Informática educativa: Dos planos e discursos à sala de aula
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Sobre este e-book
Ramon de Oliveira, que desenvolveu uma pesquisa com escolas da rede estadual de Pernambuco, analisa a opinião dos professores ligados ao Projeto de Informática Educativa sobre a utilização de computadores na educação, e também como eles percebem sua participação no processo de implantação e no uso dessa tecnologia em sala de aula.
Com esse livro, o autor pretende contribuir para que as atividades de inserção de computadores no ensino possam ser efetivamente integradas ao cotidiano escolar, de maneira que sejam entendidas por professores, alunos e funcionários como veículo, instrumento que propicia a melhoria da qualidade de ensino nas escolas públicas brasileiras.
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Informática educativa - Ramon de Oliveira
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A POLÍTICA DE INFORMÁTICA EDUCATIVA
entrada dos computadores na educação não pode ser discutida de forma desconectada das mudanças tecnológicas que ocorreram no mundo nestes últimos 30 anos. As modificações que aconteceram, principalmente no campo da microeletrônica, acarretaram transformações tanto no setor produtivo como no cultural.
Essas modificações levaram a que, cada vez mais, vários setores econômicos, como indústrias, bancos, medicina e telecomunicações, passassem a ter como base de seu desenvolvimento a informática.
Essas mudanças, principalmente nos setores produtivo e financeiro, não tardaram a ter repercussão no seio da escola, pois esta passaria a ter o papel de formar novos profissionais, uma vez que os avanços tecnológicos fizeram com que o mercado de trabalho requisitasse um novo tipo de profissional.
Embora não possamos estabelecer uma relação direta entre a Política de Informática Educativa brasileira e a política de informática desenvolvida a partir da década de 1970, podemos acreditar que as discussões ocorridas no início da década de 1980 para a construção da segunda, se não influíram diretamente, ao menos contribuíram para que a primeira começasse a ser discutida.
Dessa forma, antes de iniciarmos a discussão da Política de Informática Educativa, é importante nos situarmos na realidade em que o Brasil se encontrava quando esta começou a ser articulada.
A entrada dos países do Terceiro Mundo, entre eles o Brasil, na área da informática representa, para Tigre (1982), uma modificação na divisão internacional do trabalho, pois estes deixaram de ser, exclusivamente, responsáveis pela produção e exportação de manufaturados de menor valor agregado e passaram a produzir uma quantidade crescente de serviços de informações vitais para a gestão de suas economias.
Ainda segundo Tigre (1982, p. 5), a tendência é de que, cada vez mais, os produtos industrializados sejam mais intensivos em informação e menos em energia e materiais. Consequentemente, a situação dos países exportadores de matérias-primas e bens intermediários tradicionais tende a se deteriorar
.
Diante do mercado da informática, bastante disputado, a tentativa de um país do Terceiro Mundo (no nosso caso Brasil) desenvolver uma política de informática com características de independência, além de ter encontrado barreiras internas decorrentes da ausência de pessoas capacitadas para o desenvolvimento de pesquisa na área, deparou com entraves externos, tais como a pressão política e econômica das nações do Primeiro Mundo, por estas não aceitarem perder fatias de um mercado bastante rentável.[1]
Assim, procuraremos fazer algumas considerações de forma a contextualizar o início das discussões no campo da Política de Informática Educativa com as que ocorriam especificamente na área de informática.
Política brasileira de informática: Defesa com desconfiança
A história da política de informática no Brasil é marcada pelo confronto entre vários setores da sociedade, caracterizados pelas posições contrárias e favoráveis à determinação do governo brasileiro de criar uma reserva de mercado para as indústrias nacionais de aparelhos ligados à informática.
Muitos debates foram realizados para que se tivesse, em 1984, a aprovação da Lei nº 7.232, pelo Congresso Nacional, que definiu a forma como o governo brasileiro interviria neste setor.
Ao mesmo tempo, as discussões não se restrigiram ao âmbito parlamentar; várias entidades como SBPC, Sucesu, Federação Nacional dos Engenheiros, UNE etc. também entraram na discussão para contribuir na criação de uma política nacional para aquele setor, que garantisse, a qualquer custo, o desenvolvimento e a autonomia nacional na ciência e na tecnologia.
Apesar de amplos setores da sociedade defenderem, quase que sem restrição, a reserva de mercado, existia no ar a desconfiança do porquê das decisões ligadas ao setor de informática estarem subordinadas ao Conselho de Segurança Nacional, órgão que trazia na sua existência resquícios de um passado obscuro da vida política brasileira. Daí dizermos que a história da reserva de mercado e da Política Nacional de Informática foi marcada, em alguns momentos, não só pela defesa da reserva de mercado, mas, também, pela desconfiança de que a PNI poderia vir a ser mais um instrumento de controle a serviço de órgãos governamentais responsáveis pela repressão e pela ameaça à privacidade dos indivíduos, nos momentos de conflito da história política pós
