIO 

    TERCEIRA PARTE

    UMA LEITURA DOS ASPECTOS CRÍTICOS DO GÊNERO EDITORIAL

    3.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 

    3.2 CONSIDERAÇÕES ACERCA DOS ASPECTOS CRÍTICOS DA LINGUAGEM 

    3.2.1 Acerca dos aspectos históricos 

    3.2.2 Definição 

    3.2.3 Objetos de análise 

    3.3 AS CATEGORIAS DA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO ACERCA DO GÊNERO EDITORIAL 

    3.4 OS ASPECTOS RETÓRICOS (ARGUMENTATIVOS) NO GÊNERO EDITORIAL 

    3.4.1 Características da argumentação 

    3.4.1.1 O auditório pode ser universal? 

    3.4.1.2 Língua natural e suas ambiguidades 

    3.4.1.3 Premissas verossímeis: o que é verossímil?

    3.4.1.4 Uma progressão que depende do orador 

    3.4.1.5 Conclusões sempre controversas 

    3.5 CONDIÇÕES DA ARGUMENTAÇÃO 

    3.6 A INSERÇÃO DO ATO DE ARGUMENTAR

    3.6.1 Os quase lógicos 

    3.6.2 Os argumentos fundados na estrutura do real 

    3.6.3 Argumentos que fundamentam a estrutura do real 

    3.6.4 Argumentos por dissociação das noções 

    QUARTA PARTE

    OS ASPECTOS RETÓRICO-CRÍTICOS NO EDITORIAL

    4.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES DO PROCESSO DE ANÁLISE 

    4.2 O EFEITO DO ETHOS/LOGOS/PATHOS ADOTADO NAS ANÁLISES 

    4.3 O ARTIGO, O EDITORIAL, A CRÔNICA 

    4.4 ACERCA DOS ASPECTOS METODOLÓGICOS 

    4.4.1 Observação do texto 

    4.4.2 A dinâmica do texto (a prática discursiva) 

    4.4.3 O circuito argumentativo (a prática social) 

    4.5 A ANÁLISE 1 

    4.5.1 Os aspectos textuais 

    4.5.2 A dinâmica do editorial como prática discursiva 

    4.5.3 O sistema retórico em Em terreno fértil, a selvageria reina 

    4.6 A ANÁLISE 2

    4.6.1 Os aspectos textuais 

    4.6.2 A dinâmica do editorial como prática discursivo-social 

    4.6.3 O sistema retórico em O mundo que vocês estão criando 

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    REFERÊNCIAS

    ANEXOS

    ANEXO 1

    ANEXO 2

    INTRODUÇÃO

    Este livro provém de pesquisa que envolve alunos da graduação e pós-graduação dos cursos de Letras e Comunicação. Centra-se no estudo dos gêneros discursivos de caráter midiático, na modalidade de língua escrita da imprensa local, com aprofundamento nas abordagens provindas dos estudos da retórica e da análise crítica do discurso, contribuindo, assim, para que haja um enriquecimento dos gêneros da mídia na comunidade acadêmica.

    Desse modo, num primeiro momento, em 2004-2005, desenvolveu-se uma pesquisa, com alunos do curso de Jornalismo, centrada na análise da crônica e do editorial; logo, em 2005-2006, na carta do leitor e no artigo, respectivamente; em 2006, os interesses da pesquisa voltaram-se para a charge; em 2007, para a notícia; em 2008, para a tira jornalística; nos anos seguintes, para as publicações desses estudos.

    Pela convivência com essa realidade, considerou-se oportuno e justificado analisar o gênero editorial de um jornal de circulação local, fazendo nele uma incursão que apreendesse os argumentos utilizados pela edição do jornal para a sustentação das ideias que aparecem na mídia, observando-os criticamente no sentido de que esse gênero está a serviço de uma prática social do universo jornalístico.

    Configurando-se uma forma de persuasão, a opção pela retórica justifica-se porque, por meio dos elementos da linguagem, o editorialista consegue envolver o leitor nas entrelinhas que o texto apresenta. Em outras palavras, essa linha de pesquisa bem se enquadra por caracterizar um estudo de caráter hermenêutico, persuasivo, heurístico e pedagógico, sendo, sobretudo, uma abordagem que consegue, de maneira pedagógica, explicar ou negociar as intenções do percurso ideológico da edição do jornal.

    A linha da análise crítica do discurso aparece como um estudo que vai fazer a leitura da prática discursiva e social, desenvolvida pelo gênero em estudo. Assim, o editorial não vai ser resumido apenas nos seus caracteres constitutivos

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