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Sem Filtros: Compreender e Celebrar as Avós
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Sem Filtros: Compreender e Celebrar as Avós
E-book257 páginas3 horas

Sem Filtros: Compreender e Celebrar as Avós

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Sobre este e-book

Ser avó é uma alegria, mas também um desafio. Em “Sem Filtros: Compreender e Celebrar as Avós”, 27 mulheres descrevem –com as suas próprias palavras – a maneira como reagiram às imensas alegrias e exigências do seu novo papel como avós. Revelam, também, como mudou a visão sobre si mesmas e a textura das suas vidas.

O que sentimos quando abraçamos o primeiro neto? O tempo voa quando estamos com os netos? As relações familiares tornam-se  mais profundas, ou mais complexas? Nestas histórias, os leitores vão encontrar muitas respostas, mas também muitas questões em aberto.

Este livro é altamente recomendado como um presente original para alguém que se tornou avó recentemente.

“Vem confirmar, de uma maneira simples e deliciosa, que a relação avós-netos é muito especial…Muito interessante e reconfortante.”--Jane Fearnley-Whittingstall, autora of “The Good Granny Guide”

“Uma análise fascinante do que é ser avó hoje em dia: a alegria e o sentimento de realização pessoal contrastando com as desilusões e ansiedades.” --Virginia Ironside, conselheira sentimental e novelista


 

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento29 de nov. de 2021
ISBN9781071563434
Sem Filtros: Compreender e Celebrar as Avós

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    Sem Filtros - Ann Richardson

    Sem Filtros: Compreender e Celebrar as Avós

    Ann Richardson

    Traduzido por Elvira Sousa 

    Sem Filtros: Compreender e Celebrar as Avós

    Escrito por Ann Richardson

    Copyright © 2020 Ann Richardson

    Todos os direitos reservados

    Distribuído por Babelcube, Inc.

    www.babelcube.com

    Traduzido por Elvira Sousa

    Design da capa © 2020 Mirna Gilman

    Babelcube Books e Babelcube são marcas comerciais da Babelcube Inc.

    Segunda Edição

    Glenmore Press 2017

    London, England

    ISBN: 9781549654787

    Primeira Edição: First New Generation Publishing, 2014

    Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou disseminada sob qualquer forma eletrónica ou mecânica, incluindo fotocópias, gravação ou por qualquer outro sistema de armazenamento e recuperação de informação sem a autorização do autor.

    Este livro não pode ser emprestado, revendido ou alugado, a título oneroso ou a outro título, nem circular sob qualquer outra forma de encadernação ou capa que não seja a original  sem a autorização prévia do editor, e sem incluir estes mesmos termos impostos ao comprador subsequente. Em caso algum será permitido fotocopiar parte do presente livro para fins de revenda.

    Todos os nomes e elementos de identificação foram alterados a fim de proteger a privacidade das pessoas envolvidas.

    Fotografia: © Sam Fuglestad

    Para

    James e Owen

    Índice

    Prefácio

    Capítulo 1: A Alegria de ser Avó

    Capítulo 2: Ser Avó

    Anúncio da gravidez

    Receber a notícia

    Os primeiros pensamentos

    Envolvimento durante a gravidez

    Níveis de envolvimento

    Dar conselhos

    O nascimento

    Dando ajuda

    Ver o bebé pela primeira vez

    As primeiras semanas

    Ajudar a nova mãe

    Os primeiros sinais de problemas

    Capítulo 3: Fazer  Coisas Juntos

    Níveis de envolvimento

    Visitas regulares

    Viver juntos

    Netos distantes

    Actividades com os netos

    Bebés e crianças

    Netos pequenos

    Os netos mais velhos

    Netos adultos

    Lidar com muitos netos

    Encontros de Família

    Férias juntos

    Como se manter em contacto

    Capítulo 4: O Lado Emocional

    Amor:  como se manifesta

    Ver os netos crescer

    Contacto físico

    À conversa sobre os netos

    Preoucupação

    Boas recordações

    Favoritos e menos favoritos

    Cada neto é um caso

    Capítulo 5: Opiniões sobre a educação dos filhos

    Aprovação dos pais

    Desentendimentos quanto à educação dos filhos

    Coisas materiais

    Usar o tempo

    Outros problemas

    Problemas mais complicados

    Dar conselhos

    Filhas e noras

    Mudar de ideias quanto à educação dos filhos

    Tomar conta dos netos

    Estragar com mimos

    Ajudar na disciplina

    Ajudar quando há problemas

    Discussões ou problemas em casa

    Entendimento mútuo

    Questões mais amplas

    Capítulo 6: A Imagem e o Papel das Avós

    A imagem das avós

    As avós das avós

    As próprias mães como avós e mães

    Diferentes tipos de avós

    Cuidar dos netos ou não

    Avós e seus inúmeros objetivos

    Apoiar os pais

    Ajudar os netos

    Promover o sentido de família

    Relações duradouras

    Participar financeiramente

    Capítulo 7: O Impacto nas Outras Relações

    O genro ou a nora (ou parceiro/parceira)

    As boas histórias

    Relações tensas

    Pais ausentes

    O filho ou a filha com os netos

    A(s) outra(s) avó(s)

    Os outros filhos

    O papel dos avôs

    Avôs ausentes

    Capítulo 8: Olhando para o Passado e para o Futuro

    Relembrando o seu passado como mães

    Os arrependimentos

    Emendar os erros

    Mães orgulhosas

    É mais fácil ser avó do que mãe

    É muito frequente ouvir afirmar que é muito mais fácil ser avó do que mãe; principalmente, porque não há  uma responsabilidade diária:

    Fazer parte de um todo

    Reconhecer parenças familiares

    Tradições familiares

    Olhando para o Futuro

    Esperanças para o futuro

    Preocupações com o futuro

    Sentir-se um fardo

    A fragilidade da vida

    Capítulo 9: Algumas Reflexões sobre Ser Avó

    Encontrar o equilíbrio perfeito

    Saber manter a distância

    Ter a sua própria vida

    Mudar-se para estar perto da família

    O estatuto das avós

    Sentir-se valorizada

    Ser uma matriarca

    Sabedoria

    Desconhecer o prazer de ser avó

    Considerações finais

    Caro Leitor

    Em louvor de Sem Filtros: Comprender e Celebrar as Avós

    Sobre a Autora e outros Livros Publicados

    Prefácio

    ––––––––

    Este livro é sobre as vidas e os pensamentos de várias avós, testemunhos valiosos de experiências vividas na primeira pessoa. Dito isto, algumas questões podem surgir. Afinal, quem vai querer ler um monte de opiniões dadas por velhinhas cheias de rugas? Bem, para começar, as próprias velhinhas cheias de rugas, sobejamente ignoradas não só em livros como em todos os meios de comunicação. Depois, as que não têm assim tantas rugas, já que muitas mulheres se tornam avós aos quarenta, ou até mais cedo; por fim, as que ainda não são avós, mas estão interessadas em compreender essa fase da vida que, em breve, vão ter de enfrentar. Além disso, convém não esquecer o caso de potenciais leitoras que podem ter interesse em saber o que vai pela cabeça daquelas mulheres silenciosas que, geralmente, gostam de se sentar a um canto. 

    A principal  razão por que resolvi escrever este livro foi o facto de achar absolutamente fascinante  a minha condição de avó. Fascinante e surpreendente, devo acrescentar. Não fazia a minima ideia de como isso seria importante na minha vida. As minhas avós estiveram, de um modo geral, ausentes: uma, porque vivia muito longe e raramente a víamos; a outra, porque não se interessava particularmente pelos netos. Os meus filhos também conviveram pouco com as avós. A mãe do meu marido já tinha morrido quando eles nasceram, e a minha mãe vivia muito longe, dedicando-se quase exclusivamente à sua carreira profissional. Perante isto, será fácil deduzir que, no meu caso, não tive grandes exemplos para esta fase de vida, e os que tive não foram lá grande coisa.

    Contudo, senti uma forte conexão emocional logo no dia em que nasceu o meu primeiro neto. Adorava vê-lo crescer e desenvolver-se,  o mesmo acontecendo  com o primo, que nasceu três anos depois. Senti que ambos faziam parte de mim e dos planos que eu tinha para a minha vida. Não queria afastar-me deles por muito tempo, porque queria acompanhar o seu crescimento com todas as coisas novas que iam acontecendo. Não só adorava os meus netos como todas as brincadeiras que tinha com eles. O que eu gostava mais era o meu novo eu, a pessoa que passei a ser graças a eles. Percebi que era muito mais fácil ser avó do que mãe e senti que era melhor a desempenhar o papel de avó do que tinha sido no de mãe. Julgo que me tornei uma pessoa maçadora para a minha família e amigos, sempre a falar dos netos e das coisas engraçadas que eles diziam, mas nunca me fizeram qualquer reparo quanto a isso.

    Sem dúvida alguma, posso afirmar que ser avó trouxe um novo significado à minha vida. Não me refiro apenas aos novos membros da família a quem amar e com que me preocupar. Também surgiram novas matérias para negociar e territórios para dividir; por exemplo, dar conselhos aos pais sem que estes nos virem as costas. Como já tinha alguma experiência anterior em cuidar de crianças, tive de  recordar tudo o que sabia sobre o lado prático e emocional de lidar com elas, sendo que o lado emocional é muito mais difícil e complexo. O mais surpreendente é que aceitei de bom grado a minha nova imagem de avó,  reconhecendo, agora,  que faço parte da geração mais velha com tudo o que isso possa implicar.

    O tema deste livro pareceu-me tão óbvio que estranhei o facto de ainda não ter sido abordado, pelo menos desta maneira. Fiz uma pesquisa e acabei por encontrar um livro escrito por uma avó e um considerável número de obras com títulos relacionados com o tema, cheias de bons conselhos sobre a arte de ser avó. Até cheguei a encontrar um livro, cujo subtítulo prometia de forma sibilante: Como Ser uma Péssima Avó. Mas eu não estava interessada em dar conselhos; queria, sim, partilhar as minhas emoções.  Longe de mim pôr em causa o muito que se pode aprender com estas avós e suas formas de pensar; nos seus livros, podemos encontrar valiosas mensagens que, de um forma ou outra, podemos adaptar às nossas vidas. Contudo, o meu objectivo era convidá-las a falar sobre as suas vidas em conversa amena. 

    Este livro não é sobre netos nem sobre as coisas maravilhosas que eles dizem ou fazem.  É claro que alguns netos , sabendo deste meu projecto, assumiram logo que o livro seria sobre eles, como é o caso de uma neta adolescente que me perguntou: "Mas o que é que querem saber sobre mim?" Por outro lado, as avós não tiveram qualquer dificuldade em perceber que elas próprias - e as suas emoções - seriam o foco da atenção, embora algumas não tivessem resistido à tentação de também falar nos netos. 

    Durante o processo de escrita, perguntaram-me se eu eu estava a redigir uma tese sobre um tema em particular e se as entrevistas seriam usadas para provar uma teoria. A minha resposta foi um grande e redondo não. Nunca tive a intenção de provar o que quer que fosse , a não ser partilhar a multiplicidade de perspectivas e experiências de várias avós em diferentes circunstâncias. Devo salientar que não tinha a minima ideia do que iria encontrar  quando iniciasse o meu trabalho e confesso que fiquei surpreendida com a variedade de respostas obtidas.

    A primeira questão era encontrar as minhas avós. Quando contei aos amigos sobre os meus planos para este livro e que andava à procura de pessoas para entrevistar, muitas das minhas amigas (elas próprias avós) respondiam alegremente: Eu, eu! Podes entrevistar-me a mim! Mas, na minha opinião, não seria muito profissional da minha parte entrevistar alguém conhecido; por isso, tive de recusar a generosa oferta. Começei por abordar pessoas no jardim ou no centro comercial, e ainda consegui duas ou três entrevistas. Mas depois, pensei: "Ok, não posso entrevistar os meus amigos, mas posso entrevistar os amigos deles !"Assim, começei a perguntar aos vizinhos por amigos deles, e aos amigos por outro amigos e vizinhos. Pedi a colaboração de pessoas que conhecia de algumas das minhas actividades, inclusive a comerciantes locais. Um dia, recebi o telefonema de uma mulher a pedir-me para participar no projecto sem que  eu fizesse a mínima ideia de como ela tinha sabido do assunto. A minha maior preocupação era falar com uma série de mulheres de diferentes backgrounds; antes das entrevistas, tive sempre o cuidado  lhes telefonar para saber previamente algo sobre elas, o que dava  azo a que também elas me fizessem perguntas sobre o livro. 

    Tudo o que eu posso dizer é que estas avós surgiram em todas as formas e feitios. Algumas eram idosas, outras surpreendentemente jovens; algumas super elegantes e outras, com visíveis dificuldades. No total, vinte e sete avós foram entrevistadas. À excepção de uma avó (entrevistada aquando de uma visita a Londres), todas viviam em Londres, mas em sítios diversificados desta enorme cidade: Este, Oeste, Norte e Sul de Londres. Entrevistámos uma avó que vivia em Kensington (para os que não conhecem a cidade, trata-se de uma das  zonas mais caras de Londres) e várias em Tower Hamlet (uma das zonas mais carentes).  A maioria tinha nascido no Reino Unido (uma percentagem significativa, em Londres). Contudo, como se trata de uma cidade  muito cosmopolita, algumas avós eram oriundas de outros países, que, sem obedecer a nenhuma ordem em particular, passo a enumerar: Austrália, França, Paquistão, Irão, Nigéria, Suécia, Zimbabué, Egito e Barbados.  Devo salientar que as avós entrevistadas representavam as principais religiões: Cristã, Judaica, Muçulmana e Hindu.

    A faixa etária  das entrevistadas variou entre os 46 e 88 anos, mas muitas delas já eram avós há algum tempo, como é o caso de uma que foi avó aos 36 anos. Tiveram inúmeras ocupações: professora, escritora, carteira, funcionária pública, ama, diretora financeira, cantora,  empregada de limpeza, só para dar alguns exemplos. Poucas foram donas de casa toda a vida, e algumas ainda estavam a trabalhar. Umas tinham só um neto, enquanto outras tinham montes de netos, tendo o primeiro prémio sido atribuído  à  avó com onze netos. A idade dos netos variava entre os poucos meses os 29 anos. Três das entrevistadas já eram bisavós e uma parte significativa das restantes estava prestes a conhecer os bisnetos que vinham a caminho. Esta amostra não é de todo representativa nem pretendia ser. Certamente, haverá estudos que nos dizem qual a percentagem de avós que cuidam dos netos a tempo inteiro ou que vêem os netos apenas uma vez por mês, ou talvez menos. De salientar que esse nunca foi o objectivo deste livro. Com efeito, este projecto pretendia dar a conhecer a textura de vida de uma avó, a complexidade de sentimentos e a diversidade de experiências. Provavelmente, se este mesmo projecto fosse levado a cabo noutra altura ou por outra pessoa, as vinte e sete mulheres entrevistadas seriam muito diferentes. Obviamente, as suas histórias individuais e a maneira como estas seriam contadas registariam muitas diferenças; no entanto, penso que o resultado final seria muito idêntico.

    A técnica utilizada nas entrevistas permitiu que estas fossem muito abertas e fluidas; não houve um questionário formal nem tão pouco a tentativa de encaixar as respostas em caixas pré-estabelecidas. Em  vez disso, havia uma espécie de tópico-guião que se ia desenvolvendo  durante a entrevista e que ajudava  o entrevistador a lembrar-se de todos os assuntos a abordar. Em resumo, cada entrevista era essencialmente uma conversa informal e todas seguiram rumos ligeiramente diferentes. Devo referir que nem todas as mulheres entrevistadas tiveram de responder às mesmas questões;  às vezes, simplesmente por falta de tempo uma vez que a entrevistada tinha uma  longa história de vida, marcante e comovente, para contar.  Em alguns casos, só foi possível delinear perguntas interessantes após as primeiras entrevistas.

    Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas integralmente, ou seja, palavra por palavra. Este processo permitiu-me utilizar as entrevistas de forma exaustiva. Fiz sucessivas e atentas leituras de todos os conteúdos antes de editar os textos de forma a poderem ser lidos.Tomei a decisão de melhorar a linguagem daquelas que não eram falantes nativas de Inglês e de corrigir eventuais falhas gramaticais, tendo como objectivos únicos clarificar e dignificar as suas contribuições.  Acima de tudo,  devemos entender que são as próprias palavras dessas avós e que os textos reflectem a diversidade das suas vozes.

    Por vezes, como o teor das conversas era muito íntimo e o diálogo aberto, algumas avós partilharam pensamentos aos quais não gostariam de ver os seus nomes associados, principalmente por questões familiares. Esta particularidade criou-me um dilema: como poderia usar essas contribuições sem magoar essa pessoa ou a sua família? Embora tivesse garantido que os nomes verdadeiros jamais seriam usados, acabei por também rejeitar o uso de pseudónimos, dado que algumas histórias continham informações tão pessoais e marcantes que seria fácil descobrir quem estava por trás delas. Em casos muito pontuais, tive de alterar ligeiramente alguns detalhes para que nenhuma fosse reconhecida por um familiar ou amigo. Este procedimento pode causar alguma estranheza nos leitores que gostariam de ver um nome associado a um texto, mas tal deve ser entendido como uma forma de proteger as próprias avós que falaram, livre e abertamente,  sobre as suas histórias de vida.

    Gostaria de exprimir toda a minha gratidão e apreço a Paul Vallance, que conduziu as entrevistas com competência e grande sensibilidade. A sua capacidade de resposta, rápida e cuidadosa, foi notável perante a diversidade de personalidades e circunstâncias. Mais tarde, várias avós comentaram que tinha sido extremamente agradável conversar sobre questões e problemas em que nunca tinham pensado antes. De igual modo, quero expressar os meus agradecimentos  aos meus dois transcritores, sempre atentos ao desenrolar das conversas, apesar dos latidos do cão, dos ruídos estridentes da máquina de lavar louça, dos alarmes dos carros, e outros barulhos afins do quotidiano, uma panóplia de ruídos empenhados em distrair os presentes e dificultar-lhes  o trabalho. Agradeço muito a todos os meus amigos, conhecidos e vizinhos, que permitiram que eu os incomodasse com as minhas perguntas sobre nomes e contacto de avós que, eventualmente, pudessem conhecer.

    Acima de tudo, o meu profundo agradecimento a todas as avós presentes neste livro, que escavaram profundamente nas suas memórias e revelaram os pensamentos mais íntimos sobre a sua presente situação contando as suas experiências, felizes ou dolorosas, mas sempre complexas. Escusado será dizer que este livro nunca seria possível sem a sua ajuda

    Capítulo 1

    A Alegria de ser Avó

    Os programas  da televisão começam muitas vezes com pequenos clips sobre o seu conteúdo, uma espécie de aperitivo para nos aguçar o apetite para o que vem a seguir. Nesta pequena introdução, temos o testemunho de algumas mulheres que nos falam sobre o significado de ser avó, o que, de certa maneira, também funciona como aperitivo para a essência do livro. De referir que estes pequenos textos não se repetem no corpo da obra.

    Em primeito lugar, é-nos revelado que a alegria de ser avó pode ser uma surpresa completamente inesperada:

    Durante anos a fio, assisti ao entusiasmo das minhas amigas quando diziam: Sou avó! E, de todas as vezes, tinha o mesmo pensamento: "Ok. E depois? Tu não fizeste nada de especial. Para quê tanto entusiasmo? Até parece que que foste capaz de algo excepcional. Pronto, és avó, mas não foste tu que tiveste o bebé. Isso sim, é um grande feito!" Por conseguinte, ignorava-as completamente e não me mostrava nada interessada nos seus netinhos.

    Até que um dia eu tive os meus próprios netos e fiquei perdidamente apaixonada por eles. São todos lindos; o último a nascer parece-me sempre ainda mais bonito, mais perfeito e maravilhoso do que os anteriores. Com o passar do tempo, sinto-me cada vez mais envolvida, cuidando deles e assistindo ao seu crescimento. 

    avó de cinco

    Em segundo lugar, destacamos o amor e o envolvimento que surgem com o nascimento do novo ser:

    Ser avó constitui uma fase de vida absolutamente única. Uma fase de amadurecimento, mas também de muitos desafios. Além disso, trata-se de uma bonita relação de amor sem as restrições inerentes a uma responsabilidade excessiva. Todos os laços familiares se cruzam diante dos nossos olhos. Fios que se entrelaçam formando um magnífico tecido de sorrisos. É então que, todos juntos, começamos a escrever uma nova história, o que, a meu ver,  é muito comovente. De repente, começamos a entrelaçar os novos fios e formamos um tecido novo. Tudo isto é surpreendente,maravilhoso e muito enriquecedor. Sem dúvida alguma, uma fase extraordinária!

    avó de três

    Ser

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