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Lady Susan
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E-book163 páginas1 hora

Lady Susan

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Sobre este e-book

Bonita, graciosa e, recentemente, viúva, Lady Susan Vernon procura um novo e vantajoso casamento para si e, ao mesmo tempo, para sua filha – empurrando-a a um homem que ela detesta. Por meio da astúcia e manipulação, ela enche seu calendário com convites para visitas prolongadas com parentes e conhecidos, na tentativa de executar seu grande plano.
Lady Susan é um romance epistolar, provocador e engenhosamente trabalhado, revelando com detalhes os costumes do período da Regência Inglesa. Entre a vasta obra da escritora, tornou-se um dos preferidos dos leitores, pela sagacidade e elegância com que se desenrola.
Um prato cheio para fãs e também para os que querem adentrar no universo de Jane Austen.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de mai. de 2020
ISBN9786587140278
Lady Susan
Autor

Jane Austen

Jane Austen (1775–1817) was an English novelist whose work centred on social commentary and realism. Her works of romantic fiction are set among the landed gentry, and she is one of the most widely read writers in English literature.

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    Lady Susan - Jane Austen

    Pandorga

    De: Lady Susan Vernon

    Para: Sr. Vernon

    Langford, dezembro.

    Meu prezado irmão,

    Não posso mais me negar o prazer de beneficiar-me de seu gentil convite, feito quando nos despedimos da última vez, para que eu passe algumas semanas com você em Churchhill. E, portanto, se for mesmo conveniente a você e à senhora ­Vernon receberem-me no presente momento, espero dentro de poucos dias ser apresentada a uma irmã, minha concunhada, que há muito desejo conhecer. Meus amáveis amigos aqui estão mui afetuosamente me urgindo a prolongar minha estada com eles, mas seu caráter hospitaleiro e jovial leva-os a uma sociabilidade demasiadamente animada para a situação que estou vivenciando no momento e para meu atual estado de espírito; e eu, com impaciência, anseio pela hora em que serei admitida em seu deleitoso retiro.

    Anseio por conhecer seus queridos filhinhos, cujos corações sequiosamente pretendo conquistar. Em breve haverei de precisar de toda a minha fortitude, visto que estou prestes a separar-me da minha própria filha. A prolongada enfermidade de seu querido pai impediu-me de dar a ela a atenção ditada igualmente pelo dever e pelo afeto, e tenho motivos em demasia para temer que a preceptora a quem a confiei não estava à altura da tarefa. Por conseguinte, resolvi colocá-la em um dos melhores colégios particulares da cidade, onde terei a ­oportunidade de deixá-la pessoalmente quando estiver a caminho de ir visitá-lo. Veja que estou determinada a não ter ­minha presença negada em Churchhill. Saber que não tem condições de receber-me haveria de deixar-me certamente com as mais dolorosas sensações.

    Sua mui devota e afetuosa irmã,

    S. Vernon.

    De: Lady Susan Vernon

    Para: Sra. Johnson

    Langford.

    Você estava enganada, minha querida Alicia, ao supor que eu haveria de permanecer neste lugar pelo restante do inverno. Dói-me dizer-lhe o quanto você estava enganada, pois eu raramente passei três meses mais agradáveis do que aqueles que acabaram de voar. No presente momento, nada está indo bem; as mulheres da família estão unidas contra mim. Você previu como seriam as coisas quando cheguei a Langford pela primeira vez, e Mainwaring é tão agradável, de uma forma tão excepcional, que eu mesma fiquei apreensiva. Lembro-me de ter dito a mim mesma, enquanto dirigia até a casa: Gosto deste homem, e peço aos céus que nenhum mal advenha disso! No entanto, eu estava determinada a ser discreta, a ficar o mais calada quanto possível e a manter em mente que fazia apenas quatro meses que eu havia enviuvado. E foi o que eu fiz, minha querida, não aceitei as atenções de ninguém que não fosse Mainwaring. Evitei todos os flertes genéricos que fossem; não distingui nenhuma pessoa de todas aquelas que aqui frequentam, exceto Sir James Martin, a quem dei um pouco de atenção, de forma a afastá-lo da senhorita ­Mainwaring; porém, se o mundo tivesse como saber qual é meu motivo PARA ISSO, eu haveria de ser honrada. Fui chamada de mãe cruel, mas foi o sagrado impulso do afeto materno, foi o benefício de minha filha que me levou a tal; e se esta filha não fosse a maior simplória da face da terra, eu poderia ter sido recompensada por meus empenhos como deveria.

    Sir James deveras me pediu a mão de Frederica em casamento; mas ela, que nasceu para ser o tormento de minha vida, decidiu ficar tão violentamente contra o enlace que achei melhor deixar esses planos de lado pelo presente momento. Arrependi-me mais de uma vez de não ter eu mesma me ­casado com ele; e se ele fosse um pouco menos ­desprezivelmente fraco, eu certamente deveria: porém devo confessar que sou um tanto quanto romântica com relação a isso, e que riquezas somente não haverão de satisfazer-me. As circunstâncias de tudo isso são muito irritantes: Sir James se foi, Maria está ­altamente enraivecida, e a Sra. Mainwaring, insuportavelmente cheia de ciúmes; tão enciumada, e tão cheia de raiva de mim que, em sua fúria, eu não deveria ficar surpresa de que ela apelasse a seu guardião, caso tivesse a liberdade de abordá-lo; no entanto, quanto a isso, seu marido continua meu amigo, e a mais bondosa e afável ação da vida dele foi cortar relações com ela quando ela se casou. Portanto, eu a encarrego de ­manter este ressentimento.

    Agora nos encontramos em um triste estado; nenhuma casa já esteve mais alterada; todos estão em pé de guerra, e Mainwaring mal se atreve a dirigir-me a palavra. Está na hora de eu ir embora; então me determinei a deixá-los, e haverei de passar, assim espero, um confortável dia com você na cidade nesta semana. Caso o Sr. Johnson esteja com pouca disposição em relação a mim como de costume, você deve vir me visitar no número 10 da Wigmore Street. No entanto, tenho esperanças de que não seja este o caso, pois, visto que o Sr. ­Johnson, com todos seus defeitos, é um homem ao qual sempre se atribui aquela notável palavra respeitável, além do que se sabe que sou tão íntima da mulher dele, o desdém dele por mim parece estranho.

    Passarei por Londres a caminho daquele lugar insuportável, um vilarejo interiorano, pois estou re­almente indo para Churchhill. Perdoe-me, minha querida amiga, este é meu ­último recurso. Caso houvesse algum outro lugar na Inglaterra aberto a mim, eu haveria de preferi-lo. Tenho aversão a ­Charles Vernon e tenho medo de sua esposa. Todavia, devo permanecer em Churchhill até que tenha algo melhor em vista. Minha mocinha haverá de acompanhar-me até a cidade, onde haverei de deixá-la aos cuidados da senhorita Summers, na Wigmore Street, até que se torne um pouco mais sensata. Ali ela haverá de estabelecer boas conexões, visto que todas as meninas são das melhores famílias. O preço é altíssimo, e muito além do que eu posso algum dia tentar pagar.

    Adieu, escreverei algumas linhas a você assim que eu ­chegar na cidade.

    Sempre sua,

    S. Vernon.

    De: Sra. Vernon

    Para: Lady De Courcy

    Churchhill.

    Minha querida mãe,

    Eu sinto muito em lhe dizer que não poderemos manter nossa promessa de passar o Natal com você, e essa felicidade nos é impossibilitada por uma circunstância tal que provavelmente não nos será de forma alguma compensada. Lady Susan, em uma carta a seu cunhado, declarou sua intenção de visitar-nos quase de imediato; e, visto que tal visita é muito ­provavelmente uma mera questão de conveniência, é impossível conjeturar sua duração. De modo algum fui preparada para tal evento, nem tenho como agora responder pela conduta de sua senhoria. Langford parecia ser tão exatamente o lugar para ela em todos os aspectos; tanto por causa do elegante e caro estilo de vida de lá, quanto por seu particular elo emocional com o Sr. Mainwaring, de modo que eu estava longe de esperar uma separação tão rápida, embora sempre imaginei que, em algum momento no futuro, devido à sua crescente amizade para ­conosco, desde o falecimento de seu esposo, ha­veríamos de nos vermos obrigados a recebê-la. Creio eu que o Sr. Vernon foi demasiadamente gentil com ela quando esteve em ­Staffordshire; o comportamento dela para com ele, independente do caráter geral dela, tem sido tão imperdoavelmente ardiloso e mesquinho desde que se começou a falar no nosso casamento, que ninguém menos afável e conciliatório do que ele poderia ter ignorado isso tudo. E, embora Lady Susan seja viúva do irmão dele, e esteja em circunstâncias difíceis, apesar de ser adequado prover-lhe ajuda financeira, não consigo ­evitar

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