O Que Lenin Aprendeu Lendo Marx e Engels
De Leon Denis
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Sobre este e-book
– Alysson Leandro Mascaro, professor da Faculdade de Direito da USP
"Leon Denis, em O que Lenin aprendeu lendo Marx e Engels, apresenta de maneira didática e acessível aos estudantes e ao público em geral a enorme contribuição do grande teórico marxista e revolucionário russo para a divulgação e a assimilação da obra de Karl Marx e Frederich Engels, os fundadores do materialismo histórico – a concepção científica da história que fundamenta o papel do proletariado como coveiro do sistema capitalista, com a abolição da exploração do homem pelo homem e a consequente construção de um futuro socialista e comunista para a humanidade."
– Anita Leocadia Prestes, é uma historiadora teuto-brasileira, filha da militante comunista alemã Olga Benário Prestes e do militante comunista brasileiro Luís Carlos Prestes.
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O Que Lenin Aprendeu Lendo Marx e Engels - Leon Denis
Žižek
Prefácio Anita Leocadia Prestes
Leon Denis, em O que Lenin aprendeu lendo Marx e Engels, apresenta de maneira didática e acessível aos estudantes e ao público em geral a enorme contribuição do grande teórico marxista e revolucionário russo para a divulgação e a assimilação da obra de Karl Marx e Frederich Engels, os fundadores do materialismo histórico – a concepção científica da história que fundamenta o papel do proletariado como coveiro do sistema capitalista, com a abolição da exploração do homem pelo homem e a consequente construção de um futuro socialista e comunista para a humanidade.
O autor inicia seu livro com um relato sucinto da trajetória intelectual de Vladmir Lenin, cuja leitura de O Capital de Marx aconteceu aos dezenove anos de idade. A partir desse momento o revolucionário russo dedicará sua vida ao estudo das obras então publicadas de Marx e Engels, assim como de outros teóricos marxistas, sempre tendo em vista sua aplicação prática à luta revolucionária – a práxis revolucionária, que norteou a vida de Lenin antes, durante e depois da realização da Revolução de Outubro de 1917 na Rússia.
Embora possamos considerar discutível a distinção adotada por Leon Denis entre as supostas perspectivas marxiana e marxista, sua escolha de dois artigos de Lenin aos quais dedica maior atenção – um pequeno esboço biográfico de Engels, escrito em 1895, e uma pequena biografia de Marx, em 1914, – mostra-se válida para o principal objetivo do livro: revelar a importância da dialética hegeliana, idealista, transformada por Marx em dialética materialista, como fundamento do materialismo dialético e do materialismo histórico.
Após abordar sucintamente o período histórico compreendido entre os dois artigos citados de Lenin (1895-1914), Leon Denis expõe as principais teses defendidas pelo revolucionário russo em artigo de 1913, As três fontes e as três partes constitutivas do marxismo. Termina essa digressão citando a conclusão do autor: Só o materialismo filosófico de Marx mostrou ao proletariado a via a seguir para sair da escravatura espiritual em que vegetavam todas as classes oprimidas. Só a teoria econômica de Marx explicou a verdadeira situação do proletariado no conjunto do regime capitalista
.
A exposição circunstanciada do terceiro artigo de Lenin escolhido por Leon Denis – Karl Marx (Breve nota biográfica contendo uma exposição do marxismo) – é encerrada por ele com a retomada da importância da dialética tanto na obra de Marx e Engels quanto nos escritos e na prática revolucionária de Lenin. Leon Denis destaca que, para Lenin, provavelmente a questão mais importante em se tratando de práxis revolucionária é a dialética
. Acrescenta: Não é possível desenvolver uma filosofia da práxis sem a dialética. Mas não qualquer dialética, é preciso que se parta da desenvolvida por Marx e Engels.
A seguir o autor deste pequeno livro, citando a respeito Tamás Krausz, biógrafo de Lenin, escreve: "É de posse desse instrumental que ‘Lenin de fato havia ponderado, como possibilidade histórica, a derrubada do capitalismo e a libertação de toda a humanidade. Por isso, ganhou prestígio como teórico da ação, como a pessoa que, após Marx, recolocou a práxis no centro’"¹.
Leon Denis encerra seu valioso escrito reafirmando uma das importantes teses de Lenin relacionada com sua compreensão da relação dialética entre teoria e prática – análise concreta de situações concretas
.
Rio de Janeiro, dezembro de 2019.
Anita Leocadia Prestes
1 KRAUSZ, T. Reconstruindo Lenin: uma biografia intelectual. São Paulo: Boitempo, 2017, p. 212.
Introdução
Nascido em 1870, Vladímir Ilitch Uliánov (conhecido pelo pseudônimo: Lenin), vem de uma família de classe média. Recebera uma forte educação livresca e em línguas por influência dos pais. A mãe, Maria Aleksándrovna, e o pai, Iliá Nikoláievitch, eram professores. Na estante de sua mãe encontrou os volumes Histoire de la Révolution Française de Adolphe Thiers, onde teve contato com o conceito burguês de luta de classes. No período escolar leu Púchkin, Lérmontov, Gógol, Turguêniev, Nekrássov, Saltykov-Schédrin, Tolstói, Belínski, Hérzen, Dobroliúbov e Písarev. Assim como vários clássicos da literatura estrangeira. Mas sua maior influência foi o romance Que Fazer?, de Nikolai Tchernychiévski. Os resultados de suas provas finais do ensino médio foram tão expressivos que chegou a ser premiado com uma medalha de ouro de melhor aluno. Segundo seu biógrafo, Tamás Krausz:
O ponto de partida crítico e primeiro estágio do progresso político-intelectual de Lenin não foi Marx. Ao contrário do que diz a lenda, ele conheceu os capítulos iniciais de O Capital somente aos dezenove anos. Há documentação de seu desejo de estudar o terceiro volume de O Capital datada de 1894; depois disso, o estudo de Marx tornou-se o empenho de uma vida inteira. Ao discutir a relação de Lenin com Marx, muito tempo depois da morte daquele, Krúpskaia menciona que, nos momentos mais difíceis, nos pontos cruciais da revolução, ele retomava a leitura de Marx
. De acordo com ela, Lenin usava uma expressão característica: Sempre ‘consultava’ Marx
².
No final do século XIX, em meio aos estudos universitários, Lenin já demonstrava sua genialidade: "A coerência teórica